terça-feira, 6 de agosto de 2013

Pão e circo vs. sociedade em rede

 

 

MÍDIA NINJA

Mídia de massa vs. massa de mídias

Por Luciano Martins Costa em 06/08/2013 na edição 758
Comentário para o programa radiofônico do Observatório da Imprensa, 6/8/2013
 A Folha de S. Paulo foi o único dos jornais de circulação nacional a reservar um espaço para a participação de representantes do coletivo Mídia Ninja no programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, exibido na segunda-feira (5/8). Ainda assim, o texto é apenas um relato burocrático de parte das perguntas e respostas, com um título que falseia o que foi o evento.
“Idealizadores do grupo Mídia Ninja negam vinculação partidária”, diz o título da Folha na edição de terça-feira (6). No subtítulo, logo abaixo, pode-se ler: “Ao Roda Viva, Pablo Capilé e Bruno Torturra admitem captação de recursos públicos”.
Trata-se de um artifício primário de manipulação de informação, uma vez que esses dois tópicos compuseram uma parte irrelevante do programa e haviam sido extensivamente esclarecidos pelos dois entrevistados. A afirmação negativa é uma maneira tosca de insinuar ser verdadeiro aquilo que está sendo desmentido.
Seria o mesmo que publicar um texto com o título: “Jornais negam que tenham feito operação ilegal com dólar na compra de equipamentos gráficos”. Ora, se alguém quiser insinuar que a imprensa tradicional deve favores a determinado grupo político, essa seria uma forma de dar um ar de veracidade a essa especulação. O mesmo seria dizer que “tal grupo de comunicação nega que defende fulano porque em seu governo recebeu ajuda generosa do BNDES”.
No caso do Mídia Ninja,o texto da Folha demonstra ainda que o jornal não entendeu ou não admite a possibilidade de se construir uma mídia sem dono, horizontalizada, com uma diversidade tão grande de lideranças que se torna difícil classificá-la segundo os parâmetros tradicionais.
Os dois jovens foram provocados por alguns dos experientes entrevistadores, em sequências de perguntas que teriam desconcertado qualquer um. Mas responderam com segurança e clareza, enfrentando questões polêmicas como o financiamento público de ações culturais e simpatias partidárias pessoais.
Uma das lições mais interessantes passadas aos telespectadores foi a afirmação de que, mesmo composto por ativistas que simpatizam com esta ou aquela corrente política, o movimento tem um caráter amplo e democrático. Eles não omitem seu posicionamento político, que, na falta de melhor expressão, é definido como “de esquerda”, mas dialogam com qualquer grupo.
O mito da imparcialidade
Essa é provavelmente a diferença essencial entre a “mídia de massa” que marca o jornalismo como indústria e a “massa de mídias”, que identifica o jornalismo ativista das redes sociais.
O entrevistado Pablo Capilé foi muito claro ao se referir ao ambiente hipermediado como uma “massa de mídias”, na qual o jornalista se engaja em uma atividade que, segundo Bruno Torturra, pode ser definida como “midiativismo”. Esse foi um dos pontos mais interessantes do programa, porque permite ao telespectador, eventual leitor de jornais, raciocinar sobre a natureza da mídia tradicional e o que pode vir a ser a “massa de mídias”.
A imprensa clássica que conhecemos também é midiativista, mas seu engajamento não está necessariamente a serviço da sociedade, ou, pelo menos, não costuma contemplar a complexidade social e política do país. Como dizia o falecido diretor responsável de O Estado de S. Paulo, Ruy Mesquita, os jornais se dirigem prioritariamente, quando não exclusivamente, a uma elite econômica, intelectual e política.
Ao afirmarem, sem constrangimento, que a Mídia Ninja estáengajada em um projeto progressista, inclusivo e “de esquerda”, os dois entrevistados fazem desvanecer a fumaça da falsa imparcialidade da imprensa. Mais especificamente, o que os jovens midiativistas deixaram claro, como fonte de reflexão para os telespectadores da TV Cultura,foi que o mito da imparcialidade pode ser superado pela prática da multiparcialidade.
Ou seja, a imprensa tradicional finge uma isenção e uma objetividade que supostamente justificam sua existência quando, na verdade, não passam de uma farsa; enquanto o midiativismo em rede declara sua condição de ação política e comunicacional afirmativa, apoiada em uma visão de mundo progressista.
Essa diferença mostra, por exemplo, como os midiativistas dão voz até mesmo aos anarquistas agregados no grupo chamado Black Bloc, durante as manifestações que ocupam as grandes cidades brasileiras, tentando compreender suas razões, mesmo discordando do uso da violência e do vandalismo nos protestos.
Essa e outras questões estão fora do alcance da mídia tradicional, porque ela tem como objetivo interpretar o fenômeno, para justificar sua crença numa determinada ordem social, e não compreendê-lo.
A polêmica se estende ao infinito, e só a inteligência complexa e heterogênea das redes sociais pode permitir que ela avance pela sociedade adentro.


