segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Antinho na Globo

.O virtuosismo vocal estéril é o legado do The Voice à música brasileira


Torturam as notas até não sobrar nada delas, ignoram as letras em prol de um exibicionismo obtuso, matam a pauladas a gentileza
Por Kiko Nogueira, no DCM


Sam Alves (Foto: Reprodução/TV Globo)

O programa “The Voice” deixa como legado uma praga sinistra na música brasileira: o oversinging, a exibição de musculatura vocal e virtuosismo estéril que destrói qualquer canção.
Não era uma tradição brasileira. É uma herança bastarda do gospel. É o que já fazem há algum tempo, lá fora, Christina Aguilera, Mary J. Blige, Jessica Simpson, Josh Groban, Beyoncé, a insuportável Céline Dion, entre outros. Torturam as notas até não sobrar nada delas, ignoram as letras em prol de um exibicionismo obtuso, matam a pauladas a gentileza.
O ganhador do karaokê da Globo, Sam Alves, começou sua epopeia esfaqueando a delicada “Hallellujah”, de Leonard Cohen, e terminou gritando alguma outra música. É um retrocesso para o Brasil. João Gilberto e Tom Jobim — e depois seus seguidores Chico Buarque, Caetano Veloso, Gal Costa, Roberto Carlos e outros –, haviam atirado no século 18 o vozeirão de canastrões como Cauby Peixoto, Nelson Gonçalves e Ângela Maria. Perto desse pessoal do The Voice, Cauby, Ângela e Agnaldo Timóteo são silenciosos como a brisa.
Não é agradável. Não é cantar. É gritar mais ou menos no tom. Não que não tenhamos tido intérpretes exagerados. Elis Regina, para ficar num exemplo, era derramada, dramática. Mas nunca em detrimento da canção. Ela estava a serviço dela. Elis se descabela em “Atrás da Porta”, de Chico, mostrando todos os seus dotes, sem abrir mão do que a composição está falando. Você pensa em cortar os pulsos, nem que seja por dois segundos.
O oversinging virou um padrão da indústria. O nível de intoxicação é tão grande que, aparentemente, não há mais o que fazer. A moça que interpreta forró é obrigada a dar cambalhotas vocais. O que esses caras fazem com Tim Maia é uma maldade. Tim, que inventou o soul brasileiro, era econômico com seus vastos recursos vocais. No final de “Gostava Tanto de Você”, ele se solta um pouco mais. É uma aula de contenção e feeling.
A nova histeria musical nacional quer que a melodia original se dane. O que importa é colocar o máximo possível de confetes num bolo até ele perder o gosto. É a globalização da ruindade. O rapaz de Fortaleza canta exatamente como o da Nova Zelândia. E eles vêm em série. É um ciclo vicioso que entope o mercado de vocalistas que berram, sempre a um passo de imolar suas gargantas.
Se você quiser culpar alguém, culpe Whitney Houston. Foi ela quem popularizou a técnica por trás do oversinging, chamada de melisma, a capacidade de emitir várias notas numa sílaba. Aretha Franklin fazia uso  disso antes dela, mas Whitney levou a coisa a um outro patamar. No início dos anos 90, ela estourou com “I Will Always Love You”, em que o “I” durava seis segundos. Fazia estrepolias com o “You”, também. Sem desafinar, faça-se justiça. Na esteira dela, vieram seus clones modernos.
Suas acrobacias eram resultado de treino árduo e, claro, dom. O piro virtuoso de Whitney e seus asseclas é uma espécie de aviso aos autores: “Ok. Vocês bolaram essa harmonia, escreveram essa letra — mas agora a coisa está comigo e eu farei o que eu quiser”. Uma espécie de apropriação indevida, muito lucrativa em alguns casos.
Por trás de cada refrão estuprado por esses Godzillas, há um autor pedindo socorro. Os mortos não têm saída. Os vivos podem achar que vão ganhar dinheiro com isso. O oversinging é uma doença estética que, graças ao The Voice, vai ganhar o país. Como dizia Agnaldo Timóteo, a plenos pulmões: “Ai, ai, mamãe, eu te lembro chinelo na mão, o avental todo sujo de ovo. Se eu pudesse, eu queria começar tudo, mamãe, tudo de novo”.
Fonte: REVISTA FÓRUM
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Esse estilo é de matar. 
Meio gospel aos berros é dose prá leão.
Só podia vir mesmo de globo.
Aliás, a programação da tv globo ainda é a mesma criada por Boni, lá em décadas obscuras.
Naturalmente que a audiência de globo vai envelhecendo, alguns ficam mais burros e outros morrem. 
E assim se faz necessário a renovação para que as audiências se mantenham nos mesmos patamares.
E  isso em globo não aconteceu.
O novo de globo, veio em 2000 com o Big Brother Brasil. 
Cá pra nós, reality show enquanto renovação  é dose.
O  reality show veio já com Boninho, o filho de Boni, no lugar do pai.
Até hoje se discute se a mudança foi uma consequência de dinastia  ou se o menino Boninho teria algum talento como tinha o pai.
Parece que foi mesmo um caso de família.
Além do reality show, Boninho, o filho do pai, lançou essa aberração ou berração do The Voice.
Cabe lembrar que foram apenas as duas "grandes novidades " de globo no período pós Boni.
Ambas foram cópias de programas de outras emissoras, no caso o reality show veio da Holanda e o The Voice dos EUA.
Não houve nenhum processo criativo voltado para a nossa cultura, no tocante as "novidades".
Ambos os programas são excrescências de tv's de outros países.
Não é por acaso que a audiência de tv globo não para de cair.
Ao que parece, o filho do pai é uma anta.     

