segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Cuidado com Ela

A embaixadora dos EUA e o golpe no Brasil

Por Thiago Cassis, no site da UJS:

Os Estados Unidos anunciaram na última semana a troca da embaixadora no Brasil. Sai Liliana Ayalde, que esteve por trás dos golpes em Honduras e no Paraguai (e agora no Brasil) e entra Peter McKinley, que é filho de venezuelanos.

Segundo o jornal Folha de S.P.: “McKinley é considerado no Departamento de Estado um diplomata experiente e talentoso – e, segundo várias fontes, uma escolha de peso. O fato de ter sido embaixador no Afeganistão, um país em guerra, é citado como prova de competência… Seu primeiro posto no exterior foi na Bolívia, onde trabalhou no setor consular. De volta a Washington, continuou trabalhando com temas latino-americanos, como pesquisador e analista de inteligência com foco em El Salvador e Cuba. Em seguida foi chefe do departamento que cuida de Angola e Namíbia e depois assistente especial para a África”.

O intrigante é que Liliana Ayalde foi escolhida para o posto logo após as convulsões que o país atravessou em Junho de 2013 e agora se afasta após o golpe em curso ter avançando até um ponto “aparentemente” irreversível. Aparentemente porque as ruas tem dado respostas firmes contra o governo golpista o que torna incerto o destino da manobra ilegítima da direita brasileira.

A chegada da diplomata, em Junho de 2013, era motivada por um clima absolutamente negativo para Dilma Rousseff e o projeto em curso no país naquele momento. A presidenta, que até a metade daquele ano detinha grandes margens de aprovação popular, viu sua aceitação despencar após a bem aproveitada mídia, que transformou manifestações legítimas contra o aumento nos transportes de São Paulo em grandes atos antipartidos, agregando o que temos de mais conservador na classe média local. Não sem contribuição de uma grande número de indivíduos ingênuos dentro do próprio campo progressista. A grande mídia conseguiu pautar as manifestações e logo depois o início da operação Lava Jato transformam completamente o cenário político no país.

Teria Liliana cumprido sua missão e agora baterá continência em outro país (sul-americano?) em vias de uma “troca” de poder? (Venezuela?)

A influência dos Estados Unidos no golpe em curso no país tem sido alertada por especialistas no assunto. Liliana trabalhou na Usaid durante 24 anos, agência que é apontada como um dos principais braços da CIA. O presidente boliviano Evo Morales inclusive expulsou agentes da Usaid da Bolívia no ano passado.

Os interesses imperialistas seriam, dentro desse cenário proposto, mudar a regra do Pré-Sal para colocar as mãos na riqueza brasileira e desviar o caminho da atual política externa do país, que trabalhou pela integração do continente sul-americano e na construção dos Brics.

Se não podemos apontar com clareza qual o papel jogado pelos EUA no golpe de 2016, além das evidências apresentadas pelo Wikileaks, não seria também teoria da conspiração supor as garras do governo norte-americano e mais esse golpe em nosso continente.

As próximas jogadas diplomáticas dos norte americanos deixarão mais transparentes essas suposições e a história certamente, como em 64, nos desvendará com o tempo quem realmente está por trás do golpe em curso no Brasil.


Fonte: Blog do Miro
____________________________________________________________

Nenhum comentário:

Postar um comentário