quarta-feira, 17 de abril de 2013

Secretos e Invisíveis

Sidney Skiante: A História que não pode continuar secreta

publicado em 15 de abril de 2013 às 21:39

Ontem, hoje e sempre… do lado certo (ilustração inserida pelo Viomundo, quando a Época, revista das Organizações Globo, festejava Demóstenes, o impoluto)
por Sidney Skiante, via Facebook
Conheci um certo professor de História do Ensino médio do Colégio de Aplicação da UFSC. Tem como metodologia de trabalho com seus alunos ler os jornais de circulação na cidade diariamente. Pinça certas manchetes e artigos. Consegue, com certa habilidade, fazer a ponte entre os acontecimentos atuais envolvendo com os acontecimentos de um passado não muito distante.
O povo que não conhece seu passado (principalmente aquele não muito distante) não sabe para onde deseja ir e, aí… qualquer caminho serve. E este qualquer caminho é o que interessa as forças dominantes.
Cabe então a uma outra parcela da sociedade (no qual entendo que a imprensa alternativa tem um papel fundamental) necessariamente tem que “acordar”…
Bom fiz minha introdução, agora gostaria de resgatar um pouco desta nossa história recente. Trata-se da certidão de nascimento da Rede Globo. É estarrecedor compreender este “chão” onde pisamos hoje. Além do livro publicado (A História Secreta da Rede Globo) existe alguma pesquisa sobre a dita CPI? Observem o trecho que peguei:
O diretor dos Diários Associados, deputado federal e presidente da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão, João Calmon em 13/94/1966 depondo na CPI que investigou as ligações entre a Globo e o Grupo Time-Life: “E esta é uma guerra — não é uma guerra quente, mas um episódio da guerra fria. Entretanto, se perdemos neste episódio, o Brasil deixará de ser um país independente para virar uma colônia, um protetorado. Muito mais fácil, muito mais cômodo e muito mais barato, não exige derramamento de sangue, controlar a opinião pública através dos seus órgãos de divulgação, do que construir bases militares ou financiar tropas de ocupação”.
Roberto Marinho disse em 20/04/1966, depondo na CPI que investigou as ligações entre a Globo e o Grupo Time-Life: “As empresas jornalísticas sofreram, mais talvez do que quaisquer outras, certas injunções, como depressões políticas, acontecimentos militares. Os prognósticos que estamos fazendo na TV Globo dependem muito da normalidade, da tranqüilidade da vida brasileira. Esses planos podem ser profundamente alterados, se houver um imprevisto qualquer ou advir uma situação que não esteja dentro dos esquemas traçados, como se vê nas operações de guerra”.
Boa parcela da população brasileira não consegue fazer a leitura do dito professor… Quem é a mídia hoje e de onde vem …
Fica meu registro e desabafo! Abraço …


Essa é uma História que começa a aparecer, e o melhor, com os personagens principais ainda na ativa
.
A tv globo está aí, ainda, e por mais que tente se esconder, fazer plásticas, pintar o cabelo, mudar o figurino, etc.. existe algo que não muda
.
O caminhar da tv globo, ao longo de quatro décadas, é o mesmo.

Inconfundível o tal padrão globo.

Inconfundível o seu discurso.

Com o surgimento das novas tecnologias da informação, da internete  , sites, blogues e redes sociais, além claro , da disponibilidade oficial de documentos de governos  de décadas passadas, o mosaico vai se formando e uma imagem assustadora, porém já conhecida de muitos, vai ganhando forma.

A imprensa e os meios de comunicação emergem dos palcos, folhetins e das imagens lúdicas , para a verdadeira função que exercem na sociedade.

O caso da tv globo, como uma extensão dos interesses dos EUA no Brasil, parece cada vez mais, ano após ano,  dia após dia, como algo não apenas verrosímel, mas fruto de uma realidade concreta.

O poder, a arrogância e a desenvoltura como a tv globo intimida seus adversários não é fruto apenas de um grande conglomerado empresarial, de um grande poder econômico.

Existe um respaldo maior, que transcende  as práticas do jornalismo e fornece  as condições para que uma empresa atue como atua a tv globo no Brasil.

O depoimento de João Calmon de 1996 ( no texto acima) não deixa dúvidas.

Ao longo desses anos, e o papel da tv não é tão antigo se considerarmos o tempo de influência desse meio, fica laro  , para o leitor atento, que a população brasileira tem sofrido um estupro diário de suas consciências que são alimentadas e formatadas por informações que interessam, apenas,  aos meios de comunicação.

Em recentes documentos liberados pelo Departamento de Estado dos EUA, consta  uma declaração de um funcionário americano que diz o seguinte:

"não podemos deixar que um novo Japão cresça no hemisfério sul"

Não estão falando de ameaças comunistas, alienígenas ou outras obsessões americanas, mas sim de países capítalistas que queiram crescer e se desenvolver.

Essa é a realidade, caro leitor desenvolvido e forte, e para esmagar o povo nada melhor que uma imprensa e a seu aparato midiático, perfeitamente alinhados e obedientes a esses interesses.

