segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A Ofensiva Conservadora para Censurar a Internete

O conservadorismo e a ação vermelha para ocupar a internet

publicado em 30 de setembro de 2013 às 5:37

O cartaz não é uma piada; o texto, sim

POR QUE O CONSERVADORISMO RESISTE AO MARCO CIVIL DA INTERNET?

Resumo publicado na Carta Maior
“Que o PT está atento às novas mídias sociais é sabido desde
que, nas últimas eleições, ficou claro que o partido tinha uma verdadeira organização digital dedicada a espalhar pela rede críticas e acusações aos adversários políticos (…)
Basta ver a malhação digital orquestrada recentemente contra as atrizes globais que se vestiram de preto para protestar contra o resultado do julgamento do Supremo Tribunal Federal que, aprovando os embargos infringentes, adiou para as calendas gregas o cumprimento das penas (…)
O surgimento de José Dirceu por trás do “fenômeno” Midia Ninja, depois das manifestações de junho, e os financiamentos oficiais às atividades do grupo, mostram como o partido está atento às experiências nesse setor (…)
Ricardo Augusto Poppi Martins, o assim chamado coordenador de Novas Mídias e outras Linguagens de Participação, ligado ao gabinete do ministro Gilberto Carvalho(…) participou (em Cuba) de um “seminário” sobre o uso da Internet em ações políticas. Pode-se imaginar o que aprendeu por lá (…)
Há nesse campo, portanto, ações oficiais e outras, ilegais ou clandestinas, que só demonstram como o PT está à frente dos outros partidos no uso dessas novas ferramentas virtuais. Ontem, a presidente Dilma deu novos passos para aprofundar a atuação do governo nesse campo” (Merval Pereira, no Globo, 28/09/2013.
Fonte: VIOMUNDO

O cartaz não é uma piada; o texto, sim.
Uma referência de VIOMUNDO ao texto existente no cartaz.
Ou seria o texto do Merval, o Ataulfo imorrível, a piada ?
O texto de globo bem poderia ser uma peça da guerra fria. 
Segundo o autor, o imorrível Ataulfo, comunistas, articulações, reuniões e treinamentos em Cuba ( teriam sido em sierra maestra ? ), mídias politicamente orientadas, ações de desestabilização e conscientizações vermelhas de inocentes e puras criaturas por parte de membros do PT, estão em curso e podem ameaçar o mundo democrático e civilizado dos negócios.
Para o globo, o tatu bola vermelho se aproxima perigosamente dos corações e mentes das pessoas, que desamparadas, desprovidas de  normas e regras que impeçam a livre circulação de idéias comunistas, ficam expostas a toda sorte de informações perigosas, manipuladas, produzidas por um exército de militantes conectados  a rede mundial de computadores e, ainda, com um amplo, total e irrestrito apoio, estridente e histérico,de sites e blogues sujos que nada mais fazem do que atacar a imaculada credibilidade da velha imprensa, esse sim, o segmento que pode produzir as informações e conteúdos verdadeiros e de interesse do conjunto da sociedade.
O caro e atento leitor certamente já percebeu que Merval, o Ataulfo imorrível, trombeta conservadora da velha imprensa,  sente o golpe da realidade que se impõe, ou seja, uma diversidade de conteúdos informativos e opinativos que a rede mundial de computadores viabiliza à qualquer cidadão.
Com a intenete, o caro e atento leitor tem sua bancada para produzir informações e opiniões, e mais, com uma possibilidade de reverberação de conteúdos nunca antes vista na história. 
A velha imprensa, ainda saudosa dos tempos das olivas lideranças que em carreata inauguraram a ponte Rio-Niterói, sente-se desconfortável e perdida na realidade das redes sociais e da internete. 
Jornais e revistas impressas agonizam com a queda de vendas e alguns são vendidos à gigantes da rede mundial de computadores pelo prêço do quilograma de tomate. Sim caro e atento leitor, o kg do tomate, do colar brega de Braga da globo, está na casa de R$ 1, 40.
A intenete vem mudando o paradigma das comunicações, das trocas entre as pessoas e colocando a velha imprensa e seu aparato midático em evidência, principalmente por conta das omissões, mentiras e manipulações produzidas pelos meios tradicionais de jornalismo e de entretenimento.
Merval, o Ataulfo imorrível, alerta que nas últimas eleições o PT, sempre o PT, tinha uma verdadeira organização ( só faltou a palavra aparelho) digital pronta para espalhar críticas contra os adversários políticos.
É provável que nas eleições municipais de 2012, o PT tivesse acordado para a realidade das redes sociais e sua importância, também, no cenário político e com isso utilizasse a rede para a campanha de seus candidatos.
Como disse ,o PT talvez tenha sido um dos partidos mais atrasados no uso das redes sociais em campanhas eleitorais.
Nas eleições de 2010, o PT sofreu com os partidos de oposição que utilizaram com extrema competência as redes sociais, principalmente o Partido Verde e sua candidata Marina Silva, que usaram a rede mundial de computadores com sucesso naquelas eleições. Cabe ainda lembrar, que os partidos de oposição receberam ajuda de uma consultoria estrangeira especialista em marketing político eleitoral que sugeriu uma ampla utilização da internete e das redes sociais, inclusive para divulgar criticas e acusações contra o PT, partido do governo.
Coube a um expert indiano, guru na área, a tarefa de alavancar as campanhas das oposições. O resultado o caro leitor lembra-se; uma profusão de ataques violentos, mentirosos, retrógrados e ultra conservadores contra o PT e seu candidato , que acabaram por desvirtuar o debate na campanha, deixando de lado os verdadeiros temas de interesse nacnional.
Ainda serviu de inspiração para as oposições, lugar onde o imorrível se situa,  a campanha de Hussein Obama para a presidência dos EUA, em 2008, onde a utilização proativa da internete teria sido o principal fator para a vitória do democrata, assim com fizera outro democrata americano, John F. Kennedy, com a utilização da emergente televisão na campanha eleitoral no início dos anos da década de 1960.
Não satisfeito em sua tentativa de criar uma realidade, tal qual um feiticeiro medieval, Merval acusa as redes socias de uma malhação orquestrada contra as atrizes globais em seu protesto pela decisão do STF que aprovou os embargos infringentes e com isso adiou a conclusão  julgamento da ação penal 470. A declaração do colunista de o globo pode ser atribuída a ignorância ou má fé, ou ambas,  pois a manifestação nas redes socias, atualmente, ganha, guardadas as devidas proporções, um caráter de clamor popular, ou mesmo opinião pública. A mesma opinião pública ou clamor popular que a velha imprensa, com a estridente trombeta de globo a frente, tanto afirmou existir por ocasião do julgamento da AP 470 e que , de fato e na prática, jamais existiu sendo apenas a orientação política dos veículos da velha imprensa publicadas como sendo a opinião do conjunto da sociedade. Tal fato mereceu , inclusive, uma declaração em tom de repúdio por parte do ministro do STF que apresentou o voto de minerva, pois, segundo o magistrado, a pressão exercida pela velha imprensa para o voto último dos membros da corte, foi descabida, deslocada da opinião pública e perigosamente anti-democrática, já que a suprema corte do país estava sendo coagida a  atuar em função dos interesses de grupos de pressão.  Cabe lembrar, conforme a chamada de artigo de hoje em CARTA MAIOR, abaixo,  que o colunista pede da suprema corte um decisão política, em total desprezo pela ciência do Direito, como se  a suprema corte fosse uma trincheira para validação de teses de uma parcela minoritária da população  engajada em reverter a agenda vitoriosa nas urnas.


