sábado, 24 de agosto de 2013

A Hora é de Ação Direta

O que a Veja não vai dizer sobre os Black Blocs


Em bloco preto, ontem (23), adeptos da tática seguiram pelas ruas de São Paulo até chegarem ao prédio da Abril para ato contra a revista publicada pela editora; a despeito da manipulação da mídia sobre quem são, o Brasil de Fato presenciou que, em sua maioria, eles são jovens que sofrem a violência do Estado nas periferias
24/08/2013
José Francisco Neto e
Erick Miranda
de São Paulo (SP)

“Eu já vi um homem morto com mais de dez tiros em cima de um carrinho de mão na viela da favela de onde eu morava. Não foi bandido. Foi PM.” A frase, dita por um adepto do Black Bloc, foi dirigida a um policial militar que estava junto com a Tropa de Choque fechando a Avenida das Nações Unidas, em São Paulo, durante o ato desta sexta-feira (23) contra a revista Veja.

Crédito: Joel Oliveira
O ato dos Black Blocs - tática anarquista que tem como alvo a destruição de símbolos de instituições capitalistas e da força militar - teve como motivação uma matéria distorcida sobre os ativistas que foi publicada pela revista na semana passada.
Com toucas encobrindo os rostos para não serem facilmente identificados, os jovens, como constatou o Brasil de Fato, em sua maioria alvos da violência do Estado nas periferias, seguiram pela avenida Faria Lima até chegarem ao prédio da editora Abril, na avenida Nações Unidas.
A reportagem da Veja, feita no Rio de Janeiro, dizia que os Black Blocs não passavam de jovens drogados e vândalos, descaracterizando os motivos pelos quais lutavam. “O protesto de hoje é pela democratização da mídia. Porque o que a Veja fez foi uma manipulação total”, disse um ativista.
Em dois momentos, vários exemplares da Veja foram queimados diante de dezenas de policiais que apenas observavam a ação. Inicialmente, no Largo da Batata, no bairro de Pinheiros, e, depois, em frente a sede da Abril, editora que publica a Veja.
Não demorou muito para que a Tropa de Choque, que já se posicionava junto com policias da Força Tática, dispersasse as pessoas com tiros de balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Até mesmo crianças que estavam nas proximidades foram atingidas. Indignados com a ação da PM, alguns ativistas quebraram vidros de bancos públicos e privados, fazendo com que o ato terminasse com perseguição policial e a prisão de um manifestante.
Durante o trajeto, na altura da avenida Euzébio Matozo, um segurança particular de uma concessionária de automóveis sacou uma arma de fogo. Houve discussão entre manifestantes e alguns policiais militares que acompanhavam o ato. Apenas uma pedra foi lançada em direção à concessionária em protesto à atitude do segurança.

“Ninguém manda e ninguém obedece”
Em contraste com meios de comunicação que procuram deturpar a configuração dos Black Blocs, o Brasil de Fato apurou que os jovens que praticam ações diretas contra a opressão capitalista são oriundos de bairros pobres e periféricos. Em sua maioria, trabalhadores e estudantes que convivem diariamente com a violência do Estado.
“A gente tá aqui com um motivo muito claro que é a luta contra o símbolo do capital, proteger aqueles que se propõem a ir contra o capitalismo e passar outra mensagem muito clara: ninguém manda e ninguém obedece”, explicou um ativista que se identificou como Amarildo.
“Destruímos bancos porque eles servem ao capitalismo. Eles geram miséria, ódio, tristeza e desavença na população”, complementou.
Durante os protestos, eles andam sempre juntos e, usualmente, atacam bancos, grandes corporações ou qualquer outro símbolo de instituições. “Essa é a defesa do oprimido contra o opressor. Ninguém é invisível. Essa invisibilidade é imposta pelo capitalismo”, finalizou.
Eles também afirmam não temer o confronto com a polícia. “É uma tática de defesa. Nós estamos aqui pra demonstrar que ninguém tem que ficar com medo de ninguém.”

