quinta-feira, 27 de junho de 2013

Ecos dos Protestos VIII

Pela democracia na mídia, movimento faz protesto na Globo

publicado em 26 de junho de 2013 às 19:55

Foto Mídia Ninja
Movimentos de comunicação marcam ato na sede da Rede Globo em São Paulo
Protesto deve ser realizado na próxima quarta-feira (3); ideia é aproveitar efervescência política para pautar democratização da mídia

Fonte: VERMELHO

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As manifestações também nos dizem: é preciso democratizar a mídia


É preciso regular esse setor no nosso País e o Governo deve ser impulsionador disso. O Ministério das Comunicações não pode se esconder desta pauta. Tal como a presidenta Dilma, o ministro Paulo Bernardo também tem que estar atento à voz das ruas”

Por Valmir Assunção*


Desde que começou este levante social no nosso País, tenho acompanhado com um interesse especial a cobertura da imprensa brasileira sobre os protestos.

Vamos a um pequeno relato: nas primeiras manifestações massivas, os meios de comunicação, em especial a Globo, trataram os manifestantes como um conjunto de vândalos, que atrapalham o trânsito, sem pauta nenhuma, quando se havia a pauta da tarifa do transporte público.

Quando os protestos ganharam o país, não só a Globo, como muitos meios burgueses resolveram voltar atrás. Quando as pautas se tornaram difusas, os meios resolveram pautar as manifestações, de maneira, inclusive, bastante descarada. Há exemplos de apresentadores tentando manipular pesquisas de opinião pública, jornais que centram as manifestações para a pura e simples luta contra a corrupção, sempre tentando diferenciar os “pacíficos”, dos “vândalos”, daqueles que tinham cometido algum excesso.

Um marco importante foi o dia em que os manifestantes de São Paulo foram brutalmente reprimidos pela polícia militar. Mas isso não pode ser dissociado de um fator muito importante: os grandes meios de comunicação, através de seus editoriais, haviam legitimado a violência policial, incitando, inclusive, que a polícia deveria reprimir os “baderneiros”. A resposta foi tão efetiva que sobrou, inclusive, para os trabalhadores de imprensa que tiveram que lidar com a truculência da polícia paulista naquela noite.

A população, que nunca foi boba, acordou para o grau de oportunismo e manipulação dos meios de comunicação. O “Fora Globo” foi às ruas, direcionando os protestos contra esta e outros meios burgueses. Tamanha hostilização que resultou em carros da Record e SBT queimados, profissionais da Globo trabalhando “disfarçados”, sem se identificar ( o que já é questionável).

O que o povo acordou também é o quanto estes meios são ligados ao poder econômico e ainda recebem bilhões de publicidade estatal. Só a Globo recebeu R$ 5,9 bilhões para veicular publicidade estatal federal – tanto da administração direta como indireta – se somarmos os últimos 13 anos.

Mas também quero chamar atenção para outro detalhe: esses meios que tanto criminalizam os movimentos sociais, em especial o MST, que tratam as marchas e ocupações de ruas, BRs e prédios públicos como vândalos e baderneiros, agora resolveu diferenciar os manifestantes urbanos? Será que agora teremos outro patamar de relação entre os meios de comunicação e o conjunto dos movimentos sociais que lutam e se manifestam?

Penso que seria, no mínimo, coerente com esta milagrosa mudança de postura dos grandes meios em relação ao conjunto das manifestações.

As manifestações de rua também nos dizem: é preciso democratizar a comunicação no Brasil. É preciso regular esse setor no nosso País e o Governo deve ser impulsionador disso. O Ministério das Comunicações não pode se esconder desta pauta. Tal como a presidenta Dilma, o ministro Paulo Bernardo também tem que estar atento à voz das ruas.

Liberdade de expressão não é somente para as 11 famílias que monopolizam o conjunto dos meios. O que a sociedade, com a síntese do “Fora Globo”, diz é que quer falar, ter a sua liberdade de expressão garantida. E isso não passa por um setor monopolizado, sem diversidade, pluralidade.

Fonte: VERMELHO
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A ESQUERDA NÃO PODE PISCAR  

O Brasil ingressa num ciclo de turbulência do qual a democracia participativa poderá emergir como parteira de uma sociedade mais equilibrada e justa. Mas a esquerda não pode piscar. A disputa fraticida, hoje,  é o coveiro das esperanças nacionais. Nos anos 50, um pedaço das forças progressistas só foi perceber o seu lado no jogo quando o povo já  apedrejava os carros do jornal O Globo, em resposta ao tiro com o qual Getúlio encerrou a sua resistência e convocou a das ruas. Ontem, como agora, o enclausuramento  ideológico, o acanhamento estratégico e a dispersão programática pavimentam o caminho da ameaça regressiva. É a hora da verdade de toda uma geração. Cabe-lhe sustentar um novo desenho progressista para o desenvolvimento do país. A urgência das ruas sacudiu essa equação que há menos de um mês mostrava-se  permeável à transição ortodoxa martelada em peso pelo conservadorismo. Essa plataforma envelheceu miseravelmente nas últimas horas. O governo Dilma passou a ter  escolhas. E o PT a chance de se reinventar, com uma agenda mínima para o passo seguinte da história brasileira. O bônus não autoriza  o conjunto das forças progressistas a adotar a fragmentação suicida. O focalismo cego às interações estruturais é confortável. Mas leva ao impasse autodestrutivo. Não é pouco o que se tem a perder. Vive-se, talvez, a chance de uma ruptura efetiva do desenvolvimento brasileiro com a camisa de força do neoliberalismo. 
Fonte: CARTA MAIOR
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No tsunami democrático que vive o país algumas questões não podem mais ficar à margem da vontade popular.

