sábado, 30 de novembro de 2013

Index Librorum Prohibitorum

“Minha vida se tornou um inferno”, reclama educadora, alvo de articulista do Millenium
“Não existe professor que não entre em sala de aula com a sua visão de mundo”, afirma Cléo Tibiriçá, acusada por Miguel Nagib de incutir nos alunos sua “visão esquerdista” 
Por Igor Carvalho

Artigo de Miguel Nagib (Imagem: Escola Sem Partido)

Alvo de perseguição ideológica, a educadora CléoTibiriçá passou a última semana se defendendo dos ataques incitados pelo advogado e articulista do Instituto Millenium Miguel Nagib, que coloca a professora da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec) como alvo de um artigo, no qual é acusada de desenvolver uma “visão esquerdista” em seus alunos.
Para Nagib, em seu artigo publicado no site Escola Sem Partido, a educadora é uma “ameaça” pois incute nos alunos “a maior aversão possível a tudo o que não se identifique com uma visão esquerdista ou progressista da sociedade, da cultura, da economia e da história.”
Entre os autores recomendados pela docente a seus alunos estão o historiador Eric Hobsbawn, o linguista Marcos Bagno e o sociólogo Ruy Braga, além de uma canção de Chico Buarque e documentários sobre Milton Santos e a participação dos Estados Unidos no golpe militar.
O texto do advogado provocou discursos inflamados nas redes sociais. “Tenho verdadeiro nojo das pessoas que tem me procurado anonimamente na internet”, afirmou Tibiriçá.
Tudo começa quando a Cléo, em conversa privada com os alunos em um grupo de e-mails, discorre sobre a produção de uma atividade extra-sala, pedida por ela. “Não sei como, isso foi parar no artigo do Sr. Nagib, completamente deturpado e descontextualizado”, afirma a educadora, que não sabe dizer se há alunos seus fornecendo informações do curso ao membro do Millenium
A campanha contra a professora foi condenada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza (Sintesp), que promete apoio jurídico à educadora caso ela deseje levar o caso aos tribunais. Confira entrevista na íntegra com Cléo Tibiriçá.
Fórum - Como a senhora tomou conhecimento de que estava sendo perseguida?
Cléo Tibiriçá - Recebi dois e-mails do coordenador do blogue [Escola Sem Partido]. No primeiro e-mail, ele me dizia que publicaria nas semanas seguintes alguns artigos denunciando uma suposta “prática doutrinária” da minha parte. Achei que fosse alguma brincadeira e nem respondi. Quatro dias depois, recebi um segundo e-mail dele dizendo que estava publicado o primeiro artigo e que eu tinha o direito de resposta.
Bom, aí percebi que era algo sério. Fui pesquisar quem era esse cara [Miguel Nagib] e o que significava esse blogue, aí fiquei apavorada, óbvio.
Fórum – Algumas pessoas, nas redes, defendendo o Nagib, afirmam que a Fatec, como instituição pública, não pode difundir orientações políticas em seus cursos. O que a senhor pode dizer sobre isso?
Tibiriçá - Isso é um absurdo. O que eles chamam de orientação política? A Fatec é sim uma instituição pública, mas em educação não existe professor que não entre em sala de aula com a sua visão de mundo e não existe instituição de educação em cujo espaço não conviva diferentes visões, tanto na gestão, como nos docentes e nos alunos.
Fórum – Houve divulgação de mensagens particulares suas com os alunos?
Tiibiriçá - Quase todo professor constrói, no Yahoo, um grupo de e-mails com os alunos, para discutir questões da disciplina. No grupo de uma determinada turma, nós trocamos informações sobre uma atividade que solicitei aos estudantes, de produção textual. Essa atividade tinha como base um artigo publicado pela Carta Capital, que falava de quando os alunos do curso de Economia de Harvard, do professor Mankiw [Gregory] se recusaram a assistir a aula dele. O epsódio acontece no auge da crise americana e os alunos queriam que Mankiw abordasse outras teorias econômicas. Eles saíram e deram apoio aos manifestantes do “Occupy. Pedi a leitura desse artigo e que lessem, também, sobre as referências citadas no texto. Os alunos precisam saber quem é Gregory Mankiw, o que foi o “Occupy”, o que é liberalismo clássico, neoliberalismo, enfim, nosso curso é de Comércio Exterior, e esses alunos têm que saber sobre esses assuntos.
Alguns alunos fizeram a recomendação de um livro, que eu desconhecia, e fui perguntar para alguns professores da área de Economia, e esses colegas me desaconselharam a usar o livro. Na correspondência interna, com os alunos, eu desancoselhei a leitura e pedi que lêssemos gente boa, os clássicos mesmo. Não sei como, isso foi parar no artigo do senhor Nagib, completamente deturpado e descontextualizado.
Fórum – Ele chama o material utilizadode “subversivo”. Isso lhe remete a outras épocas?
Tibiriçá - Sem dúvida. Me leva para épocas horrorosas, em que até o “Pequeno Princípe” era considerado “subversivo”.
Fórum – Desde a publicação do artigo, como tem sido sua rotina?
Tibiriçá - Minha vida se tornou um inferno, meu telefone não para de tocar em nenhum momento. Na Fatec, meus alunos tem falado muito sobre isso. Tenho visto meu nome envolvido com acusações das quais não posso me defender. Me chamam de marxista, meu Deus, peço desculpas aos meus amigos marxistas, isso é de uma ignorância tão grande, pois é tão difícil se encontrar um de verdade, e eu não sou. Tenho verdadeiro nojo das pessoas que tem me procurado anonimamente na internet…
Fórum – Você já foi ameaçada?
Tibiriçá - Não, tenho sido intimidada. São ofensas e também há pessoas que dizem que vou para o inferno, que vou pagar em outras vidas, enfim…
Fórum – A senhora pretende processar Miguel Nagib?
Tibiriçá - Não sei ainda, tenho refletido sobre isso. Alguns advogados me procuraram sugerindo que eu o processe, mas estou pensando.

Como o caro leitor sabe, o instituo mileniunn é um espaço que foi criado e é financiado pela extrema direita do país, com o intuito de discutir alternativas, entenda-se golpes de estado e perseguições, aos projetos e práticas de seus adversários  políticos.
Lá estão os grandes veículos de mídia  e grandes corporações, além de alguns artistas que apóiam a "causa " do mileniunn.
Muitos são jornalistas , colunistas, comentaristas políticos de rádio e tv de grandes veículos da velha mídia.
Fazem um revezamento, diário, com crônicas em grandes jornais, como o globo , por exemplo.
Entre os mileniun's boys podemos encontrar  o almofadinha decadente Nelsinho Motta, o teatral Glauber frustrado Arnaldo Jabor  e o palhaço Marcelo Madureira.
Com posições e conceitos supostamente democráticos, se apresentam para seus leitores com textos impregnados de futilidades culturais, onde desejam passar a idéia de uma vanguarda do pensamento nacional, quando , de fato, são aliados do que existe de ideário mais reacionário do país.
Perseguir pessoas, por conta de posições políticas e ideológicas, é um retrocesso inaceitável que nos remete aos tristes e obscuros anos da ditadura militar.
Patrulhar o ensino em escolas públicas, justo por um segmento da sociedade onde se situa o instituto mileniunn que deseja banir todo tipo de serviço público ( saúde, educação, etc..) é algo que deve ser combatido. 
Para essa gente reacionária, saúde e educação são negócios, e deveriam ser todos privatizados.
Isso não significa dizer que a educação e a saúde pública vão as mil maravilhas, mas a questão principal para melhorar esses serviços não passa por perseguições políticas , mas sim pela criação , e alguns casos a ampliação, do que existe de melhor nesses serviços que são prestados gratuitamente à população.
Posições políticas e ideológicas de profissionais da saúde e da educação públicas, mesmo que se façam presentes em livros e conteúdos relativos a prática desses profissionais, são pontos fora da curva, exceções, que não merecem a atenção tendo em vista as reais carências e oportunidades de melhorias que tais serviços apresentam.
Enquanto isso, a velha imprensa e seu aparato midiático , doutrinam, ou tentam doutrinar, diariamente a população brasileira com um noticiário totalmente desfocado das conquistas nesses 11 anos de governos do povo.
Estariam os reacionários do milleniun querendo proibir livros ?

Os Maiores Bandidos do País

Pouco mudou em 50 anos

publicado em 30 de novembro de 2013 às 11:56
 
Mudou  um pouco, para pior, claro.
Atualmente globo rejeita até a existência de meteoritos no céu.
A verdade é dura.
Globo é contrário aos interesses do povo e apoiou a ditadura militar.
Trabalha, diariamente, de forma alucinada para que o PT, vitorioso no governo, não vença as próximas eleições.
O capitalismo , para globo, é sinônimo de exploração máxima com escravidão.
Na lista dos maiores bandidos do país, globo deve liderar com folga.
 

