O temor dos donos da mídia e a 'regulação' defendida pelo Globo
'Regulação' proposta em editorial pelo jornal 'O Globo' já é um recuo, mas na linha da defesa da reserva de mercado. A pretexto de defender a cultura nacional, visa especialmente a impedir a concorrência com os grandes sites como o Google e as teles estrangeiras.
José Dirceu*
Merecem algumas observações o editorial de ontem (domingo) do Globo sobre a regulação da mídia. Além de, como sempre, demonizar o PT e repetir a invenção de que a medida representaria censura, o jornal acrescenta que “há a regulação da mídia e a ‘regulação da mídia’”, assim, entre aspas.
Essa outra regulação, defendida pelo jornal, envolveria a atuação de sites controlados do exterior no jornalismo e entretenimento; a necessidade de produção local; e o papel das telefônicas no processo de fusão de mídia.
Essa diferenciação proposta pelo Globo entre regulações já é um recuo, mas na linha da defesa da reserva de mercado. A pretexto de defender a cultura nacional, visa especialmente a impedir a concorrência com os grandes sites como o Google e as teles estrangeiras.
Acostumados a viver sob a sombra do Estado, que fez todos os investimentos na infraestrutura do país até as privatizações de Fernando Henrique Cardoso – às custas de isenções de impostos e privilégios na publicidade –, e instalados confortavelmente num regime de monopólio e dumping seja por meio da publicidade, da distribuição ou mesmo do acesso ao mercado, morrem de medo de um debate público sobre a regulação.
Assim, insistem na tese de que o tema é exclusivo do PT e visa a censurar e controlar o conteúdo do noticiário. Quando a verdade é que eles, os donos dos meios de comunicação, têm controle absoluto, como reis, sobre o conteúdo dos meios.
Princípios constitucionais
O editorial do Globo ainda diz que insistir no debate sobre a regulação da mídia é “inútil” porque contraria princípios constitucionais.
Ora, propomos exatamente o respeito aos princípios constitucionais. Basta ver o que diz a Constituição sobre a regulação nos artigos 220, 221 e 222:
1) “A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição” (art. 220);
2) “Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística” (art. 220, § 1º); e,
3) “É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística” (art. 220, § 2º).
Logo, está descartada qualquer forma de obstrução ou censura ao “pensamento, criação e expressão” de ideias ou à livre circulação de informações jornalísticas. Em resumo, a regulação não poderia, em hipótese alguma, trazer riscos à atividade jornalística ou à democracia.
Pelo contrário, uma legislação que trata da regulação ampliaria os princípios democráticos expressos na Constituição de 1988. Basta ver o que ela determina:
1) “Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio” (art. 220, § 5º);
2) As leis federais para regulamentação do setor devem “estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão” (art. 220, § 3º, Inciso II); e,
3) “A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios: I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas; II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação; III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei; IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família” (art. 221).
Assim sendo, o que temem os donos da mídia? Que a sociedade tome consciência do monopólio que exercem e do uso político da concessão? Que tome consciência das oligarquias eletrônicas, do crescente uso para fins religiosos dos meios de comunicação, do real monopólio das organizações Globo?
Em tempo: aproveito para recomendar a leitura da entrevista do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), dada à Carta Maior sobre a regulação da mídia.
*Publicado originalmente em http://www.zedirceu.com.br
Grande Imprensa sente o golpe
A globo e outras empresas de mídia estão recuando.
Sentiram a pressão por um novo marco regulatório das comunicações.
Vitória da blogosfera e da chamada imprensa alternativa, ou imprensa de verdade.
Já é alguma coisa, mais ainda é muito pouco.
É preciso avançar mais.
O assunto sobre regulação dos meios de comunicação não pode, em hipótese alguma, sair da pauta diária da imprensa de verdade.
Já é possível notar que alguns setores da sociedade se sensibilizaram com o tema.
Isso é bom e também saudável.
Já se fala sobre o assunto nos pontos de ônibus, nos becos e botecos, nas salas de espera de consultórios médicos, nas filas ilegais das agências bancárias, nas bancas de jornais e ,principalmente, nos jornais da imprensa de verdade que bancam a verdade dos fatos.