Celso de Mello x mídia: ressaca de um julgamento político
Num julgamento marcado por uma catarse midiática, um voto técnico ancorado no Direito e na jurisprudência - como deveria ter sido todo o julgamento - acabou parecendo insólito. "Há alguns que ainda insistem em dizer que não fui exposto a uma brutal pressão midiática. Basta ler, no entanto, os artigos e editoriais publicados em diversos meios de comunicação social (os 'mass media') para se concluir diversamente!", rebateu Celso de Mello enfático. Tem razão o decano.
Fonte: CARTA MAIOR

Diante dos fatos e da racional realidade,e como é bom constatá-los, a suposta malhação contra o protesto das obedientes atrizes globais, nada mais foi do que um clamor popular, tendo em vista o patético conteúdo que a performance proporcionou diante da realidade dos fatos. Cabe o registro que mesmo veículos alinhados com globo no julgamento da AP 470, como o jornal Folha de SP, deram destaque as saudáveis gozações de que foram alvo as meninas de Ataulfo.
Está em jogo uma campanha para censurar e até mesmo limitar a ação cidadã na internete, e Ataulfo, o imorrível, lança as pedras no centro do lago, na expectativa para a votação do marco civil da internete que acontecerá no final do mês de outubro.
E para terminar, sem a menor pretensão em esgotar o assunto, dos grandes partidos políticos e políticos do alto clero, o PT, sem dúvida, foi o partido que mais demorou a utilizar as redes sociais.
Por estarem agora  acusando PT, o que estariam fazendo, ou programando para fazer,  Merval, o Ataulfo imorrível, e os partidos de oposição na rede mundial de computadores ?




 

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Só Depois do Beijo da Novela

Jogadores peitam a Globo.
Pela mudança no futebol

Atletas querem mudar calendário de jogos



A partir do Blog do Miro, o Conversa Afiada reproduz texto do Brasil de Fato sobre o movimento que surge com objetivo de mudar o futebol brasileiro, como já defendeu, explicitamente, Alex:

Não deixe de ler “Final alemã. A Globo quebrou o futebol brasileiro
Em tempo: O Globo Esporte de hoje comentou sobre atraso de uma hora no treino do São Paulo, por conta de reunião do goleiro Rogério Ceni com o restante elenco.

Na mesma matéria, entrevistaram o técnico Muricy Ramalho, deram a escalação da equipe para a próxima partida, noticiaram algumas outras irrelevâncias, e NÃO disseram o motivo da reunião do goleiro com o elenco.

Rogério explicou aos demais atletas, por cerca de uma hora, o movimento acima citado no post. Muricy, na mesma entrevista coletiva, disse apoiar a mudança, que é salutar para o futebol brasileiro. Os demais veículos esportivos noticiaram a manifestação como causa do atraso. Já a Globo…

A Globo, por sua vez, fez o que está acostumada: ocultou o que não lhe convinha. Comentou sobre o atraso no treino, mas não falou sobre o movimento em nenhum momento da reportagem. Como se sabe, a emissora manda e desmanda no calendário do futebol brasileiro.

Quem se informar só pela Globo jamais saberá da existência desse protesto. Ao contrário. Vai continuar assistindo aos jogos até a meia-noite de quarta-feira, já que as partidas só começam após o último beijo da novela, como disse o Alex.

João Andrade
, editor do Conversa Afiada.

Só mesmo um movimento organizado pelos jogadores poderá mudar a realidade viciada, nociva e anti-democrática do futebol brasileiro.
Controlado pela CBF e pela TV Globo, o futebol brasileiro agoniza.
Com jogos do campeonato brasileiro, as terças, quintas e domingos, os jogadores, principais estrelas do espetáculo, chegam a ter convulsões e vômitos após as partidas. 
Muitos pedem para ficar de fora em algum jogo, outros pedem para sair no intervalo do jogo, pois o desgaste físico tangencia a desumanidade.
Para o próximo ano, ano da copa, a irracionalidade extrapolou todos os limites .
Com a temporada encerrando  este ano em 9 de dezembro, as federações estaduais, em sua maioria, marcaram o início dos campeonatos estaduais para o dia 13 de janeiro, quatro dias após o retorno das férias dos jogadores.
Ora, isso é inaceitável.
Para se preparar adequadamente para a temporada anual, os jogadores necessitam de um mínimo de 30 dias após o retorno das férias.
A voracidade das federações, de CBF e da tv globo compromete o espetáculo.
Outro aspecto que necessita de mudança urgente é a indecente exclusidade  dos direitos de transmissão das partidas de futebol, sempre com a tv globo, que para não alterar sua grade de programação exige que as partidas de meio de semana tenham início às 22 horas, após a novela, ou como disse Alex, "só depois do beijo da novela'.
O trabalhador, que também é torcedor, e gosta de assitir as partidas de seu time nos estádios, fica impossibilitado devido ao horário. 
Acordando por volta das cinco ou seis da manhã, teria apenas 4 horas de sono caso fosse assistir partidas no meio de  semana. 
Mesmo em casa, com transmissão leifertizada pela tv, o trabalhador fica com o horário de descanso comprometido, pois o futebol  leifertizado da globo acaba por volta da meia -noite .
Os estádios, belísssimos e reformados, ficam vazios quando deveriam ser mais uma importante fonte de receita para os clubes.

Mundo Irracional - 2


Mujica: "humanidade ocupou o templo com o deus mercado"

Destoando dos discursos feitos pelos seus pares durante a 68ª Assembleia Geral da ONU, o presidente uruguaio José Mujica criticou veementemente o consumismo e defendeu que “enquanto o homem recorrer à guerra quando fracassar a política, estaremos na pré-história. "É através da ciência e não dos bancos que o planeta deve ser governado. “Pensem que a vida humana é um milagre e nada vale mais que a vida. E que nosso dever biológico é acima de todas as coisas, impulsionar e multiplicar a vida. Deveríamos ter um governo para a humanidade que supere o individualismo e crie cabeças políticas”.Fonte: CARTA MAIOR

 A seguir o discurso, na íntegra, de Mujica.



Desde a chegada de Hugo Chavez ao poder na Venezuela, em 1999, aos dias atuais, a América do Sul tem sido o local onde a maioria dos governantes ocupam lugar de destaque não apenas no continente mas em todo o mundo.
O discurso de Mujica na assembléia da insignificante e inoperante ONU, assim como o discurso de Dilma, reafirmam o compromisso do continente sulamericano com a civilidade e com  democracia.
Com idéias e ações que destoam da irracionalidade do mundo atual, a América do Sul vem se transformando com processos politicamente avançados,com destaque para o Uruguay, Bolívia e Equador.
A declaração de Mujica de que o mundo , principalmente os grande países, ainda vive com conceitos e práticas da idade da pedra, principalmente quando recorre a guerras, foi precisa e exata.
E todos nós que pensávamos que a idade da pedra tinha terminado, não por falta de pedras mas pela evolução do homem, vemos nos dias atuais que as cavernas, os porretes e a irracionalidade reinam do Ártico ao Antartico, com grande concentração de irracionais no norte, americano e europeu.

Os Verdadeiros Terroristas



Venezuela vai processar Airbus por falha em avião presidencial


Após comentar a decisão de faltar à Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, informou nesta quarta-feira (25) que viajou à China em uma aeronave da Alba (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América), da companhia Cubana de Aviación, porque sabia que “alguma coisa” também poderia acontecer.


Maduro exige resposta da Airbus após falha em avião presidencial/ Foto: Efe

“Tinha um pressentimento, não me sentia cômodo (...) Depois de uma revisão exaustiva, apareceu uma grave falha em uma das asas do avião, depois de ter passado cinco meses em uma revisão na Airbus da França. A Airbus tem que dar explicações”, disse
O presidente venezuelano afirmou ainda que o governo está preparando ações judiciais contra a fabricante Airbus pela falha. “Quando [o avião] voltou [à Venezuela], pedi que fizessem uma revisão a fundo”, contou, complementando: “Mandei chamar peritos nacionais, que estão fazendo provas, já fizeram um informe. E agora estamos desenhando estratégias para que a Airbus dê resposta sobre as causas de por que o avião presidencial venezuelano tem uma falha assim depois de cinco meses em revisão”, continuou.

“É uma falha inexplicável, eu não vou qualificar, cada um que tire suas próprias conclusões, mas é muito grave”, disse o presidente venezuelano.

O uso de um avião cubano para a viagem de Maduro e sua comitiva à China foi alvo de críticas da oposição, ao longo da semana. Durante seu programa de TV transmitido pela internet, o governador do estado de Miranda, Henrique Capriles, afirmou que o aluguel pago pelo governo custa US$ 250 mil diários aos cofres públicos da Venezuela.

