terça-feira, 30 de abril de 2013

Jabá Gordo

Denúncias de cobrança de jabá envolvem Domingão do Faustão



O blogueiro Marcus Vinicius, do Blognejo, escreveu sobre as denúncias de jabá cobrado em programas da Globo.


Uma condensação, abaixo:

“Essa semana o colunista Léo Dias, do Dia, resolveu botar a boca no mundo e falar, inclusive citando nomes, sobre o jabá cobrado em alguns programas da Globo para a apresentação de artistas.

Esse caso já havia sido divulgado em alguns veículos de imprensa sem mais detalhes na época do ocorrido, há cerca de dois anos, mas agora o colunista resolveu citar nomes.

O principal caso aconteceu no programa do Faustão. Em 2011, houve uma mudança grande na equipe do programa, com a saída de várias pessoas da área de música, inclusive do diretor musical Luiz Schiavon.

O apresentador Fausto Silva teria descoberto que alguns membros da produção cobravam um valor dos artistas para que eles fossem agendados no programa.

De acordo com o colunista, o grupo Exalta Samba pagou o equivalente a R$ 220 mil por duas datas no programa, mais precisamente na época do lançamento do DVD “Ao Vivo na Ilha da Magia.

Outro caso de jabá em programas da Globo citado pelo colunista se deu na novela “Avenida Brasil”. Segundo Léo Dias, o grupo Aviões do Forró pagou a um produtor da Globo um alto valor (que ele não especificou) para ter a música “Correndo Atrás de Mim” como tema da personagem Suélen, vivida pela atriz Isis Valverde.

O valor do Jabá no programa do Faustão mais ouvido nas rodas de conversa costumava ser de R$ 80 mil. Pelo menos foi esse o valor que eu mais ouvi as pessoas dizendo que era cobrado por lá. A cobrança de jabá para a inclusão de músicas em trilhas de novela, entretanto, apesar de não ter me espantado, é novidade pra mim.

Até porque, segundo o próprio colunista Léo Dias, a Globo já tem a política de dar preferência para a inclusão de músicas de artistas da própria gravadora, a Som Livre.”

Fonte: Blog Diário do Centro do Mundo


O leitor agora entendeu o motivo de apenas certos tipos de músicas e artistas aparecerem nos programas da tv globo.
Também entendeu o motivo da proliferação do sertanejo, sambanejo e axé.
Entendeu , mais ainda, que a qualidade não é prioridade na escolha dos artistas musicais, dos filmes, do entretenimento
Entendeu, na totalidade, que tudo na tv atende interesses econômicos imediatos.
Entendeu que tudo é uma grande mentira, uma enorme enganação que visa distrair o espectador dos assuntos que de fato interessam.



Superficialidade Profunda

                       
Sem Huck, Angélica leva Eva, de apenas 7 meses, para passeio na Disney; fotos (Sandra Pires)Sem Huck, Angélica leva Eva, de apenas 7 meses, para passeio na Disney. globo.com
Fabio Bartelt/Marie Claire Deborah Nascimento defende transa no primeiro encontro . bol.com.br

Ivete Sangalo e Carolina Dieckmann jantam juntas no Rio

Ivete Sangalo janta com amigos em churrascaria do Rio | Foto: Reprodução Internet
o dia.com.br


Chic

Onde encontrar os óculos da Lívia de "Salve Jorge. ig.com.br



A idiotice da grande imprensa também está em seus respectivos sites da internete.
São "notícias" de hoje, que também aparecem nos impressos , jornais e revistas, e nas emissoras de tv.
É a era da infantilização e da idiotização.
Tudo é superficial, efêmero, descartável, moda.
Aparecer é a regra, mesmo que seja para expor uma criança de sete meses, se declarar disponível para uma trepada caso o  encontro seja agradável, jantar em companhia de  amigas, ou vender os óculos de um personagem de novela.
Nem Jorge, o da Capadócia,  aguenta tanta idiotice, prefere o dragão.
Na esteira da idiotice, a mídia sugere e impõe formas estéticas, onde aqueles fora do pdrão sugerido são eliminados da sociedade.
Em total apoio aos excluídos , este blogue faz uma homenagem aos obesos com as fotos abaixo:

Um bebê gigante que infelizmente não pode passear na Disney

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Mentiras Sinceras



Fonte: CARTAMAIOR.COM.BR
29/04/2013

Arrocho e fraude: o poder da ideologia


Reportagem do 'El País', deste domingo (28), faz o que nenhum veículo do dispositivo conservador brasileiro cogitou: entrevista o estudante de economia Thomas Herndon, de 28 anos; ele ganhou fama mundial ao fulminar a credibilidade de dois centuriões da ortodoxia fiscal, os economistas Carmen Reinhart e Kenneth Rogoff.

Herndon prepara seu doutorado na Universidade de Massachusetts, nos EUA.

Reinhart e Rogoff são titãs de Harvard, ademais de egressos da alta cúpula do FMI.

Entre 2001 e 2003, Rogoff ocupou nada menos que o cargo de economista-chefe da instituição; Reinhart era sua assistente.

O grande mérito de Herndon foi agir diante dessa catedral ortodoxa com impiedosa independência intelectual.

Ele não aceitou como intocáveis as premissas que sustentavam o edifício teórico da dupla consagrada dentro e fora da academia.

A saber, que o endividamento público é intrinsecamente nefasto ao transitar na faixa dos 90% do PIB.

Há exatamente três anos, os dois publicariam no ‘American Economic Review’ um ensaio ancorado na ‘comprovação’ estatística de que a ultrapassagem dessa marca fatídica inviabilizaria o crescimento econômico.

Apenas um parêntesis ilustrativo do peso material que tem as ideias: nesse momento, os socialistas franceses se imolam em praça pública agarrados a uma política de austeridade que visa exatamente reverter o endividamento público, na marca dos 92% do PIB. (Leia a reportagem de Eduardo Febbro, direto de Paris)

A maldição fiscal não é novidade na carreira do mago Rogoff.

Como economista-chefe do FMI, ele já prescrevia a caldeirada de arrocho & rabo de escorpião mesmo sem tê-la demonstrado ‘cientificamente’ ainda.

A genuflexão a essa receita foi inoculada em cérebros intelectuais, operacionais e midiáticos nos quatro cantos do planeta.

O FMI, seus ‘rogoffs’ e aprendizes cuidaram de injetar cepas daquilo que, no fundo, revestia de legitimidade os interesses rentistas acantonados na dívida pública.

A agenda do desenvolvimento, propriamente dita, foi devastada por essa infecção contagiosa.

Seu efeito revelou-se tão ou mais devastador que a doença supostamente maligna que pretendia curar: o gasto público.

Herndon passou os olhos nas estatísticas que comprovavam o anátema e não ficou satisfeito. Solicitou as planilhas completas aos autores.

Quando as teve em mãos hesitou mais uma vez.

Havia extrapolações de inconsistência óbvia; pior, dados que afrontavam a premissa da austeridade haviam sido eliminados das séries finais.

As evidências eram fortes, mas peso da ideologia é maior ainda.

O doutorando esfregou os olhos mais de uma vez na esperança de clarear a visão embaralhada pelo cansaço. Pediu ajuda à noiva, uma socióloga especialista em estatística.

Ela revisou as séries cuidadosamente. E confirmou: “Não creio que você esteja errado”.

O resto é sabido.

A fraude macroeconômica mais estonteante da ultimas décadas, brinca a reportagem, funcionou para o Estado do Bem Estar Social como as ‘armas de destruição em massa” funcionariam para a invasão do Iraque por Bush.

Herndon acha um pouco exagerada a comparação. Mas concorda com a essência da analogia: ‘Porque estão adotando políticas a partir de premissas falsas’, diz.

O coquetel de arrocho e premissas falsas, bem como seu personagem símbolo, a partir de agora, não são estranhos ao Brasil.

Kenneth Rogoff dirigia o FMI durante a disputa presidencial brasileira de 2002.

Em setembro daquele ano, o Ibope divulgou uma pesquisa em que o então candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, retomava a trajetória ascendente.

Depois de um período com resultados negativos, Lula ganhou mais dois pontos consolidando-se na liderança, com 41% das intenções de voto.

O tucano José Serra, seu principal adversário, cairia para 18%, um ponto a menos.Mas já se revelava um corisco no quesito rejeição: 29%.

A pesquisa encomendada pela 'Globo' foi divulgada numa terça-feira, véspera da reunião anual do FMI, em Washington.

Na quarta e na quinta-feira seguintes choveriam raios, cobras, lagartos e escorpiões sobre o Brasil.

Autoridades do Fundo emitiriam previsões catastróficas e receitas sombrias para o futuro do país e de seus eleitores.

Tudo naturalmente escandido com a conhecida isenção dos veículos do dispositivo midiático conservador.