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

PAPIRO

Aviso Fúnebre.
Acaba de falecer a mídia impressa

A curva circulação é um tobogã em direção à irrelevância.



Amigo navegante que não lê jornal há uns dez anos envia esse gráfico e essa tabela que mostram a acelerada irrelevância da mídia impressa que, no Brasil, recorre ao Golpe de Estado como quem procura um salva-vidas no naufrágio.

Primeiro, percebe-se a vertiginosa curva pra baixo da circulação dos jornais americanos.

Não há junta médica da UNB que os ressuscite.

A outra tabela é mais reveladora ainda.

Trata do futuro, do potencial.

Perceba, amigo navegante, que há três informações para cada mídia.

O tempo gasto na mídia vs a porcentagem daquela mídia sobre o gastos com publicidade.

Observa-se, por exemplo, que as mídias móveis, o rádio e a mídia digital recebem, ainda, menos publicidade do que têm de audiência.

O mais importante, porém, é o potencial de crescimento da receita publicitária.

O potencial de crescimento da mídia impressa é negativo: 77% pro buraco.

Essas informações foram extraídas do site americano “Statista”.

 
Fonte: CONVERSA AFIADA

Como O PAPIRO vem afirmando em suas postagens, a velha mídia impressa, assim como os higiêncios telejornais com apresentadores vestidos como banqueiros, tornam-se a cada dia mais e mais irrelevantes.
Com a grande quantidade de sites informativos na internete, e muitos de excelente qualidade com um jornalismo crítico, é possível para qualquer pessoa montar o seu próprio jornal diário, ou seja, ler as notícias relevantes através de opiniões e artigos em diferentes sites, criando, desta forma, o seu próprio jornal diário, isso sem a necessidade de comprar impressos nas bancas ou assistir telejornais teatrais.
O ato de montar e ler seu jornal diário não tem nada a ver com criar um blogue para produzir informações, como afirmou uma certa mídia decadente carioca em referência a uma postagem do PAPIRO onde havia a citação para a máxima da internete:
"Monte, você mesmo, seu jornal diário"
Certamente, com o hábito de criar  e ler seu jornal diário na internete, o caro e atento leitor, com o passar do tempo, pode ter sensibilidade em determinados assuntos  e se interessar em criar um blogue para divulgação e troca de informações que julgue relevante.
Aliás, em tempos de decadência da velha mídia comercial, a internete  já se transformou em um dos principais palcos para debates sobre os grandes temas de interesse.
Assim, naturalmente, surgiu  O PAPIRO , que em seu ano II vem disponibilizando conteúdos em prol do avanço do processo democrático do país, sempre em concordância com a proposta de  emergência de um governança , local e mundial, que priorize a ética, a transparência , valores altruísticos e justiça social.
 

Ciência Livre - Um Novo Renascimento

Ciência Livre: vale a pena um professor criar o seu blog

É incrível sermos inundados por bobagens nos meios de comunicação sem que o peçamos, e que dificultemos o acesso a trabalhos científicos essenciais.

por Ladislau Dowbor. Ver o artigo completo em CARTA MAIOR. Publicado em  28.11.2013

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O  IMPACTO  DA CIÊNCIA  SOBRE  A VISÃO DO MUNDO

Verônica Rapp de Eston -Professora associada aposentada da Faculdade de Medicina e co-fundadora do Centro de Medicina Nuclear da Universidade de São Paulo

Artigo publicado na Revista THOT, edição n° 53, de 1990



Em vários momentos da história da humanidade, o desenvolvimento científico teve um impacto decisivo sobre a visão de mundo. Na Mesopotâmia, por volta de 4500 a.C., a partir da observação do movimento dos astros, surgiram a astrologia, a física e a matemática e, em decorrência disso, uma classe de sacerdotes cuja influência foi predominante durante muitos  séculos. As descobertas científicas do século XVI levaram ao que, posteriormente, foi chamado de "revolução copernicana". Graças as observações celestes propiciadas pelo desenvolvimento do telescópio ( Nicolau Copérnico, 1473-1543), Galileu Galilei concluiu que o universo não era geocêntrico, isto é, não girava em torno da Terra; esta, sim, girava em torno do Sol. Ao afirmá-lo ele contradizia frontalmente os ensinamentos da Igreja, tendo sido, por isso, obrigado a abjurar, para não ser queimado por ordem da Inquisição.

Em consequência de tais o observações realizadas pelo homem, houve um tremenda aceleração nas ciências físicas e um decĺínio da força política da Igreja. Grande parte das questões relativas à posição do planeta Terra no universo e à natureza e significação dos corpos celestes deixou de ser da alçada da teologia e da filosofia e passou para o campo da pesquisa empírica; problemas que antes  eram submetidos à  apreciação das autoridades eclesiásticas ou de eruditos passaram a ser o objeto de observações sistemáticas e experiências.
Essa transferência de autoridade propiciou um novo conhecimento do homem e de seu universo, permitindo  a "explosão da ciência", que desde então tem exercido uma poderosa influência sobre a imagem e a concepção  de humanidade. Entretanto, a ciência está novamente no limiar de uma série de transformações, cujas consequências podem ter um alcance ainda maior do que aquelas que emergiram das revoluções de Copérnico, Newton, Darwin e Freud.
Questões relativas à consciência e à percepção, experiências subjetivas  e transpessoais, as raízes dos postulados de valores fundamentais e assuntos correlatos constituem hoje um grupo de preocupações que, tal e qual aquelas relativas ao universo físico, começam a se deslocar da esfera das investigações teológicas e filosóficas para o domínio da pesquisa empírica.
O espírito da ciência clássica é de indagação aberta e sem preconceitos a respeito de tudo aquilo que interesse ao pesquisador. Segundo Conant ( 1951), a ciência clássica assenta sobre os seguintes axiomas:
- a razão é o instrumento supremo da humanidade;
- o universo é basicamente físico e ordenado;
- essa ordem pode ser descoberta pela ciência e definida o objetivamente;
- a observação e a experimentação são os únicos meios válidos para  descoberta da verdade científica, que é sempre independente do observador;
- os conhecimentos adquiridos pelo uso da razão libertarão a humanidade da ignorância e conduzi-la-ão a um futuro melhor.

Tais axiomas, no entanto, frente aos recentes progressos em diversas fronteiras da indagação científica, tornaram-se menos seguros.

Paradigmas em transformação

Existe uma relação recíproca entre a pesquisa científica e a sociedade em que ela emerge. Os conhecimentos científicos geram aplicações tecnológicas que, por sua vez, modificam o ambiente cultural.
A lenda grega de Prometeu ilustra magistralmente esse aspecto da ciência. O audacioso Prometeu roubou o fogo dos deuses e, dessa maneira, deu ao homem o controle sobre seu próprio destino. Epimeteu, seu irmão, deleitava-se em brincar com aquelas descobertas, inconsciente das suas consequências. Irados com o roubo, os deuses vingaram-se; enviaram a Epimeteu uma esposa, Pandora; ela possuía uma caixa que, uma vez aberta, derramava sobre a humanidade doenças e aflições; somente a Esperança permanecia na caixa, a fim de preservar o equilíbrio mental do homem diante de seu novo infortúnio.
A respeito disso , De Ropp ( 1972) assim se expressa: " Nossa  época, a idade dos novos Prometeus, ilustra, como nenhuma outra, a profundidade do mito de Prometeu. Jamais os Prometeus  foram tão ousados ou os Epimeteus, tão imprudentes, e nunca a caixa de Pandora esteve tão abarrotada de ameaças".
Os mitos e as imagens de uma determinada cultura, por seu lado, influenciam de maneira marcante aquilo que parece ser possível e tudo o que é aceito cientificamente ou de outra maneira.  As observações não são independentes do observador, como ressalta o físico nuclear Martin Deutsch (1959):" No meu próprio trabalho fiquei perplexo pela maneira como uma idéia preconcebida do pesquisador pode influir sobre os resultados das suas observações. Thomas Kuhn (1970) usou a expressão "paradigma científico" para descrever o modelo geral segundo o qual o homem percebe, conceitua, e valoriza os dados da realidade de acordo com uma determinada imagem dela que prevalece na ciência, ou em certos ramos da ciência, em dada éṕoca. Considera-se  "ciência normal " o conjunto desses paradigmas aceitos num contexto definido. Quando há um acúmulo de dados discrepantes ou anômalos em relação aos paradigmas "normais" acontecem os períodos de crise na ciência, para que então se retomem certos temas rejeitados e tidos como tabus durante anos. É como dizia Bernard Shaw: " Todas as grandes verdade começam como blasfêmias ". Eis apenas alguns exemplos bastante conhecidos: as críticas feitas por Galileu e outros ao geocentrismo, que por pouco não os levaram à fogueira; as descobertas de Mendel, em 1865, relativas aos genes, que permaneceram ignoradas por 35 anos; o estudo da anatomia, durante anos considerado uma violação do "templo do corpo"; as teorias de Darwin sobre a evolução das espécies, ridicularizadas e rejeitadas durante praticamente toda a sua vida, e que ainda hoje se chocam com conceitos religiosos mais estreitos sobre a " criação do homem".
No século XVIII houve uma grande contovérsia quanto aos meteoritos , pois não se aceitava que aquelas rochas pudessem ter caído do céu; assim , os museus os jogavam fora por não serem "reais". Hoje, os cientistas  se consideram mais esclarecidos e abertos a novas descobertas; no entanto, subsiste uma série de preconceitos: não há explicação para os OVNIs, mas eles podem ser observados; nota-se uma resistência às pesquisas ligadas ao cérebro e à mente; os fenômenos de percepção extra-sensorial são analisados com descrença pela ciência oficial.
Verificamos , assim que uma determinada visão de mundo - seja da população em geral, seja dos meios científicos - pode vir a se constituir um obstáculo para o desenvolvimento de conhecimentos importantes e, muitas vezes, fundamentais para o homem.