 
Fonte: OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA
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Rede TV: salto mortal
do FHC chega ao fim

A Dilma vai entregar a quem não paga à Receita ?

Saiu no site do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão no Estado de São Paulo:


Sindicato pede cassação da Rede TV!


O Sindicato dos Radialistas de São Paulo protocolou na quinta-feira, 25, em Brasília, documento endereçado à ministra Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, e ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, com um relato da situação da Rede TV! e os “danos e lesões” causados aos seus profissionais.

É um texto em três páginas, assinado por Sérgio Ipóldo Guimarães, Diretor Coordenador da entidade, com acusações das mais graves, que vão desde a recusa em se fazer homologações até falta de recolhimento do FGTS, passando por inúmeras outras transgressões.

Termina solicitando providências, “no sentido de cassar a concessão outorgada concedendo-a a outra empresa/grupo idôneo ou que no mínimo nomeie um interventor para administrá-la”.

O Sindicato alega que se apressou em fazer tais denúncias, após ser alertado de que Amilcare Dallevo, dono da Rede TV!, esteve em Brasília solicitando, através de empresas do Governo Federal, nova ajuda financeira para a emissora.

As informações foram passadas à coluna por Edson Amaral, diretor de formação do Sindicato.
Fonte: CONVERSA AFIADA
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A  mídia de massa emite claros sinais de esgotamento.

Os jovens idealizadores da Mídia Ninja, em entrevista no programa Roda  Viva na Tv Cultura, deixaram atônitos os experientes entrevistadores, conforme relato do OI e REVISTA FORUM.

Limitados por conceitos hierárquicos de poder e de negócios, os entrevistadores demonstraram desconhecer a realidade das redes sociais.
O conceito da mída Ninja assim como os conceitos de poder e negócios ,que não são tão novos como imaginam os "experientes" entrevistadores, já foi assunto de diversos livros desde os anos da década de 1970.  
Apenas para citar um exemplo, o livro Conspiração Aquariana, de Marilyn Ferguson, do início dos anos da década de 1980, apresenta um excelente análise sobre as novas formas de poder e negócios, que podem  muito bem se encaixar nos modelos de massa de mídias e horizontalidade.

Nessa realidade emergente a mídia de massa ainda se sustenta nas velhas senhoras, uma audiência passiva, envelhecida no tempo e nas idéias, na opção contra a solidão, no ancoramento de subjetividades reprimidas, na fantasia impossível, na estética elitista porém com embalagem populista, no culto a própria imagem daquele que é imagem, no supermercado de futilidades, no culto a celebridades, na cultura da idiotização e da imbecilização...

A velha imprensa agoniza, em zorra total e com isso fazendo uma zorra maior  com muito barulho e pouco conteúdo . 
A água ficou poluída e o bar da piscina faliu. 
Nadando em águas sujas, apenas a publicidade oficial garante a sobrevivência. A sonegação de impostos cresce, assim como os germes na água.

Diante da realidade emergente que se impõe com naturalidade, assim como a passagem do velho para o novo, crises e mais crises afloram nos principais grupos de comunicação, mídia e imprensa da terra do cruzeiro.

O gigantesco rombo de 1 bilhão de reais em impostos sonegados pelas organizações globo, e os mesmos trambiques do grupo da rede tv são evidências objetivas de um modelo  que perdeu o tempo , o passo, a noção de entretenimento e jornalismo.
Independente dos principais atores trambiqueiros, são sofríveis o jornalismo e o entretenimento de todas as redes privadas de tv no país, sejam emissoras abertas ou fechadas uma vez que todas estão fechadas, ou impossibilitadas, à uma compreensão da realidade.

Surge assim a possibilidade real e concreta de intervenção do governo federal em coparticipação ou mesmo revogação de concessões  de rádio e tv.

Esses grupos  que atuam fora das leis e regras que balizam as concessões de emissoras de rádio e tv , podem, através de ações constitucionais do governo federal, ceder o lugar para outros grupos antenados  e afinados com as novas práticas e necessidades da população, fazendo com que o espectro eletromagnético não seja apenas uma lugar controlado pelas elites , que no momento , revelam-se anacrônicas ,ultrapassadas e mesmo falidas.

Foi emblemático o encontro do programa Roda Viva da Tv Cultura.

Dois jovens no centro de um cenário que se assemelha a luta contra os leões da Roma antiga, cercados e observados pelo alto e por todos os lados por experientes jornalistas e profisssionais de mídia e, mesmo assim responderam com desenvoltura e conhecimento as perguntas colocadas deixando a imagem clara, perfeita, inequívoca, do encontro do novo emergente em rede com as ruínas hierárquicas de uma arena que desmorona.

Jovens de idéias, assim como outros que recentemente estiveram em reuniões com autoridades para discutir soluções para os grandes problemas do país.

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