terça-feira, 13 de agosto de 2013

Agora é Ir Para as Ruas

MARICATO: HÁ INSTRUMENTOS LEGAIS PARA MUDAR AS CIDADES. AGORA É IR PARA AS RUAS.

'Sem reforma política não dá. Agora temos de ir para a rua.Criamos um Ministério das Cidades pra quê? Mais um espaço para ser moeda de troca? A esse arcabouço legal e institucional precisa corresponder uma correlação de forças favorável, senão é inútil. O Estatuto da Cidade é festejado no mundo inteiro e nós não conseguimos aplicá-lo. A esperança sempre tem de estar nas gerações que estão vindo, porque para quem tem a minha idade o tempo é limitado. A nossa cabeça é um patrimônio. Somos educados, aprendemos, vivemos experiências e adquirimos certa sabedoria. Há alguns anos, quando eu ia para a periferia, pensava que perderíamos uma geração, porque ninguém estava dando suporte para aquela criançada. Mas estou muito mais otimista depois que as manifestações explodiram. Porque eu acho que a direita neste país, apesar de muito agressiva, não tem condições de dar um golpe. A esquerda, sim, está em condições de se reorganizar e voltar a trabalhar de forma menos institucional e
mais preocupada com o social. Mano Brown e Emicida estão entre as lideranças mais importantes do país. Pela cultura, eles discutem tudo, especulação imobiliária e também a questão urbana. Essa efervescência me dá esperança. Um cara como Mano Brown, que não se vende para a Globo, para mim é um herói'
.(Leia nesta página a   entrevista a Rose Spina. Nesta 4ª feira, às 15 hs, no Anhangabaú, manifestação convocada pelo Passe Livre, Metroviários e CUT, contra a lambança tucana no metrô de SP)

O inimigo é o capital. 
Isso é fato, e fatos nem sempre  aparecem na velha e decadente mídia.
Na dinâmica de expansão e acumulação do capital a ética não existe, a preocupação social não existe, o fato não aparece na velha mídia aliada do capital, o jornalismo passa a ser um instrumento do processo que alimenta e se alimenta do capital, moral não existe, pobreza no mundo prolifera.
O globo, de hoje, analisa as tensões que envolvem a sociedade brasileira em momentos de protestos nas ruas. 
A insegurança se encontra no meio da pirâmide, já que a distribuição de renda não acabou com a pobreza, afirma o globo que ao que parece deseja que a pobreza acabe .
Isso é fantástico !
Sadomasoquismo ou incongruência daqueles que lutam por um mundo mais pobre, mais desigual, mais violento, onde deve sempre prevalecer a força ? 
A miséria é intolerável,  já a pobreza pode conviver com  a dignidade em um processo de reestruturação e de avanços sociais. 
A miséria deve ser eliminada, assim como tem sido feito pelos governos do PT ao longo de quase 11 anos.
Não se sai de um estado de grande miséria para o topo da pirâmide. Uma sociedade menos desigual não se atinge como um prêmio de mega-senha.
Se as tensões se encontram no meio da pirâmide, como afirma o globo certamente essas incertezas não tem como fator principal a situação do país, mas sim o cenário mundial, já que além da subida de muitos para o meio deve-se considerar que a informação e as trocas tornaram-se abundantes com a novas tecnologias de informação. 
Quem vivia no limbo, subiu e  passou a respirar, e também  descobriu que muito mais é necessário para se manter no meio, em um mundo de grandes incertezas para a maioria e  de  gigantescas riquezas, nunca antes observadas,  para poucos.
Entra então em cena o papel da velha mídia, não só a brasileira como a mundial. 
Muito se tem falado sobre o papel das novas mídias, como a mídia ninja, que tem apresentado uma cobertura direta, em tempo real, objetiva e sem maquiagens, dos protestos que acontecem nas cidades brasileiras. 
Cabe então uma pergunta:
Fazer uma cobertura jornalística de uma acontecimento,  em tempo real no local dos fatos, sem maquiagem, sem edição, e sem um filtro ideológico, é algo novo para o jornalismo ?
Afinal, não é isso que se espera de uma cobertura jornalística ? 
O que fazem os jornalistas de ninja de tão anormal, no contexto de uma cobertura jornalística de um acontecimento ? 
Nada de anormal. 
Fazem um jornalismo bruto, sem lapidações como se espera do jornalismo. 
Não vou entrar no mérito da sustentabilidade do negócio do jornalismo ninja,  com preocupações se um dia o grupo irá adquirir o jornal o globo ou mesmo sites como o Observatório da Imprensa. Caso isso venha a acontecer , não revela uma força do grupo que adquire outros , mas sim o fracasso daqueles que são vendidos e que pouco valem no contexto atual mundial, aliás como tem ocorrido com jornais que tem sido vendidos a prêço de tomate, sim o kg do tomate é de um real e quarenta centavos.
Mídias como ninja não são tão novas assim em aspectos do fazer jornalismo. 
O que vem acontecendo, desde o início da década de 1990, é que as mídias jornalísticas tradicionais envelheceram, não se atualizaram e ainda optaram por um alinhamento ideológico carnal com o capital, fazendo da informação um braço forte para que o capital turbinado pudesse sempre se reproduzir e crescer, independente se a pobreza na sociedade estivesse aumentando ou diminuindo.
Isso é fato, e fatos como esse não aparecem na velha mídia chegando-se ao ponto de considerar o fazer jornalístico como um fenômeno. 
De fato , a velha imprensa brasileira, através de seus mais densos colunistas produziu um grande fenômeno ao redescobrir o fenômeno do jornalismo como como se espera que ele seja feito.
Isso é fantástico!
Pode-se , inclusive, afirmar que trata-se de um brilhante mergulho através de uma pensamento crítico profundo, na contracorretente , sobre a própria realidade dos pensantes. 
Isso é fantástico!  
Tem-se, de fato, no cenário atual das tecnologias de informação muito barulho, mas também muita informação. 
O barulho, enquanto barulho é inócuo, porém , em muitos casos pode ser o início para a pesquisa, a análise crítica, momento em que deixa de ser barulho e se transforma em conteúdo. Se o caro e atento leitor  tiver um blogue, e seus conteúdos estiverem sendo criticados , é sinal que o leitor produz mais conteúdos do que barulho.
Em um universo midiático controlado por pequenos grupos de comunicação, como é o caso brasileiro, as redes socias tem um importante papel na troca  de informações, produção de conteúdos e mesmo  produção de barulho .
Uma vaia impede um discurso.
Assim sendo, utilizem sempre que necessário suas cornetas.
O momento atual da velha imprensa, é frágil e limitado no tocante a produção de um jornalismo crítico. Salvo a brilhante análise sobre o jornalismo Ninja, não existe jornalismo crítico na velha imprensa.
Um bom exemplo é o caso do trensalão tucano, que levou alguns longos e intermináveis dias para que surgisse em tintas, decibéis e em cabelos bem penteados. 