As limitações do processo científico em si

 A atividade humana em que  ciência se baseia  é a observação e o seu registro, o que representa limites impostos pelo próprio processo de descrição. A esse respeito, Margenau (1963) assim se expressa: " A ciência não mais contém verdades absolutas. Começamos a duvidar de proposições fundamentais, tais como o princípio de conservação da energia, o princípio de causalidade e muitas outras que pareciam firmes e inabaláveis no passado".
Outra limitação importante é a orientação, mais ou menos exclusiva, pra uma maneira analítico-racional de resolver os problemas, embora muitas das descobertas fundamentais da ciência- desde Arquimedes, passando por Newton e Einstein - tenham decorrido de um lampejo de revelação conhecido como "intuição" e só, a posteriori, sido comprovadas experimentalmente. A ciência ocidental tem encontrado dificuldades em definir a intuição. Segundo pesquisas recentes, constatou-se que a capacidade  de expressão lingüística e o raciocínio analítico estão associados ao lado esquerdo do cérebro, enquanto o lado direito lida com a percepção sintética, global. Ao se levar em conta somente as funções da porção esquerda do cérebro, deixa-se de admitir a intuição.
A terceira limitação do processo científico é a especialização ou fragmentação da pesquisa científica, um subproduto da complexidade crescente da ciência. Apesar dos avanços que proporcionou, a especialização tem levado à perda da visão de conjunto a à dificuldade na interpretação global dos fenômenos.
Em decorrência disso  surgiu o método reducionista, assim descrito por Ashby (1973): " Na presença de um sistema, o cientista responde, automaticamente, desmanchando-o em pedaços. Os animais foram reduzidos  a órgãos e, estes, estudados microscopicamente como células; as células foram estudadas como coleção de moléculas e, estas, decompostas em átomos. Os reducionistas afirmavam como dogma  que toda ciência deveria necessariamente avançar dessa maneira." Conheça as propriedades de cada parte e, ao juntar todas as partes, conhecerá o conjunto'. Esse método, levado ao absurdo,  conduz à afirmação de que 'a vida nada mais é que física e química'. Szent-Gyorgi(1961) chega a declarar que 'a biologia depende do critério do físico'." No século passado houve grande progresso ao se utilizar tal método, pois eram estudados sistemas em que havia pouca ou nenhuma  interação entre as partes ( nesse caso, o todo seria a soma das partes). Contudo, nos sistemas que envolvem múltiplas interações entre as partes componentes - como os biológicos ou os ecológicos - a teoria reducionista não consegue explicar o funcionamento do todo.
Por fim, está sendo questionada  também uma idéia clássica da ciência, a de que o mundo objetivo explorado pelos vários métodos científicos é independente da experiência subjetiva do pesquisador. Na física das partículas, a perturbação do sistema objetivo pelo ato da observação passou a ser conhecida  como "princípio da incerteza de Heisenberg". Mas é na área das pesquisas psíquicas que ela pode ser detectada com maior nitidez, pois os fenômenos psíquicos só terão uma realidade em si se mente do observador for parte integrante do experimento.
Assim , a atual visão de mundo foi grandemente influenciada pelo conhecimento do mundo físico, o que contribui para a ênfase materialista da cultura como um todo. O desenvolvimento da ciência contemporânea desafia os velhos paradigmas científicos, influindo decisivamente sobre a formação da imagem do homem. Um não é a causa do outro, mas ambos devem se mover conjuntamente.

Fronteiras cruciais na pesquisa científica

Contestações aos paradigmas  passados tem surgido em fronteiras avançadas das pesquisas. Isso se dá em campos os mais diversos - a física, a biologia, a psicologia, a parapsicologia, etc. - como mostraremos a seguir.

Física moderna e cosmologia

Idéias novas e revolucionárias começam a se desenvolver a partir de 1870, quando Clifford sugere que uma partícula de matéria não passa de uma espécie de montículo no espaço geométrico. Pesquisas posteriores, de Maxwell, Planck e Einstein, culminaram na afirmação de Bohr: a luz tanto poderia ser onda como partícula. Einstein reuniu as noções de tempo e espaço na sua Teoria da Relatividade Geral e, sugeriu não somente que matéria  e energia dividem a mesma equação, mas que a gravidade também pode ser incluída numa teoria de campo unificado. Repentinamente, o universo  se transformava em pura geometria. Nas palavras de Margenau ( 1963): " O átomo sólido e duro transformou-se , quase que completamente, em espaço vazio. Os elétrons podem ser pontos, singularidades matemáticas, perseguindo o espaço".
Na realidade tudo parece estar recuando.  Como a   relatividade Geral predisse, o universo está em contínua expansão. Ultrapassamos a limitada visão copernicana do astro solar com seus planetas e descortinamos uma imensa galáxia em forma de disco com 100 mil anos luz de diâmetro, povoada de 100 bilhões de estrelas, expandindo-se a uma velocidade de 35 quilômetros por segundo. E essa é apenas uma das muitas galáxias existentes num universo cujo limite conhecido está a bilhões de anos luz de distância e repleto de milagres estranhos, como quasares, pulsares e buracos -negros. Em meio  a isso, levantam-se postulados mais estranhos ainda, como antimatéria, o tempo retrocedendo, massa negativa e partículas que viajam a velocidades maiores que a luz.
Além disso, como dizia Jeans (1973), " o universo começa a se assemelhar mais a um grande pensamento do que a uma grande máquina ". A física moderna e a cosmologia colocaram a humanidade em um universo imensamente mais rico e extraordinário do que a visão copernicana poderia imaginar. Segundo LeShan (1969), a imagem do homem cósmico, na física moderna, é muito semelhante à do "homem no universo " das filosofias orientais: nestas, a realidade é aparente,dinâmica e habitada tanto pela harmonia quanto pela singularidade (estranheza). Antes, a interpretação histórica do tempo  era subordinada à busca de poder, simbolizada pela mecânica newtoniana, que tratava os corpos que se movem no espaço como recipientes inertes, desprovidos de energia. A idéia do espaço-tempo de Riemann, mostra já um forte toque chinês: " Campos de força compõem e extensão do universo, que apresenta uma infinidade curvilínea".

Outras ciências físicas e biológicas

Em duas áreas das ciências físicas houve um impacto fortíssimo sobre a imagem do homem. Uma delas diz respeito a entropia², cujo conceito emergiu do estudo da termodinâmica³. De acordo com a Segunda Lei da Termodinâmica, os sistemas isolados tendem naturalmente para um estado de desordem máxima e o universo será fatalmente invadido pelo caos. Sendo essa uma lei da natureza, nada pode ser feito para evitá-lo; o ser humano e a vida passam a ser vistos como insignificantes, não existe um processo possível de evolução, pois o universo está em decadência. Todavia, Huxley(1963) e outros contrapuseram o argumento de que os sistemas vivos esto sujeitos a condições diferentes. Assim , a entropia deve ficar restrita ao tratamento de sistemas fechados, em estado de equilíbrio e sem intercâmbio com o meio ambiente. Os sistemas vivos, ao contrário, são abetos e estão em constante troca com o seu meio ambiente; portanto, o resultado final será diferente. A situação atual da física, onde não é mais possível a certeza absoluta, nos adverte de que  os paradigmas científicos são falíveis.
De maneira semelhante, a visão mecanicista da cibernética de que " o cérebro é simplesmente uma máquina de carne" se transformou no conceito de que o computador é uma extensão do sistema nervosos humano. Porém, segundo McLuhan, os computadores  poderão somente aumentar o intelecto humano, jamais terão consciência de si mesmos, como o homem. A consciência humana parece ter propriedades que nunca poderão ser criadas artificialmente.