Recordo de um depoimento em um comentário de  VIOMUNDO, ou talvez CONVERSA AFIADA, não me lembro com certeza,  que fazia referência a uma palestra do editor do jornal nacional da tv globo, Willian Bonner,que teria comentado sobre o processo político na Venezuela, isto em meados da década passada.

Disse ele, segundo o autor do comentário que assistiu a palestra de Bonner:

" estamos muito preocupados e acompanhando de perto o que acontece na Venezuela"

Preocupado com o quê, cara pálida ?

Um país que redestribui renda, acaba com o analfabetismo, tem uma democracia transparente, cresce, se desenvolve é motivo de preocupação segundo que critérios ?

A preocupação seriam o crescimento, o desenvolvimento, a liberdade, o resgate da soberania, a auto estima do povo ?

Ainda sobre Bonner, presenciei um comentário seu  no jornal nacional da tv globo,  sobre manifestções contrárias ao EUA, por ocasião da visita de Bush II ao Brasil, ainda na década passada.
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Os manifestantes contrários ao EUA, na ocasião , quiemavam uma bandeira daquele país o que provocou de Bonner um comentário forte, com a expressão fechada:

" nós não gostamos disso "

Nós quem, cara pálida ?

Ainda no jornal nacional  a apresentadora Fátima Bernardes, hoje perdida em desencontros matinais, afirmava para o telespectador ao final do PAN 2007- evento elogiado quanto a organização e realização pela crítica internacional independente dos problemas que os equipamentos daquele evento hoje apresentam -com uma expressão que fazia de tudo para não admitir o sucesso do evento e ainda passando a idéia de que o brasileiro é incapaz , inferior, subinteligente, para realizar grandes eventos.

Disse ela:

" mas foram apenas países das Américas... 59 países....uma olimpíada é bem maior, com o triplo ou mais de países"

Fátima não queria a olimpíada no Brasil, como ficou explícito em seu comentário.

Ao longo dessas décadas de tv no Brasil, mais precisamente de tv globo, tudo na mídia é feito para diminuir e esmagar o povo brasileiro, o país , sua cultura.

O brasileiro, que não se reconhece na programação das emissoras de tv do país, recebe uma dosagem diária de não ser, de não existência, de subdesenvolvimento, inclusive mental e intelectual com o objetivo escancarado ( em função do tempo ) de eliminar quaisquer resquícios de auto estima que possam conduzir o povo ao papel de protagonista principal  dos processos de desenvolvimento e crescimento do país.

O caro leitor sabe que essa atuação da imprensa e de seu aparato midiático, se intensificou e ganhou contornos nítidos de confronto nos últimos dez anos por conta dos governos populares e democráticos do PT.

O ódio a Lula e ao  PT não são apenas o ódio de classe, mas o ódio por conduzir o país não apenas para 30% da população (como foi ao longo de  décadas antes dos governos do PT), mas para todos , diminuindo as diferenças sociais, o analfabetismo e  gerando empregos.

Um Japão na América do Sul é inaceitável e tudo deve ser feito para  se evitar.

Até hoje ainda continuam obscuros os motivos pelos quais vários técnicos e cientistas brasileiros morreram em um explosão na base de Alcantara, no Maranhão,na década passada,  por ocasião de um lançamento de foguete.

No dia, os hotéis da cidade e de cidades próximas, estavam com suas lotações esgotadas, inclusive de muitos estrangeiros.

Isso não nos autoriza a afirmar que ouve sabotagem por conta do país trilhar o caminho de desenvolvimento de tecnologia de grande alcance estratégico, mesmo porque acidentes inúmeros já aconteceram com países que dominam tais tecnologias, antes e depois de dominarem  a tecnologia, porém todas as possibilidades não podem ser descartadas.

Cabe ainda lembrar que o acidente teve pouquíssima repercussão, proporcionalmente ao acontecimento,  na imprensa, e  talvez o caro leitor nem se lembre do ocorrido, mas certamente se recorda do chamado mensalão.

E caro leitor também já percebeu que os donos dos grandes jornais, revistas, emissoras de tv, em sua maioria, são invisíveis ?

Pouco se sabe, se vê, ou se lê sobre essas pessoas, e não é pelo fato de serem bilionários, pois empresários de outros setores mas com a mesma musculatura são vistos com frequência nas mídias , em baladas, em emissoras de tv, programas de auditório, de entrevistas e etc...

Quando os donos de meios de comunicação começam a aparecer muito nas mídias é porque tem interesse em alguma coisa, como foi o caso de Roberto Marinho, que de um dia para o outro, aparecia diariamente em todos os telejornais da tv globo.

Tão logo foi eleito para a Academia Brasileira de Letras voltou a invisibilidade. 

Não queremos acabar com a tv globo ou com as outras empresas de fachada no ramo, mas queremos,  sim que o governo brasileiro abra possibilidades para que o país seja inundado por emissoras de tv e rádio, públicas, privadas e estatais , e que espaços para nossa realidade cultural sejam garantidos.

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