quinta-feira, 2 de maio de 2013

Yellow cake

Brasil tem urânio para abastecer usinas nucleares por
mais de 800 anos

Controle sobre o minério é rígido e obedece a normas internacionais
Alexandre Saconi, do R7
Brasil tem cerca de 600 mil toneladas da matéria-prima do urânio Luciana Andrade/15.06.2009/Estadão Conteúdo
Embora a matriz energética do Brasil seja fortemente baseada nas usinas hidrelétricas, seu potencial nuclear possui um valor significante. Em sétimo lugar mundial nas reservas de urânio, o País se destaca na produção do combustível para as usinas termonucleares. Ainda assim, o Brasil tem apenas duas usinas nucleares em funcionamento e uma em construção, todas em Angra dos Reis (RJ).
Ao levar em conta todas as reservas já descobertas no Brasil, o há cerca de 600 mil toneladas de “yellowcake” — um pó amarelo a base de urânio que serve de matéria-prima  para produzir o combustível nuclear. Com essa quantidade, é possível abastecer as usinas de Angra 1, Angra 2 e Angra 3 juntas por cerca 800 anos. Isso sem levar em conta a especulação de que o Brasil ainda tem 500 mil toneladas de "yellowcake" escondidas — nem todo território nacional foi mapeado até agora.
Hoje, apenas apenas Angra 1 e Angra 2 estão em operação. A usina de Angra 3 ainda está em fase de construção. Cada uma delas tem o ciclo de vida de 60 anos. Durante todo esse período, cada uma precisa de 9.500 toneladas, 16 mil toneladas e 19,2 mil toneladas de yellowcake, respectivamente.
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Após extraído, urânio vai para o Canadá e a Europa antes de virar combustível para usinas nucleares
No País, a única empresa a explorar e processar o urânio é a INB (Indústrias Nucleares do Brasil). Com exceção das fases do enriquecimento e da conversão do minério, que são feitas fora do Brasil, todas as demais são de responsabilidade da INB. Entenda mais do ciclo do Urânio na galeria de imagens.
Todas as fases deste processo são feitas sob normas rígidas de segurança, para evitar vazamentos de material e possíveis problemas de segurança.
A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) não autoriza o enriquecimento do urânio a níveis superiores a 5% para geração de energia elétrica e 20% para pesquisa. No País, essa regra é seguida a risca. Em níveis elevados, o urânio poderia ser usado para construção de armas. Porém, poucos países possuem este tipo de tecnologia.
Outra alternativa do uso do material nuclear para fins bélicos é reaproveitar os resíduos das usinas termonucleares. Esses materiais precisariam passar por um processo industrial para separar o urânio e o plutônio que seriam usados para a criação de armas. Isso, porém, tende a ser difícil, pois a AIEA realiza visitas de surpresa aos países signatários do TNP (Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares) e mantém um rígido controle das centrífugas pelo mundo.
Materiais nucleares são usados em larga escala na área médica Fabio Motta/07.01.2004/Estadão Conteúdo
Outros usos
O pesquisador do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) Adonis Saliba defende que a imagem da energia nuclear seja desligada de questões militares. Atuante na área da medicina, Saliba traça um panorama sobre os elementos radioativos que vai além de questões bélicas.
— Esses materiais também são usados para outros fins, como em pesquisas médicas, na área da saúde, da alimentação, entre outras.
Um dos usos positivos dos elementos nucleares é um líquido criado a partir de elementos radioativos, que ajuda a localizar tumores no organismo, diz o pesquisador. Esse material seria absorvido pelo tumor, o que o tornaria mais fácil de ser localizado. Esta radiação, entretanto, não é prejudicial ao organismo, pois tem pouca duração.
A radiação também pode ser usada, por exemplo, para matar microorganismos em frutas. Ao se "bombardear" os vegetais, os micróbios ou outros seres vivos morrem.
O nível de segurança em torno deste tipo de material radioativo é tamanho que, no País, há aproximadamente 20 gramas de plutônio, lembra Saliba. Ele é monitorado constantemente pela própria AIEA.
Polêmicas
Materiais radioativos e questões atômicas sempre levantam polêmica. No Brasil, o programa nuclear é declaradamente pacífico. Em 2004, porém, o País deixou dúvidas sobre suas intenções, quando autoridades brasileiras negaram acesso de fiscais da AIEA à centrífuga que enriquece o urânio.
Esse equipamento é capaz de produzir tanto o material para as usinas termonucleares quanto substrato para armas atômicas. O governo, à época, alegou questão de sigilo e segurança. Anos depois, fiscais da agência tiveram acesso irrestrito à fábrica da INB.
Em 2010, o Brasil se posicionou a favor do programa nuclear do Irã, atacado por grandes potências. Países como os Estados Unidos questionaram a validade do país do Oriente Médio, relatando a possibilidade de criação de uma arma atômica por parte deste.
Após meses de debates tensos, o Irã assinou um acordo mediado pelo Brasil e pela Turquia, que determinava que o urânio fosse enriquecido em outro país. Com isso, a suspeita de criação de uma possível bomba ou míssil nuclear foi dizimada.