O ser humano como espécie

Os estudos da dinâmica de crescimento da população humana demonstram que a humanidade apresenta características de crescimento semelhantes às de outras espécies vivas. No início, deve ser garantida a sobrevivência do indivíduo através da competição e da permanência do mais apto. Mais tarde, o que importa é o comportamento global da espécie, isto é, a cooperação e a permanência do mais sábio. Essas pesquisas revelam que o homem precisa evoluir apoiado numa imagem de seu ser que leve em conta a sobrevivência de toda a espécie.
Intimamente relacionados a estes conceitos estão os estudos da ecologia, que modificaram totalmente a imagem do homem. Ele deixou de ser o conquistador da natureza e passou a cooperar com ela, pois se deu conta de que há  uma interdependência entre a existência humana, a de outras espécies e o meio ambiente como um todo.
Por outro lado, a teoria da evolução se ampliou, passando do nível das espécies para o nível molecular-atômico. Darwin (1859) foi o primeiro a considerar a inter-relação de todas as espécies, como um todo em evolução. A revelação da existência dos genes, por Mendel, evidenciou o mecanismo da hereditariedade, e a descoberta levada a cabo por Watson, em 1953,  de que o DNA(4) é o veículo da informação genética, levou os conhecimentos ao domínio molecular.
Essas descobertas desencadearam um acirrado debate sobre a importância do acaso ou do determinismo no processo de evolução. Monod (1971) afirma  que "somente o acaso é a fonte de todas as inovações, de toda a criação na biosfera". Dessa maneira, a espécie humana seria puramente um resultado do acaso. Entretanto, outros pesquisadores, como Waddington e Weiss (1969), declaram que o gene sofre influência do meio molecular e orgânico. Os sistemas que se desenvolvem pela evolução seriam, assim, os cadinhos de um processo criativo ( Dobzhansky, 1971), e a evolução tenderia a sistemas cada vez mais complexos e sofisticados. Em nossa espécie, a cultura é um fator de influência devido ao cérebro, órgão cuja evolução é favorecida por sua capacidade de permuta de experiências e pensamentos ( Foerster, 1971). Teilhard de Chardin já havia observado, em 1961,  que " a evolução é uma ascensão em direção à consciência". Em função disso , o homem estaria na vanguarda desse processo cósmico de evolução ( Huxley, 1963).

Biologia molecular e genética

Os atuais desdobramentos das ciências biológicas  revelam que a unidade básica da vida é a célula e que suas informações são armazenadas nas moléculas de DNA dos genes. Essa descrição totalmente física dos sistemas vivos ameaçou as filosofias "vitalistas", que defendiam o ponto de vista da existência de um componente especial, não físico, nas entidades vivas. Segundo Hayes (1971), essa visão do homem como um produto final complexo e mesmo previsível de uma evolução macromolecular terá, certamente, um efeito profundo sobre as nossas atitudes sociais , éticas e políticas.
Atualmente predomina o conceito de que o homem é o resultado final de sua constituição genética, que lhe fornece o potencial sobre o qual atuam as experiências adquiridas, principalmente, na primeira infância; os genes dariam ao homem o potencial a ser modelado pelo meio ambiente. Entretanto, o conceito de carma das doutrinas do Oriente sugere que, no futuro, outras influências poderão ser incluídas.
As noções mais recentes de engenharia genética e de clone(5) aventam a possibilidade de manipulações genéticas por parte do próprio homem, quando a natureza humana estaria sujeita à sua escolha, o que poderia reavivar processos de eugenia(6).

Exobiologia e origem da vida

As pesquisas de Miller (1963) e Fox (1971) demonstraram que os aminoácidos podem se formar espontaneamente a partir de seus componentes químicos elementares e dar origem a formas mais complexas de proteínas, principal componente dos organismos vivos.  Por outro lado, descobriu-se que,  desde a formação do nosso planeta até o aparecimento das formas de vida mais simples, meteoros trouxeram do espaço milhões de toneladas desses mesmos aminoácidos para a Terra.  Oistraker (1973) assim se expressa: " Os átomos do seu corpo já passaram por vários astros , eles já foram ejetados, muitas vezes, como gases de estrelas em explosão ". Tais noções fomentam a procura de outras formas de vida nos planetas de nossa galáxia e conduzem à "biologia cosmológica ", conforme definida por Bernal ( 1965): " Uma biologia verdadeira, em seu pleno sentido, seria o estudo da natureza  e atividade de todos os objetos organizados onde quer que sejam encontrados nesse planeta, em outros do sistema solar, ou em outras galáxias, em todos os tempos, no passado ou no futuro".
Sem dúvida alguma, o aumento dos conhecimentos nessa área é de primordial importância para as mais profundas e antigas questões biológicas e filosóficas e terão um impacto decisivo sobre os nossos sistemas religiosos, filosóficos e políticos (Handler, 1970).

Pesquisas do cérebro

Na medicina, uma das fronteiras que mais avançam é a da pesquisa das funções cerebrais. Os primeiros estudos do cérebro já demonstravam, no final do século XVIII, que ele pode ser exitado eletricamente. Do fim do século passado a meados deste, as pesquisas permitiram o mapeamento minucioso das áreas do cérebro por meio de eletrodos finíssimos introduzidos em inúmeros pontos, com estimulação elétrica posterior. Segundo Delgado (1969), " o estímulo elétrico de estruturas cerebrais específicas pode provocar, manter, modificar ou inibir funções autônomas e somáticas, o comportamento individual e social e as reações emocionais e mentais tanto no homem como em animais. O controle físico de inúmeras funções cerebrais é um fato demonstrado, porém as possibilidades e limites desse controle ainda são desconhecidos".
De igual importância são os resultados de pesquisas mais recentes sobre a química das funções cerebrais, de acordo com os quais a desnutrição pode produzir sérios danos para o cérebro em desenvolvimento. Outras teorias sugerem o envolvimento de processos químicos no cérebro relacionados com a aprendizagem e a memória; por meio de experiências realizadas em camundongos de linhagem altamente purificada, detectaram-se diferenças genéticas naqueles processos. Foram descobertas também muitas substâncias químicas cujos efeitos vão desde a alucinação até a tranqüilização e o transe.
Baseando-se nessas pesquisas, Delgado propôs uma sociedade psicocivilizada, que seria manipulada por processos elétricos, semelhante às sociedades controladas descritas por Huxley ( Admirável mundo novo) e Orwell ( 1984).
Outros estudos focalizam a divisão do cérebro em duas metades, sendo a esquerda a que fala, raciocina, lê esta página, por exemplo, e a direita a responsável  pela orientação no espaço, a imagem corporal, o reconhecimento de faces, etc. Esta parte processa a informação de maneira mais difusa e integra informações com maior rapidez; a esquerda é analítica e reducionista, a direita holística(7) e interativa. Sperry (1967) observa que essa assimetria funcional do cérebro parece ser exclusiva dos mamíferos superiores e está mais desenvolvida no homem. Nos indivíduos normais, ambas as partes estão conectadas e há um intercâmbio de informações. O estudo das complexas inter-relações de ambas apenas se inicia e ainda esbarra em dificuldades quando se trata das funções mentais mais elevadas e de especificar quais os centros que governam as diferentes atividades.
As técnicas de feedback (8) mais recentes trouxeram uma grande contribuição nessa área. No Ocidente, fazia-se uma distinção entre o sistema nervosos voluntário ( autônomo) e o involuntário ( vegetativo ). No Oriente, por outro lado, há milênios se afirma que qualquer função do corpo pode ser modificada conscientemente, o que tem sido confirmado pelas últimas pesquisas - pode-se  controlar as funções orgânicas mediante um treinamento adequado. Afastamo-nos, assim, da imagem "robotomórfica" criada pelas pesquisas dos controles elétricos e químicos do cérebro.
De acordo com Anokhin (1971), é verdadeiramente astronômico o número possível de estados do cérebro, e, para alguns,  ele se assemelha cada vez mais a um enorme holograma (9) ( Pribram, 1971). Eis o comentário de Weisskopf (1972): " Quanto mais penetramos na complexidade dos organismos vivos, na estrutura da matéria ou nas vastas expansões do universo, mais nos aproximamos dos problemas fundamentais da filosofia natural. De que maneira um organismo em crescimento desenvolve suas estruturas complexas ? Qual é significado das partículas e subpartículas que compõem a matéria ? Quais são a estrutura e a história do universo ?"

Ritmos biológicos e campos bioelétricos 

A  biologia moderna pesquisou sobretudo os aspectos químicos dos seres vivos. Em décadas recentes, porém, outros fatores foram verificados, como o efeito das radiações eletromagnéticas e das flutuações geomagnéticas sobre os parâmetros da funcionalidade humana ( tempo de reação, humor, e a velocidade dos processos biológicos ). Relacionou-se, por exemplo,  a maior procura hospitais psiquiátricos com a ocorrência de flutuações geomagnéticas. Só recentemente a "poluição eletromagnética" vem sendo investigada ( Healer, 1970).
Muitos dos fenômenos ambientais são de natureza rítmica, podendo-se dizer o  mesmo em relação ao homem. Ressurgiu, então, o interesse pelos ritmos biológicos, a sua significação para o ser humano, da forma de pesquisas que lembram as dos antigos astrólogos pela ênfase dada à relação entre ambiente cósmico e acontecimentos humanos.
Em escala mais ampla, os padrões rítmicos de muitos fenômenos sociais, tais como guerras e conflitos, evocam a imagem  aristotélica do universo como um organismo - o conceito cosmobiológico da natureza. Consideradas globalmente,
as pesquisas científicas vêm corroborar a concepção oriental de indivíduo, concebido como parte essencial de um processo evolucionário cósmico.

