segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Achincalhado Novamente

A maior vergonha da história do futebol carioca!!!

por Benjamin Back em 08.dez.2013 às 18:51h
Fluminense-Sobis-Cleber-Mendes-LANCEPress_LANIMA20131208_0216_46 Nada é por acaso, ou seja, nenhum time é rebaixado na última rodada, pelo contrário, é igual a um balão que vai caindo, caindo, caindo, e cai! O Fluminense, por exemplo, se arrastou durante todo campeonato. Mesmo com o título do Brasileirão conquistado ao passado, o tricolor não consegue se acertar e é absolutamente dependente do seu patrocinador, inclusive, se amanhã ele resolver ir embora, o Flu então não voltará tão cedo para a Série A! Mas toda essa desorganização e falta de estrutura não é um problema apenas do Fluminense, é o retrato do futebol carioca dessas duas últimas décadas.

Pode até pintar um título aqui ouro acolá, mas não se sustenta. E na partida que rebaixou o Vasco, cenas deploráveis de violência daqueles mesmos que só vão aos estádios para brigar! O pior foi ver o Roberto Dinamite “euricar” ao querer não prosseguir o jogo, a propósito, o Vasco infelizmente parece conter o DNA do seu ex-presidente no sangue! Enfim, não há o que questionar! O Flu tem uma dívida antiga para pagar e o Vasco conseguiu seu segundo rebaixamento em cinco anos, uma prova de que nem sempre chegar ao fundo do poço é a solução para que as coisas melhorem no futuro.

Numa época em que se prega tanto profissionalismo no futebol, Fluminense e Vasco esbanjam um amadorismo de dar inveja aos clubes da várzea! E que belas escolhas fizeram Adílson Batista e Dorival Júnior! Pois é, há alguns anos fui achincalhado por ter indicado os quatro grandes do Rio como possíveis rebaixados, na época não entenderam a crítica e o recado, agora Inês é morta
Fonte: LANCE
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O colunista acima não foi achincalhado apenas há alguns anos. 
Tem sido com frequência neste ano.
De fato, um campeonato por pontos corridos sempre vencerá o melhor , e cairão os times de pior desempenho.
Assim sendo, neste ano, o Cruzeiro foi soberando.  
Da primeira rodada até a consolidação do título , em nenhum momento foi ameaçado.
Já na parte de baixo da tabela a situação foi diferente. 
Pelo desempenho no campeonato poderiam ter caído Náutico, Ponte Preta, Vasco, Fluminense, Flamengo, Portuguesa, Internacional, São Paulo, Criciúma, Bahia. 
Dez times.
Cairam, Náutico, Vasco, Ponte Preta e Fluminense, isso porque o regulamento determina que somente quatro clubes vão para a série B. 
Os times citados se nivelaram tecnicamente na competição, claro, com pequenas diferenças entre eles, para mais ou para menos.
Seria leviano afirmar que a possibilidade real de queda dos 10 times se deve a organização e estrutura do futebol nos respectivos estados da federação. Em alguns casos essa desorganização existe, em outros existe com maior intensidade, já em outros ela existe com menos intensidade.
Isto posto, conclui-se que a questão de organização e estrutura dos clubes de futebol do Brasil, não se restringe a esse ou aquele estado e sim a  uma questão nacional.
O colunista, paulista mirou no futebol carioca.
Talvez pelo desempenho pífio que os times de São Paulo tiveram na competição. 