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Marinho tem razão:
a Globo despenca

O pior é no horário nobre, onde rola mais grana …

Saiu na Folha (*):

Globo e SBT encerram 2013 com pior audiência da história


Globo e SBT não terão saudade de 2013. As duas emissoras registraram no ano que está partindo as piores audiências de sua história.

De 1º de janeiro a 26 de dezembro, a média diária (das 7h à meia-noite) da Globo na Grande São Paulo foi de 14,3 pontos. Em 2012, a rede marcou 14,7 pontos. Cada ponto equivale a 62 mil domicílios na Grande São Paulo.

O SBT está encerrando o ano com 5,3 pontos de média diária, ante 5,6 pontos do mesmo período no ano passado.

Esses são os piores índices já registrados por essas emissoras durante um ano.

(…)

Na faixa nobre (das 18h à meia-noite), onde estão os anunciantes, a Globo caiu de 24,6 pontos (2012) para 23,2 pontos (2013). O SBT passou de 6,7 para 6,5 pontos. A Band foi de 3,7 para 3,5 pontos. A Rede TV! marcou 1,2 ponto neste ano, ante 1,3 em 2012.

Apenas Record e TV Cultura cresceram na faixa nobre. A Record foi de 7,7 para 7,9 pontos, e a Cultura, de 0,9 para 1,4 ponto. 
Fonte: CONVERSA AFIADA
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 Boninho afirma que joga ovos podres em 'vagabundas' 

 No vídeo acima, se ainda estiver disponível no Youtube, representantes –como direi?—da fina flor da sociedade carioca revelam que, da janela de seu apartamento, costumam jogar ovos, água, camisinha, papel higiênico, cigarro, almofada, vassoura, pedra, flores, o que estiver por perto, nos transeuntes e carros. Um deles, o J.B. de Oliveira, o Boninho, diretor do Big Brother Brasil, diz ter jogado ovos podres em “muitas vagabundas em São Paulo”. Ensina que injetando éter nos ovos eles ficam podres em três dias.


A socialite Narcisa Tamborindeguy diz que gosta de atingir as pessoas com comida. Deve ser a contribuição dela para o Fome Zero. João Eduardo, neto de Brizola, é quem faz a entrevistas com os arremessadores.

No momento, o vídeo (dividido em duas partes) é um dos mais assistidos. Hoje, ele andou sumido do YouTube –o site teria deletado-o, e não se sabe por que, considerando que não existe nenhuma medida judicial determinando sua retirada.

A Folha Online lembra que o Youtube e a Globo firmaram recentemente um convênio para a manutenção, no site, de um canal exclusivo à emissora. Suponho que, depois de ter sido deletado, o vídeo foi reenviado por alguém ao YouTube, e que a qualquer momento poderá evaporar-se de novo.

Um porta-voz da Globo disse que a afirmação do Boninho foi “uma brincadeira”. Tá bom. Vou fingir que acredito


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