Pesquisas sobre consciência

A ciência ocidental tem estado preocupada exclusivamente com o conhecimento objetivo, com a relação das coisas entre si, sem levar em consideração  a consciência do observador. Entre este e a realidade levantou-se uma barreira de instrumentos. Nos anos mais recentes, porém, os estados de consciência em si têm despertado grande interesse. Estudam-se os fenômenos do sono, dos sonhos, a meditação, o controle das ondas cerebrais, ioga, hipnose, etc.  O eletroencefalógrafo e a monitoração dos movimentos dos olhos durante o sono estão trazendo contribuições valiosas para as pesquisas. Verifica-se que muitos estados alterados de consciência podem ser estudados através de métodos científicos, deixando de ser fenômenos puramente religiosos ou místicos. Na realidade, a consciência "normal" é apenas uma parte das potencialidades humanas totais, da mesma forma que a luz visível não passa de uma fração mínima de todo o espectro eletromagnético.

Hipnose

Ela pode ser definida como um estado mental geralmente induzido por outra pessoa, em que, por sugestão, há um controle sobre estados habitualmente fora do domínio do hipnotizado. Nesse estado, pode-se controlar a dor e os processos físicos  (o fluxo sanguíneo), tratar de diversas moléstias e aumentar as habilidades mentais, a memória e a criatividade. Esses fenômenos são produzidos também por auto-hipnose e auto-sugestão. Tem sido amplamente empregados na medicina através do "treinamento autógeno", introduzido por Schultz (1950) e Luthe (1963), visando relaxamento, tranqüilização e aumento do fluxo sanguíneo para mãos e pés. A lista de usos potenciais  da hipnose é extensa, e a maior parte das pessoas está apta a aprender técnicas da auto-hipnose. Entretanto, a preferência por processos físicos-químicos e cirúrgicos é tão grande na medicina ocidental, que mesmo processos psicológicos são tratados com drogas e psicocirurgia ao invés dos métodos psicológicos.

Biofeedback (10)

Essa técnica dá à pessoa uma indicação precisa e imediata sobre determinado processo  físico no momento em que ele ocorre. As pesquisas mais conhecidas sobre o controle das ondas cerebrais foram feitas por Kamiya (1969), que recorreu ao eletroencefalograma¹¹. Quando surgem as ondas alfa, soa uma campanhia e o sujeito deve registrar de que maneira está pensando naquele momento, tentando manter esse estado de consciência. Com esse método, consegue-se aumentar a proporção de ondas alfas após um treinamento de algumas horas e se aprender a controlar estados internos, como pressão sanguínea, frequência cardíaca, temperatura do corpo e da pele e até a atividade elétrica de células da medula espinhal. Esse método demonstrou, com técnicas ocidentais, aquilo que métodos orientais como a ioga e a meditação já haviam alcançado há milênios - a possibilidade de um controle psicossomático sobre muitas  das funções neurovegetativas. Além do mais, a pessoa treinada nessa técnica se torna mais sensível às modificações do meio ambiente, como mudanças magnéticas ou eletromagnéticas.

Os sonhos

São os estados alterados de consciência mais comumente vivenciados pelas pessoas. Desde tempos imemoriais tenta-se interpretar os sonhos, do que se valeram também os psicoterapeutas, como Freud (1950), Jung (1953) e outros. Na década de 50, Aserinsky e Kleitman (1955) descobriram um método muito simples de se estudar os sonhos: o indivíduo adormecido passa por vários ciclos de sono e de sonhos, que são acompanhados de movimentos rápidos dos olhos ( REM¹²); estes vão sendo registrados e, em dado momento, a pessoa é acordada, quando deve se recordar do que estava sonhando. Esse método demonstrou que as pessoas tem uma vivência extensa e importante durante os sonhos, que contribui para sua saúde psicológica, emocional e física. Eis as principais conclusões a que se chegou até o momento: o ato de sonhar é essencial para a saúde mental, e sua privação tem efeitos psicológicos nocivos; os sonhos podem indicar soluções para problemas pessoais de ordem prática; eles também favorecem as criações literárias e artísticas; eles podem apontar conflitos e necessidades emocionais, como também mensagens de percepção  extra-sensorial , ou PES ( telepatia, precognição e outras).

Meditação

Embora seja prática comum no Oriente há milênios, só recentemente a ciência ocidental tem procurado esclarecer esse fenômeno através de  técnicas científicas. Existem dois tipos básicos de meditação: no primeiro, o indivíduo se concentra em um objeto, pensamento, som ou qualquer outra sensação interna ou externa, com o qual tenta se fundir; no outro, ele procura esvaziar a mente de pensamentos , idéias e sensações. As pesquisas demonstram que durante a meditação há uma diminuição das taxas de metabolismo basal, respiração, fluxo sanguíneo e consumo de oxigênio, além de um aumento das ondas alfa no cérebro e maior relaxamento (Wallace, 1970). Os efeitos psicológicos relatados são múltiplos: recordação de experiências, capacidade de abstração, modificação na cor e forma dos objetos e, sobretudo, uma sensação de relaxamento e paz ( Deikman, 1963, e Tart, 1969 ). Segundo estudos realizados por meio de encefalograma, na técnica zen de meditação a percepção do mundo exterior é mantida ( Kasamatsu e Hirai, 1966), enquanto na ioga os estímulos externos são ignorados ( Anand, Chhina e Singh, 1961). Para que a meditação surta efeito, às vezes são necessários muitos anos de aprendizagem e prática. Os que conseguem atingir a meditação profunda relatam uma experiência psicológica que Bucke (1901) chamou de "consciência cósmica". Em 1960, ele assim a descreveu: "A característica fundamental da consciência cósmica é, como seu nome indica, a consciência do cosmo, isto é, da vida e da ordem do universo. Ela vem acompanhada de esclarecimento intelectual ou iluminação que, por si só colocaria o indivíduo  num novo plano de existência - torná-lo-ia quase o membro de uma nova espécie. A isso acrescentam-se um estado de exaltação moral, uma sensação indescritível de elevação, exultação e felicidade, e uma excitação do sentimento moral, que é inteiramente admirável e mais importante para o indivíduo e para a humanidade do que o tão enaltecido poder intelectual. Ao lado disso, surge o que se poderia chamar de 'senso de imortalidade', uma consciência de vida eterna - não a convicção de que ele deverá tê-la, mas a consciência de que ele já a possui".
Essa forma de transfiguração já foi relatada inúmeras vezes por místicos de diferentes épocas e religiões (Deikman, 1963) e indica que a meditação permite insights¹³ de partes mais profundas da consciência (14).

Drogas psicodélicas

Nos últimos decênios, tem-se pesquisado uma variedade de substâncias químicas que alteram a qualidade e as características da consciência, como o ácido lisérgico, a mescalina, a psilocibina e outras, genericamente conhecidas como drogas alucinógenas, psicodélicas ou psicoativas. Segundo Masters e Houston (1966), essas drogas aparentemente são capazes de estimular as percepções e sensações, pois dão acesso a lembranças e experiências passadas, facilitam a atividade mental e produzem alterações no nível de consciência, incluindo-se aí as experiências transcendentais de natureza religiosa, mística e cósmica. Se usadas indevidamente, porém, tais drogas podem causar uma série de perturbações mentais e atitudes anti-sociais, o que levou à  restrição de seu uso, mesmo em condições experimentais perfeitamente controladas.

Processos inconscientes e estímulos subliminais 

A teoria segundo a qual parte dos nossos pensamentos e processos mentais está fora de nossa percepção ou consciência normal está sendo plenamente aceita hoje em dia. Essa parte foi inicialmente chamada de "eu subliminal" por Myers (1903), e tornou-se mais conhecida como "inconsciente" após os estudos de Freud (1950). A princípio, a sugestão de processos inconscientes entrou em conflito coma imagem do homem racional, totalmente consciente dos seus pensamentos e do seu comportamento. Hoje, porém, já se admite que nossa consciência não chega a englobar todos os processos mentais do homem, muito embora eles influam sobre nossas ações, pensamentos e sentimentos. A noção de que os sentidos podem receber informações situadas abaixo dos níveis normais de percepção - a chamada estimulação subliminal - é também motivo de controvérsias. Ao reexaminar recentemente tal fenômeno através de métodos de pesquisa, Dixon (1972) concluiu que ele realmente existe. Em nossos dias, os estudos voltam-se para o super-consciente, para as qualidades mais positivas da mente, e,  enfatizam-se os seus aspectos criativos,  intuitivos e inspiradores (Assagioli, 1965; Aurobindo, 1972;  Teilhard de Chardin, 1961). Essas atividades superconscientes são expressas em sonhos, pressentimentos, sensações  e "conhecimento intuitivo". O novo conceito, que está sendo estudado por filósofos, psicólogos e outros pesquisadores, poderá causar um impacto sobre as noções  de psicologia semelhante ao da teoria freudiana.

Com vistas a uma ciência da consciência 

Vários autores têm buscado explicações para a consciência e suas alterações, como Lily, Muses, Tart (1972) e outros, o que indica que tal pesquisa é cientificamente possível. Até o momento, identificou-se um grande número de diferentes estados de consciência. De acordo com Tart ( 1972, 1973),  esses estudos poderão ter consequências profundas, não somente para a ciência - presa, ainda, à idéia de que o estado normal ou racional da consciência é o melhor para a sobrevivência neste  planeta e para a compreensão do universo -, como também para a visão do mundo e da humanidade. A idéia que emerge dessas pesquisas, quando tomadas em seu conjunto, é basicamente a mesma da teoria evolucionária, na qual a evolução tende para uma complexidade crescente no plano físico e maior percepção na área da consciência.

Parapsicologia e pesquisas psíquicas 

Os fenômenos paranormais ainda não tem explicação dentro das leis conhecidas do universo. Por esse motivo foram, até há pouco, rejeitados pela ciência ocidental. São eles a telepatia, a clarividência, a precognição, e a psicocinese ou telecinese. Os três primeiros são conhecidos genericamente como fenômenos  psi (15) ou percepções extra- sensoriais ( PES ou ESP ). A psicocinese é rotulada, às vezes, de fenômeno psicoenergético. Na telepatia dá-se a percepção das atividades mentais  de outra pessoa sem o emprego dos sentidos usuais e comunicação. A clarividência consiste na habilidade de se obter informações ou perceber eventos que ocorrem em locais distantes de maneira direta, não utilizando os meios normais de comunicação. Pela precognição pode-se prever acontecimentos que vão ocorrer no futuro, sem a intervenção dos dados usuais da dedução. Na psicocinese, o indivíduo consegue movimentar objetos por meios não físicos ou por influência mental direta.
Até anos recentes, as únicas provas da ocorrência  de tais fenômenos eram as  estatísticas sobre indivíduos que apresentavam essas faculdades (Rhine, 1961). Entretanto, vários psicólogos e outros pesquisadores vêm demonstrando, através de métodos ocidentais, que, em condições especiais, esses fenômenos podem realmente ocorrer. As pesquisas modernas concentram-se na busca dessas condições necessárias para que se intensifiquem os fenômenos da psique, num procedimento análogo ao da química, em que se obtém um produto a partir de vertas condições de temperatura, pressão e concentração de reagentes.
A telepatia e outras informações psi são em geral recebidas subliminarmente e tornam-se acessíveis à mente consciente de pressentimentos, sonhos, intuições  e sensações (Rhine, 1961). É possível treinar habilidades psíquicas por meio de técnicas de feedeback imediato para incrementar o processo de aprendizagem.
Estados alterados de consciência, como o relaxamento profundo, facilitam a recepção de informações PES;  isso foi verificado nos sonhos (Ullman e Krippner, 1970), no relaxamento profundo (Brand e Brand, 1973), nos estados que induzem às ondas cerebrais alfa (Honorton, 1969) e nas sugestões hipnóticas ( Krippner, 1967). 
Certos aspectos da física que pareciam  afastar, pela lógica, maioria dos fenômenos psi não são mais mantidos de maneira tão rígida. É o que está ocorrendo, por exemplo, na física quântica em relação às descrições clássicas de causalidade e conservação de energia ( Margenau, 1966). Surgem teorias baseadas na mecânica quântica e na física para explicar esses fenômenos ( Walker, 1973; Muses, 1972; Kozyrev, 1968; Koestler, 1972 ).
A mecânica quântica está fornecendo contribuições importantes para a compreensão do funcionamento do cérebro, e é  uma das áreas científicas de crescimento vital.
Dixon (1972) demonstrou que os estímulos subliminais podem afetar os sonhos, a memória, a percepção consciente, as respostas emocionais, etc. Nesse sentido, a experiência de Puthoff e Targ (1974) tornou-se clássica.  Eles verificaram que quando uma luz estroboscópica (16)  com cerca de quinze lampejos por segundo atinge os olhos de um indivíduo, uma onda alfa característica aparece em seu eletroencefalograma (EEG). Outro indivíduo, colocado à distância e perfeitamente isolado, serve de receptor da informação, devendo advinhar quando  a luz está sendo lançada nos olhos do primeiro sujeito. Em geral, o segundo advinha, na base do acaso, quando a luz está acesa ou não. No seu EEG, no entanto, aparece a onda alfa reveladora. Pode-se tirar daí uma importante conclusão: inconscientemente, de maneira extra-sensorial, o segundo sujeito sabe quando a luz está acesa, mesmo negando esse fato à sua mente consciente. Assim, a capacidade telepática seria comum a todos, estando reprimida na maioria das pessoas. Se isso for verdade, o mesmo pode ocorrer  com todos os outros fenômenos psi.  Fica evidente, então,  que as potencialidades humanas e os processos inconscientes são muito mais amplos do que se supunha segundo os antigos paradigmas.
O impacto de todas essas teorias sobre a cultura moderna pode ser profundo. O paradigma científico ocidental, presentemente aceito, da "realidade" tende a ser físico, causal, mecanicista e objetivo. Os dados das pesquisas psíquicas, por outro lado sugerem que a realidade inclui efeitos parafísicos, que os estados mentais não materiais existem e interagem com os sistemas físicos e que a consciência transcende a natureza física do homem.

A teoria geral dos sistemas e a cibernética 

Na década de 20 ou 30, pesquisadores eminentes do ramo de biologia, como Cannon, Bernard e outros, já começavam a questionar a visão reducionista nos sistemas biológicos, à procura de uma descrição mais global. Mas essas idèias só foram mais largamente reconhecidas após a  Segunda Guerra Mundial; nesse período foi possível agregar conclusões de vários cientistas surgidos independentemente em diferentes centros, tanto da Europa como dos Estados Unidos. O conjunto dessas idéias é conhecido como cibernética, teoria da comunicação, teoria da informação ou teoria dos sistemas.
A teoria geral dos sistemas é, em essência, uma tentativa de integrar, em termos racionais,  os diferentes conhecimentos obtidos nos vários ramos de pesquisa. Ela procura ser, ao mesmo tempo holística e empírica. Sua proposição básica é que as leis e os princípios que governam os sistemas relacionados com uma área do conhecimento provavelmente são também importantes para outra área do conhecimento.
Weiner (1954) observou, por exemplo, que o funcionamento dos sistemas modernos de computação é muito semelhante àquele dos organismos vivos; em ambos existem processos semelhantes para coletar informações do mundo exterior, transformá-las em esquemas mais convenientes, basear a ação na informação transformada e comunicar as consequências de volta ao aparelho interno de regulação. Dessa forma, o desequilíbrio causado  no sistema por um agente externo é contrabalançado pelo uso de feedback para se voltar ao equilíbrio  anterior(17).
A expressão "teoria geral dos sistemas" foi criada simultaneamente em 1954, por Von Bertalanffy(1967), biólogo teórico, Boulding (1961), economista, Gerard (1954), neurofisiologista e Rapoport (1954), matemático. Eles rejeitam especificamente a tese de que uma pessoa é apenas  um conglomerado das partes que a constituem, idéia por muito divulgada pelos reducionistas ( Buckley, 1968). Segundo Weiss (1969), o número de afirmações necessárias para se descrever o todo é mais do que o necessário para se descrever as partes. O termo "mais" não significa o acréscimo de alguma quantidade mensurável do sistema, mas a necessidade de se descrever o comportamento conjunto das partes quando elas se apresentam num grupo organizado.
Essa visão holística tem uma importância imediata para o estudo de muitos aspectos do ambiente humano. Nas palavras de Bateson (1972), "a sabedoria está em reconhecer uma orientação pelo conhecimento do sistema total da criatura. A falta dessa sabedoria sistêmica é sempre punida. Os sistemas biológicos, o indivíduo, a cultura e a ecologia (...) são castigados quando  não levam em consideração a sua ecologia. Se se quiser, poder-se-á dar a essas forças sitêmicas o nome de "Deus".