Na 'Folha', o então correspondente Marcio Aith, que viria a ser chefe de imprensa de Serra na outra derrota tucana, em 2010, exercitava o seu futuro com o dedo preso no gatilho: “Alternativa, agora, é mais arrocho, diz FMI”. Em seguida ajustava o alvo: “Fundo elogia equipe econômica do Brasil (a do PSDB) e rebaixa perspectiva de crescimento do país...” ('Folha de S. Paulo', 26-09-2002)

No ‘Estadão’, o quadro de avisos viria igualmente encharcado de ostensiva agressividade.

Com o título “Ajuste no Brasil será feito com dor, diz FMI”, o texto era temperado de vaticínios agourentos aspergidos por ninguém menos que o rigoroso economista-chefe do organismo, Kenneth Rogoff.

As sentenças de Rogoff seriam impressas e disseminadas, então, com a mesma inquebrantável genuflexão do espírito que hoje acomete nossos jornalistas especializados em lubrificar a terapia do choque de juros.

Tudo devidamente chancelado pelo ‘rogoffismo’ local, vocalizado por sábios tucanos e professor banqueiros, de conhecidos serviços prestados à Nação.

Como diria Millôr Fernandes, se não é uma garantia, já é uma tradição.

Ela explica por que o estudante Thomas Herndon não tem o destaque merecido nos grandes diários nacionais.

Seria o mesmo que Bush admitir que as armas de destruição em massa serviram apenas de álibi para destruir o Iraque. E tomar de assalto os seus poços de petróleo.

Leia, a seguir, trechos do 'Estadão', com as sugestivas advertências de Rogoff, na reta final das eleições de 2002.

“Ajuste no Brasil será feito com ‘dor’, diz FMI”

Estadão 25-09-2002

O principal objetivo da política macroeconômica do Brasil, no médio prazo, deve ser reduzir o endividamento público, disse nesta quarta-feira o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kenneth Rogoff, na coletiva que abriu a reunião anual do FMI e do Banco Mundial.

Para quem conhece a linguagem sutil e diplomática do Fundo, fica claro que um aviso está sendo dado ao próximo governo: se não houver uma reversão significativa do sentimento negativo do mercado em relação à solvência pública, o FMI deve brigar por um superávit maior.

Rogoff foi até mais explícito na entrevista ao dizer que um "programa fiscal forte" requer "um forte grau de consenso social e político". Mais adiante, ele reformulou a expressão para "um alto grau de consenso social e apoio político".

Rogoff afirmou que o ajuste é particularmente difícil porque o grande endividamento faz com que as taxas de juros sejam muito altas. E isto, por sua vez, cria a necessidade de que o superávit primário (que exclui os gastos com juros) seja ainda maior.

Em um importante documento divulgado nesta quarta, o FMI deixa claro que encara o superávit primário de 3,75% do Produto Interno Bruto (PIB), com o qual o Brasil está comprometido, como um nível mínimo (que poderia ter de ser aumentado) nos próximos anos.

O FMI também explicita que considera que o elemento político - a incerteza sobre a continuidade da atual política de forte ajuste fiscal - é uma das principais causas da turbulência no Brasil.

O FMI deixou claro que considera que há um importante fator político na atual turbulência no Brasil. Referindo ao aumento de 750 para 1.500 pontos do risco-Brasil entre março e junho deste ano, a sessão sobre o Brasil da Perspectiva diz que há várias razões, mas que "talvez, mais fundamentalmente, os participantes do mercado começaram a focalizar a sua atenção nas incertezas políticas associadas com a eleição presidencial de outubro e as suas implicações para a atual política econômica".

Mais adiante, referindo-se à piora da situação brasileira a partir de junho, o texto diz que "os mercados ficaram cada vez mais nervosos sobre o resultado das eleições e o que ele poderia significar para a sustentabilidade das finanças públicas no Brasil, especialmente em seguida às

pesquisas de intenção de voto no início de julho". Esta foi a fase em que Luiz Inácio Lula da Silva e Ciro Gomes lideravam a disputa. "Para aliviar estas preocupações", conclui o relatório, "é crítico que se crie a confiança de que uma política econômica apropriada vai permanecer depois das eleições".
Postado por Saul Leblon às 07:28


O caro leitor já percebeu que estamos diante de uma notícia bombástica.

Sugiro ler com toda atenção o artigo de Leblon assim como outros artigos sobre os estudos do estudante de economia , Thomas Herndon, disponíveis em CARTA MAIOR.

Sugiro, ainda, divulgar o assunto nas redes sociais já que nada apareceu na grande imprensa.

Em síntese, o mundo está mergulhado em uma realidade falsa, equivocada, sim, pois a economia interfere em todas as dimensões da atividade humana.

As medidas econômicas que vem sendo adotadas desde a década de 1990, em todo o mundo, em vários e vários países, não são os remédios tão alardeados como fruto da modernização e do processo civilizatório, mas sim venenos que vem ceifando vidas, nações, planos, esperanças.

Fica uma pegunta:

A fraude é fruto de incompetência ou foi planejada ?

Ilumina-se o entendimento às críticas que são feitas aos países da América do Sul por terem se rebelado  e escolhido outros caminhos, caminhos corretos,o caminho da vida, da inclusão social, de mais oportunidades  para todos.

De certa forma a América do Sul tem sido , ao longo de luminosos 14 anos, Thomas Herndon.

O estudante de economia demonstrou, através de seus estudos com base cientifica, que a ideologia dominante é uma fraude.

Assim como foram fraudulentas as justificativas para invadir o Afeganistão e o Iraque.

E torna-se  cada vez mais verrosímel  a tese  de que os atos de terrorismo que desembocaram na guerra sem fim ao terror, tenham sido fruto de trabalhos internos dos países envolvidos, para justificar o fim das liberdades individuais e a germinação de estados de exceção.

Hoje, apenas poucos dias após o atentado de Boston, o jornal o globo de sábado passado informava que os EUA não enxergam, a  partir de Boston, apenas as organizações terroristas como ameaça, mas sim , e também, as pessoas com idéias radicais .

Isso significa mais um passo na extinção das liberdades individuais, mas vigilância intrusiva, logo após o que já se apresenta como mais uma armação de atentado terrorista , como foi o de Boston.

A realidade mundial desmorona e a grande imprensa, do Brasil e do mundo, informa sobre o novo sucesso de Psy.

A Bosta Sonora que Invade o País








"Quem não gosta de sertanejo vai para outro ritmo", diz Luan Santana sobre declaração de Arantes

  • 27.abr.2013 - Luan Santana apresenta o show "Te Esperando" no Credicard Hall, sem São Paulo
Durante show em São Paulo neste sábado (27), o cantor Luan Santana rebateu as críticas feitas pelo músico Guilherme Arantes sobre o "sertanejo" e a "monocultura". "Eu acho que as pessoas têm um bom gosto e o Brasil é livre. Cada um gosta do que quer. Quem não gosta de sertanejo, vai para outro ritmo. Se o sertanejo é mais popular e o povo gosta mais, é uma questão do público brasileiro", disse.
Em entrevista ao UOL, na última terça-feira (23), Guilherme Arantes criticou o sertanejo e pagode e disse que o Brasil vive hoje uma nociva "monocultura". "Existe esse cenário de balada em um país infantilizado como o Brasil, um país que perdeu a profundidade. Agora é uma coisa rasa, é só festa. É só sertanejo, pagode. É só cana, laranja e boi. O Brasil emburreceu devido à monocultura".
Luan Santana, por sua vez, falou que não se sente abalado pela declaração. "O sertanejo sempre foi o estilo mais popular do Brasil, o estilo que mais leva gente para a diversão e é para a família toda. As maiores festas são sertanejas". E acrescentou: "Graças a Deus o sertanejo nunca esteve tão forte e, se depender de mim, a gente só vai continuar com isso".
Com duas músicas – "Sogrão Caprichou" e "Te Esperando" - entre as 100 mais tocadas nas rádios do Brasil, Luan disse que músicos precisam focar em hits que falam de amor. "Está cada vez mais escasso nas músicas falar sobre esse sentimento verdadeiro e eu acho que a 'Te Esperando' é especial por causa disso, porque fala de um amor que dura a vida inteira. E que venha o que vier, a pessoa estará te esperando", disse.  "Te Esperando" foi lançada em março e está em 28ª colocação pela quarta semana consecutiva, segundo o site Hot100Brasil.
Fonte: bol.com.br
 
 





"Não sou cantor de um hit só", diz Psy sobre "Gentleman"




