Ao perdedor, os tomates
A oferta e a procura
Por Luciano Martins Costa em 12/04/2013 no programa nº 2039 do Observatório da Imprensa
Ao perdedor, os tomates
Os
principais jornais de circulação nacional demonstram um entusiasmo
quase triunfal pelas notícias sobre aumentos pontuais dos preços de
certos gêneros alimentícios.
Os
índices anunciados no último mês realmente mostram um descompasso nos
valores de alguns produtos, com especial destaque para o tomate, que se
tornou até mesmo tema de anedotas nas redes sociais.
O movimento de alta produz sua consequência natural em qualquer economia: a queda nas vendas do varejo.
A
imprensa adora citar aquela frase famosa do estrategista do
ex-presidente americano Bill Clinton, James Carville, anotada num quadro
da sede da campanha eleitoral de 1992: "A economia, estúpido".
Nesta
sexta-feira (12/04), porém, a reação natural dos consumidores faz os
editores se esquecerem da lição contida na frase, justamente para fazer
uso político de seu significado.
O Globo e a Folha parecem ter combinado. Com variação sutil, os dois diários anunciam em suas manchetes: "Alta de alimentos derruba vendas de supermercados", diz a Folha; "Alta dos preços já derruba vendas em supermercados", anuncia o Globo.
A
análise da intencionalidade de uma frase, no caso das manchetes de
jornais, virou brincadeira de criança, tamanha a falta de sutileza do
texto jornalístico.
Observem
a leitora e o leitor, por exemplo, o uso do verbo "derrubar" em
contexto que induz a certa dramaticidade, e, no caso do Globo, a
inserção do advérbio "já", de intensidade, que denota uma suposta
antecipação da queda nas vendas do varejo, apresentada como fato
incontornável.
O Estadão,
que apesar dos pesares ainda preserva um texto mais elaborado,
principalmente no noticiário econômico e no internacional, coloca o tema
como anexo da manchete sobre custo da energia, mas repete o verbo
impactante: "Alta de preços derruba vendas no varejo".
O Valor Econômico,
o principal jornal brasileiro de economia e negócios, posiciona o tema
em contexto intermediário na primeira página, preferindo anunciar na
manchete que o governo vai mudar regra de leilões no setor de energia.
De
qualquer modo, o jornal especializado faz uma abordagem mais serena da
questão dos preços e, até por sua especialização, oferece uma leitura
menos emocional dos fatos econômicos, anotando que a inflação deve
desacelerar dos 0,47% em março para 0,45% em abril, caindo para 0,32% em
maio.
A oferta e a procura
Por que, então, a histeria nos jornais chamados de genéricos, que compõem o "núcleo duro" da imprensa tradicional?
Cada
leitor dará uma sentença, conforme suas crenças e sua ideologia, mas
pode-se fazer apostas baseadas na análise do discurso jornalístico.
Os
três diários se concentram no fato de que houve uma retração anual nas
vendas em fevereiro deste ano, comparando com o mesmo mês de 2012, mas
destacam também a queda de 0,4% no comparativo mensal, entre janeiro e
fevereiro deste ano, embora o bom jornalismo recomende evitar
ponderações entre dados de contextos diferentes, que são influenciados
por questões como sazonalidade, férias etc.
Seria
aborrecido, complicado e inócuo fazer a releitura crítica de todos os
textos, mas o leitor e a leitora atentos podem notar, em detalhes e no
quadro geral, que a mídia tradicional parece festejar os números
negativos da economia.
A imprensa brasileira, literalmente, "pisa no tomate".
Difícil é afirmar ou justificar suas razões.
Mas há ocorrências que extrapolam até mesmo o senso básico, como no caso da pequena reportagem publicada peloEstadão,
na qual o repórter, a propósito de consolidar a ideia de uma carestia,
apresenta o seguinte título: "Oferecer churrasco? Só para quem pode" - e
segue uma tentativa de quantificar quão mais caro ficaria fazer um
típico almoço brasileiro nestes tempos.
A
reportagem, quase em tom de blague, começa afirmando que, "tirando a
carne, que, em 12 meses, subiu 3,1%, bem menos que os 6,6% da inflação
oficial..." e por aí vai.
Ora,
se o item predominante no churrasco é a carne, e o preço da carne subiu
bem menos que a inflação, a reportagem morreu aí: na verdade, o
churrasco está mais barato hoje do que no ano passado - os demais itens
alinhados no texto, como o tomate, a farinha, o vinagre e outros
ingredientes secundários, dos quais se usa pouca quantidade no
churrasco, tiveram aumento de preços, mas seu peso no custo do almoço
será relativo.
Ou alguém pensou em fazer churrasco de tomate?
Pode-se,
então, concluir que o interesse principal do conjunto noticioso, desde a
manchete até essa reportagem, está viciado pela intenção de origem:
apostar na deterioração da economia brasileira.
Aliás,
a FAO (Organização da ONU para Agricultura e Alimentação) avisa que os
preços de alimentos subiram no mês passado em todo o mundo, mais que o
dobro do que no Brasil, por conta de problemas climáticos, mas a
tendência é melhorar ao longo deste ano.
Além
disso, é de se perguntar o que há de tão insólito: se as mudanças
climáticas afetam a agricultura, ou se a indústria de agrotóxicos quer
vender novas drogas, se não houve investimento ou seja lá qual for a
causa do aumento de preços do tomate, trata-se da velha lei da oferta e
da procura.
Numa sociedade saudável, a reação natural é essa mesmo: ficou caro, não se compra.
Cai-se, então, na tentação de repetir a frase que a imprensa adora: É a economia, estúpido!
O caro leitor já percebeu que a grande imprensa no Brasil já virou motivo de piada.
O caso do tomate é apenas mais um na risível e desesperada vontade da grande imprensa em alterar a realidade dos fatos.
O caro leitor sabe que alguns produtos alimentícios , frutas, legumes e verduras, por exemplo , sofrem variações de preço por conta de vários fatores como sazonalidade, questões climáticas, e outros.
Mais ou menos um ano atrás, o preço do quilograma do abacate estava na casa de R$ 8,00 e desde dezembro ou janeiro pode-se comprar a saudável e deliciosa fruta por , em média, R$ 2,40 o quilograma, abaixo dos R$ 3,00, que é o preço do quilograma da banana prata, já por um ano.
Esses produtos oscilam de preço ao longo dos anos e o consumidor ou deixa de comprá-los ou compra em menor quantidade quando o preço está elevado, o que invariavelmente força a queda dos preços.
No caso da banana prata, a opção do consumidor é a banana d'água, que tem o preço do quilograma na faixa de R$ 1, 80 e é uma boa pedida para consumo nesses dias de outono e inverno.
Outro hábito do consumidor, e o caro leitor sabe, é o de comprar em maior quantidade produtos de época pois os preços estão mais baixos.
Um outro produto que andou com o preço elevado no verão que passou foi o mamão papaya, porém o mamão do tipo formosa manteve um preço bem razoável, na faixa de R$ 1,80 o quilograma.
Se o papaya está caro o consumidor vai para o formosa, e que se vẽ, agora, é uma tendência de queda nos preços do papaya.
O tomate, que proporcionou o mico midiático e da imprensa, registrado na foto acima onde a apresentadora da tv globo, recordista em micos, Ana Maria Braga aparece em seu programa com um colar de tomates, em referência ao preço elevado do produto.
A grande imprensa, seu aparato midiático e a oposição, levaram mais um tombo e foram atropelados , como citado em um site de humor, onde dois representantes da grande imprensa, caracterizados em um desenho como dois tomates conversavam alegremente sobre mais uma manipulação:
- tomate 1: agora , com o preço nas alturas nós derrubamos o governo
- tomate 2; ficamos bem na fita, até colar estão fazendo com a gente.
- tomate 1: essa foi boa, vamos aproveitar e atravessar a rua aqui e prá dar uma olhadinha nas manchetes dos jornais , alí na banca do outro
lado.
- tomate 2 :boa idéia, a gente deve estar na primeira página, vamos lá.
- tomate 1 : cuidad........