“O que aconteceu com o avião presidencial? Quanto foi gasto para ter um avião presidencial? Quase 80 milhões de dólares. Por que viajam em um avião da Cubana de Aviação?”, questionou o líder opositor, derrotado por Maduro na eleição presidencial de 14 de abril. “Será outro negócio que têm com o governo dos Castro?”, perguntou, referindo-se aos líderes Fidel, e seu irmão e atual presidente de Cuba, Raúl Castro.

No discurso, Maduro afirmou que “de maneira solidária” Cuba colocava o avião da Alba à disposição do chefe de Estado venezuelano desde a presidência de Hugo Chávez.

Fonte: Luciana Taddeo, de Caracas para o Opera Mundi
Fonte: VERMELHO

E aí Dilma ? 
Comprar os caças da Boeing, franceses ou suecos não parece uma opção sensata.
Podem vir batizados, não no tocante a possíveis acidentes, mas sim programados para revelar informações confidenciais das forças armadas brasileiras e do país.
A opção dos caças russos é bem interessante, não só pela tecnologia agregada mas pela proximidade atual com os BRIC'S.
Quanto ao avião presidencial, que confesso não conhecer o modelo, seria interessante que fosse um EMBRAER -190, com uma configuração para voos de grande alcance ,intercontinentais, se possível.
Segurança e marketing.
Todo cuidado é pouco com os estados terroristas deste mundo irracional.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Esbaforida, Estupefata e Perdida

MÍDIA ESTUPEFATA E ESBAFORIDA SE PERDE DO PAÍS E VIVE AOS SOBRESSALTOS COM A ECONOMIA: 
  
taxa de desemprego de agosto  'surpreende' o jornalismo econômico e recua para 5,3% (IBGE)
*rendimento médio cresce; inadimplência recua (Dieese) 
*financiamentos à produção crescem 50% no ano (BNDES)
*PIB será maior e inflação menor(CNI)
Fonte : CARTA MAIOR



  Fonte: BRASIL DE FATO

Não é só na economia que a velha imprensa está perdida.

A charge acima revela o discurso seletivo da velha mídia para líderes que foram reeleitos democraticamente em seus países.

Também na questão ambiental, a velha mídia está totalmente perdida em uma nuvem de CO2 e já ensaia um discurso contrário ao novo relatório do IPCC.

No futebol é um gol contra atrás do outro e agora também está na mira dos jogadores.

Na ação penal 470 inventou um clamor popular que nunca existiu e vem tomando um sacode atrás do outro por juristas e até mesmo por membro do STF.

No programa 'Mais Médicos' demonizou a escolha do governo federal e partiu prá cima dos médicos cubanos. 
Com o amplo apoio da população ao programa, a velha imprensa foi para a UTI e respira com ajuda de aparelhos.

Nos fenômenos naturais a velha imprensa delira. 
O terremoto que atingiu o Paquistão, de 7, 7 graus na escala Richter, foi comentado na delirante imprensa radiofônica como algo similar a um terremoto de 8 graus na mesma escala. 
Não sabe a velha imprensa que a escala Richter é logarítimica e os 0, 3 graus de diferença produziriam um tremor de efeito devastador, não cabendo a comparação entre 7, 7 e 8,0 como sendo algo mais ou menos igual.

E ainda teve o patético protesto do luto, protagonizado pelas artistas globais que tiveram o apoio da região glútea mais famosa de Salvador. 

Mas nem tudo está perdido, pois hoje é quinta-feira e no final de semana teremos Xuxa, Regina Casé, Luciano Huck e Faustão.
É  a zorra total.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Mundo Irracional - 1

Naomi Klein: ‘O hiperconsumismo do capitalismo global está nos matando’

Sem apontar falsas esperanças, Klein valoriza o trabalho de muitos grupos ambientalistas, especialmente na Europa, os quais convocam os Estados Unidos a que não tratem de “ajeitar” seu sistema falido de emissões de carbono, “mas que de fato o abandone e comece a pensar em deter as emissões no país".


Além de ser uma autora e analista de renomado prestígio, Naomi Klein é, sobretudo, uma repórter. Em uma entrevista concedida a Alternet, a autora se referiu às investigações que realizou durante os últimos anos a respeito dos Big Green, as organizações ecologistas que formam parte do problema que desejam evitar e cujo relatório será dado a conhecer (em forma de filme e de livro) em 2014.

Para Klein, se tratou de uma “progressão natural” o passar de escrever sobre a capitalização do desastre em ‘The Shock Doctrine’ a escrever sobre a mudança climática: “Globalizamos completamente um insustentável modelo econômico de hiperconsumismo. Agora se dissemina exitosamente pelo mundo e está nos matando.”

Acontece que, segundo Klein, os grupos que deveriam servir como um contrapeso ao abuso corporativo e à cegueira governamental em assuntos sobre o meio ambiente estão reproduzindo as mesmas práticas elitistas dos grupos de poder. Além disso, não parece ser que, depois de uma década de vigiar muito de perto a mudança climática, tais grupos tenham conseguido fazer alguma diferença:

“Não só as emissões [de contaminantes] aumentaram, mas temos um montão de estafas para apontar… Acho que é uma questão importante o porquê os ‘grupos verdes’ decidiram desestimar a ciência em suas conclusões lógicas”, pois analistas como Kevin Anderson e Alice Bows “andaram dizendo, ao menos durante uma década, que chegar à redução de emissões que necessitamos no mundo desenvolvido não é compatível com o crescimento econômico.”

As verdadeiras causas da contaminação não se resolvem fazendo que as pessoas comprem somente coisas orgânicas ou “verdes”, mas atendendo ao modelo ao qual o capitalismo global nos marginalizou e a como podemos detê-lo. Parte da solução para Klein é que “se o movimento ambientalista decidiu lutar, deveriam deixar de lado seu status de elite”, coisa que não se permitiram. “Acho que isso é grande parte da razão pela qual as emissões estão como estão.”

Mas nem tudo está perdido. Sem apontar falsas esperanças, Klein valoriza o trabalho de muitos grupos ambientalistas, especialmente na Europa, os quais convocam os Estados Unidos a que não tratem de “ajeitar” seu sistema falido de emissões de carbono, “mas que de fato o abandone e comece a pensar em deter as emissões no país, em lugar de continuar com esta fraude. Penso que é o momento em que nos encontramos agora. Não temos mais tempo a perder com estas fraudes que são muito astutas, mas que não funcionam.” (20.09.13)
Fonte: CARTA MAIOR