Psy lança novo single, "Gentleman"14 fotos

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13.abr.2013 - Psy apresenta seu novo single, "Gentleman", no Estádio Olímpico de Seul, na Coreia do Sul Leia mais Chung Sung-Jun/Getty Images
O músico Psy disse em uma entrevista que o sucesso de sua nova música "Gentleman" prova que ele não é um cantor de um só sucesso. O cantor sul-coreano lançou a faixa sucessora de seu mega hit "Gangnam Style"' no início de abril e admitiu que estava nervoso com a reação das pessoas, além de considerar os dias que antecederam o lançamento como "o pior momento de sua vida". As informações são do site NME.
Falando sobre sua nova faixa ao programa MTV News: "Honestamente, eu mudei a música tantas vezes, que até o último momento não estava animado. Estava aterrorizado, muito nervoso. Meu único objetivo era evitar ser chamado de cantor de um hit só, então fiquei muito ansioso antes da estreia".
"Agora que se passaram duas semanas e o vídeo já teve mais de 230 milhões exibições, posso afirmar que mão sou um cantor de um só sucesso. Estou muito feliz e aliviado com isso".
"Gentleman" chegou ao décimo lugar das paradas do Reino Unido e o vídeo já teve mais de 246 milhões de visualizações.
"Lancei 'Gentleman'  em 12 de abril. No dia seguinte já tinha uma grande show marcado na Coreia, então essa semana foi como um pesadelo na minha vida: tinha que editar o vídeo, ensaiar com os dançarinos e ainda tinha que decorar toda a coreografia. Foi um dos momentos mais estressantes que já passei".
O vídeo de "Gentleman" foi proibido por uma emissora na Coreia do Sul sob alegação de que poderia "prejudicar a ordem pública".
Em um comunicado, a cadeia pública KBS acha que o videoclube não cumpre com seus critérios de exibição e que algumas passagens podem representar um mal exemplo para os jovens.
"Gangnam Style" tornou-se o vídeo mais assistido do YouTube, com mais de 1,5 bilhões de exibições.
Fonte: bol.com.br
 
 
O que a mídia tem apresentado como estilo sertanejo não tem nada de sertanejo.
 
Trata-se, com rarísssimas exceções, de um bolerão de baixa qualidade.
 
Uma idiotice infantilóide, como bem declarou Arantes, que visa apenas o lucro imediato e descartável, pois são composições sem nenhum conteúdo poético, tanto na melodia como nas nas letras.
 
O verdadeiro sertanejo, esse sim música de qualidade, não toca nem aparece nas grandes mídias.
 
Esse movimento se intensificou no  início dos anos da década de 1990, quando o presidente da república em diversas ocasiões , ao seu estilo de marketing, demonstrou  apreciar os cantores do genêro que faziam sucesso na época, principalmente por conta da novela Pantanal, da tv Manchete.

O brega rural tomava conta do Brasil enquanto o rural de qualidade era ignorado, o que não deixa de ter algma relação com as polítcas de reforma agrária no Brasil.

A bosta do gado invadia o país, mecanizada e padronizada.

Quanto ao samba o movimento tem características similiares ao chamado sertanejo.

Também no início da década de 1990, talvez um pouco antes até mesmo na segunda metade da década de 1980, ganhava impulso um movimento de pagode, mas assim como o sertanejo não era o pagode de qualidade tanto que o movimento, que perdura a té hoje, ficou conhecido como sambanejo, devido a baixíssima qualidade das canções.
 
O pagode de qualidade, assim como o sertanejo de qualidade ficavam de fora das grandes mídias.
 
Para desespero daqueles que admiram a boa arte, cresciam juntos , de forma avassaladora, o sambanejo e o sertanejo, que logo depois, como um tiro de misericórdia para os amantes da boa música, tiveram a companhia do axé music que infelizmente ganhou o espaço no cenário nacional, no lugar da excelente música afro que era produzida na Bahia, principalmente na década de 1980.  
 
Dizer que o público gosta do sertanejo ,do sambanejo e do axé  não é mentira assim como é verdade que tudo isso vem sendo jogado pela mídia e pela indústria fonográfica, principalmente para um público mais jovem, como sendo música de qualidade.
 
A cultura, a boa arte, a arte engajada, o pensamento crítico, a poesia e o conhecimento não são produtos populares da era neoliberal.

A idiotização e a infantilização comandam o espetáculo que através desses produtos visam apenas animar o publico consumidor, em uma profunda supercialidade.

Para meu desespero o cantor Psy afirma que não é compositor de um hit só.

Isso significa que vem mais aí.


 

sábado, 27 de abril de 2013

Democratização da Mídia

1 -Breve explicação sobre como funciona nossa mídia

publicado em 27 de abril de 2013 às 10:17
por Luiz Carlos Azenha
Breve explicação de como nossos jornais investem na ignorância dos leitores.
Folha de S. Paulo, pé da página 10, bem escondidinho, entrevista com o deputado Nazareno Fonteles na qual não se explica que o projeto dele, a PEC 33, nasceu há dois anos e, portanto, não poderia ser “retaliação” contra o STF por causa do julgamento do mensalão, conforme os próprios colunistas da Folha “espalharam”:

Folha de S. Paulo, alto da página 15, com foto, Gilmar Mendes muda de assunto e ataca… o Executivo:

Leia também:
Nazareno Fonteles: Como o STF invadiu atribuições do Legislativo
Fonte: VIOMUNDO.COM.BR


2 - Impune, Veja transforma o agressor em agredido

Na semana em que o ministro Gilmar Mendes invadiu a competência do Congresso Nacional, impedindo a tramitação de um projeto sobre fidelidade partidária, e foi desafiado pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL), Veja trata da "República Bolivariana do Brasil", que estaria amordaçando o Judiciário, e ainda coloca a faca no pescoço do ministro Teori Zavascki, avisando que se ele decidir revisar o julgamento da Ação Penal 470 terá a reputação arruinada para sempre

Quando o Congresso Nacional decidiu, de forma soberana, redistribuir os royalties do petróleo, o ministro Luiz Fux concedeu liminar à minoria, representada pelas bancadas do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.

Na última semana, também depois de a Câmara dos Deputados ter aprovado novas regras para a criação de partidos, o ministro Gilmar Mendes concedeu outra liminar à minoria, reduzindo a pó a maioria parlamentar.

Diante dessa realidade, em que o Supremo Tribunal Federal, com seu ativismo político, se converte aos poucos em linha auxiliar das minorias, fazendo prevalecer o tapetão e não a soberania do voto popular, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reagiu e condenou a "invasão" do Supremo Tribunal Federal.

É também nesse mesmo contexto que o deputado Nazareno Fonteles (PT-PI) apresentou – em maio de 2011 – uma Proposta de Emenda Constitucional, a PEC 33, que submete ao plenário do Congresso Nacional, algumas decisões do STF, sobretudo as relacionadas a Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADINs).

Como toda PEC, só se transformará em lei se for aprovada por três quintos dos parlamentares, em dois turnos, nas duas casas. A proposta de Fonteles é um projeto que tenta responder à crescente interferência do Judiciário em questões relativas ao Congresso. Mais do que uma excentricidade, a soberania parlamentar faz parte de algumas constituições, como na Inglaterra e em Israel, que não são propriamente ditaduras.

Tanto as decisões liminares do STF, como a PEC apresentada pelo deputado Nazareno Fonteles, são parte do mesmo fenômeno: a usurpação dos poderes do Congresso pelo Judiciário e a desmoralização constante da atividade política, com apoio explícito dos meios de comunicação.

Pois, neste sábado (27), chegou às bancas mais um exemplar da revista Veja, que prova que a revista da Abril é, de fato, incorrigível. A capa traz uma bela jovem com olhos vendados e amordaçada a uma estrela do PT – à la cinquenta tons de vermelho – e é capaz de transformar o agressor em agredido.

Na lógica de Veja, não é o STF que agride e humilha o Congresso Nacional, mas justamente o oposto. E tudo não passaria de uma resposta de radicais do PT e de condenados à cadeia ao julgamento do chamado mensalão. Não custa lembrar que, se dependesse do ministro Celso de Mello, parlamentares legitimamente eleitos não estariam hoje exercendo suas funções.

No editorial de Eurípedes Alcântara, a PEC 33 é comparada à constituição do Estado Novo, em que o presidente Getúlio Vargas podia cassar decisões da suprema corte, quando se trata, tão somente, de ampliar o quorum do STF na apreciação das ADINs e submeter algumas decisões ao plenário do Congresso. Diga-se mais uma vez que essa proposta se inspira mais na Inglaterra e em Israel (alô, Civita) do que no Estado Novo.

Internamente, a reportagem se chama "República Bolivariana do Brasil", com as imagens de três fantasmas, Cristina Kirchner, Hugo Chávez e Evo Morales, pairando sobre o STF. Há até um quadro sobre uma suposta "PTópolis", em que não haveria lugar para instituições independentes. Mas o mais grave de tudo é a ameaça explícita que a revista Veja faz ao ministro Teori Zavascki, em que praticamente coloca a faca no seu pescoço, como se fosse um assaltante num sinal de trânsito tentando bater sua carteira – no caso, o seu voto. Será Veja um trombadinha?

No quadro "o mundo aplaudiu", Veja estampa uma foto de Zavascki e destaca citações da imprensa internacional sobre o caso. A revista avisa ainda que um retrocesso seria "chocante". Mais claro do que isso, impossível. Se o ministro do STF decidir rever alguma das condenações da Ação Penal 470, terá sua reputação arruinada para sempre. O que ainda não se sabe é se Zavascki será, de fato, um juiz ou mais um capacho de uma mídia que se preocupa apenas com seus propósitos políticos – e apenas tangencialmente com a noção de Justiça.

No fundo, no fundo, quem realmente ameaça a democracia é uma imprensa que tenta acovardar juízes e fazer com que votem de acordo com seus próprios interesses. São estes que, na prática, acorrentam, amordaçam, violentam e sodomizam a Justiça.


Fonte: VERMELHO.ORG.BR


O caro leitor tem dois bons exemplos, recentes, de como funciona a imprensa e seu aparato midiático no Brasil.
A notícia é aquilo que se deseja que ela seja.
Assim sendo o agressor é apresentado como agredido, e as manchetes das revistas e jornais induzem o leitor à uma realidade fictícia..
Veja, caro leitor ,um exemplo de manchete :

SERRA SOBE NAS PESQUISAS

Lendo  a matéria, o caro leitor terá a seguinte informação:

... o candidato Serra subiu um ponto percentual  segundo as últimas pesquisas de intenção de voto para   presidente da república. O oposicionista soma agora 6% das intenções de voto, mantendo o segundo lugar na corrida presidencial.  A candidata Dilma, continua em primeiro lugar com os mesmos 70 % das intenções de voto da pesquisa anterior.

A mídia mente quando apresenta a subida de Serra ?
De fato o candidato subiu  1 ponto percentual, logo a mídia se defende dizendo que não mentiu nem  inventou números.
E ai, o caro leitor já deve estar se perguntando  o que é relevante na última pesquisa que apontou a subida do candidato Serra .
A gigantesca diferença entre o primeiro e o segundo que foi mantida, ou a tímida e  irrelevante subida do candidato que ocupa a segunda posição ?
Para efeito de notícia e informação o mais relevante seria a permanência da distância que separa os dois candidatos.
Algo mais ou menos assim:

DILMA CONTINUA COM GRANDE VANTAGEM

Um texto adequado para a manchete seria mais ou menos assim:

... a candidata Dilma  manteve  os mesmos 70% das intenções de voto da  pesquisa anterior. Já o segundo colocado, o candidato Serra , subiu 1% e agora soma 6% das intenções de voto.

Não é o que acontece, pois a imprensa e o seu aparato midiático não estão interessados em fornecer a informação relevante, mas sim a informação que possa contribuir para conduzir o leitor , de acordo com os interesses políticos das empresas de mídia no processo eleitoral.
O caro leitor, certamente, já teve ter percebido ,em outras situações que não necessariamente envolvam o processo eleitoral,  a manipulação da imprensa na apresentação dos fatos.
A mídia tem lado político, ideológico e doutrinário , e não há nada de errado que seja assim.
Errado , e também criminoso, é se apresentar com uma suposta neutralidade que não existe, como faz a mídia no Brasil.
Veja e leia, caro leitor, no global das notícias, um outro exemplo de como a imprensa e seu aparato midiático trabalham com as notícias, a informação e seus erros:


LULA ENVOLVIDO EM CORRUPÇAO

Agora o texto da notícia que apareceu em letras garrafais nos jornais impressos e  em elevados decibéis nos telejornais:

... o ex-presidente Lula pode estar envolvido em um esquema de corrupção, segundo  relato de fontes próximas  ao procurador geral da república que avalia o caso,

Nesse caso, e o caro e atento leitor já percebeu, que o texto referente a notícia escandalosa apresenta  a possibilidade do ex-presidente estar envolvido em esquema de corrupção. 
Tudo isso, segundo "uma fonte" próxima do procurador geral da república.
Passados alguns dias, imagine duas semanas, caro leitor, com a notícia escandalosa já esquecida no noticiário, o mesmo veículo de mídia emite uma nota de erro em um canto escondido do jornal:
Mais ou menos assim:

... na edição do dia tal e tal, na folha tal, informamos de forma incorreta o envolvimento do ex-presidente Lula em esquemas de corrupção. Pedimos desculpas aos nossos leitores pela nossa falha.

Agora, imagine o erro sendo admitido em um telejornal barulhento:
Logo após os comercias, entra o âncora do telejornal, com aparência calma, voz mais baixa, e informa:

... o jornal galáctico errou , na edição do dia tal, quando afirmou o envolvimento do ex-presidente Lula em esquemas de corrupção. A fonte não era confiável.

Logo após a retratação. o mesmo jornal apresenta a próxima notícia.
Aos gritos, o âncora diz:
.. FUNCIONÁRIOS DO GOVERNO ENVOLVIDOS EM CORRUPÇÃO NO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA

O caro leitor percebeu, pois é assim que funciona, que ao admitir um erro contra o governo, o jornal, em seguida, acusa o mesmo governo com notícia similar, minimizando toda a retratação feita pelo jornal.
O certo e o errado  se misturam de acordo a orientação política dos veículos de mídia que sempre se defendem dizendo que não mentem.
É o caminho na corda bamba do equilibrista, ou  o flerte dissimulado por gozações ou deboches, ou a violência sugerida como amor, etc...
O famoso, se colar, colou.
Se não colar, eu não disse nada, não fiz nada, não queria nada, ou seja, existe sempre uma opção para uma saída.
Não é assim, caro leitor ?
Acontece que os tempos são outros e a linguagem e a comunicação , cada dia mais e mais, vão sendo percebidas e dominadas em suas sutilezas, por um número maior de pessoas.
Aquilo que se fazia  em décadas passadas com excelentes resultados, não significa que terá os mesmos resultados  atualmente.
Em outras palavras, um padrão de comunicação que foi bem sucedido em um determinado momento, não significa que será bem sucedido sempre, em todos os momentos.
O caro leitor já deve ter concluído que uma parcela, cada vez maior , da população está bem a frente da imprensa e de seu aparato midiático, nos aspectos que se referem a comunicação e suas formas de condução e manipulação dos fatos.
Isso é bom, mas ainda está longe do que desejamos.
Assim sendo, convido o caro leitor a assinar a proposta de regulamentação dos meios de comunicação que a partir do dia 1° de maio estará disponível em várias cidades brasileiras.
Serão necessárias 1,3 milhão de assinaturas para que a proposta entre direto na pauta do congresso nacional e seja votada.
Durante nove meses, o Fórum Nacional pela Democratização das Comunicações - FNDC - estará colhendo assinaturas em todo ao Brasil.
Assine e divulgue , pois a campanha não terá apoio dos grande veículos de mídia do país.
Durante esse período, este blogue estará em permanente campanha pelas assinaturas.


quarta-feira, 24 de abril de 2013

Cartão Vermelho

Charge de Amorim para o Amorimcartoons



Mais uma da tv globo.

Os campeonatos estaduais, que já não atraem o público, ainda sofrem com as investidas da emissora que detem a exclusividade de transmissão dos jogos.

O regulamento da Federação de Futebol do Estado Rio de Janeiro -FFERJ - permite que a tv globo possa alterar os dias e horários dos jogos da competição.

Você sabia, caro leitor ?

No caso acima Fluminense, Botafogo, Volta Redonda e Resende farão as semi-finais do segundo turno da competição, a Taça Rio.
Também pelo regulamento, Fluminense e Volta Redonda deveriam se enfrentar no sábado e Botafogo e Resende no domingo.

A tv globo inverteu a data dos jogos e colocou Fluminense e Volta Redonda no domingo.

As cláusulas do regulamento valem mais  quando estão envolvidos os interesses da  emissora de tv.

Alega a emissora que o Fluminense , no momento, garante mais visibilidade motivo pelo qual o jogo foi para domingo e terá transmissão ao vivo em tv aberta, no caso a tv globo, com restos e  migalhas para a tv bandeirantes.

E o estatuto do torcedor, deve estar se perguntando o caro leitor.

E o planejamento dos clubes, já que participam de outras competições e as de cisões da Taça Rio serão na cidade de Volta Redonda, o que exige deslocamento, hospedagem, logística de treinamento, etc... ?

Já o Botafogo, time que venceu o primeiro turno ,a Taça Guanabara, e já garantiu vaga nas finais do campeonato carioca com o vencedor do segundo turno, e que fez a melhor campanha do segundo turno com 100% de aproveitamento , não terá a devida visibilidade  pois seu jogo foi transferido para sábado com transmissão apenas de tv fechada.

O clube faz um investimento, é bem sucedido técnicamente na competição, e na hora de maior visibilidade e retorno financeiro é excluido, prejudicando o clube e  as empresas que investiram no clube como patrocinadores.

Tudo isso está acontecendo porque a tv globo está focada apenas na sua audiência.

Cabe lembrar que o Botafogo foi prejudicado pela emissora durante a competição com poucos jogos transmitidos em tv aberta.

Em uma competição que já vem estruturada de forma errada de longa data com um número excessivo de equipes participantes, ainda sofre todo o tipo de ingerência de uma emissora de tv, que visa apenas seus lucros.

Cabe ainda lembrar que os jogos transmitidos pela tv globo acontecem apenas, as quartas-feiras às 22 horas e aos domingos às 16 horas, como se fossem parte da grade de programação da emissora.

Jogos em outros dias , ou mesmo nos mesmos dias mas em horários diferentes , não existem para a emissora, pois a transmissão iria alterar a grade de seus programas, ofuscando ex-bbb 's atrizes de novelas , e outras celebridades dos folhetins que sempre apresentam como personagens principais personalidades e caráteres violentos, cruéis  e psicopatas.

Com isso, o torcedor que gosta de ir aos estádios, é obrigado a assistir uma partida de futebol em uma quarta-feira as 10 horas da noite, com término por volta da meia -noite .

Impossível para o trabalhador.

Mesmo em casa,  assistindo pela tv, o horário de  término das partidas é  tarde para quem acorda por volta de 5 , 6 horas da manhã.

Tudo bem, mas o lucro da emissora é o que importa.

E mais, os comentaristas esportivos da emissora são proibidos de fazer quaisquer comentários críticos sobre os dias e horários das partidas de futebol, pois a tv globo  alega que o horário dos jogos não é um assunto técnico e esportivo, e sim comercial, impondo desta forma uma censura aos comentaristas.

Com uma quadrilha dominando federações e a CBF, os clubes afundam cada vez mais, o público some dos estádios de futebol, e um bando de palhaços engravatados, , transmite e comenta os jogos para o respeitável público, tudo isso  em duelos épicos com imagens polêmicas dos jogos, imagens, obviamente, que não são do agrado da emissora no tocante a contrariar a audiência torcedora.

Se não bastasse, a imprensa esportiva, principalmente a radiofônica, mas não a única, através de comentaristas idiotas ainda alega que a tv globo está nos seus direitos ao manipular e controlar negativamente o futebol no Brasil, isso em emissoras concorrentes das emissoras dos organizações globo.

O futebol do Rio de Janeiro, e também dos outros estados do país ,deve, com urgência , rever a fórmula de disputa dos campeonatos regionais e também a participação das emissoras de tv no tocante aos direitos de transmissão dos jogos.

É inadmissível  a exclusividade desses direitos, para o bem do esporte e até mesmo da sobrevivências dos clubes de menor investimento , que tem nos campeonatos estaduais uma janela de visibilidade para apresentarem possíveis talentos que poderão gerar divisas para esses clubes.

Desses clubes, já saíram grandes jogadores do futebol brasileiro e muitos são referência na formação de talentos.

Cabe ressaltar a experiência na Argentina, que depois de uma intervenção do governo federal  no futebol, pelo menos garantiu ao telespectador a transmissão das partidas, em praticamente todos os dias da semana , em diferentes horários e  em tv aberta.

Independente de outras questões sobre o futebol no país vizinho, que vai muito bem nas eliminatórias sulamericanas para a copa de 14 no Brasil sendo considerado inclusive como um dos favoritos para vencer a competição, cabe ressaltar que o cidadão argentino teve garantido o direito de assistir , pela tv aberta, partidas de futebol sem a exclusidade e a interferência de apenas uma emissora de tv.

Na Argentina até mesmo a tv pública transmite os jogos em igualdade de condições com as tv's privadas.

As federações e a CBF são entidades de caráter privado, porém o futebol é um patrimônio do povo brasileiro e não pode mais ficar nas mãos apenas de empresas e de uma emissora de tv que ainda tem o agravante de não representar a cultura  do povo brasileiro.

No congresso nacional, temos parlamentares que já foram atletas e jogadores de futebol e que conhecem bem as entranhas do meio.

É importante que eles assumam a bandeira de democratizar o futebol e as transmissões em tv aberta, caso contrário, os palhaços engravatados da tv globo continuarão comandando o espetáculo para o respeitável público.

Tem goiabada ?

Tem, sim senhor.

Tem marmelada ?

Tem, sim senhor.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

No País dos Cartéis, Cartes foi Eleito Presidente

Análise: É reconhecer ou reconhecer Cartes


ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA
Se foi uma das primeiras chefes de Estado a ligar para cumprimentar o presidente Nicolás Maduro, açodadamente, antes mesmo da decisão de recontar os votos na Venezuela, a brasileira Dilma Rousseff não foi tão rápida assim ao saudar a vitória do presidente eleito no Paraguai, Horacio Cartes.
Os parceiros originais de Mercosul, Argentina e Uruguai, já tinham telefonado e feito gestos de acolhimento, mas Dilma e a diplomacia brasileira mantinham um silêncio constrangedor na manhã desta segunda-feira. À Venezuela de Maduro, tudo. Ao Paraguai sem Fernando Lugo, nada.
O Brasil foi tão rápido na articulação para suspender o Paraguai do Mercosul e da Unasul, após a queda de Lugo, quanto foi para formalizar a entrada da Venezuela no Mercosul. Mas, agora, não tem jeito.
A demora de Dilma e do Itamaraty soa como pura implicância, porque, com Horacio Cartes legitimado pelas urnas e as urnas legitimadas por observadores internacionais, só resta reconhecer o seu governo ou reconhecer.
Dizem os pessimistas que "tudo o que é bom dura pouco". A derrocada do Partido Colorado no Paraguai, comemorada mundo afora, especialmente no Brasil, durou muito pouco, foi apenas um hiato.
O partido ficou 60 anos no poder, desde 1948, e teve tempo suficiente para controlar tudo e todos no país vizinho. A vitória do ex-bispo católico Fernando Lugo, um outsider da política cheio de ideias humanistas e renovadoras, foi um sonho de verão.
Eleito em 2008, Lugo não construiu condições de governabilidade e desabou em 2012, sob o peso de uma aliança do Partido Colorado com o Partido Liberal, até aí inimigos históricos, para manter tudo como sempre esteve.
A destituição, como os crimes, foi quase perfeita: respaldada pela Câmara, pelo Senado, pela Suprema Corte, pela Igreja, pelo setor produtivo. E, diferentemente do previsto, a reação popular foi tímida.
O Brasil fechou as portas para o governo de transição de Federico Franco, mas vai ter de engolir O governo e abrir as portas do Mercosul e da Unasul para o Paraguai de Cartes, um dos homens mais ricos do país e suspeito de contrabando, lavagem de dinheiro, evasão de divisas...
Do ponto de vista bilateral, pouco importa. Qualquer que seja o presidente do Paraguai, vai sempre estimular o discurso do "imperialismo" contra o Brasil e sempre pressionar por mais vantagens e preços mais altos para a energia excedente de Itaipu.
Aliás, o que mais arrancou vantagens foi justamente o companheiro Fernando Lugo, o breve.


Sonhos de verão são intensos e passageiros.

A eleição no Paraguay não apresentou novidades.

O presidente eleito é do partido que controla o país há 60 anos e, como de costume por lá, existem suspeitas de seu envolvimento com o crime organizado .

A transparência das eleições paraguaias sempre foi questionada, mas nenhum comentário na imprensa sobre a lisura do pleito.

Já na Venezuela, considerada como o processo eleitoral mais seguro do planeta, as dúvidas foram muitas, intensas, como um sonho de verão.

A irracionalidade é tanta, assim como a ignorância, que se pede  a recontagem dos votos na Venezuela, mesmo com uma auditoria realizada após as eleições em 50% das urnas eleitorais.

Como se sabe, uma amostragem homogênea de 10% das urnas já seria suficiente para uma auditoria com 99, 999% de confiabilidade. Isso mesmo, com três casas decimais.

Em um atentado contra a Estatística, ouvem-se os gritos de verão para uma recontagem completa.

Quanto a Presidenta Dilma ter reconhecido de imediato a vitória bolivariana de Nicolás Maduro, deve -se dizer que o fez corretamente, já que o pleito venezuelano é seguro e além disso, os resultados já tinham sido auditados pelas autoridades daquele país e, mais ainda, a Venezuela é um importante parceiro do Brasil.

Quanto a suposta demora para reconhecer o resultado do pleito paraguaio , isso é parte do jogo, do diálogo , do não diálogo, da importância dos parceiros, do respeito a democracia, da falta de respeito com a democacria, etc..
.
Pessoalmente gostaria que o governo Brasileiro demorasse ainda mais alguns dias para reconhecer o resultado das eleições paraguaias.

Não tenho dúvidas que o Brasil reconhecerá mas deveria mandar uma mensagem mais dura, direta, através do silêncio.

Fernando Lugo, o que teria sido o sonho de verão da autora,foi muito mais que um sonho passageiro.

Aliás, nem sonho foi.

Lugo, eleito presidente em um país dominado por um partido há décadas, foi eleito em um cenário de fragilidade de movimentos sociais internos, sem apoio parlamentar, do judiciário e das forças armadas.

Lugo foi resultado de uma realidade concreta, não de seu país, mas de toda a America Latina , há mais ou menos 14 anos, a ponto de influenciar o eleitor paraguaio garantindo a vitória de alguém que não se alinhava com o poder de décadas existente no país do chaco.

Lugo foi levado ao poder no Paraguay não pelo dinheiro, ou pela imprensa , ou pelo crime ( todos são parecidos) , mas sim pelos ventos de liberdade e democracia que já duram alguns verões ,outros tantos invernos,muitas luminosas primaveras,e outros mais inspiradores outonos na America do Sul.

Lugo venceu no Parguay devido a força das transformações que ocorrem na América Latina  e que certamente recolocará Michelle Bachelet de vota a presidência do Chile, ainda este ano.

Mesmo que  tais transformações que acontecem no continente fossem interrompidas abruptamente, o processo ainda continuaria por mais ou menos seis anos.

Tentativas para isso não faltaram como no golpe contra Chávez em 2002, o chamado mensalão no Brasil, a agitação separatista na Bolívia, os protestos na Argentina, o quase assassinato de Correa no Equador, além , claro dos bem sucedidos golpes em Honduras e no Paraguay.

O Paraguay, para nós bolivarianos da Pátria Grande, sempre foi e ainda será um país na contramão  das forças libertárias e democráticas de nuestra América.

Quanto ao processo em curso em grande parte da América Latina, que já dura 14 nos, não tem nada em comum com sonhos.

É real, significativo, e pelo tempo que ainda durará já tem seu lugar na História, talvez  como o que de mais relevante acontece neste início de século XXI em um mundo que agoniza em incertezas.

A análise da autora é puro delírio.



sábado, 20 de abril de 2013

Espetáculo Midiático

Dzhokhar Tsarnaev é preso em Boston. 

Viva a polícia do império global!

20/04/2013 | Publicado por Renato Rovai 
                                    A caça ao jovem de origem chechena de 19 anos, Dzhokhar Tsarnaev, que estava sendo procurado desde a madrugada de sexta-feira, acaba de ser preso. 
Foi a primeira caça global transmitida online e por todas as mídias eletrônicas. 
Foi tão global que a novela da Globo foi interrompida pra que se informasse que a polícia dos EUA acabara de informar pelo twitter que o jovem tinha sido preso.
O atentado a Boston é condenável.
Como todos os atentados do mundo. 
A ação do FBI, porém, é um marco. 
A partir de agora não basta matar e assassinar suspeitos. 
A polícia dos EUA quer hollywoodizar suas ações. 
Quer estar na moda. 
Quer fazer sucesso. 
Quer botar banca.
Quem faz este tipo de papel em geral não é quem tem poder, mas quem precisa mostrar que tem poder. 
Ou quem já teve e está perdendo.
Um suspeito. 
Milhares de policiais. 
Milhares de jornalistas. 
Um suspeito.
A ação de caça do FBI e da polícia de Boston ao jovem de 19 anos não é uma demonstração de força.
Este show é uma declaração de fraqueza.


Uma caçada cinematográfica.
Centenas, talvez milhares de policiais com equipamentos pesado e sofisticado para prender um jovem de 19 anos, supeito dos atentados.
O primeiro suspeito, eram dois, foi morto em confronto com a polícia, segundo relato de policiais, somente de policiais.
O segundo foi detido, gravemente ferido entre a vida e a morte, e levado para um hospital, segundo relato de policiais.
No mundo globalizado e sem fronteiras, onde a modernidade e a civilização prosperam, os  cidadãos americanos suspeitos do atentado são russos de origem chechena e de religião muçulmana.
Assim foi a manchete de o globo e dos outros jornais impressos aqui no Rio de Janeiro.
Ainda segundo o globo, o primeiro , morto, teria dito que não entende os americanos, o que para o diário carioca seria algo estranho.
Grandes e renomados intelectuais americanos, alguns considerados como os maiores intelectuais vivos, afirmaram, por  diversas vezes, que a sociedade americana é estranha e de difícil compreensão.
Claro, a imprensa dos EUA como a imprensa brasileira não gostam e não disponibilizam espaço para essas críticas.
E se fosse na copa de 14, pergunta em matéria de capa a revista época das organizações globo em clara campanha de medo e de supostos investimentos em aparatos de segurança.
Na internete, as versões onlline dos jornais impressos seguem a mesma linha.
No  o dia online existe uma  nota de que a mãe dos suspeitos é muçulmana e muito religiosa e que não acredita na versão oficial do 11 de setembro.
Ela e milhões, talvez bilhões de pessoas não acreditem na versão oficial do 11 de setembro e bilhões tem envolvimento com alguma religião, com mais ou menos intensidade.
No mundo globalizado e sem fronteiras, onde o espetáculo é a marca, os culpados tem religião e nacionalidade.
Uma pergunta se impõe:
Por que os culpados não foram capturados vivos ?
O leitor sabe que o segundo está entre a vida e morte.
E se morrer ?
Enquanto isso nos EUA as autoridades de lá dizem que foi feita justiça.
Justiça ou vingança ?
Ora, o caro leitor sabe que seria bem mais útil ter os supeitos vivos, para interrogá-los, conhecer suas motivações, supostas conexões com outros grupos para  então depois levá-los para julgamento na justiça.
Caso o segundo venha a morrer as motivações para o atentado serão descritas de acordo com as "investigações" das autoridades americanas.
Bin laden foi assim, e o caro leitor lembra que o inimigo número 1 dos EUA foi supostamente apagado com direito a ocultação do cadáver por parte das autoridades americanas.
Qualquer semelhança com a polícia daqui é apenas uma  coincidência.
Não seria interessante ele preso e vivo ?
Em um pronunciamento durante a caçada cinematográfica, o presidente Obama disse que os criminosos seriam detidos e iriam conhecer o peso da justiça americana.
Justiça ou vingança ?
Peso ou violência ?
O caro leitor já percebeu que justiça , não apenas nos EUA mas também por aqui na terra do cruzeiro, vem ganhando um outro significado em que se aproxima , e muito, das práticas fascistas.
Pessoas são detidas sem acusações formais, outras são executadas, julgamentos seguem interesses políticos e mercantis e campos de concentração com práticas de tortura são legais.
É o mundo globalizado moderno e civilizado onde somente os criminosos, e supostos criminosos, tem nacionalidade e religião. 
E se fosse na copa, ou nas olimpíadas de inverno na Rússia, ou durante as comemorações de passagem do ano em Nova York ?
A imprensa em nada contribui para o debate e ainda explora preconceitos religiosos e xenófobos.
Enquanto isso, uma fábrica de fertilizantes nos EUA, pegou fogo e foi pelos ares em uma explosão que acusou algo similar a um terromoto de 2, 1 graus na escala Ritcher.
Segundo as autoridades americanas  a explosão foi um acidente industrial sem nenhuma motivação política
Mas matou e feriu muito mais gente que a bomba de Boston, não foi, caro leitor ?
Em pleno século XXI uma fábrica voa pelos ares por falhas na administração e ainda mata dezenas de pessoas.
Inaceitável com as ferramentas de gestão disponíveis e com a atuação dos órgãos de fiscalização.
Comenta-se discretamente na imprensa brasileira, quase ao pé do ouvido para que nenhuma novela seja interrompida, que a fábrica já vinha apresentando um vazamento de gás inflamável, o que teria causado o incêndio e a explosão.
E se fosse na boate Kiss em Santa Maria , hein época ?
Estranhamente nada aparece na imprensa sobre o acidente industrial.
Acidente que  revela o pouco caso que as corporações fazem com a segurança, não apenas nos EUA mas em todo o mundo.
Próximo da fábrica havia uma casa para idosos que ficou danificada e foram chcoantes as imagens de idosos em cadeiras de rodas sendo levados para abrigos.
Para eles não teve nenhum drama, nenhuma nacionalidade dos responsãveis pelo acidente, nenhuma orientação religiosa, nenhum espetáculo midiático e, é bem provável que o peso da justiça não seja notado.
"eles fracassaram  e não irão alterar nossos valores", disse Obama em um perfeito papel de animador de espetáculo se referindo aos supostos autores dos atentados em Boston
Fracassaram ou morreram, pós atentado realizado. ?
O espetáculo policial nas ruas de Boston superou Hollywood.
Tudo isso para caçar um jovem de 19 anos que aparece  tranquilamente com sua bomba na mochila, sem nenhum disfarce visual, em um país onde tudo e todos são vigiados diariamente 24 horas por dia.
Para terroristas, ao que se revela, os jovens são ingênuos.
Enquanto ingênuos, não seriam terroristas.
Caso fossem terroristas explodiriam a bomba presa ao corpo.
Até o momento existem muitas questões em aberto sobre o suposto atentado e sobre os suspeitos.
Já o espetáculo midiático é fantástico.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Mentiras em Massa