Uma blingagem ideológica impediu, até certo momento, e ainda impede na totalidade do conteúdo, que uma grande parcela da população tome conhecimento dos fatos. Entretanto, as cornetas das redes sociais, sempre disponíveis para os anjos e guardiões da verdade, tocam sem parar nesses dias de incertezas, perigos e oportunidades, anunciando as trapaças, nada éticas, proporcionadas pelas simpáticas aves dessa bela terra do cruzeiro.
Que sujeira ! 



O momento , como afirmei acima é de incertezas, no Brasil e no mundo onde o perigo e as oportunidades estão de mãos dadas, caminhando, com a história nas mãos.
No nosso grande Brasil estamos em um processo que não contempla pessimismos, porém o otimismo, que deve ser a tônica, deve ser realista. 
Toda a mudança que  o país necessita passa necesariamente, com uma ruptura as diversas formas de manifestação e expressão do capital. Essa agenda não interessa aos setores retrógrados, conservadores e jurássicos da sociedade, espaço onde se situa a velha imprensa , partidos de oposição e militares de pijama.
A realidade  do Brasil  e de países da América do Sul , avançou nos aspectos sociais  com diminuição da pobreza, fazendo com que as gentes de nossa América passassem a ser eles mesmos, passassem a viver. Talvez, em função da violência do capital nos últimos vinte e três anos, viver e ser você mesmo é algo fantástico, já que muitos povos do mundo, no momento, sequer conseguem, haja visto o elevado índice de suicídios em países europeus estuprados pelas políticas de austeridade.
Não precisamos de reconhecimento, queremos o bem viver, dizem todos os povos de nossa América . E para trilhar esse caminho, a América do Sul, e o Brasil vivem um momento favorável, mas para isso nada será atingido sem a luta, sem a pressão popular, sem a construção de um modelo que se não romper por definitivo com a loucura e com  a insanidade do capital, ao menos crie as condiçoes para algo bem pŕoximo do Bem Viver dos povos andinos ou mesmo um estado forte de bem estar-social.
Certamente as cornetas do lado conservador, jurássico e retrógrado já estão anunciando para os incautos, que uma guinada política econômica e social, como a sugerida nesse bloguie, e que o caro e atento leitor apoia, é um risco potencial para a possibilidade de um golpe por parte de militares. 
É a estratégia do medo, do pessimismo, por parte daqueles que de forma fantástica,em um momento de profundo mergulho, descobriram o novo no velho que deixaram de fazer.
A velha imprensa, acuada no momento e alvo de manifestações por conta de seu alinhamento com a barbárie e o crime, tentará produzir conteúdos com forte viés teatral e emocional na tentativa de impedir o avanço das forças populares e democráticas da sociedade que não mais toleram uma democracia de aparências, que exigem uma reforma política ampla com a implementação de uma democracia representativa, que desejam transformar as cidades em espaços civilizados e humanizados, que desjam a democratização dos meios de comunicação, que desejam que através dessas medidas e com a maior participação poular em assembléias e conselhos populares possa minimizar a corrupção a níveis de civilidade, que desejam um novo modelo de segurança pública que ataque o crime organizado e todas as manifestações de violência contra as pessoas, etc...
Como bem citado pela chamada da entrevista de CARTA MAIOR com a urbanista da USP,Erminia Maricato,o momento é excelente para que a sociedade consiga avançar para criação de condições de vida civilizadas em nossas cidades. 
Cabe ainda lembrar  que além dos protestos marcados para amanhã, quarta-feira , está sendo organizado um grande protesto, em várias cidades brasileiras, para o dia 30 deste mês, contra os crimes de sonegação e lavagem de dinheiro cometidos pelas organizações globo.

 

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