quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Uma Guerra entre Anárquicos

Polícia Militar do Rio de Janeiro é "pior do que gangues", afirma 'Der Spiegel'

Polícia Militar do Rio de Janeiro é "pior do que gangues", afirma 'Der Spiegel'
Reportagem da revista alemã afirma ainda que governo Sérgio Cabral é 'mais violento do que a ditadura
Fonte: JORNAL DO BRASIL

Fonte: BRASIL DE FATO

Uma polícia que assusta, mata e extrapola todos os limites de civilidade.
A segurança pública no Rio de Janeiro é uma caso de polícia, e aí não se restringe apenas a polícia militar. 
A polícia civil também tem uma folha corrida de crimes, chegando ao ponto de recente chefe desta polícia ser o comandante de uma quadrilha criminosa. Hoje ele está atrás das grades,  e pelo que se tem conhecimento converteu-se em mais um fervoroso devoto do Senhor. Algo que acontece com frequência no sistema prisional do Rio de Janeiro. 
Um fenômeno. 
Cadeias que evangelizam.
As polícias do Rio de Janeiro se utilizam da mesmas práticas das gangues.
Poucos anos atrás, o crime organizado da cidade inaugurou uma nova técnica de ação, que consistia de um grupo de criminosos fortemente armados, na caçamba de uma camionete, levando terror pelas ruas. 
Surgia o bonde, logo incorporado pelas polícias do estado.
As grandes corporações também nada mais são, que grandes gangues.
Além dos problemas de todo grande centro urbano , o carioca também tem que se defender da polícia.
A violência da polícia contra os professores em protesto nos últimos dias chocou toda população.
Essa polícia , que não prende grandes criminosos de colarinho branco, que é ineficaz na maioria das investigações,  que detêm de forma autoritária e violenta as pessoas pobres, que não prioriza as solicitações e denúncias sobre crimes contra a população pobre, essa polícia é o avesso da segurança desejada por todos. 
Um contingente de pessoas fortemente armado que exerce as prerrogativas de poder em benefício próprio e em benefício de corporações e pessoas endinheiradas.
Assim como o Judiciário, seu parente mais culto, a polícia também serve a poucos , e criminaliza muitos, principalmente as pessoas com poucos recursos financeiros.
Lembro  que em uma ocasião, mais precisamente no ano de 2004, solicitei auxílio dos serviços da políca civil do município de Saquarema, região dos lagos do Estado Rio de Janeiro. Fui recebido pelo delegado adjunto, ou vice -delegado, ou qualquer outra designação para alguém logo abaixo do delegado na hierarquia de uma delegacia polical. Informei meu caso, que o vice ouviu atentamente, e ao final fui informado que a delegacia não poderia disponibilizar recursos materias e humanos para a minha solicitação, já que por ser uma pessoa de poucos recursos não seria assunto prioritário para a delegacia, isso independente da gravidade ou urgência do caso, conforme disse o vice sem o menor constrangimento.
Essa lógica que predomina na polícia, no judiciário, e também nas relações interpessoais, não é fruto do acaso ou da vontade divina. 
Ela é parte integrante  das regras que predominam no estado, independente dos textos, normas ,leis, cartas que regem a organização da sociedade. 
A hegemonia do capital, que se consolidou a partir dos anos da década de 1990, produziu estados reais dentro dos estados legais, estados de fato no lugar dos estados de direito. 
Tudo isso com o comando e grande influência de grandes corporações, onde também se situam os grandes meios de comunicação. 
A anomia assim gerada é fruto do capitalismo anárquico que a partir dos últimos anos do século XX , em grande parte do mundo, vem sendo questionado pelas pessoas através de grandes mobilizações e protestos nas ruas de várias cidades pelo mundo. 
E é aí que se situa o conflito, as grandes batalhas de hoje nas ruas, e outras batalhas mais que virão, por aqui e em todo o mundo. 
Nos grandes meios de comunicação, aliados do capitalismo anárquico, exige-se dos manifestantes um comportamento civilizado, festivo, quem sabe até mesmo monástico ,democrático e dentro das regras do jogo democrático, justo contra um lado que há decadas vem subvertendo todas as regras de democracia,  de direitos humanos,  de civilidade e  de valorização dos serviços públicos. 
Naturalmente, o confronto  direto que vem ocorrendo entre manifestantes e as forças de "segurança pública", em muitas cidades do mundo, vem sendo reportado pelos grandes veículos de mídia como ações violentas e anti-democráticas de grupos de manifestantes, chamados de vândalos. Repudia-se , nos grandes veículos de mídia, a depredação do patrimônio de empresas privadas por parte dos manifestantes, rotulando-os como sonháticos ou vândalos que atacam símbolos do capital, em uma retórica maniqueísta que propositalmente omite as razões, ou não se permite avaliá-las dentro da conjuntura local e mundial, onde a anomia reina de fato, depredando para em seguida sequestrar, bens, patrimônios e serviços públicos essenciais para a população. 
A visibilidade da ação direta dos manifestantes assim como seus alvos, contrasta com a ação dissimulada e violenta do capital que sequestra os estados, motivo pelo qual, grande parcela da população , conduzida pelo noticiário dos grandes meios de comunicação, tende a rejeitar  as motivações dos manifestantes.
Certamente o confronto direto com a escalada da violência não é o melhor caminho, mas tem sido útil para chamar a atenção da população quanto ao embate entre dois polos claramente anárquicos, o estado sequestrado pelo capital e as táticas de ação direta de parte dos manifestantes contra esse sequestro. 
Assim sendo , não é de se estranhar que a tática black bloc tenha sido o alvo preferido dos meios de comunicação, já que se propõe a desacatar aquele que desacata a democracia.
A desobediência civil , diante do estado da arte é desejável e bem vinda e certamente a conscientização da população irá evoluir, dará novos saltos, muitos passarão a reconhecer a raiz dos problemas e , assim se espera, novas táticas  e técnicas de ação direta menos agressivas, surgirão para produzir os efeitos desejados.

O Analfabeto Político

Bertolt Brecht


“O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão,
do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. 
Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta,
o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo.” 
Fonte: CONVERSA AFIADA

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