De fato as grandes ong's que trabalham pela ecologia assim como os partidos verdes tradicionais estão inseridos no sistema que antes combatiam.
Verdes neoliberais que priorizam a ecologia cinza, a maquiagem de grandes centros urbanos , e grandes ong's com suas ações espetaculares de grande impacto midiático mas com poucos resultados práticos parece que já esgotaram seus repertórios.
A autora se refere a esses grupos como elitistas.
De fato os partidos verdes tradicionais e as grandes ong's, pelo menos por aqui ao sul do Equador, estão bem distantes do povo. 
Tendo em seus quadros  pessoas de classe média alta e média, um discurso elitista com ares de superioridade intelectual e de orientação neoliberal, essas agremiações representam os rebeldes que o sistema deseja e incentiva. 
É preciso ir além deles, tanto no cenário local quanto no global.
Na questão local, e individual, me parece que a opção por produtos verdes e orgânicos é bem interessante. 
Qualquer pessoa que tome a decisão por uma nutrição orgância, certamente desenvolveu pelo menos um tipo de consciência ecológica, no caso a ecologia individual, com impacto na construção da saúde e da qualidade de vida. 
Quem prioriza os orgânicos, os verdes e produtos não manufaturados,  procura alimentos isentos de substâncias químicas nocivas a saúde, comuns nos manufaturados, e isentos de agrotóxicos  que são usados de forma indiscriminada na agricultura. 
Ao tomar essa decisão, é inevitável que outras práticas venham a seguir, como a inclusão de atividade física , por exemplo. 
A simples opção pela saúde e pela qualidade de vida, gera um impacto nos custos da saúde pública. 
Para cada dólar investido em qualidade de vida,no contexto de práticas de atividade física, economiza-se quatro dólares na saúde pública. 
O hiperconsumismo , de fato, está matando as pessoas e a morte começa pela boca, com um número cada vez maior de pessoas no mundo sofrendo de obesidade e sobrepeso, fruto de uma dieta altamente calórica, de baixo valor nutricional, com produtos industrializados e repletos de substâncias químicas nocivas a ecologia humana. 
Já os produtos orgânicos, a maioria de produção local ou próxima do local de consumo, pelo menos aqui no Rio de Janeiro, crescem em aceitação com o surgimento de feiras livres nas ruas da cidade, Do campo para o consumidor. Tudo isso tem um impacto gigantesco na redução do consumo de agrotóxicos químicos, na redução da poluição atmosférica do transporte de cargas, nos custos com a saúde pública, na redução do descarte do lixo excessivo por conta das embalagens atratentes e com a valorização da agricultura familiar e orgância, apenas para citar algumas vantagens. 
Isso não significa que a opção pelos orgânicos seja vegetariana, ao contrário, muitos produtos de origem animal também trazem o conceito orgâncio  ao serem livres de antibióticos, hormônios e serem produzidos através de criações não intensivas de escala industrial.  
Um dos grandes impactos ( e são muitos os impactos) dos produtos industrializados ao meio ambiente se refere ao transporte. Com a introdução de técnicas de gestão industrial voltadas para a produtividade máxima, isso a partir do anos 70 e 80, a maioria das corporações trabalha com estoque mínimo, em acordo com a técnica de just in time. A técnica consiste em receber as matérias primas e produtos necessários para a produção, pouco tempo antes de utilizá-los, evitando assim os custos de armazenamento da matérias primas. Vale para o transporte intracidade, entre cidades e mesmo entre países.
Tudo isso requer uma logística apurada e uma relação de confiabilidade com os fornecedores, principalmente no tocante aos prazos de entrega. Por outro lado, gera um aumento excessivo no transporte ( terrestre, marítmos, ferroviário e aéreo) de cargas, contribuindo ainda mais para a poluição do ar. Um exemplo de just in time e de otimização dos custos de fabricação, foi apresentado no livro Capitalismo Natural e se refere a fabricação das latas ( embalagens) de coca-cola. Reproduzo-o a seguir:

Fabricação de lata de coca-cola inglesa.

A fabricação de uma lata de coca-cola inglesa resulta mais custosa e complicada que a da própria bebida. A bauxita ( minério de alumínio) é extraída na Austrália e transportada para um separador, que, em meia hora purifica uma tonelada de minério, reduzindo-o a meia tonelada de óxido de alumínio. Quando acumulada em quantidade suficiente, o estoque é embarcado em um gigantesco cargueiro que o leva à Suécia ou à Noruega, onde as usinas hidroelétricas fornecem energia barata. Depois de um mês de travessia de dois oceanos, ele passa outros dois meses na fundição. Alí, um processo de duas horas transforma cada meia tonelada de óxido de alumínio em lingotes de dez metros de comprimento. Estes são tratados durante quinze dias antes de embarcar para as laminadoras da Suécia ou da Alemanha. Lá, cada lingote é aquecido a quase 500°C e prensado até atingir a espessura de 0, 30 cm. As folhas resultantes são embaladas em rolos de 10 toneladas e transportadas a um armazem e, depois, a uma laminadora a frio do mesmo país ou de outro, onde voltam a ser prensados até ficar dez vezes mais finas e prontas para a fabricação. O alumínio é então, enviado à Inglaterra, onde se moldam as folhas em forma de latas que, a seguir, são lavadas, secadas, esmaltadas e pintadas com a informação específica do produto. Depois de laqueadas, rebordadas ( ainda não tem tampa), recebem uma camada protetora interna, que evita que o refrigerante as corroa, e passam pela inspeção.  Colocados em paletes, são erguidas pelas empilhadeiras . No momento do uso, são transportadas até a engarrafadora, onde as lavam e limpam uma vez mais e as enchem de água misturada com xarope aromatizado, fósforo, cafeína e gás de dióxido de carbono. O açúcar vem das plantações de beterraba da França depois de passar pelo transporte, a usina, a refinação e o embarque. O fósforo originário de Idaho, nos EUA, é extraído em minas profundas - processo esse que também desenterra o cádmio e o tório radioativo. As empresas de mineração consomem permanentemente a mesma quantidade de eletricidade que uma cidade de 100 mil habitantes a fim de dar qualidade alimentar ao fosfato. A cafeína  vai da indústria química para o fabricante do xarope na Inglaterra. As latas cheias depois de vedadas com uma tampa pop-top de alumínio em um ritmo de 1.500 por minuto, são embaladas em caixas de papelão com as mesmas cores e esquemas promocionais. Estas foram feitas com polpa de madeira oriunda de qualquer lugar, da Suécia à Sibéria e às antigas florestas virgens da Colúmbia Britânica, que são o habitat dos ursos pardos, dos cachorros- do-mato, das lontras e das águias. Uma vez mais empilhadas em paletes, as latas são transportadas ao armazém de distribuição regional, e pouco depois, ao supermercado, onde normalmente as compram em três dias. O consumidor adquire 350 ml de água com açúcar colorida com fosfato, impregnada de cafeína e aromatizada com caramelo. Beber a coca-cola é questão de alguns minutos; jogar a lata fora, de um segundo. Na Inglaterra, os consumidores jogam no lixo 84% das latas, o que significa que a taxa geral de alumínio que jogam fora ( desperdiçada), sem contar as perdas de produção é de 88%. Os EUA ainda obtêm do minério virgem três quintos do alumínio que consomem, gastando vinte vezes mais a energia do metal reciclado sendo a quantidade de alumínio  que jogam fora suficiente para renovar toda a frota de aviões comerciais do país de três em três meses.


E então ? 
Impressiona, não é ? 
A questão é se impressiona pela otimização dos custos, pela racionalidade ou pela irracionalidade. 
Estaria de fato otimizando os custos  sem contabilizar o estrago no capital natural ( água, solo, ar) ?
E tudo isso para fabricar uma embalagem que irá acondiconar um produto desnecessário a nutrição humana e nocivo à saúde, mas que se situa no mundo como um ícone de consumo.
Certamente aquele que optou por produtos orgâncios não consome refrigerantes prefere as frutas naturais ou o concentrado de fruta, mesmo que industrializado. Não alimenta o transporte marítimo de um gigantesco cargueiro por dois oceanos durante 30 dias.
Assim entendo que a opção individual por produtos verdes, orgânicos, e não manufaturados (ou mesmo que sejam são pouco manipulados e pouco processados ) é uma opção inteligente e revolucionária, e depende apenas de uma opção pessoal.
Considere que os amantes dos refrigerantes, tem o hábito mundial de associá-lo ao consumo de fast food , sanduíches de pouco valor nutricional e principais responsáveis pela epidemia de obesidade que assola o mundo. Quase sempre compostos com proteínas animais, carne, frango ou peixe, essa nutrição em massa contribui para a degradação ambiental com desastrosos impactos no capital natural. Veja o texto a seguir: 

Você já parou para pensar no impacto ambiental que um bife causa?

Certamente esse é um assunto muito esquecido pela maioria dos ecologistas e da população, talvez por ser escondido pelas grandes empresas produtoras de carne e pelo interesse econômico do governo.
Em 7 anos, dobrou a produção mundial de carne: são 2500 milhões de toneladas anuais. Na Amazônia, há 35 bilhões de cabeças de gado contra 22 milhões de habitantes, ou seja, muito mais gado do que pessoas. Temos hoje inúmeros dados que provam os grandes impactos, muitas vezes irreversíveis, que o consumo de carne implica. A pecuária foi o principal fator responsável pelo desmatamento da mata atlântica, da caatinga, do cerrado e agora da Amazônia. O desmatamento da Amazônia por queimadas gera 2 milhões de toneladas anuais de CO2, o que corresponde a 2/3 das emissões brasileiras de gases poluentes. Mesmo assim, no Brasil, vê-se aumento na exportação de carne. Isso ocorre por ser mais barato produzi-la aqui, justamente pelos danos ambientais não serem interiorizados no preço da carne exportada. Ou seja: com a pecuária, retiram-se muito mais recursos do país do que se recompõe (fonte: João M. Filho – Instituto Peabiru, Belém).

Para se ter uma idéia, a indústria de carne é uma das maiores responsáveis pela poluição da água, pois, apenas para se ater a um exemplo, um porco excreta de 7 a 8 vezes mais que um ser humano por dia. Uma criação de porcos média produz tantos excrementos quanto uma cidade com 12 mil habitantes. Esses excrementos vão parar em açudes ou em alguns esterqueiros muito mal planejados. Além disso, a pecuária é uma das maiores consumidoras de água. São necessários 35 litros de água por dia para sustentar um boi e de 90 litros por dia para sustentar uma vaca leiteira (dados da FAO – Food and Agriculture Organization). Para se produzir 1 kg de carne, precisa-se de 15 mil litros de água; no entanto, para se produzir 1 kg de cereal, precisa-se de 1,3 mil litros de água. É uma diferença gritante para um mundo que está sofrendo com vários problemas relacionados à falta de água. A produção de um único hambúrguer consome uma quantidade de água suficiente para 17 banhos de chuveiro. Além disso, a produção industrial de animais é responsável pela infiltração de medicamentos e hormônios nos lençóis freáticos (fonte: Natürlich Vegetarisch e EarthSave Magazine - Primavera 2000).

      
Na questão da terra, temos cerca de 80% das áreas cultiváveis usadas para a criação de animais. Em um hectare de terra podem ser plantados 22.500 kg de batatas, mas, na mesma área, só podem ser produzidos 185 kg de carne bovina (dados da FAO). Num país onde a maior parte da população é miserável e passa fome, a maior parte dos alimentos produzidos é destinada para sustentar o luxo da carne, sendo que a carne alimenta somente uma pequena parcela da população, essa que, certamente, se deixasse de comer carne, não iria passar fome, pois tem acesso a variedades de fontes alternativas. Além disso, com os cereais produzidos para a demanda da pecuária, poderíamos alimentar 1/3 da população mundial, que é a que passa fome. Estudos patrocinados por entidades ecológicas norte-americanas concluem que mais de 1 bilhão de pessoas poderiam alimentar-se com os grãos, sobretudo soja, destinados à alimentação do rebanho bovino norte-americano. E mais: a economia em grãos conseguida se os americanos reduzissem em apenas 10% o consumo de carne seria suficiente para alimentar o mesmo número de pessoas que, segundo os estudiosos, morre de fome no mundo a cada ano (fonte: Como Defender a Ecologia, ed Nova Cultura).

O peixe não escapa dessa. Só a indústria de atum enlatado é responsável pela morte de mais de 150 mil golfinhos por ano no Oceano Pacífico (algumas fontes alegam que são 250 mil). A compra, seja de uma lata de atum ou de qualquer outro peixe, está estimulando a matança indiscriminada de golfinhos – animais tidos como os mais inteligentes depois do homem. O problema ocorre porque os atuns e outros peixes se concentram freqüentemente sob cardumes de golfinhos, que acabam sendo apanhados pelas redes e arrastados para o fundo, onde morrem afogados. Lamentavelmente, às vezes morrem mais de cem golfinhos para que se possa pescar uma dúzia de atuns (fonte: Como Defender a Ecologia, ed Nova Cultura).
 

Podemos ver claramente, com esses dados, que o bife de cada dia tem um impacto ambiental assustador. As catástrofes da seca na Amazônia, o clima descontrolado no sul e do sudeste do país e a perda da biodiversidade são apenas alguns exemplos do que os grandes rebanhos causam no mundo. Você pode mudar isso. Seja vegetariano e divulgue a idéia.

Pode-se concluir que junto com a carne o Brasil exporta água, e gratuita.
A questão  do consumo dos orgânicos é fundamental, imprescindível e um grande passo para mudanças . Infelizmente nas grandes mídias privadas que dominam a audiência no mundo o assunto não é abordado com seriedade, isso quando é abordado, já que a pressão dos anunciantes não permite qualquer incentivo à saúde e à qualidade vida.
Hoje, 26.09.13, poucos dias antes da divulgação do 5°relatório do IPCC da ONU sobre alterações climáticas, já se sabe que o relatório reafirma que as alterações climáticas e o crescimento da temperatura mundial são fruto da ação humana na terra. Afirma , também, que até 2050 a calota de gelo do Ártico desaparecerá totalmente. 
Tal notícia gerou grande alegria no sistema, pois as rotas de navegação marítma poderão utilizar as águas do Ártico, reduzindo os custos de transporte.
Racional ou Irracional ?
Uma grande alegria tomou conta das corporações de petróleo já que poderão explorar a região do Ártico.
A autora se refere ao EUA que tenta ajeitar suas emissões de carbono.
Não acredito que os EUA estejam "ajeitando" alguma coisa no tocante as emissões de carbono. Aliás pouco se preocupam com isso.
A recente declaração do governo americano sobre as reservas de xisto do país, com possibilidade de explorar o gás do xisto com autonomia de 100 anos de gás , mostra que as emissões vão aumentar ,além, claro , dos efeitos devastadores no meio ambiente causados pela exploração do xisto.
Entramos na esfera da ação global e não será com atividades de impacto midiático que a realidade pode mudar.
No contexto global, de forma a reverter um sistema falido, são necessárias ações globais, diretas e que produzam dores, muitas dores, naquele local que governos e corporações acusam o golpe: o bolso.
Não se pode esperar nada da grande maioria dos governantes atuais nem dos organismos internacionais em se tratando de mudanças do sistema. É preciso reinventar a indústria, a nutrição, a agricultura, as  fontes de energia, os transportes,  e até mesmo as mídias, garantindo uma internete livre e democrática, como muito bem citou a Presidenta Dilma Roussef no brilhante discurso de abertura  da reunião da ONU, esta semana.
A autora cita ecologistas doutrinados, que repetem o discurso do sistema dizendo que chegar ao nível de redução das emissões de carbono afetaria o crescimento econômico.
Para eles deixo uma máxima de Einstein:
" não se pode resolver um problema inserido na mesma lógica em que ele foi criado"
É necessário , também, reaprender a aprender e a pensar. 
 









terça-feira, 24 de setembro de 2013

Saudações em Grená, Verde e Branco

Paulo Nobre pode até ser um Bruce Wayne, mas não dá para ser o Batman…

por Benjamin Back em 23.set.2013 às 11:00h

Com a vitória em cima do Sport, o Palmeiras atingiu os 55 pontos e, por mais que alguns insistam com aquele blá blá blá, o Verdão está sim de volta a Série A do Brasileirão! E não há motivo para festa, afinal, esse foi o segundo rebaixamento num período de 10 anos, uma prova de que nem sempre aquela teoria de que é bom chegar ao fundo do poço para se reerguer depois é válida, vide o próprio Palmeiras e o Vasco.

Mas a pergunta é: o que o torcedor palmeirense pode esperar em 2014, ano do seu centenário? Não me recordo de um presidente ter recebido um clube em condições tão precárias, como no caso do Paulo Nobre! Pior até que Andrés Sanchez com o Corinthians em 2007.

O assunto categoria de base no Palmeiras é algo semelhante como falar do saci Pererê, ou seja, ninguém acredita que exista. As fortunas gastas em contratações como Valdívia e Wesley ainda não foram pagas.