Destaque apenas para o Santos, da cidade de Santos, e a rebaixada Ponte Preta, da cidade de Campinas,  que tenta salvar o estado de SP com presença na Taça Libertadores de América no ano de 2014.
Isso não significa que o futebol carioca não tenha problemas.
Sim, ele tem problemas, porém , mais do que isso ele tem soluções para seus problemas e, estas soluções vem sendo implantadas pelos quatro grandes clubes da cidade do Rio de Janeiro, em propoções e escalas diferentes.
Dizer que um título aqui e outro acolá acontece com o clubes do Rio de Janeiro, não me parece condizente com os fatos  e dados, o que é algo grave para alguém que posa de jornalista e ainda escreve no maior diário esportivo da América do Sul.
Vamos aos fatos e dados: 
O colunista afirma que nas últimas duas décadas,o futebol carioca apenas pinga em títulos.
De 1993 até o hoje o futebol do Rio conquistou 6 títulos de campeonato brasileiro,  4 copas do Brasil, 2 copas mercosul, 1 copa libertadores da América.
Isso não me parece pingo, ou seja ponto fora da curva, e sim dados sitêmicos que revelam que o futebol do Rio se faz presente na disputa de títulos importantes.
Não satisfeito com pingos delirantes que atentam à realidade, o colunista dispara contra o Fluminense afirmando que o time só está na séria A porque tem um patrocinador forte. 
E o colunista, que fala em organização e estrutura, acha pouco ter um patrocinador forte ?
Ter um patrocinador forte não é sinal de competência ?
Não foi assim com o Palmeiras em 1993 e 1994, quando foi bicampeão brasileiro com a parceria com a Parmalat ?
O que os clubes buscam não são parceiros fortes , na nova realidade de duas décadas do futebol brasileiro, apenas para citar o mesmo período apresentado pelo colunista ?
Claro que além dos patrocinadores masters, os clubes devem buscar outras fontes de receita, como cotas de tv, sócio torcedor, patrocinadores de material esportivo, iniciativas de marqueking, renda dos jogos nos estádios, etc..
Os clubes do Rio, de uma forma ou de outra, uns mais a frente que outros, estão nesse caminho, além de projetos de reforma e construção de centros de treinamento  tanto para  as categorias de base como para os profissionais. 
Nesse aspecto o Fluminense é um celeiro na formação de jogadores com o centro de formação das categorias de base Vale das Laranjeiras, no distrito de Xerém, município de Duque de Caxias na baixada fluminense, inaugurado no ano de 1999, justo quando o clube iniciou sua parceria com a patrocinadora atual e também um projeto de reestruturação do futebol, que nesses anos já vem demonstrando alguns resultados com a conquista de 3 titulos estaduais,  2 campeonatos brasileiros e 1 copa do Brasil, além de participações importantes em competições continentais quando foi vice campeão da libertadores em 2008 e também vice da copa sulamericana em 2009. 
Não me parece que seja algo pontual, de pingos.
Isso não significa que tudo esteja as mil maravilhas com o tricolor, mas entendo que está no caminho certo, em seu planejamento inicado em 1999 e,  a patrocinadora citada pelo colunista desinformado, a cada ano , vem diminuindo seu aporte financeiro no clube, a medida que o equilíbrio no processo de reestruturação avança.
Acredito que o Fluminense , no seu planejamento de médio prazo, está no caminho certo e a queda para a série B, este ano, foi apenas um ponto fora da curva, um pingo aqui e acolá.
Já o Vasco, tem problemas a mais. 
Nos últimos dez anos apenas um campeonato carioca em 2003 e uma copa do Brasil em 2011, além de dois rebaixamentos. 
Porém, creio, que tudo isso faz parte do processo de reestruturação e em breve o gigante da colina voltará a ocupar o lugar que é dele no futebol nacional e mundial.
O colunista, não satisfeiro em seu delirio que só enxerga a entrada e a saída da garagem do edifício onde mora, disparou contra os treinadores que optaram em dirigir  Fluminense e Vasco no final desse  campeonato, Adílson Baptista e Dorival Júnior.
Tal ira, talvez tenha se acentuado quando, na semana passada o mesmo colunista entrevistou o técnico vitoriosíssimo Tite, e ouviu do treinador seu interesse em dirigir um clube do Rio, até mesmo na série B, já que para Tite o Rio é a vitrine do futebol brasileiro. 
De fato, o também vitoriosíssimo Muricy Ramalho, no São Paulo, só foi convidado para dirigir a seleção brasileira quando treinava o  Fluminense, aqui no Rio. 
No mesmo tricolor o zagueiro Thiago Silva, da seleção brasileira, ganhou destaque e foi jogar no exterior. 
Fred chegou a seleção brasileira não pelo seu futebol em terras francesas , mas sim jogando no Rio de Janeiro. 
O mesmo com os paulistas Diego Cavalieri e Jean. 
Até um desconhecido jogador do futebol paulista, que jogou o campeonato paulista deste ano, ganhou destaque nacional jogando aqui no Rio, pelo Flamengo, Não é Hernane ?
O Rio de Janeiro não tem culpa em ser o Rio de Janeiro.
Imagino que o colunista, agora, ao ler o texto, deve estar comparando as conquistas de times de São Paulo com times do Rio, no período de duas décadas. 
Para nós, cariocas, cosmopolitas, comparações não são necessárias.  
Se algo vai bem além de nossas montanhas e de nossos mares, demonstramos interesse e procuramos incorporar em nossa cultura, independente da região, naturalmente, sem frustrações ou complexos. 
Aliás , as excelentes arte e cultura da periferia paulistana, fazem mais sucesso aqui no Rio do que na cidade de São Paulo. 
E, em 1989, o operário do ABCD paulista, teve, no Rio de Janeiro seu maior colégio eleitoral, 75% dos votos, na eleição para presidente da república.
Ainda sobre o amadorismo citado pelo colunista, cabe lembrar que os clubes do Rio estão empenhados  no pagamento de suas dívidas, buscando parceiros na iniciativa privada  na reorganização dos clubes. 
Diferentemente do "profissionalismo" do Corinthians, por exemplo, que foi buscar dinheiro do povo, no BNDES, para constriur seu estádio de futebol, privado, em acordos estranhos com CBF e governos. 
Tal fato foi motivo de crítica do Presidente do Atlético Mineiro, semana passada, em Brasília, quando tentava desbloquear 57 milhões de reais  da venda do jogador Bernard. 
Disse ele:
" O Atético Mineiro não tem  como patrocinadores empresas do governo federal e nem usa verda do BNDES para resolver seus problemas".
Assim como  Atlético Mineiro, o Fluminense, que tem patrocinadores privados, teve sérios problemas financeiros ao longo deste ano com verbas retidas pelo governo, enquanto outros clubes tem um tratamento diferenciado. 
Ainda sobre o "problema" do Fluminense em ter um patrocinador forte, cabe lembar que o estádio do Palmeiras, que está em fase de construção , será administrado, por mais de três décadas, por uma empresa privada que financia o empreendimento.
Assim sendo, o Rio  não tem culpa de ser o Rio.
E nós cariocas, ficamos muito felizes com o interesse da maioria dos grandes jogadores e dos grandes treinadores em fazer parte do elenco de  um de nossos grandes clubes.
Talvez porque enxerguemos além do portão da garagem do nosso prédio.
Talvez porque o Rio foi, é, e ainda será por muito tempo o tambor e o farol do Brasil. 
A propósito, caso a Ponte Preta, da cidade de Campinas, não consiga evitar a vergonha do estado de São Paulo em não ter um participante na Copa Libertadores de América, convido os paulistanos para passearem aqui pelo Rio, assisitir os jogos da Liberta no Maraca, curtir umas praias ( está em votação na câmara municipal do cidade um projeto que autoriza o toplees nas praias, o Rio sempre na frente), passear pela floresta da tijuca, tomar um banho de cachoeira e , principalmente, curtir um samba de primeiríssima qualidade.

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