Interação entre ciência e sociedade 

A ciência, atualmente, influencia cada vez mais a sociedade, tanto pelo impacto tecnológico, como pelo número de pessoas ligadas às suas atividades.
Durantes os últimos cem anos, a ciência desempenhou, entre os povos mais evoluídos,  o mesmo papel antes atribuído à religião. Todos os fenômenos naturais tinham de ser explicados em termos científicos para que fossem aceitos. Dessa maneira, muitas experiências subjetivas ou fatos ainda sem explicação "científica" foram rejeitados, por serem considerados apenas ilusões. É o caso dos fenômenos psíquicos, OVNIs, experiências religiosas e mesmo alguns dos tabus anteriormente aqui descritos. Em anos mais recentes, esses fatos relatados há milênios estão sendo analisados por inúmeras instituições, que os submetem a métodos aceitos pela ciência ocidental.
Concomitantemente a essa mudança na visão científica, ocorre o desencanto da sociedade com a ciência, pelos efeitos muitas vezes desastrosos da aplicação de tecnologias  desenvolvidas, como a crise  ecológica e o abuso da ciência para fins de tecnologia militar (foguetes, bombas atômicas, etc.)
Assim como analisamos de que maneira a ciência e, sobretudo, suas aplicações tecnológicas transformaram  a sociedade, temos agora que nos deter no oposto, isto é, indagar como os valores da sociedade afetaram as atividades científicas. Os gregos haviam descoberto e testado a maioria dos elementos essenciais  do método científico; entretanto, não os transformaram em aplicações tecnológicas, pois a sociedade grega não o exigia por se basear no trabalho escravo (Edelstein, 1957; Farrington, 1953). Além disso, segundo a concepção dos gregos, " o mundo existe para nele se viver e não para ser transformado". É que, na busca do conhecimento, sua abordagem era puramente estética, filosófica.
Opondo-se a essa visão dos gregos, a ideologia judaico-cristã vê o homem separado da natureza, como seu dono - ela teria sido feita para servi-lo. Durante a  Idade Média, as restrições da Igreja retardaram o desenvolvimento de uma paradigma científico adequado, mas, no Renascimento, com a redescoberta dos conhecimentos gregos, houve um desenvolvimento acelerado dos métodos  científicos e da idéia de que a natureza é governada por leis e princípios que podem ser detectados. Campbell (1959) denomina-a "epistemologia do outro"
Atualmente, os cientistas estão percebendo as limitações do método objetivo e reducionista de pesquisa, que visava o mundo exterior, e estão  se voltando para um estudo crítico do mundo interior, isto é, para a "epistemologia do eu". Nas culturas orientais, sempre predominou essa cultura do eu; só agora a pesquisa ocidental se volta para a análise dos fenômenos descritos, por milênios, pelos mestres orientais. O estágio seguinte no avanço evolucionário do homem está numa síntese de ambas as visões, isto é, da epistemologia do outro com a epistemologia do eu.  Ao lado de uma ciência objetiva e de tecnologias físicas, será necessário desenvolver uma ciência e uma economia éticas, voltadas para o bem-estar ecológico, que dê ênfase à pesquisa e à aplicação de tecnologias sociais e psicológicas.
O novo paradigma científico deverá ser holístico, tanto do ponto de vista metodológico, como do ponto de vista dos fenômenos a serem estudados. Deverá se basear numa visão global e não fragmentada do que atualmente é definido como ciências exatas e ciências sociais, procurando o princípio de complementaridade ou reconciliação de opostos, tais como livre-arbítrio e determinismo, materialismo e transcedentalismo, ciência e religião. 

NOTAS

1 - Segunda parte do artigo " A visão do mundo através dos tempos" resumo do livro  de Markley, O, W, e Harmam, W, W, (eds, 1982) Changing images of man ( Pergamon  Press, Nova York), Primeira parte publicada na revista THOT n° 52, 1988, pp.9-17),
2 - Funçao termodinâmica de estado  dos corpos, peculiar a cada substância, que tende para o máximo em um sistema fechado como o universo,
3 - Parte da física que investiga os processos de transformação de energia e o comportamento dos sistemas nesses processos, 
4 - O DNA ou ADN ( ácido desoxirribonucleico) é o transportador das informações genéticas em todos os organismos vivos. É uma molécula com estrutura helicoidal dupla e extremamente longa, um polímero compostos de subunidades semelhantes ou idênticas - os monômeros ou nucleotídeos. Estes são formados por uma parte de fosfato, uma de açúcar (desoxirribose)  e uma base orgânica nitrogenada. Estas bases pertencem tão somente a quatro tipos que nos animais são: a a denina (A), a guanina (G), a timina (T) e a citosina (C). O arranjo e a sequência desses nucleotídeos fornecem as características do DNA.
5 - Conjunto de indivíduos originários de outro por multiplicação assexuada. Todos os membros de um clone tem o mesmo patrimônio genético,
6 - Ciência que estuda as condições propícias à reprodução e ao melhoramento da raça humana,
7 - Do grego holos, inteiro, completo, que abrange o todo, 
8 - Termo inicialmente empregado na eletrônica, hoje usado em outras disciplinas. Significa realimentação, retroalimentação, regeneração,
9 -  Do grego holos, inteiro, completo, e grama ou gramato, letra, escrito, peso; fotografia que se obtém mediante a utilização  de raios laser,
10 - Ver nota 8, 
11-  Registro gráfico das ondas elétricas emitidas pelas células nervosas do cérebro. Existem quatro ritmos cerebrais, convencionalmente indicados como ritmo alfa ( 10 ciclos/seg.), ritmo beta (18 ciclos/seg.), ritmo teta (5 ciclos/seg.) e ritmo delta (3 ciclos/seg.) O ritmo alfa é encontrado nos indivíduos que estão com os olhos fechados, em estado de relaxamento e meditação; o ritmo beta, na vigília e atenção,  os ritmos teta e  delta são encontrados em casos de patologias cerebrais,
12 - Abreviatura do inglês rapide eye movement, 
13 - Compreensão repentina, em geral intuitiva,  que a pessoa tem de suas próprias atitudes e comportamentos, de um problema, de uma situação,
14 - O mesmo fenômeno é descrito por Pierre Weil em A consciência cósmica - Introdução a psicologia transpessoal, Ed. Vozes, Petrópolis, 1979, 2ª edição,
15 - Letra grega usada para designar, tanto na física teórica como na parapsicologia, fenômenos desconhecidos,
16 - A luz intermitente e rápida de um objeto em movimento,
17 - Em biologia, esse fenômeno é conhecido por "homeostase", termo criado por Cannon (1939) na década de 20.

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O caro leitor que chegou até aqui, certamente leu um excelente artigo.
As transformações na ciência tiveram início, ou maior impacto, no início do século XX com as descobertas na física e em seguida com os sistemas biológicos.
Mudanças em  modelos científicos, paradigmas, levam décadas, ou mesmo até mais do que um século, para atingir e afetar diretamente o senso comum.
No caso em questão isso foi verificado nos anos das décadas de 1960 e 1970, com os grandes movimentos sociais que questionavam a ordem vigente da época.
A resposta foi imediata.
Ainda no final da década de 1970 , teve início a contra revolução conservadora, e também reacionária, que teve nas figuras de Reagan, Tatcher e João Paulo II, os principais nomes do período.
Já durante a década de 1980, João Paulo II, por diversas vezes, manifestou publicamente suas apreensão e preocupação com o crescimento  de práticas médicas e  de psicoterapias orientais, além de criticar duramente o crescente interesse pela astrologia.
Na década de 1990, mais precisamente no ano de 1992, logo apos a queda dos regimes comunistas, o Vaticano, através de João Paulo II, veio a público para reconhecer o erro da Igreja com Galileu, justo no momento em que a ciência já estava bem avançada em relação as descobertas de Galileu.
Era interessante, na contra revolução conservadora, enaltecer , mesmo que quase três séculos depois a revolução copernicana, confirmando-a naquele momento.
O leitor pode perceber que a Igreja sempre está na vanguarda de ações e processos que visam o retardamento do avanço do conhecimento e da evolução do homem.
Com relação a esses movimentos da História vale a leitura de alguns excertos do IV Manifesto Rosa Cruz, Positio Fraternitatis Rosae Crucis:, de março de 2001:
... " A História não é tão inteligível pelos eventos que a geram, ou que ela gera, quanto pelos elos que os unem. Por outro lado, ela tem um sentido, o que a maioria dos historiadores atuais de bom grado admite. Para compreendê-la, é preciso então levar em consideração os eventos, é verdade que como elementos isolados, mas também e sobretudo como elementos de um todo"

..." A História se repete e põe  regularmente em cena os mesmos eventos, mas em uma escala geralmente mais vasta. Assim, perto de quatro séculos após a publicação dos três primeiros Manifestos, constatamos que o mundo inteiro, mais estritamente a Europa, enfrenta uma crise existencial sem precedentes, em todos os campos de sua atividade: política, econômica, científica, tecnológica, religiosa, moral, artística, etc. Por outro lado, nosso planeta, isto é, nosso campo de vida e evolução, está gravemente ameaçado, o que justifica a importância  de uma ciência relativamente recente, qual seja, a ecologia."

...A Humanidade atual está ao mesmo tempo perturbada e desamparada. Os imensos progressos que ela realizou no plano material não lhe trouxeram verdadeiramente felicidade e não lhe permitem entrever  o futuro com serenidade: guerras, fome, epidemias, catástrofes ecológicas, crises sociais, atentados contra as liberdades fundamentais, são outros tantos flagelos que contradizem a esperança que o ser humano depositara em seu futuro" 

Com o início da década atual, entraram em cena os grandes protestos em várias cidades do mundo. 
O desconforto do homem com a realidade e com os valores de bem estar e progresso, encontrou uma válvula de escape mais visível na política e no caos econômico, referências para as grandes mobilizações que ainda acontecem em alguns países.
Atualmente, diferentes grupos, de orientações  até mesmo antagônicas , disputam as ruas das grandes cidades pelo mundo.
Sinais de um novo Renascimento. 

 
 

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Imprensa Aloprada

Propinoduto tucano: O jogo das manchetes alopradas

publicado em 27 de novembro de 2013 às 11:36

Para PSDB, PT reedita ‘aloprados’; época do ‘engavetador’ acabou, reage ministro
Sob o comando de Aécio Neves, tucanos pedem demissão de titular da Justiça e dizem que petistas usam o caso do cartel de trens para tentar abafar prisões do mensalão; Cardozo afirma que investigações não são uma disputa política e ironiza os adversários
26 de novembro de 2013 | 23h 42

Andreza Matais – O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA – O PSDB do senador Aécio Neves pediu nesta terça-feira, 26, a demissão do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e acusou o PT de comandar uma operação “aloprada” envolvendo denúncias do cartel de trens para atingir políticos tucanos e tentar, com isso, abafar as prisões do mensalão. Ato contínuo, Cardozo negou motivações políticas nas investigações do escândalo que recai sobre os adversários e afirmou que o País não vive mais a “época do engavetador”.
A polêmica se instalou após o Estado revelar, na quinta-feira passada, o conteúdo de um relatório escrito pelo ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer. No texto, o ex-executivo diz ter provas de caixa 2 do PSDB e do DEM e cita propina ao chefe da Casa Civil do governador tucano Geraldo Alckmin, Edson Aparecido.
Segundo Rheinheimer, outros políticos, como o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), são próximos do lobista Arthur Teixeira, suspeito de intermediar propinas do cartel. Ainda na semana passada, Cardozo disse que foi ele quem encaminhou as denúncias aos federais após recebê-las do petista Simão Pedro, que há anos ajuda na investigação do cartel.
Reunidos em Brasília, os tucanos, incluindo os citados no relatório pelo ex-diretor da Siemens, chamaram, nesta terça, o ministro de “aloprado”, “manipulador”, “irresponsável”, “farsante”, “indigno”. “Acho que ele (Cardozo) perdeu as condições de ser o coordenador dessas investigações como ministro da Justiça, pelo açodamento e omissão nesse processo”, disse Aécio. “O PT faz um mal enorme para a democracia, ao fazer do poder sua razão de existir.”
O PSDB acusa o ministro de ter dado credibilidade para um relatório apócrifo, encaminhando a papelada com o objetivo de atingir o partido para “igualar” o PSDB ao PT. Os tucanos se apegam ao fato de o relatório não trazer a assinatura de Rheinheimer. O ex-diretor da Siemens, porém, confirmou ser o autor do texto em conversas com os policiais federais.
O secretário de Energia do Estado de São Paulo, José Aníbal, disse que o PT tinha a denúncia que acusa os tucanos já em junho, mas só “deixou vazar” a informação após a prisão dos condenados do mensalão. “O ministro passou a agir como operador do submundo”, disse.
Após a entrevista dos tucanos, Cardozo também convocou a sua. “Pode envolver meu partido, pessoas da minha família. Aqui tem o nome de pessoas que respeito muitíssimo, embora adversários. Imaginar que iria rasgá-lo é imaginar que estamos numa época de ‘engavetador’”, afirmou, recorrendo, ele também, ao “dicionário informal” político.
Léxico. “Engavetador” é uma referência ao ex-procurador-geral da República Geraldo Brindeiro, do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, acusado por adversários de não dar seguimento a denúncias contra o PSDB. Já o “aloprado” usado pelos tucanos nesta terça é uma referência ao escândalo de uso de dossiês por petistas na campanha de 2006 a fim de atingir a candidatura de José Serra (PSDB) ao governo paulista. Foi o próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quem cunhou o termo, ao falar dos petistas envolvidos no caso.
“A única diferença desse episódio para o caso dos aloprados é que esse caso envolve um deputado, um ministro e o presidente do Cade”, afirmou Carlos Sampaio, líder do PSDB na Câmara. O deputado citado pelo líder tucano é Simão Pedro, hoje secretário municipal de Serviços da gestão Fernando Haddad (PT) em São Paulo. A citação do presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) se deve ao fato de Vinícius Carvalho, que comanda o órgão federal que fiscaliza a concorrência empresarial no País, ser petista e ter trabalhado no gabinete de Simão Pedro na Assembleia Legislativa.
O Cade fechou em maio um acordo de leniência com a Siemens. A empresa admitiu a existência do cartel em São Paulo e no Distrito Federal entre 1998 e 2008. Em troca da admissão de culpa, a multinacional espera ter a redução de futuras punições. Nesse acordo, não há menção a propina paga a políticos. Everton Rheinheimer é um dos seis ex-diretores da Siemens que assinam o acordo.
‘Ditatorial’. Acompanhado de Carvalho e do diretor da Polícia Federal, Leandro Daiello, Cardozo foi duro ao responder às críticas tucanas. “Acho muito ruim investigações se transformarem em disputa política. Todos são iguais perante a lei. Só em mentalidades ditatoriais se pensa que todos são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros.”
Cardozo reafirmou que recebeu um conjunto de papéis de Simão Pedro no dia 12 de maio deste ano. Ele justificou que o encontro se deu em sua casa, na capital paulista, num domingo, porque o deputado tentou ser recebido durante a semana mas sua agenda não permitiu o encontro. Para evitar que o colega petista tivesse que viajar a Brasília, abriu as portas de sua casa.
“Então encaminhei (o relatório) a ele (diretor da PF) e pedi o máximo de cautela, porque havia a menção a algumas pessoas, algumas das quais sempre tive e continuo a ter como amigos pessoais, embora adversários, pessoas que respeito, que sempre respeitei e continuarei respeitando. E falei: com esse tipo de situação se toma cautela.”
Segundo o ministro, após a análise preliminar a PF vislumbrou que alguns fatos tinham correlação com uma investigação instaurada em 2008, o que motivou os federais a anexarem o relatório a esse inquérito.
“Não há nada sendo investigado a partir de uma denúncia anônima. Já existia o inquérito”, afirmou o diretor-geral da Polícia Federal. Ele acrescentou que o relatório foi encaminhado para outras superintendências do órgão, sinalizando, sem dar mais detalhes, que as investigações podem atingir outros Estados além de São Paulo e do Distrito Federal.
Representação. O PSDB afirmou que encaminhará uma representação à Comissão de Ética Pública da Presidência sobre Cardozo por causa do episódio. Também tentará convocar o ministro da Justiça para depor na Câmara e no Senado e irá representar contra ele no Ministério Público por improbidade administrativa.
Os tucanos acusam o ministro de ter assumido o envio do documento à PF para proteger o Cade – nos documentos internos da Polícia Federal, consta que as acusações de corrupção chegaram via Cade.
PS do Viomundo: Há uma desconexão entre as capas que ficam expostas nas bancas de todo o Brasil e o conteúdo. Não demora e o propinoduto será atribuído ao PT.
Fonte: VIOMUNDO
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A roubalheira documentada no livro A privataria tucana foi praticamente ignorada pelos noticiários do país.
O mesmo aconteceu ao outro sucesso editorial, o Príncipe da privataria.
Ambos ignorados pela mídia.
É como se as roubalheiras e os crimes eleitorais não tivessem existido e as autoridades estivessem desobrigadas de adotar quaisquer providências.
Fonte: BRASIL DE FATO
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O ridículo da velha mídia não tem limites.
O esquema de corrupção nos governos tucanos de São Paulo, que vem de longa data e envolve aves de alta plumagem, é tão escancarado  e facilmente comprovado que até mesmo os leitores da velha imprensa não acreditam em tais manchetes.
A gritaria dos tucanos de que os documentos que acusam as aves coloridas teriam sido forjados, não passa de uma tentativa desesperada de criar um factóide  para tentar colocar a culpa justo nas autoridades que investigam o caso de uma das maiores subtrações de recursos públicos da história do país.
O resultado da corrupção bicuda, pode ser visto diariamente nos transportes sobre trilhos da região metropolitana de São Paulo, onde obras caminharam a passos  de cágados e a populção sofre , diariamente, com a qualidade  dos serviços prestados.
Que a polícia federal apure e encaminhe o processo, independente se penas estão voando por todos os lados.
Quanto as manchetes da  velha imprensa, só rindo.