quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O Verde Oliva do Clube e o Amarelo da Globo




JB publica carta do Gal. Clóvis Bandeira

EQUÍVOCO, UMA OVA!





Numa mudança de posição drástica, o jornal O Globo acaba de denunciar seu apoio histórico à Revolução de 1964. Alega, como justificativa para renegar sua posição de décadas, que se tratou de um equívoco redacional.
Dos grandes jornais existentes à época, o único sobrevivente carioca como mídia diária impressa é O Globo. Depositário de artigos que relatam a história da cidade, do país e do mundo por mais de oitenta anos, acaba de lançar um portal na Internet com todas as edições digitalizadas, o que facilita sobremaneira a pesquisa de sua visão da história.
Pouca gente tinha paciência e tempo para buscar nas coleções das bibliotecas, muitas vezes incompletas, os artigos do passado. Agora, porém, com a facilidade de poder pesquisar em casa ou no trabalho, por meio do portal eletrônico, muitos puderam ler o que foi publicado na década de 60 pelo jornalão, e por certo ficaram surpresos pelo apoio irrestrito e entusiasta que o mesmo prestou à derrubada do governo Goulart e aos governos dos militares. Nisso, aliás, era acompanhado pela grande maioria da população e dos órgãos de imprensa.
Pressionado pelo poder político e econômico do governo, sob a constante ameaça do controle social da mídia, no jargão politicamente correto que encobre as diversas tentativas petistas de censurar a imprensa, o periódico sucumbiu e renega, hoje, o que defendeu ardorosamente ontem.
Alega, assim, que sua posição naqueles dias difíceis foi resultado de um equívoco da redação, talvez desorientada pela rapidez dos acontecimentos e pela variedade de versões que corriam sobre a situação do país.
Dupla mentira: em primeiro lugar, o apoio ao Movimento de 64 ocorreu antes, durante e por muito tempo depois da deposição de Jango; em segundo lugar, não se trata de posição equivocada da redação, mas de posicionamento político firmemente defendido por seu proprietário, diretor e redator chefe, Roberto Marinho, como comprovam as edições da época; em segundo lugar, não foi, também, como fica insinuado, uma posição passageira revista depois de curto período de engano, pois dez anos depois da revolução, na edição de 31 de março de 1974, em editorial de primeira página, o jornal publica derramados elogios ao Movimento; e em 7 de abril de 1984, vinte anos passados, Roberto Marinho publicou editorial assinado, na primeira página, intitulado “Julgamento da Revolução”, cuja leitura não deixa dúvida sobre a adesão e firme participação do jornal nos acontecimentos de 1964 e nas décadas seguintes.
Declarar agora que se tratou de um “equívoco da redação” é mentira deslavada.
Equívoco, uma ova! Trata-se de revisionismo, adesismo e covardia do último grande jornal carioca.
Nossos pêsames aos leitores.
General de Divisão Clóvis Purper Bandeira - Assessor da Presidência do Clube Militar


Mais um capítulo da interesante e cômica novela entre tv globo e a ditadura militar.
Depois do editorial de o globo, no domingo passado, em que afirmou ter sido um equívoco o apoio do jornal ao golpe de 1964, muito se tem falado sobre o assunto.
De imediato, como era de se esperar, os críticos de o globo e defensores de um novo marco regulatório para as comunicações saíram na frente e rejeitaram  a farsa e o cinismo que permearam o editorial do diário carioca.
Muitos dos críticos, testemunhos vivos da história, sabem perfeitamente sem quaisquer sombras  de dúvidas  que o globo não só apoiou o golpe de 1964 como foi fiel a ditadura militar durante os vinte e um anos do regime. E mais, durante a ditadura , globo se beneficiou do regime e criou um dos maiores impérios de comunicação do mundo.
Hoje, passados 49 anos daquele 1º de abril de 1964, globo diz que não disse o que disse, diz que não fez o que fez, e ainda diz que se arrependeu, porém nada disse se vai devolver tudo aquilo que conseguiu através do regime que se arrepende ter apoiado.
Para todos nós, 'blogueiros sujos e rebeldes', o arrependimento de globo significa que as empresas dos Marinhos continuam as mesmas.
Como citado pelo General Bandeira, no texto acima, globo , hoje, se sente pressionada e acuada pelo poder econômico e pelas novas formas e modalidades de produção de conteúdos jornalísticos. 
As farsas, manipulações, mentiras e omissões, tão comuns nas empresas de comunicação dos Marinhos não criam asas nesse novo ambiente das redes sociais  e sites da internete. Essa nova realidade desmascarou um tipo de jornalismo que se apresentava supostamente neutro  e de credibilidade,  e que usava para esses fins todos os recursos de linguagem e imagens. Quando me refiro a linguagem  e imagens, entramos no campo da comunicação, em seu sentido amplo, que também nas últimas décadas em muito avançou e se popularizou  no tocante ao conhecimento das múltiplas variáveis que compõem a comunicação. Isto posto, e independente do que se pense sobre o assunto, globo, e também os demais veículos da velha imprensa e da mídia, perderam o trem da história, ficando de fora justo do vagão do conhecimento. Com uma grade de programação medíocre e vulgar, perdendo audiência a cada dia, globo procura , através de seu editorial, um reposicionamento de sua atuação no campo jornalístico e do entretenimento. Adicione-se a isso uma poderosa, criativa e bem estabelecida campanha organizada por setores da sociedade pela democratização dos meios de comunicação, que o General Bandeira , erroneamente , rotula como censura aos meios, esquecendo-se, ou não tendo conhecimento, que trata-se de regulamentar artigos da constituição cidadã de 1988.  Uma vez regulamentados, o controle da mídia hoje exercido pelo oligopólio midiático, dará vez a uma diversidade de vozes e conteúdos, até mesmo para aqueles encastelados em clubes e  saudosos de tempos obscuros. Logo, trata-se de avançar na democracia e eliminar, aí sim, a censura e o controle existentes hoje em dia pela atuação de um oligopólio.
Globo, como os demais veículos da velha imprensa e da mídia está defasada no tempo, e sangra em sua tentativa de reajuste. A voz das ruas, constante e decidida, incomoda globo com a frase: ' a verdade é dura. globo apoiou a ditadura"
No artigo do General Bandeira, oriundo de um clube, pelo menos deve-se destacar sua coragem em apoiar um golpe de estado impopular, que ele chama de revolução, algo que globo nem isso teve, comportando-se como uma prostituta deslocando-se sempre para as melhores oportunidades.
Ao General Bandeira, devo dizer que o povo nas ruas que na opinião dele teria caracaterizado uma revolução, também foi fruto de uma grande campanha organizada , meses antes e durante dias, pela imprensa, tendo a frente o jornal o globo. O General Bandeira que  pesquisou os jornais da época, que segundo ele com a internete fica bem mais fácil, poderia pesquisar, também, os meses anteriores ao golpe e verificar que a trama foi armada com antecedência, sem qualquer componente que pudesse caracterizar uma revolução popular. Cabe ainda lembrar, que Jango, tinha a aprovação da maioria da população na época. Os jornais estão aí, assim como os dados.
É natural que militares da antiga, em suas confrarias, sintam-se traídos pelo braço manipulador da população do golpe de 1964.
Traição é um pecado irreparável e assim sendo, entende-se  a mágoa oliva.
Em um ponto concordo com o General Bandeira.
Equívoco, uma ova !

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