Crédito: Joel Oliveira

Mídia manipuladora
A revolta contra os meios de comunicação que descaracterizam as ações dos Black Blocs era evidente. Além de queimarem exemplares da revista Veja, os ativistas se reuniram para decidir se falariam ou não com a imprensa quando o ato se concentrava ainda no Largo da Batata. Houve um consenso da maioria, e eles aceitaram falar com o Brasil de Fato, a TV Brasil, que é pública, e outras mídias independentes.
A matéria da revista Veja referente aos Black Blocs dizia que eles não passavam de jovens drogados e vândalos. Uma ativista, identificada como Emma, diz ter sido procurada no acampamento no Rio de Janeiro por uma repórter da Veja e também pelo Globo para dar entrevista. No entanto, ela disse que recusou ambos os convites por não concordar com a grande mídia.
Afirmou, ainda, ter dito à repórter da Veja que não conversaria com ela, pois o editor manipularia tudo conforme seu interesse. Porém, enquanto lia a reportagem da revista, por diversas vezes, declarou: “Eu não disse isso”.
Na Carta ao Leitor da mesma edição, a Veja disse que “sempre se pautou pela busca da informação correta em nome do interesse público.” Ao ler, Emma disse: “a população está vendo o que vocês estão fazendo.” E, realmente, viu, e reagiu pelas ruas de São Paulo no ato da noite desta sexta-feira (23).
Fonte: BRASIL DE FATO

Nem tudo que cobre o rosto é black bloc,  literalmente ou em metáfora.
A velha imprensa se apresenta através de seus veículos de mídia com uma cara, mas que não é sua cara verdadeira.
Veja disse que "sempre se pautou pela busca da informação correta em nome do interesse público"
Quando disse isso, certamente estava com o rosto coberto.
Todos sabem que veja e outros encapuzados da velha mídia  jamais se pautam pelo interesse público.
Sua orientação é o privado.
Essas mídias se orientam e se movem por interesses políticos bem definidos, usando o palanque privilegiado do jornalismo para tentar construir consensos que em nada favorecem a maioria esmagadora da população brasileira,
Veja, da editora Abril,  que tem em sua participação acionária a empresa Naspper, da África do Sul, defensora do apartheid daquele país e de orientação política antidemocrática e de extrema direita.
Veja, por mais que tente se esconder, é vista por todos.
Seu jornalismo é uma diarréia crônica, que visa única e  exclusivamente defender os interesses do capital predatório e também atacar de todas as formas todo avanço do processo democrático.
Veja é uma salmonelose jornalística, nociva à qualquer sociedade saudável.
A idéia black bloc que toma conta das cidades atacando alvos símblos do capital, é uma idéia bem interessante e inspiradora. 
Se de fato, de acordo com a matéria de BRASIL DE FATO, os black blocs são em maioria pessoas das periferias e favelas das grandes cidades  , isso é um sinal  de que o 99% acordou, e melhor, resolveu agir em bloco contra as forças que durante séculos exploram e oprimem  a maioria das pessoas. Nesse bloco de opressores estão, também, ás empresas de jornalismo da velha imprensa brasileira. Há exatos 59 anos, quando Vargas deixou a vida para entrar para a História, uma multidão na cidade do Rio de Janeiro dirigiu-se para as instalações da rádio globo e do jornal o globo, destruindo tudo que encontravam pela frente e, incvlusive, tirando do ar a rádio dos marinhos. Essa imprensa, na correta visão do povo, atuava para impedir a avanço da democracia e das consquistas sociais, motivo pelo qual foi eleita com alvo principal da fúria da população. Quase seis décadas depois, a história se repete, com outros personagens, porém com as mesmas táticas usadas pela velha imprensa, assim como com os mesmos objetivos. O tiro no coração e as armas de fogo,  hoje, estão nas palavras e nas narrativas de um  judiciário que a cada dia se distancia mais da justiça para todos. Já  a velha imprensa cumpre o mesmo papel de antes. O povo enfurecido daqueles distantes anos da década de 1950, hoje pode ser muito bem representado pelo processo crescente e inspirador  de ataques as instalações e  a  profisssionais da velha imprensa, além, claro, de todo o movimento popular para democratização dos meios de comunicação.
Nesse contexto a ação direta dos black blocs contra tudo que simbolize o capital não muda as instituições políticas, não muda o conceito de segurança pública e muito menos garante que os governos atuem em benefício do povo. Porém, coloca em cena uma conscientização político social  nas camadas menos favorecidas da população de que a mudança de fato só pode acontecer com um forte protagonismo popular, fazendo com que os poderes, a democracia, e as políticas públicas , sejam repensadas com a participação popular, e, um estado de bem viver possa ser pensado e garantido para todos.
Os inimigos são o capital, a velha imprensa, os bancos, as transnacionais, as empresas de transporte coletivo e os poderes( municipais, estaduais e federal) que não estejam alinhados com um conteúdo programático e políticas  que beneficiem  a maioria da população.
A tentativa de criminalização dos black blocs pela velha imprensa é sinal de medo. A hora é de mais ação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário