sábado, 27 de abril de 2013

Democratização da Mídia

1 -Breve explicação sobre como funciona nossa mídia

publicado em 27 de abril de 2013 às 10:17
por Luiz Carlos Azenha
Breve explicação de como nossos jornais investem na ignorância dos leitores.
Folha de S. Paulo, pé da página 10, bem escondidinho, entrevista com o deputado Nazareno Fonteles na qual não se explica que o projeto dele, a PEC 33, nasceu há dois anos e, portanto, não poderia ser “retaliação” contra o STF por causa do julgamento do mensalão, conforme os próprios colunistas da Folha “espalharam”:

Folha de S. Paulo, alto da página 15, com foto, Gilmar Mendes muda de assunto e ataca… o Executivo:

Leia também:
Nazareno Fonteles: Como o STF invadiu atribuições do Legislativo
Fonte: VIOMUNDO.COM.BR


2 - Impune, Veja transforma o agressor em agredido

Na semana em que o ministro Gilmar Mendes invadiu a competência do Congresso Nacional, impedindo a tramitação de um projeto sobre fidelidade partidária, e foi desafiado pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL), Veja trata da "República Bolivariana do Brasil", que estaria amordaçando o Judiciário, e ainda coloca a faca no pescoço do ministro Teori Zavascki, avisando que se ele decidir revisar o julgamento da Ação Penal 470 terá a reputação arruinada para sempre

Quando o Congresso Nacional decidiu, de forma soberana, redistribuir os royalties do petróleo, o ministro Luiz Fux concedeu liminar à minoria, representada pelas bancadas do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.

Na última semana, também depois de a Câmara dos Deputados ter aprovado novas regras para a criação de partidos, o ministro Gilmar Mendes concedeu outra liminar à minoria, reduzindo a pó a maioria parlamentar.

Diante dessa realidade, em que o Supremo Tribunal Federal, com seu ativismo político, se converte aos poucos em linha auxiliar das minorias, fazendo prevalecer o tapetão e não a soberania do voto popular, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reagiu e condenou a "invasão" do Supremo Tribunal Federal.

É também nesse mesmo contexto que o deputado Nazareno Fonteles (PT-PI) apresentou – em maio de 2011 – uma Proposta de Emenda Constitucional, a PEC 33, que submete ao plenário do Congresso Nacional, algumas decisões do STF, sobretudo as relacionadas a Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADINs).

Como toda PEC, só se transformará em lei se for aprovada por três quintos dos parlamentares, em dois turnos, nas duas casas. A proposta de Fonteles é um projeto que tenta responder à crescente interferência do Judiciário em questões relativas ao Congresso. Mais do que uma excentricidade, a soberania parlamentar faz parte de algumas constituições, como na Inglaterra e em Israel, que não são propriamente ditaduras.

Tanto as decisões liminares do STF, como a PEC apresentada pelo deputado Nazareno Fonteles, são parte do mesmo fenômeno: a usurpação dos poderes do Congresso pelo Judiciário e a desmoralização constante da atividade política, com apoio explícito dos meios de comunicação.

Pois, neste sábado (27), chegou às bancas mais um exemplar da revista Veja, que prova que a revista da Abril é, de fato, incorrigível. A capa traz uma bela jovem com olhos vendados e amordaçada a uma estrela do PT – à la cinquenta tons de vermelho – e é capaz de transformar o agressor em agredido.

Na lógica de Veja, não é o STF que agride e humilha o Congresso Nacional, mas justamente o oposto. E tudo não passaria de uma resposta de radicais do PT e de condenados à cadeia ao julgamento do chamado mensalão. Não custa lembrar que, se dependesse do ministro Celso de Mello, parlamentares legitimamente eleitos não estariam hoje exercendo suas funções.

No editorial de Eurípedes Alcântara, a PEC 33 é comparada à constituição do Estado Novo, em que o presidente Getúlio Vargas podia cassar decisões da suprema corte, quando se trata, tão somente, de ampliar o quorum do STF na apreciação das ADINs e submeter algumas decisões ao plenário do Congresso. Diga-se mais uma vez que essa proposta se inspira mais na Inglaterra e em Israel (alô, Civita) do que no Estado Novo.

Internamente, a reportagem se chama "República Bolivariana do Brasil", com as imagens de três fantasmas, Cristina Kirchner, Hugo Chávez e Evo Morales, pairando sobre o STF. Há até um quadro sobre uma suposta "PTópolis", em que não haveria lugar para instituições independentes. Mas o mais grave de tudo é a ameaça explícita que a revista Veja faz ao ministro Teori Zavascki, em que praticamente coloca a faca no seu pescoço, como se fosse um assaltante num sinal de trânsito tentando bater sua carteira – no caso, o seu voto. Será Veja um trombadinha?

No quadro "o mundo aplaudiu", Veja estampa uma foto de Zavascki e destaca citações da imprensa internacional sobre o caso. A revista avisa ainda que um retrocesso seria "chocante". Mais claro do que isso, impossível. Se o ministro do STF decidir rever alguma das condenações da Ação Penal 470, terá sua reputação arruinada para sempre. O que ainda não se sabe é se Zavascki será, de fato, um juiz ou mais um capacho de uma mídia que se preocupa apenas com seus propósitos políticos – e apenas tangencialmente com a noção de Justiça.

No fundo, no fundo, quem realmente ameaça a democracia é uma imprensa que tenta acovardar juízes e fazer com que votem de acordo com seus próprios interesses. São estes que, na prática, acorrentam, amordaçam, violentam e sodomizam a Justiça.


Fonte: VERMELHO.ORG.BR


O caro leitor tem dois bons exemplos, recentes, de como funciona a imprensa e seu aparato midiático no Brasil.
A notícia é aquilo que se deseja que ela seja.
Assim sendo o agressor é apresentado como agredido, e as manchetes das revistas e jornais induzem o leitor à uma realidade fictícia..
Veja, caro leitor ,um exemplo de manchete :

SERRA SOBE NAS PESQUISAS

Lendo  a matéria, o caro leitor terá a seguinte informação:

... o candidato Serra subiu um ponto percentual  segundo as últimas pesquisas de intenção de voto para   presidente da república. O oposicionista soma agora 6% das intenções de voto, mantendo o segundo lugar na corrida presidencial.  A candidata Dilma, continua em primeiro lugar com os mesmos 70 % das intenções de voto da pesquisa anterior.

A mídia mente quando apresenta a subida de Serra ?
De fato o candidato subiu  1 ponto percentual, logo a mídia se defende dizendo que não mentiu nem  inventou números.
E ai, o caro leitor já deve estar se perguntando  o que é relevante na última pesquisa que apontou a subida do candidato Serra .
A gigantesca diferença entre o primeiro e o segundo que foi mantida, ou a tímida e  irrelevante subida do candidato que ocupa a segunda posição ?
Para efeito de notícia e informação o mais relevante seria a permanência da distância que separa os dois candidatos.
Algo mais ou menos assim:

DILMA CONTINUA COM GRANDE VANTAGEM

Um texto adequado para a manchete seria mais ou menos assim:

... a candidata Dilma  manteve  os mesmos 70% das intenções de voto da  pesquisa anterior. Já o segundo colocado, o candidato Serra , subiu 1% e agora soma 6% das intenções de voto.

