terça-feira, 21 de maio de 2013

Grande Imprensa. Essa Protuberância Inconveniente

A pauta das fofocas

Por Luciano Martins Costa em 21/05/2013 na edição 747
Comentário para o programa radiofônico do Observatório da Imprensa, 21/5/2013
De cada sete manchetes dos grandes jornais brasileiros ao longo de cada semana, nos últimos dois meses, cinco foram tiradas de declarações. As outras duas se referem a eventos incontornáveis como acidentes e crimes graves, decisões políticas ou judiciais ou, mais raramente, tratam de questões levantadas por institutos de pesquisa. Há poucos registros, nesse período, de reportagens produzidas por meio da investigação jornalística que tenham chegado ao topo das primeiras páginas.
O que isso significa?
Primeiro, pode-se afirmar que o jornalismo apresentado aos leitores dos diários se transformou numa crônica do processo dialético do poder, do qual a imprensa destaca aquilo que lhe parece mais interessante ou conveniente.
Em segundo lugar, deve-se registrar que o jornalismo baseado em frases tende a se afastar da suposta objetividade, que é o fundamento de seu valor social: o jornalismo declaratório é uma confissão de que o interesse dos jornais já não está ancorado no mito da objetividade, mas no propósito do convencimento.
Dos três grandes jornais considerados de circulação nacional, apenas o Globo escapa, eventualmente, desse modelo observado. No caso do jornal carioca, o olhar mais localizado tende a produzir mais notícias “puras”, geralmente tiradas de acontecimentos que interessam ao público do Rio de Janeiro. No entanto, quando tratam de questões nacionais, principalmente sobre política, todos os jornais escapam pelo caminho fácil de colher, selecionar e destacar declarações.
Curiosamente, tais declarações repetem um viés comum, produzindo ondas de notícias que são, na verdade, não-notícias.
Assim acontece com a suposta intenção do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), de vir a se candidatar a presidente da República em 2014. Da mesma forma, têm destaque assegurado quaisquer construções verbais produzidas pelo senador Aécio Neves (PSDB), cuja candidatura ao mesmo cargo é tida como certa. Com a mesma atenção os jornais acompanham manifestações da presidente da República e do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa.
Mas tudo são frases, apenas frases.
Barbosa falou, Barbosa disse
Vamos contornar, na medida do possível, o conteúdo preferencialmente destacado pela imprensa em cada uma dessas manifestações, deixando um pouco de lado as declarações e analisando o grau de objetividade da notícia em estado “puro”.
Apanhando um acontecimento destacado pelos jornais nesta semana, sobre duas mortes ocorridas durante a Virada Cultural em São Paulo, pode-se observar que, no primeiro momento, a repercussão dos casos de violência foi inteiramente dirigida pela imprensa para supostas responsabilidades da Prefeitura da capital. Essa abordagem, mais escancarada na Folha de S.Paulo mas também assumida pelo Estado de S.Paulo, ganhou rapidamente destaque em jornais de outras regiões.
Porém, já na terça-feira (21/5), os jornais reconhecem que as causas da violência podem ser múltiplas e não ter relação com os locais escolhidos para os espetáculos ou o tipo de organização adotado pela Prefeitura. O foco passou a ser uma suposta leniência dos policiais destacados para a prevenção de conflitos e assaltos, porque eles estariam descontentes com atrasos no pagamento do chamado “bico oficial” – trabalho extra da Polícia Militar para eventos de outras instituições públicas.
A violência é parte da realidade de São Paulo em qualquer contexto. A imprensa publica regularmente estatísticas demonstrando o aumento dos casos de latrocínio, estupro e outras formas de criminalidade extrema na capital paulista nos últimos dezoito meses.
As duas mortes ocorridas nas grandes aglomerações produzidas no fim de semana devem ser avaliadas em comparação com o contexto geral dos registros de ocorrências dos fins de semana, sem Virada Cultural. Mas isso faz parte de um jornalismo com intenções de objetividade, o que, definitivamente, não é o caso da imprensa brasileira.
Voltemos, então, ao jornalismo declaratório, terreno onde a imprensa nacional trafega com mais naturalidade.
O que temos de destaque nesta semana? Mais uma declaração polêmica do presidente do STF, Joaquim Barbosa. Ele disse, em palestra para universitários, que os partidos políticos brasileiros são “de mentirinha” e que o Congresso Nacional é refém do Executivo. Temos, então, uma agenda para a semana, e ela não é construída em torno de fatos, projetos, políticas públicas ou dados econômicos: a pauta essencial da imprensa é feita de fofocas.