Mais recursos para a educação, saúde, segurança pública, penas maiores para corruptos e corruptores, democracia participativa, reforma política, reforma urbana, democratização da mídia, tem sido os principais temas apresentados nas manifestações de rua.

O tema da mídia, entetanto, merece uma reflexão.

A cobertura que a velha imprensa e seu aparato midiático tem feito das manifestações revela não apenas um caráter partidarizado uniforme, como uma real e concreta ameaça ao processo democrático brasileiro.

Com uma linguagem narrativa generalista que induz o leitor, ouvinte e telespectador à uma compreensão dos fatos de maneira a favorecer políticamente essas empresas, a velha imprensa, enquanto concessão pública, não cumpre sua função de contribuir para o interesse público através do esclarecimento correto dos acontecimentos .

As opiniões, tanto de apresentadores ( rádio e tv) como de especialistas e também de cidadãos entrevistados, priorizam, em sua maioria, um conteúdo simplório quanto ao entendimento dos fatos e demandas da sociedade.

Diante da proposta presidencial de uma reforma política através de plebiscito e uma constituinte, a velha imprensa, que é políticamente contrária a um processo de avanço da soberania popular, destilou justificativas contrárias a constituinte apelando para os custos decorrentes da convocação e operação de uma assembléia específica.

Uma justificativa surrada  já que induz o leitor, ouvinte, telespectador a um entendimento de gasto público elevado, ou seja de custos do processo. 

Ora, todos sabem que que uma ação empreendedora, e a assembléia constituinte é uma ação, tem um custo para tal e , consequentemente benefícios advindos do empreendimento. 

O que se deve discutir é relação custo-benefício, que no caso em avançar para uma soberania popular é plenamente justificável.

Isso, porém, não aparece nas "análises", notícias, e "opiniões" da velha mídia.
Para o consumidor da "informação" fica apenas o conceito gravado em sua consciência de que a assembleia constiutinte significa apenas um custo.

E isso é falso. 

Essa "informação" pude constatar , ontem em um programa de rádio da rádio Tupi aqui da cidade do Rio de Janeiro.

Já para as empresas globo, toda e qualquer manifestação de rua  que esteja acontecendo em qualquer cidade do país é tratada como " o movimento", independente se convocada por diferentes movimentos sociais, organizados ou não. 

A expressão "o movimento" foi cuidadosamente escolhida já que é repetida por todos os apresentadores das emissoras de tv de globo, independente do  programa apresentado. 

Galvão Bueno e Faustão se fartaram de utilizar a expressão nesses dias. 

Já o jornal o globo, durante os últimos três dias , usa a  expressão "sob pressão" nas principais manchetes de primeira página para justificar as decisões dos três poderes da república e ,subliminarmente manter o clima de pressão na ruas, desejado pelos setores organizados da oposição,sobre o governo federal.

Esse reduzidíssimo grupo de empresas, operando emissoras de rádio, tv, jornais e revistas, é responsável por "informar", e assim sendo formatar a consciência da imensa maioria da população brasileira.

Independente da orientação política dessas empresas, e é natural que tenham sensibilidade nesse campo, uma significativa parcela da população vem emitindo sinais claros e inequívocos da necessidade urgente de uma profunda reformulação no setor da comunicações, em cumprimento à constituição do país, de maneira que a diversidade e pluralidade de informação e conteúdos culturais seja garantida ao povo brasileiro. 

Isso não significa excluir as mídias existentes , mas sim ampliar de forma significativa os veículos de mídia, suprimindo o oligopólio  midiático existente atualmente, além de definir percentuais para a concessão de empresas e também de produção e divulgação de conteúdos culturais .

Isto posto, movimentos socias organizaram para a próxima quarta-feira, dia 3 de julho, um ato em frente as instalções da tv globo na cidade de São Paulo.

Seria interessante, e desejável, que tal manifestação tivesse uma abrangência nacional, ou pelo menos nas principáis cidades do país, com realização de passeatas que tenham como destino instalações das empresas da velha mídia.

O movimento pela democratização da mídia, que não é "o movimento" da globo, tem  no momento uma excelente oportunidade para avançar.

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