Professor diz em carta que O Globo mente sobre Venezuela






publicado em 18 de abril de 2013 às 16:49

Foto de “Chávez” na capa do El Pais. O jornal espanhol bebe na mesma fonte de O Globo.
via Marco Aurélio Mello, Doladodelá
Prezada Senhora Sandra Cohen
Editora de Mundo de O Globo
Já é sabido que o jornal O Globo não nutre qualquer simpatia pelo governo do presidente venezuelano Hugo Chávez, e tem se esforçado a formar entre os seus leitores opinião contrária ao chavismo – por exemplo, entrevistando o candidato Henrique Caprilles sem oferecer ao leitor entrevista com o candidato Nicolás Maduro em igual espaço. Isto por si já é algo temerário, mas como eu não tenho a capacidade de modificar a linha editorial do jornal, resigno-me.
O problema é que o jornal tem utilizado sistematicamente dados um tanto quanto estranhos na sua tarefa de formar a opinião do leitor. Sou professor de Economia da Universidade Federal Fluminense e, embora não seja “especialista” em América Latina, conheço alguns dados sobre a Venezuela e não poderia deixar de alertá-la quanto aos erros que têm sido sistematicamente cometidos.
Como parte do esforço de mostrar que o governo Chávez deixou a economia “em frangalhos”, o jornalista José Casado, em matéria publicada em 15/04/2013 (“Economia em frangalhos no caminho do vencedor”) informa que o déficit público em 2012 foi de 15% do PIB.
Infelizmente, as fontes desta informação não aparecem na reportagem (apenas uma genérica referência a “dados oficiais e entidades privadas”!!!), uma falha primária que nem meus alunos não cometem mais em seus trabalhos.
Segundo estimativas apresentadas para o ano de 2012 no “Balanço Preliminar das Economias da América Latina e Caribe”, da conceituada Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), o déficit foi de 3,8% do PIB, ligeiramente menor do que no ano anterior, mas muito inferior ao apresentado pelo jornal.
Caso o jornalista queira construir a série histórica para os resultados fiscais para a Venezuela (e qualquer outro país do continente), pode consultar também as várias edições do “Estudio Económico” também da Cepal.
Para poupar o seu trabalho: a Venezuela registrou superávit primário de 2002 a 2008: 2002: 1% do PIB; 2003: 0,3; 2004: 1,8; 2005: 4,6; 2006: 2,1; 2007: 4,5; 2008: 0,1; e déficit nos anos seguintes: 2009: -3,7% do PIB; 2010: -2,1; 2011: -1,8; 2012: -1,3.
O déficit é decrescente, mas bem distante dos 15% do PIB publicados na matéria.
Afirmar que o déficit público na Venezuela corresponde a 15% do PIB tem sido um erro recorrente, e também aparece na matéria intitulada “Onipresente Chávez”, publicada na véspera, também no caderno “Mundo” do jornal O Globo em 13/04/2013.
A este propósito, tenho uma péssima informação a lhe dar: diante de um quadro fiscal tão saudével, o presidente Nicolás Maduro não precisará realizar ajuste fiscal recessivo, e terá condições de seguir com as políticas de seu antecessor.
A matéria do dia 15/04/2013 possui ainda outros erros graves. O primeiro é afirmar que existe hiperinflação na Venezuela, e crescente. Não há como negar que a inflação é um problema grave na Venezuela, mas O Globo não tem dispensado o tratamento adequado para informar os seus leitores.
A inflação na Venezuela tem desacelerado: foi de 20% em 2012, contra 32% em 2008 (novamente utilizo os dados da Cepal). Tudo indica que o jornalista não possui conhecimento em Economia, pois a Venezuela não se enquadra em qualquer definição existente para hiperinflação – a mais comumente utilizada é de 50% ao mês; outras, mais qualitativas, definem hiperinflação a partir da perda da função de meio de troca da moeda doméstica, situações bem distantes do que ocorre na Venezuela.
Outro equívoco é afirmar que “não há divisas suficientes para pagar pelas importações”. A Venezuela acumula superávits comerciais e em transações correntes (recomendo que procure os dados – os encontrará facilmente na página da Cepal).
Esta condição é algo estrutural, e a Venezuela é a única economia latino-americana que pode dar-se ao luxo de não precisar atrair fluxos de capitais na conta financeira para financiar suas importações de bens e serviços. Isto decorre exatamente das exportações de petróleo.
O problema, Senhora Sandra Cohen, é que os erros cometidos ao expor a situação econômica venezuelana não se limitam à edição do dia 15/04, mas tem sido sistemáticos e corriqueiros.
Como parte do esforço de mostrar que o governo Chávez deixou uma “herança pesada”, a jornalista Janaína Figueiredo divulgou no dia 14/04 (“Chavismo joga seu futuro”) que em 1998 a indústria respondia por 63% da economia venezuelana, e caiu para 35% em 2012.
Infelizmente, a reportagem comete o erro primário que o seu colega José Casado cometeu: não cita suas fontes.
Em primeiro lugar, a informação dada pelo jornal é que a Venezuela era a economia mais industrializada do globo terrestre no ano de 1998. Veja bem: uma economia em que a indústria representa 63% do PIB é super-hiper-mega-industrializada, algo que sequer nos países desenvolvidos foi observado naquele ano, nem em qualquer outro. E a magnitude da queda seria digna de algo realmente patológico.
Como trata-se de um caso de desindustrialização bastante severo, procurei satisfazer a minha curiosidade, fazendo algo bastante corriqueiro e básico em minha profissão (e, ao que tudo indica, o jornalista não fez): consultei os dados.
Na página do Banco Central da Venezuela encontrei a desagregação do PIB por setor econômico e lá os dados eram diferentes: a indústria respondia por 17,3% do PIB em 1998, e passa a representar 14% em 2012. Uma queda importante, sem dúvida, mas algo muito distante da queda relatada por sua jornalista.
Caso a senhora, por qualquer juízo de valor que faça dos dados oficiais venezuelanos, quiser procurar em outras fontes, sugiro novamente a Cepal, (Comissão Econômica para América Latina e Caribe).
As proporções mudam um pouco (21% em 1998 contra 18% em 2007 – os dados por lá estão desatualizados), mas sem adquirir a mesma conotação trágica que a reportagem exibe. Em suma: os dados publicados na matéria estão totalmente errados.
O erro cometido é gravíssimo, mas não é o único.
A reportagem ainda sugere que a Venezuela é fortemente dependente do petróleo, respondendo por 45% do PIB. Novamente, a jornalista não cita suas fontes.
Na que eu consultei (o Banco Central da Venezuela), o setor petróleo respondia por 19% do PIB em 1998, contra pouco mais de 10% em 2012.
Como a Senhora pode perceber, a economia venezuelana se diversificou. Não foi rumo à indústria, pois, como eu mesmo lhe mostrei no parágrafo acima, a participação desta última no PIB caiu. Mas, insisto, a dependência do petróleo DIMINUIU, e não aumentou como o jornal tem sistematicamente afirmado.
A edição de 13/04/2012, traz outros erros graves. Eu já falei anteriormente sobre os dados sobre déficit público apresentados pela matéria assinada pelo jornalista José Casado (“Onipresente Chávez”).
A mesma matéria afirma que a participação do Estado venezuelano representa 44,3% do PIB.
O conceito de “participação do Estado na economia” é algo bastante vago, e por isso era importante o jornalista utilizar alguma definição e citar a fonte – mas isto é algo, ao que tudo indica, O Globo não faz.
Algumas aproximações para “participação do Estado na economia” podem ser utilizadas, e as mais usuais apresentam números distantes daqueles exibidos pelo jornalista: os gastos do governo equivaliam a 17,4% do PIB em 2010 (contra 13,5% em 1997) e a carga tributária em 2011 era de 23% (contra 21% em 2000), nada absurdamente fora dos padrões latino-americanos.
Enfim, no afã de mostrar uma economia em frangalhos, O Globo exibe números simplesmente não correspondem à realidade da economia venezuelana. Veja bem: eu nem estou falando de interpretação dos dados, mas sim de dados que equivocados!
Seria importante oferecer ao leitor de O Globo uma correção dessas informações – mas não na forma de errata ao pé de página, mas em uma reportagem que apresente ao leitor a economia venezuelana como ela é, e não o caos que O Globo gostaria que fosse.
E, por favor, nos próximos infográficos, exibam suas fontes.
Atenciosamente,
Victor Leonardo de Araujo


O caro leitor que acompanha o blogue já deve ter lido várias postagens minhas sobre as mentiras constantes da grande imprensa do Brasil e do mundo.