A fofoca é a notícia.

Estamos vivendo a era do jornalismo celebridade, seja na política, na economia e até mesmo em questões ambientais, onde um simples tornado se transforma em um espetáculo midiático.

A chuva é uma celebridade.

A seca também.

No jornalismo da fofoca, o gozo vem do sarro.

Tudo é precoce, rápido, volátil.

O tempo para a reflexão deu lugar ao entretenimento, ao show, aos novos atores que acreditam estar interpretando outras vidas quando, de fato, interpretam eles mesmos
.

O público, embriagado, mergulha em alucinações cênicas enquadradas transformando a ficção em realidade.

A moda é ser vulgar, superficial, bem ao estilo lixo da grade midiática.

Os demônios são vistos, diariamente, em grande número, prontos para destruir os incautos, inocentes.

Novas e gigantescas barreiras são erguidas para impedir ao avanço do mal.

O inimigo pode estar ao seu lado, e pior, possuído por forças malignas.

A grande imprensa e seu aparato midiático, em um oligopólio indecente e protuberante, conduz a massa em um processo de transformação do cognitivo coletivo que irá rejeitar todo e qualquer argumento que estabeleça o contraditório.

O estreitamento é o norte, a violência é desejável, e a informação é subtraída.

Deus não permite avanços, inovações e conhecimentos que possam libertar as pessoas de seus maiores algozes, ou seja, delas mesmas.

Nesse cenário, real e fictício, pois a realidade é aquilo que se deseja que ela seja, a fofoca é a notícia e a notícia que não é fofoca é a cirurgia que reduziu o gigantesco grelo da celebridade.

O grelo notícia ofusca a informação de qualidade, impede a disseminação de conhecimentos e espanta a todos pelo espaço que ocupa nas mídias.
Na mídia greluda não há mais espaço para novos conteúdos, o grelo é avassalador.
O grelo dominante cria boatos, inocula preconceitos e, de braços dados com a burguesia, avança sobre os programas governamentais de distribuição de renda e redução da pobreza.
Sempre atento e de plantão vinte e quatro horas no dia, a exuberância longilínea procura nas declarações de personalidades da república a pauta para o noticiário.
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Fulano disse isso e aquilo, denuncia nosso observador do real para as redações ávidas por novas fofocas.
O boato terrorista sobre o bem sucedido programa de distribuição de renda, inclusão social, redução da miséria, aumento do consumo interno tem um alvo bem definido.
Cabe lembar que a ONU considerou o programa bolsa família como uma das melhores iniciativas de distribuição de renda no mundo atual e referendou a sua utilização em outros países.
Uma vitória para o povo brasileiro e para os governos populares e democráticos do PT.
Diante da realidade, que não é ficção, os setores ultraconservadores do país, aí incluídos  a grande imprensa e seu aparato midiático, se veem impotentes em alterar os caminhos da democracia popular e, assim sendo, passaram a utilizar expedientes de terrorismo para desestabilizar o governo federal.


Iniclamente ocultando e manipulando as informações mesmo assim não alcançaram êxito em seus objetivos, já que uma nova realidade com as tecnologias da informação e internete, mesmo que minúsculas em comparando com o aparato midiático, produz conteúdos informativos de qualidade que desmascaram a grande imprensa.


Derrotados no debate de idéias passaram a lançar mão  de práticas violentas, onde as novas tecnologias da informação , através das redes sociais, se encaixam em seus objetivos  de desestabilização da ordem democrática.

Mexendo com o imaginário da população em assuntos sensíveis como alimentação e sobrevivência, protagonizaram um dos atos de extrema crueldade com o povo, o mesmo povo que de forma inocente  e por falta de opções de mídias no país, principalmente emissoras de tv e rádios, mantém uma boa audiência , e por conseguinte um bom faturamento, para as principais mídias televisivas do país.

Esse cenário atual, que é real e não passa no lixo da dramaturgia das tv's e muito menos na palhaçada supostamente civilizada e  de credibilidade dos telejornais , passa a ser preocupante e, assim sendo, exige medidas imediatas do governo federal para evitar problemas maiores já que o alvo para os ultraconservadores da direita é a retomada do poder nas eleições de 14.

No campo popular,  as ações para alcançar o número de assinaturas para o projeto popular de democratização dos meios de comunicação devem ganhar um impulso ainda maior para que no menor tempo possível o projeto de lei seja encaminhado ao congresso nacional.

Assine!

Participe!

Divulgue!





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