Não é o que acontece, pois a imprensa e o seu aparato midiático não estão interessados em fornecer a informação relevante, mas sim a informação que possa contribuir para conduzir o leitor , de acordo com os interesses políticos das empresas de mídia no processo eleitoral.
O caro leitor, certamente, já teve ter percebido ,em outras situações que não necessariamente envolvam o processo eleitoral,  a manipulação da imprensa na apresentação dos fatos.
A mídia tem lado político, ideológico e doutrinário , e não há nada de errado que seja assim.
Errado , e também criminoso, é se apresentar com uma suposta neutralidade que não existe, como faz a mídia no Brasil.
Veja e leia, caro leitor, no global das notícias, um outro exemplo de como a imprensa e seu aparato midiático trabalham com as notícias, a informação e seus erros:


LULA ENVOLVIDO EM CORRUPÇAO

Agora o texto da notícia que apareceu em letras garrafais nos jornais impressos e  em elevados decibéis nos telejornais:

... o ex-presidente Lula pode estar envolvido em um esquema de corrupção, segundo  relato de fontes próximas  ao procurador geral da república que avalia o caso,

Nesse caso, e o caro e atento leitor já percebeu, que o texto referente a notícia escandalosa apresenta  a possibilidade do ex-presidente estar envolvido em esquema de corrupção. 
Tudo isso, segundo "uma fonte" próxima do procurador geral da república.
Passados alguns dias, imagine duas semanas, caro leitor, com a notícia escandalosa já esquecida no noticiário, o mesmo veículo de mídia emite uma nota de erro em um canto escondido do jornal:
Mais ou menos assim:

... na edição do dia tal e tal, na folha tal, informamos de forma incorreta o envolvimento do ex-presidente Lula em esquemas de corrupção. Pedimos desculpas aos nossos leitores pela nossa falha.

Agora, imagine o erro sendo admitido em um telejornal barulhento:
Logo após os comercias, entra o âncora do telejornal, com aparência calma, voz mais baixa, e informa:

... o jornal galáctico errou , na edição do dia tal, quando afirmou o envolvimento do ex-presidente Lula em esquemas de corrupção. A fonte não era confiável.

Logo após a retratação. o mesmo jornal apresenta a próxima notícia.
Aos gritos, o âncora diz:
.. FUNCIONÁRIOS DO GOVERNO ENVOLVIDOS EM CORRUPÇÃO NO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA

O caro leitor percebeu, pois é assim que funciona, que ao admitir um erro contra o governo, o jornal, em seguida, acusa o mesmo governo com notícia similar, minimizando toda a retratação feita pelo jornal.
O certo e o errado  se misturam de acordo a orientação política dos veículos de mídia que sempre se defendem dizendo que não mentem.
É o caminho na corda bamba do equilibrista, ou  o flerte dissimulado por gozações ou deboches, ou a violência sugerida como amor, etc...
O famoso, se colar, colou.
Se não colar, eu não disse nada, não fiz nada, não queria nada, ou seja, existe sempre uma opção para uma saída.
Não é assim, caro leitor ?
Acontece que os tempos são outros e a linguagem e a comunicação , cada dia mais e mais, vão sendo percebidas e dominadas em suas sutilezas, por um número maior de pessoas.
Aquilo que se fazia  em décadas passadas com excelentes resultados, não significa que terá os mesmos resultados  atualmente.
Em outras palavras, um padrão de comunicação que foi bem sucedido em um determinado momento, não significa que será bem sucedido sempre, em todos os momentos.
O caro leitor já deve ter concluído que uma parcela, cada vez maior , da população está bem a frente da imprensa e de seu aparato midiático, nos aspectos que se referem a comunicação e suas formas de condução e manipulação dos fatos.
Isso é bom, mas ainda está longe do que desejamos.
Assim sendo, convido o caro leitor a assinar a proposta de regulamentação dos meios de comunicação que a partir do dia 1° de maio estará disponível em várias cidades brasileiras.
Serão necessárias 1,3 milhão de assinaturas para que a proposta entre direto na pauta do congresso nacional e seja votada.
Durante nove meses, o Fórum Nacional pela Democratização das Comunicações - FNDC - estará colhendo assinaturas em todo ao Brasil.
Assine e divulgue , pois a campanha não terá apoio dos grande veículos de mídia do país.
Durante esse período, este blogue estará em permanente campanha pelas assinaturas.


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