O clube também não conseguiu vender o patrocínio da camisa. As receitas da Adidas já foram praticamente todas adiantadas e pasmem, ao invés desse contrato ter sido feito até dezembro de 2013, já que 2014 é o ano do centenário do clube e teoricamente poderia ser arrecadado um valor bem superior, ninguém parece ter lembrado disso lá no Verdão. Por fim, o maior de todos os problemas, o péssimo contrato feito para a reforma do estádio Palestra Itália, onde nem os dirigentes sabem mais o que pertence ao Palmeiras ou não, inclusive, a briga entre a construtora e o clube promete esquentar ainda mais nos próximos meses!
Fonte: LANCE
 
O texto acima foi publicado, ontem, 22.09,13, no diário esportivo LANCE.
O autor é o mesmo que escreveu, recentemente, sobre as " maravilhas" de Tóquio, por ocasião da escolha da cidade como sede dos jogos olímpicos de 2020. O  artigo mereceu um comentário do PAPIRO ( Os Vira-latas) em 13.09.13
Na versão impressa de LANCE, de ontem, além do texto acima do autor, outros pequenos textos ilustravam a coluna. Em um dos textos, que de certa forma segue o mesmo  tema do texto acima, o autor se refere ao futebol do Rio de Janeiro como algo que parou no tempo e ainda afirma que as conquistas dos campeonatos brasileiro de Flamengo e Fluminense nos últimos quatro anos foram obras do acaso. 
Em se tratando de opinião de torcedor leifertizado tudo é aceitável, mas vindo de um jornalista  do maior diário esportivo do país é lamentável e preocupante.
Nos últimos quatro anos, incluindo o ano de 2009, o futebol do Rio de janeiro obteve quatro conquistas nacionais , isso em oito disputadas ( Flamengo brasileiro 2009, Fluminense brasileiro 2010 e 2012 e Vasco copa do Brasil 2011).  Isso representa 50% das conquistas nacionais possíveis no período considerando o brasileiro da série A e a copa do Brasil, em torneios com alto grau de dificuldade, como o campeonato brasileiro que pela forma de disputa por pontos corridos , com 20 equipes, em dois turnos, elimina qualquer possibilidade do acaso, e isso qualquer analfabeto em estatística e probabilidade aceita de bom grado. Já a copa do Brasil, pelo tipo de disputa, permite que o acaso se manifeste e até mesmo equipes de pouco investimento podem vencer a competição, como já ocorreu em várias edições do torneio ( Santo André, Paulista, Juventude, Criciúma, Sport Recife ).
A motivação para a declaração do autor, certamente é o mau momento que as equipes do Rio passam no campeonato brasileiro ( ou seriam as equipes de SP ? ), onde apenas o Botafogo ocupa as primeiras posições, ao lado de Cruzeiro, ( MG), Atletico Paranaense ( PR ) e Grêmio ( RS). O mesmo não se pode afirmar da Copa do Brasil, já que das oito equipes finalistas , três são do Rio de janeiro, duas do Rio Grande do Sul,  uma de São Paulo, uma do Paraná e outra de Goiás.
Já no cenário sulamericano e mundial, o futebol de São Paulo se destacou nos últimos quatro anos com duas libertadores conquistadas, duas recopas sulamericanas, uma copa sulamaericana e um mundial de clubes. Teve a companhia  do RS e MG nas conquistas do continente sulamericano. Esses são números, e ao que parece,  nesses últimos quatro anos ( já incluindo o Atlético -MG no quinto ano) ninguém chegou onde chegou por acaso, seja no cenário nacional, continental ou mundial.
Isso , porém, não elimina os graves problemas estruturais dos grandes clubes brasileiros que, com raras exceções, estão mergulhados em dívidas e mesmo alguns sem a devida estrutura profissional para treinamentos, recuperação de atletas e formação das categorias de base.
No tocante ao Rio de Janeiro, motivo da fúria do jornalista, as equipes principais estão empenhadas em solucionar ou reformatar suas dívidas, na construção de centros de treinamentos e gestão de novas arenas, tendo em vista o retorno do Maraca. Uns um pouco mais avançados em algum ponto , outros menos, mas ninguém parado na estrada.
Em se tratando de categoria de base, o Fluminense tem se revelado como um dos grandes clubes brasileiros formadores de talentos, tendo em vista a boa estrutura, que ainda não é a ideal, do Centro de treinamento Vale das Laranjeiras, no distrito de Xerém, município de Duque de Caxias, na baixada fluminense. Assim como a maioria dos clubes brasileiros que tem formação de jogadores, o Fluminense, hoje, é formador e vendedor de talentos, o que é lamentável, pois talento é cérebro e arte, e não deveria ser apenas produto de exportação.
Atualmente jogando nas séries A e B dos campeonatos brasileiros, o Fluminense tem , nos outros times, praticamente um time de atletas formados em Xerém. Vejamos:
Fernando Henrique ( Ceará),  Junior Cesar ( Atletico MG), Arouca ( Santos) Toró ( ?), Carlos Alberto ( Vasco ), Matheus Carvalho ( Joinville), Tartá ( ?) e outros mais.
No futebol internacional:
Wellington Nem ( Shaktar- Ucrânia), Allan ( Red Bull-Austria) , Maikon ( Locomotiv - Rússia ),Wallace ( Chelsea ), Rafael ( Manchester United), Marcelo ( Real Madrid )
Além desses , treinadores do futebol que foram formados no clube:
Carlos Alberto Torres, Abel Braga, Cristovão, Ricardo Gomes.
E ainda, comentartistas de tv :
Edinho e Roger
Também na política, ex jogadores que se formaram no clube: Deley
Tradicionalmente o Fluminense é um formador de talentos, para a vida. Infelizmente a estrutura do futebol brasileiro tem , nos talentos da base a salvação para fechar as contas do ano. Estamos ainda, isso em alguns clubes mais avançados, na fase de formadores e vendedores de talentos.
O Fluminense trabalha, através de sua diretoria, para que até o final desta década, o clube seja formador e mantenedor de talentos, isso em uma estrutura já equilibrada financeiramente e adequada a realidade do futebol brasileiro e mundial. Pensa , ainda, em futuro , ser um clube formador, mantenedor e comprador de talentos.
Como disse Nelson Rodrigues:
" O Fluminense não é um clube grande. Grandes são os outros. O Fluminense é enorme "
Depois dessa breve aula sobre a realidade, volto ao tema do jornalismo.
O futebol brasileiro tem muitos problemas conjunturais e estruturais  para resolver, e  espera-se que a imprensa esportiva contribua para isso e que não seja mais um problema no esporte, tendo em vista o péssimo conteúdo jornalístico  disponibilizado pela maioria  das emissoras de rádio, tv e jornais. O próprio diário LANCE, com frequência, apresenta excelentes matérias sobre a realidade dos clubes brasileiros , sobre a organização de competições e outros assuntos inerentes a realidade do futebol brasileiro em comparação com o futebol mundial. Também organiza fóruns de debates  sobre o assunto, procurando estimular a produção de idéias que visem sempre o melhor para o esporte. Infelizmente , ainda é pouco. Com a proximidade dos jogos olímpicos de 2016 seria interessante, se for viável para o diário, uma publicação, mesmo que semanal, ao estilo suplemento ou caderno B, com uma ampla cobertura de todos os esportes olímpicos.  É verdade que saindo o futebol, nossa alegre imprensa esportiva produz muito pouco ou quase nada sobre os esportes de uma maneira geral, o que é lamentável. Com exceção da obsessiva e estranha insistência da  fórmula-1 do Galvão Bueno e globo, o futebol reina nas telas de tv leifertizadas.
Quanto ao caro colunista do LANCE, problemas em SP, sejam de ordem econômica, de segurança pública, política, ou mesmo do futebol, devem ser tratados na esfera paulista, sem que o Rio de Janeiro seja acusado dos mesmos problemas, mesmo que os tenha.
Esse comportamento que ainda existe em grande parte da imprensa paulista, carrega consigo uma insegurança histórica, com raízes profundas, que vez por outra em muitas vezes, aflora das margens do Tietê para o Brasil, revelando toda sua fragância.
 
 

sábado, 21 de setembro de 2013

Os Efeitos das Atrocidades Americanas no Iraque

El uso de munición con uranio empobrecido no solo asesinó a muchos civiles sino que sigue provocando malformaciones en bebés

La OMS se niega a publicar el informe sobre cáncer y malformaciones congénitas en Iraque

“Necesitamos una organización de Naciones Unidas a la que los cinco miembros permanentes del Consejo de Seguridad no pueda corromper”


La Organización Mundial de la Salud (OMS) se ha negado categóricamente, en contra de su propio mandato, a publicar las pruebas que han demostrado en Iraq que el uso de uranio empobrecido y otras armas en Iraq por el ejército estadounidense no solo asesinó a muchos civiles sino que sigue haciéndolo consecuencia de las malformaciones congénitas de los bebés.
El asunto salió por primera a la luz vez en 2004, gracias a un informe especializado de la OMS sobre la salud a de la población civil de Iraq a futuro, como resultado de la utilización de armas cubiertas de uranio empobrecido. Este primer informe se mantuvo en secreto; en realidad la OMS lo suprimió.
El estudio realizado por tres científicos, máximos expertos en radiación, advertía de que tanto los niños como los adultos podrían contraer cáncer después de respirar el polvo contaminado con uranio empobrecido, que es radioactivo y químicamente tóxico [1]. Sin embargo la OMS, que utilizó como un experto asesor en radioactividad al autor principal del estudio, el Dr. Keith Baverstock, impidió su publicación. El Dr. Baverstock declaró que el informe había sido deliberadamente suprimido, aunque la OMS lo negó [2].
Casi nueve años más tarde, un informe sobre cánceres y malformaciones congénitas en Iraq, realizado conjuntamente por la OMS y el Ministerio iraquí de Sanidad, tenía que haber visto la luz en noviembre de 2012. “[…] La publicación se ha retrasado repetidamente y ahora no hay ninguna fecha prevista.”
Hasta el momento, el estudio de la OMS permanece en ‘secreto’. Según Hans von Sponeck, ex coordinador humanitario en Iraq “[…] El gobierno de Estados Unidos quería evitar que la OMS supervisara zonas del sur de Iraq donde el uranio empobrecido se ha utilizado y ha causado graves daños a la salud y supone un peligro para el medio ambiente.” [3]
Esta tragedia en Iraq recuerda a una de las armas químicas que los estadounidenses utilizaron en Vietnam, y al hecho de que Estados Unidos no ha reconocido ni pagado compensación alguna, ni ha dado asistencia médica a los miles de niños deformes nacidos, y que aún siguen naciendo, debido a que el ejército estadounidense utilizó agente naranja por todo el país.
Los millones de litros de este producto que se lanzaron en el Vietnam rural fueron ávidamente manufacturados y vendidos al Pentágono por empresas como Dupont, Monsanto y otras que codiciaban grandes beneficios.
Dado el récord que ostenta Estados Unidos en no reconocer las atrocidades que comete en guerra, lamento advertir a esas madres de Najaf y de otras ciudades y pueblos iraquíes que no intenten traer más niños al mundo porque nunca recibirán ni ayuda ni consuelo. [4]
Necesitamos una organización de Naciones Unidas a la que los cinco miembros permanentes del Consejo de Seguridad no pueda corromper.

Notas del autor y de IraqSolidaridad

1.- Sobre los últimos informes sobre uranio empobrecido véase Paloma Valverde, “Nuevos informes sobre la contaminación radioactiva en Iraq”, IraqSolidaridad 6 de mayo de 2013. Véase también en IraqSolidaridad “Entrevista con el Dr. Busby”, 5 de enero de 2012
2.- Véase Rob Edwards, WHO ‘Suppressed’ Scientific Study into Depleted Uranium Cancer Fears in Iraq, The Sunday HeraldFebruary 24, 2004)
3.- Citado en Mozhgan Savabieasfahani Rise of Cancers and Birth Defects in Iraq: World Health Organization Refuses to Release DataGlobal Research, July 31, 2013.
4.- Para más información véase Sarah Morrison, “Iraq registra un gran aumento de malformaciones congénitas”, blog de IraqSolidaridad, 14 de octubre de 2012.

Denis Halliday fue Coordinador humanitario de Naciones Unidas en Iraq, con rango de Secretario general, desde el 1 de septiembre de 1997 hasta 1998, cuando dimitió en protesta por las sanciones genocidas aplicadas por Naciones Unidas al pueblo de Iraq. Le sucedió Hans von Sponeck, quien también dimitió de su cargo por las mismas razones.

Fonte: REBELION

Em 29 de agosto deste ano, O PAPIRO  publicou um artigo ( Farsas Sinceras do Sistema ) sobre armas de destruição em massa , isso em meio a uma alucinada campanha dos EUA para invadir a Síria.
No artigo em referência foi citado o caso do uso de armas com uranio empobrecido  durante a guerra no Iraque.
Quase um mês depois o assunto aparece em REBELION com uma denúncia de que a OMS se nega a publicar informações sobre o crescimento de casos de cancer e de má formação genética em pessoas, no Iraque,  expostas aos efeitos do uranio.
As armas químicas usadas na Síria mataram algo em torno de 1400 pessoas  sem que se saiba com certeza que lado usou o gas venenoso, se o governo ou oposição.
Mesmo assim, os EUA e  a mídia internacional,  que ladra e segue as farsas , acusaram o governo sírio de uso de armas químicas e partiram para as famosas e surradas campanhas de demonização, onde a razão dá lugar a declarações de efeito carregadas de clichês e adjetivos, sem que se tenha tempo para debater a apurar os fatos.
É algo como um efeito bola de neve, onde uma declaração sem provas, alimenta outras declarações , e mais outras.
Quem conta um conto, aumenta um ponto.
A velha imprensa, que deveria zelar pelo equilíbrio e veicular informações confiáveis, apenas reproduz o discurso obsessivo dos EUA e aliados, sem nehum tipo de análise crítica.
O mesmo acontece com organismos internacionais, que sempre tendem em seguir  as "verdades" contidas nas denúncias americanas.
Nesse mundo que se diz civilizado e democrático, e que critica e criminaliza grupos  que pleiteiam transparência e democracia real , a verdade dos fatos é algo que se deseja que ela seja, e não a verdade in natura.
Em meio a farsa da civilidade e da democracia tem-se informações concretas e objetivas de que as armas com urânio empobrecido  utilizadas pelos EUA na guerra contra o Iraque, sem que nada justificasse o uso de tal munição em um país sem qualquer poderio bélico que pudesse ameaçar alguém, atingiram  e continuam até hoje fazendo estragos na população civil daquele país.
Certamente um crime contra a humanidade.
Essas informações, segundo o artigo em REBELION, são de conhecimento dos organismos internacionais e de forma direta são omitidas da opinião pública mundial, que fica apenas com a opinião publicada pela velha imprensa, que enquanto sabedora da verdade factual participa da farsa das mentiras sinceras, com amplo domínio do fato criminoso que ela, a velha imprensa, ajuda a omitir.
A guerra no Iraque, uma invasão unilateral ancorada em obsessões e histerismos , tem ainda o agravante do uso de armamento radioativo que que destroi vidas por décadas e décadas.
Mais uma vez, nesse momento de histerismos bélicos contra a Síria, a velha imprensa brasileira e mundial reproduz e publica uma opinião, que não reflete a verdade, e que também não tem nenhuma relação ou proximidade com a opinião pública.

Curiosamente, hoje,  CONVERSA AFIADA publica um artigo com uma pesquisa de opinião sobre a tão falado 'clamor da população", que segundo a velha imprensa brasileira norteou a cobertura do julgamento da ação penal 470.
Segundo a pesquisa, esse tal clamor jamais existiu e as declarações produzidas pela velha imprensa não só não representam a verdade factual como se revelam em tentativas de criar uma opinião pública de acordo com os interesses da velha imprensa.

Esse mundo"civilizado e democrático" se parece com um doente terminal, que agoniza mas não morre, ou vive em coma profundo como um de seus ícones israelense.

Enquanto isso, o Brasil vende para a China 16 mil toneladas de lixo radioativo em troca de urânio.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Anotaram a Placa ?