Já existe um debate, mesmo que embrionário, ou até mesmo nascente, que ganha corpo saudável.
É necessário que continue sendo bem nutrido.
Gorduras são prejudiciais e inviabilizam o entendimento correto.
Na grande imprensa, também conhecida como partido da imprensa golpista - pig - ou dispositivo midiático tucano - dmt - o debate é gorduroso, obeso, distorce os fatos e, até mesmo, ignora o conteúdo da constituição brasileira sobre o assunto.
Ao que parece esse é um caminho sem volta.
A regulação vai chegar, tarde ou cedo , amanhã ou depois, como tem ocorrido nos países da América do Sul.
América do Sul que reforça seu compromisso com o povo, com o descolamento da realidade doentia, com as prováveis vitórias de Maduro na Venzuela, Bachelett no Chile e as reeleições de Morales e Dilma, na Bolívia e Brasil respectivamente.
A civilização começa a ocupar o lugar da barbárie que , simbolicamente, terá o seu fim com os funerias de Margareth Tatcher, a dama de ferro que acabou com os nutrientes das crianças britânicas ao eliminar o copo de leite das merendas.
O cálcio foi para o sistema financeiro, contribuindo para o crescimento de um sistema-mundo de parasistas, solitários improdutivos, vagabundos de cassinos que prostituem a economia real.
Há uma campanha mundial para que seus funerais sejam privatizados.
Bem colocado.
Enquanto Tatcher muda de endereço cósmico, a Inglaterra inicia uma nova fase de regulação dos meios de comunicação, com regras claras e bem definidas, minimizando ou eliminando a barbárie.
Saudável coincidência.
A morte de um ícone coincide com o fim de uma era, é assim com Tatcher, foi assim com Prestes em 1990 e certamente outros mais.
Com idade avançada, o organismo não suporta reordenção de idéias, principalmente as estruturais.
Simbolicamente teremos os funerais do neoliberalismo, na Europa que agoniza no desemprego, na falta de perspectivas dos jovens para o futuro.
Neoliberalismo que o pig, ou dmt, tem e defende como opção programática para as eleições de 14 no Brasil.
Um programa sobrenatural, o que não deixa de guardar correlação com o pastor deputado Feliciano que disse conversar com o espírito santo e ainda vê satanás na câmara dos deputados.
Tempos estranhos esse que vivemos.
A grande imprensa, ou pig, ou dmt, enaltecerá as virtudes da dama de ferro.
Editoriais e crônicas lipídicas, doentias,pesarão aos olhos dos ainda incautos leitores.
No Brasil, os órfãos do ferro, na imprensa, já derramam rios de lágrimas com profundas lembranças do trio bárbaro- Tatcher, Reagan, João Paulo II.
Não se pode negar que os três mudaram o mundo, para pior.
No rescaldo desses sombrios e obscuros anos neoliberais, que tanto mal fizeram aos países e povos da América Latina, ressurge a democracia em uma nova latinidade.
Gloriosos e esperançosos dias.
Neste cenário de muitas e vibrantes cores, a história do império do sol ilumina os povos da América do Sul.
Por essas trilhas as vezes selvagens, de todos os países do continenete, o Brasil talvez seja o único que ainda não domesticou e civilizou sua imprensa e seus meios de comunicação.
Essa é uma luta de todo o povo brasileiro, mesmo com a falta de informação fidedigna sobre o assunto propositalmente conduzida pela imprensa selvagem dominante.
Como é possível encontar hoje, em CARTA MAIOR, três artigos sobre o assunto de democratrização da mídia, revela-se aos povos o caminho importante e relevante da imprensa alternativa ou imprensa verdadeira.
São nesses sites que a informação, a análise e a reflexão, contribuem para que o caro leitor, possa ter os elementos necessários para estruturar opinião sobre esse tema e , também, outros temas de interesse nacional.
Em outras palavras, somos uma realidade.
A morte de Tatcher é simbólica. O recuo de o Globo, também.
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