A nossa briosa imprensa ataca outra vez.

O autor do artigo atende pelo nome de Alexandre Saconi, do portal  R7, do grupo Record.

Não sacou nada .

Se o Brasil tivesse 600 mil toneladas de reservas de yellow cake, estaria no topo, disparado, na produção desse sub produto  que é extraído  do minério de  urânio.

O Brasil tem reservas do minério na casa de 600 mil toneladas.

O yellow cake, meu caro leitor, parece um problema crônico em nossas terras, sempre gerando alguma confusão.

Para o leitor se situar, na década de 1980  o Brasil foi acusado de fornecer, clandestinamente, quantidades de yellow cake para o Iraque que estaria desenvolvendo um programa nuclear .

Naquele mesmo período, uma instalação  supostamente nuclear do Iraque sofreu um ataque relâmpago de caças israelenses, sendo totalmente destruída.

O caso do suposto contrabando brasileiro de yellow cake rendeu.

O yellow cake é um sub produto, que é obtido através de processamento do minério de urâno.

No ciclo do combustível nuclear usado em centrais elétricas geradoras de energia elétrica a produção do yellow cake é apenas uma fase.

O animado autor do texto ainda afirma que o Brasil tem algo em torno de 500 mil toneladas de yellow cake escondidas, o que se fosse verdade , seria uma violação aos tratados internacionais.

Uma violação gravíssima, meu caro leitor, de consequências impensáveis.

É de suma importãncia esse controle diário de nossa briosa imprensa, pois com declarações delirantes como essas o país pode se envolver em complicadas questões diplomáticas .

Para a tranquilidade do caro leitor , assim como de seus familiares, o que o autor tentou dizer foi que o Brasil tem reservas do minério de urânio ainda não totalmente descobertas, mas daí para o yellow cake é um caminho longo a percorrer.

O autor ainda afirma que o Brasil tem reservas de urânio para produzir combustível para as centrais nucleares de Angra 1, 2 e 3 por 800 anos, mas que qua a vida útil das usinas é de 60 anos.

O caro leitor , diante do super estoque de combustível nuclear (talvez seja o  yellow cake escondido ) pode não estar compreeendendo a salada de números e tempos de vida.

Uma usina nuclear, após no máximo 60 anos, é totalmente desativada, ou seja, desmontada, em um processo chamado de descomissionamento.

As partes da usina, equipamentos e instalações que contém radioatividade são lacradas e armazenadas por milhares de anos, talvez por um tempo,  que voltado para o passado, ainda não conhecia o homem atual em em seu estágio evolutivo.

É o lixo radioativo que precisa de local para o armazenamento, segurança extrema e monitoramento constante. Um custo elevadíssimo e um risco por milhares de anos.

Imagine , meu caro leitor, que 100 mil anos atrás existia , na Terra , uma civilização "avançada" que usava a energia nuclear e que enterrou todo o lixo radioativo. Nos dias atuais, em uma humanidade pouco avançada tecnologicamente, populações de determinadas regiões do planeta sofrem com a incidência de doenças degenerativas, sem que se saiba a causa.

Para efeito de comparação com outras formas de geração de energia elétrica, as células fotovoltaicas usadas para gerar energia pela luz solar podem durar algo em torno de trinta anos, sendo descartáveis sem grandes problemas e substituídas por outras células. Uma modalidade limpa e segura, principalmente em regiões de grande incidência de luz solar como a terra do cruzeiro.

A utilização da energia nuclear, como o caro leitor já percebeu, é antes de tudo uma questão ética, ou seja, preservar a vida e o ambiente para gerações futuras.

A grande imprensa, como de costume, destila argumentos frágeis e uma visão estreita sobre a energia nuclear, quando o assunto é geração de energia elétrica por essa modalidade.

É comum encontrar citações , que pouco esclarecem , sobre os prós e contras da energia nuclear. 

Na defesa de seu uso, os autores se apegam a utilização da radioatividade na medicina, que o autor chamou de um líquido de baixa radiotividade que identifica tumores no organismo humano.

São os tecnicamente chamados de traçadores radioativos, usados de longa data como também na paleontologia para se conhecer a idade de fósseis.

Já na agricultura é polêmica e discutível a aplicação da radioativodade em alimentos para matar microorganismos.

A eliminação de todos os microorganismos, além das pragas indesejáveis  empobrece os alimentos.

Que tal se construíssemos uma estátua, ou um monumento, em homenagem ao átomo de urânio, tão protegido e enaltecido pela nossa marron yellow imprensa ?

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