Gilmar Mendes: ignorância e preconceito

A incrível entrevista em que ministro do STF exibiu, além de grosseria, desconhecimento sobre países vizinhos. E o que ele precisa aprender sobre a Bolívia

Por Antonio Barbosa Filho, no Outras Palavras

Certamente abalado pela aula magna de Direito pronunciada pelo ministro Celso de Mello na sessão do dia 18 de setembro, onde todos os seus patéticos argumentos vociferados na semana anterior foram reduzidos a pó, o ministro Gilmar Mendes cometeu mais um erro crasso em fala à imprensa. Ao deixar o plenário, o emérito jurista de Mato Grosso afirmou aos jornalistas, segundo se lê no Portal UOL: “Daqui a pouco nós conspurcamos o tribunal, corrompemos o tribunal, transformamos ele (sic) num tribunal de Caracas, de La Paz, num tribunal bolivariano”.
Tentando ser irônico e cometendo um ato de hostilidade a seus colegas magistrados de dois países com os quais o Brasil mantém excelentes relações em todos os setores, Gilmar revelou também profunda ignorância em Geografia e sobre o Judiciário dessas nações vizinhas.
Não há tribunais em La Paz! Os quatro tribunais superiores do Estado Plurinacional de Bolívia (nome oficial do país) localizam-se e funcionam na histórica cidade de Sucre. E Sucre, para surpresa do eminente, mas desatento, aluno de Celso de Mello é a Capital da Bolívia, como determina o artigo 6, item I. da Constituição Política do Estado, elaborada por uma Assembleia Constituinte livremente eleita em 2006, e depois submetida a Referendo popular, em 25 de janeiro de 2009. O povo boliviano aprovou a Constituição por 61,43% e o dispositivo mencionado afirma: “Sucre es capital de Bolívia” – dispenso-me de traduzir.
Se não sabe nem qual é a capital do país a que se refere, muito menos saberá o ilustre derrotado que o sistema judicial boliviano foi estruturado com a assessoria da União Europeia, que destinou 450 mil euros para um programa de colaboração com duração de 18 meses, nos quais magistrados espanhóis trabalharam com juristas bolivianos.
A especialista Ana Esther Sanchez, da Audiência Internacional da Espanha explicou que o trabalho visava o estabelecimento de um sistema judicial “com parâmetros totalmente diferente dos anteriores”, mas em conformidade com as normas e padrões internacionais de direitos humanos, transparência das instituições, acesso das pessoas à Justiça e independência judicial, previstos na Constituição de 2009.
Para ilustração do concessor de habeas corpus a banqueiros condenados, acrescento que são quatro os órgãos integrantes da cúpula do “órgão judicial” – na Bolívia de Evo Morales aboliu-se a expressão “Poder”, havendo os “órgãos” judicial, executivo e legislativo. Isso porque a nova Constituição radicalizou ao definir que o poder “reside do Povo”, quando as anteriores diziam que o poder “emana do Povo”. O “orgão judicial”, portanto, é formado pelo Tribunal Supremo de Justiça, o Tribunal Constitucional Plurinacional, o Conselho da Magistratura, e o Tribunal Agro-Ambiental. Todos instalados e funcionando na capital do país, que é Sucre.




O ministro Gilmar Mendes cometeu mais um erro crasso em fala à imprensa (Foto Nelson Jr./SCO/STF)
O Tribunal Supremo de Justiça, equivalente ao colegiado que tolera Gilmar Mendes, tem nove membros efetivos e nove suplentes, eleitos pelo povo, em cada um dos nove Departamentos (no Brasil seriam os Estados) que conformam a nação. As Assembleias Legislativas Departamentais selecionam seis nomes em duas listas, uma só de homens, outra só de mulheres. Os candidatos precisam ter mais de 30 anos de idade, e no mínimo oito como juízes, advogados ou professores de Direito. Há espaço para indígenas, desde que tenham exercido funções judiciárias em suas comunidades originárias. O órgão eleitoral faz a campanha, divulgando igualmente os méritos de todos os candidatos; esses, se fizerem campanha pessoal, tornam-se imediatamente inabilitados à disputa. Feita a votação popular, na qual cada cidadão vota duas vezes, uma em um homem, outra em nome da lista feminina, torna-se membro do Tribunal o mais votado de ambas. Se for homem, a mulher mais votada na outra lista torna-se a suplente, e vice-versa. Assim, o Tribunal terá sempre 50% de homens e 50% de mulheres, entre os 18 titulares e suplentes.
Os membros desta Corte Superior têm seis anos de mandato e não podem ser reeleitos – uma ideia que muitos no Brasil talvez gostassem de incluir numa eventual Reforma do Judiciário, tão propalada quanto postergada. Também poderia cogitar-se de que na Bolívia o presidente da Corte Suprema não participa da linha sucessória do presidente da República (lá, presidente do Estado), diferentemente do Brasil. Talvez isso permitisse que o chefe do Judiciário esteja menos envolvido nas questões políticas…
Outra diferença fundamental com as instituições brasileiras é a existência da “jurisdição indígena originária camponesa”, que consiste no respeito às práticas judiciárias de cada um dos povos originários da Bolívia – um país que congrega 34 nações diferentes. Tudo com base no artigo primeiro da Constituição, segundo o qual “a Bolívia se funda na pluralidade e no pluralismo político, econômico, jurídico, cultural e linguístico, dentro do processo de integração do país”. Assim, há uma Justiça indígena-comunitária, nos moldes históricos, já que tais comunidades são preexistentes ao próprio Estado. E tanto esta Justiça, como a ordinária gozam de igual hierarquia. Para dirimir os naturais conflitos de competência, em casos concretos, existe o Tribunal Constitucional Plurinacional, que harmoniza também as decisões das comunidades que conflitem com as jurisdições agrária e agro-ambiental.
Parece complicado, e é. Mas a Bolívia é um país que passa por um processo de “refundação”, tentando descolonizar-se interna e externamente. Suas instituições têm a complexidade de um país com vários idiomas e uma História de privação de direitos e ausência total de cidadania para as grandes maiorias. Todos reconhecem, inclusive o governo de Evo Morales, que há um longo caminho a percorrer até que todas as novas instituições funcionem sem atritos e prestando os serviços que a população apenas começa a receber.

Juízes eleitos: A Argentina, que tem muito mais tradição institucional, também está trabalhando numa reforma judicial, que prevê a eleição direta de juízes, e de membros do Conselho da Magistratura, inclusive indicados pelos partidos políticos. Recentemente, a brasileira Gabriela Knaul, relatora especial das Nações Unidas e sediada em Genebra, criticou este ponto que os argentinos estão discutindo: “A eleição partidária dos membros do Conselho da Magistratura é contrária ao Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e relativos à independência judicial”.
A observadora deveria observar, digamos, os Estados Unidos, onde apenas cinco dos 50 estados conferem ao governador ou ao órgão legislativo a competência para indicarem membros de suas cortes; em todos os demais estados há alguma forma de eleição. Em sete deles, os candidatos precisam ter vinculação partidária; em 14, não podem ter tal vínculo; em 16, os juízes são nomeados, mas depois obrigados a se submeterem ao voto popular se quiserem cumprir mais de um mandato, embora sem adversários: o eleitor diz apenas “sim” ou “não” à continuidade no cargo. Enfim, cada Estado dos EUA pode estabelecer suas próprias normas e isso difere até de acordo com o momento histórico em que cada unidade aderiu ao Estado central.
Sobre a Bolívia, já vimos que Gilmar Mendes (erroneamente chamado de Gilmar Dantas pelo notório cronista político Ricardo Noblat, por razões que prefiro ignorar), não sabe nada, nem o nome da sua capital. Já sobre a Venezuela, teríamos que ocupar outro espaço. Basta assinalar que quem critica o sistema judicial bolivariano daquele país-irmão é o ex-juiz Eladio Aponte. Ele diz que o governo Chávez e, agora, o do presidente Nicolás Maduro, controlam o Judiciário. Eladio Aponte foi destituído de seu cargo e saiu da Venezuela porque descobriu-se que havia dado um documento de identidade governamental, usado apenas por autoridades, a um tal Walid Makled, narcotraficante que foi preso na Colômbia em 2010 e depois extraditado para a Venezuela. Makled é, inclusive procurado pela polícia dos Estados Unidos. Como se vê, o crítico da justiça bolivariana não tem as melhores credenciais. E parece que na Venezuela a Justiça funciona até contra banqueiros.
Fonte: REVISTA FÓRUM

Esse ministro envergonha o país.
Inadmissível que a suprema corte abrigue juízes como Gilmar Mendes.
Um juiz que proporcionou um habeas corpus para o médico condenado por estuprar  dezenas de mulheres. 
E o fez para que o médico tarado pudesse fugir do país, como aconteceu.
Tambem existiram os dois HC's, em menos de 48 horas, para livrar um banqueiro com uma lista de crimes considerável.
Quando abre a boca, é um furacão de ignorância e preconceito, onde percebe-se toda sua orientação política. 
Orientação essa que acaba por moldar suas decisões no STF.
Taí mais uma pauta para as manifestações de rua no país: 
democratização do judiciário com participação popular na escolha de juízes.
O fantasma do comunismo  dos tempos da guerra fria hoje tem o nome de bolivarianismo.
Já as múmias conservadoras continuam as mesmas.