Puuuuffffftttiii., foi o som que se ouviu quando um ônibus cheio de gente contente e alegre, também conhecido com História ou verdade, atropelou e esmagou os dois tomates .
O caro leitor, que sabe como fazer suas compras nos supermercados, mais uma vez deve estar rindo da imprensa ridícula que exite neste país.
O preço do tomate, que andou pela casa de R$ 10,00 já caiu pela metade e , durante o período que esteve em alta, os preços de molhos, poupas e extratos de tomate não tiveram aumento , ou se tiveram, foi mínimo.
A grande imprensa e seu aparato midiático viraram suco.
@emirsader: Tomate trai, baixa o preço e oposição vai pro vinagre
publicado em 11 de abril de 2013 às 12:26
de Gerson Carneiro
Por e-mail, ele nos “alerta”: “Alegria de oposicionista dura pouco”.
Aí, dá a notícia. “@emirsader: Tomate trai, baixa o preço e oposição vai pro vinagre”.
O caro leitor já percebeu que a grande imprensa no Brasil já virou motivo de piada.
O caso do tomate é apenas mais um na risível e desesperada vontade da grande imprensa em alterar a realidade dos fatos.
O caro leitor sabe que alguns produtos alimentícios , frutas, legumes e verduras, por exemplo , sofrem variações de preço por conta de vários fatores como sazonalidade, questões climáticas, e outros.
Mais ou menos um ano atrás, o preço do quilograma do abacate estava na casa de R$ 8,00 e desde dezembro ou janeiro pode-se comprar a saudável e deliciosa fruta por , em média, R$ 2,40 o quilograma, abaixo dos R$ 3,00, que é o preço do quilograma da banana prata, já por um ano.
Esses produtos oscilam de preço ao longo dos anos e o consumidor ou deixa de comprá-los ou compra em menor quantidade quando o preço está elevado, o que invariavelmente força a queda dos preços.
No caso da banana prata, a opção do consumidor é a banana d'água, que tem o preço do quilograma na faixa de R$ 1, 80 e é uma boa pedida para consumo nesses dias de outono e inverno.
Outro hábito do consumidor, e o caro leitor sabe, é o de comprar em maior quantidade produtos de época pois os preços estão mais baixos.
Um outro produto que andou com o preço elevado no verão que passou foi o mamão papaya, porém o mamão do tipo formosa manteve um preço bem razoável, na faixa de R$ 1,80 o quilograma.
Se o papaya está caro o consumidor vai para o formosa, e que se vẽ, agora, é uma tendência de queda nos preços do papaya.
O tomate, que proporcionou o mico midiático e da imprensa, registrado na foto acima onde a apresentadora da tv globo, recordista em micos, Ana Maria Braga aparece em seu programa com um colar de tomates, em referência ao preço elevado do produto.
A grande imprensa, seu aparato midiático e a oposição, levaram mais um tombo e foram atropelados , como citado em um site de humor, onde dois representantes da grande imprensa, caracterizados em um desenho como dois tomates conversavam alegremente sobre mais uma manipulação:
- tomate 1: agora , com o preço nas alturas nós derrubamos o governo
- tomate 2; ficamos bem na fita, até colar estão fazendo com a gente.
- tomate 1: essa foi boa, vamos aproveitar e atravessar a rua aqui e prá dar uma olhadinha nas manchetes dos jornais , alí na banca do outro
lado.
- tomate 2 :boa idéia, a gente deve estar na primeira página, vamos lá.
- tomate 1 : cuidad........
Puuuuffffftttiii., foi o som que se ouviu quando um ônibus cheio de gente contente e alegre, também conhecido com História ou verdade, atropelou e esmagou os dois tomates .
O caro leitor, que sabe como fazer suas compras nos supermercados, mais uma vez deve estar rindo da imprensa ridícula que exite neste país.
O preço do tomate, que andou pela casa de R$ 10,00 já caiu pela metade e , durante o período que esteve em alta, os preços de molhos, poupas e extratos de tomate não tiveram aumento , ou se tiveram, foi mínimo.
A grande imprensa e seu aparato midiático viraram suco.
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