Também tem lido e ouvido críticas que a grande imprensa, principalmente organizações globo, fazem ao meu blogue por evidenciar tais mentiras.

Diz globo que minhas fontes não são seguras e que seu jornalismo, " de alta credibilidade",publica apenas notícias devidamente checadas.

Pouco a comentar sobre o artigo acima que mais uma vez desmascara as mentiras publicadas diariamente na grande imprensa e no seu aparato midiático.

Globo não apenas delira nas suas informações, como oculta e manipula a verdade e os fatos.

As fontes de globo são sujas e contaminadas, enquanto as nossas, da blogosfera, são límpidas, claras e transparentes.

A propósito, hoje se comemora o dia do índio.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

BOMBAS DE ÓRGÃOS

ATENTADO EM BOSTON

O valor de cada vítima

Por Luciano Martins Costa em 18/04/2013 na edição 742
Comentário para o programa radiofônico do Observatório, 18/4/2013
Os jornais brasileiros se socorrem de agências internacionais para concorrer pela primazia de oferecer o material mais interessante sobre o atentado ocorrido em Boston, nos Estados Unidos, na segunda-feira (15/4/). No entanto, a disputa já não é apenas entre os meios tradicionais: além de suas edições fixas em papel, os diários precisam assegurar a atenção do público em suas versões digitais, num ambiente em que qualquer indivíduo com um aparelho móvel de comunicação pode acrescentar elementos novos e interessantes à cobertura.
Esse evento revela como funciona o processo que deverá se chamar “jornalismo social”, mas também preserva certas características das escolhas das edições tradicionais.
Essa disputa pela atenção de uma grande audiência durante eventos inesperados e de grande repercussão é crucial para a sobrevivência das marcas tradicionais de mídia, porque quanto mais tempo e mais frequência as pessoas dedicarem a determinado site, maior será sua fidelidade e maior a possibilidade de que voltem a fazer a mesma escolha em outras ocasiões.
Mas eventos de grande impacto, como o ato terrorista que interrompeu a chegada dos maratonistas em Boston, deixando três mortos e mais de uma centena de feridos, revelam um novo aspecto do jornalismo de urgência, cuja característica principal é a irrelevância de uma marca na origem da notícia.
O designer digital Hong Qu, que trabalhou na equipe dos criadores do Youtube eatualmente é bolsista da Fundação Nieman para o Jornalismo, da Universidade Harvard, compilou as primeiras postagens de imagens e textos logo após a explosão da primeira bomba perto da linha de chegada da maratona e produziu uma observação esclarecedora sobre a evolução dos fatos. Sua análise (aqui, em inglês) mostra que, numa situação impactante, o contexto deixou de ser uma disputa entre jornalistas pela primazia de trazer a público a notícia em primeira mão.
Diz o pesquisador:
“No mundo atual da mídia social, telefones celulares e do ciclo em tempo real de notícias 24 horas por dia, os jornalistas enfrentam concorrentes por todo lado: testemunhas oculares, fontes oficiais e até mesmo amigos e familiares de pessoas envolvidas no acontecimento estão partilhando informações antes mesmo que as instituições tradicionais da imprensa tenham publicado a versão oficial da história.”
Boston é logo ali
O bolsista da Fundação Nieman alinha 26 postagens de informações feitas do local por cidadãos comuns, bombeiros e outras testemunhas, começando pela publicação da primeira imagem, exatamente um minuto após a explosão inicial.
Após analisar cuidadosamente a sequência de notícias, ele observa que os jornalistas seguem mantendo três capacidades no ecossistema de informações: publicização em larga escala, credibilidade e roteirização dos fatos em torno de uma história.
Embora qualquer indivíduo munido dos meios digitais possa romper o ineditismo de um fato relevante, poucos conseguem difundi-lo para uma grande audiência. Portanto, se a mídia tradicional perdeu a primazia de dar a notícia em primeira mão, resta investir no potencial de difusão, assegurar sua credibilidade e desenvolver a capacidade de compor histórias que venham a interessar o público.
A propósito, a maratona que não chegou ao fim teve como vencedor o etíope Lelisa Desisa Benti, que completou o percurso em 2h10m22s.
No caso de um evento esportivo que se transforma em tragédia, como no exemplo, o interesse do público e até mesmo o perfil da audiência mudam completamente, o que exige do profissional de imprensa também a capacidade de adaptação.
Finalmente, no que se refere à hierarquia das histórias entre os fatos de um dia, fica flutuando no ar a observação do experiente repórter e apresentador Rodolfo Gamberini, postada numa rede de jornalistas. Ele registra que é raro ver na imprensa brasileira dramas tão bem descritos como o do menino que esperava o pai e morreu na explosão da bomba em Boston, e comparou com os registros burocráticos sobre as mortes de dezenas de crianças no Afeganistão, provocadas pela ação dos drones, armas aéreas não tripuladas usadas pelas tropas americanas.
A partir da constatação de que “aquilo que está mais próximo nos toca mais”, e de que o preconceito pode definir o valor simbólico de cada vítima, ele deixa uma provocação: “No caso tupiniquim, é mais próxima a vítima de Boston do que os executados durante a madrugada em São Paulo”.
Evidentemente, a questão é complexa e envolve o impacto potencial de um fato isolado diante da História, mas não deixa de ser instigante observar como o jornalismo enxerga a humanidade conforme uma hierarquia particular, no mínimo questionável.


As bombas de Boston mataram, até hoje, três pessoas e deixaram centenas de feridos.

É provável que ontem, dia seguinte as explosões em Boston, um número maior de pessoas tenha morrido em cidades dos EUA devido a acidentes de trânsito.

Quem são eles ?

São pessoas, gentes, que enquanto pessoas não tem nome, endereço , rostos, importância.

São mortes "normais", por motivos "normais",assim como peças defeituosas que são descartadas de uma linha de produção industrial.

Peças defeituosas aparecem durante a produção assim como mortes de trânsito, intoxicações alimentar e medicamentosa também acontecem.

São mortes "normais", inevitáveis e dentro dos limites do desvio padrão daquilo que é normal, é civilizado.

Como "normais e civilizados" essas mortes não causam dramas familiares relevantes para a imprensa, para os programas de tv e os familiares dessas vítimas terão dramas "normais"na sociedade civilizada.

Já os mortos de Boston são pessoas diferentes, cadáveres para politização, defuntos da hora, vítimas  da falta de civilidade, da barbárie, deportados da vida por monstros insensíveis que insistem em dividir os espaços do mundo civilizado, moderno, higiênico, limpo e saudável.

O ato terrorista de Boston é um ato covarde, como covardes são todas as expressões do terrorismo, todas as vitimas inocentes, de bombas, drones, alimentos, medicamentos, poluição atmosférica e outros.

O mundo civilizado, higiênico e limpo não tolera o terrorismo do outro.

Aliás , no mundo civilizado e moderno, o problema é sempre o outro, revelando um pensamento exclusivista, narcísico, tribal, onde cada caverna deve ser protegida de um possível ataque do outro, o bárbaro, o irracional.

A imprensa mundial, sempre atenta aos dividendos políticos que possam advir dos fatos, depois com notícias,chora as mortes de Boston em meio as mortes e barbaridades que ela, a imprensa, noticia com banalidade diariamente e a exaustão, pois são pontos dentro do desvio padrão da sociedade civilizada, higiênca, limpa e evoluida.

Os famliares das vítimas mortas que a imprensa noticia diariamente não existem, assim como os mortos também não existem e, até mesmo as pessoas e as gentes não existem no mundo civilizado, limpo, higiênico, evoluído.

No mundo civilizado as pessoas são espectros em movimento, multidões fantasmagóricas em passagem , fatalidades necessárias do tempo civilizado que apenas cumprem seu papel aguardando o momento maior de suas vidas , quando por vontade do mundo civilizado poderão alcançar o sucesso enquanto corpos mutilados, cadáveres, apêndices de outras gentes que terão destaque com dramas e dor.

As bombas de Boston explodem diariamente nas telas de tv e nos jornais.

O caro leitor, sempre atento, deve se lembrar do caso de um menino, aqui na cidade maravilha de São Sebastião do Rio de Janeiro, que vítima de um assalto foi arrastado preso ao cinto de segurança do carro dos pais que foi roubado e com isso acabou morrendo.

O fato foi escolhido pela imprensa e seu aparato midático para ter repercussão e, assim aconteceu com direito a toda sorte de sentimentalismos por parte de repórteres, apresentadores de telejornais e os sempre "úteis e necessários" especialistas nos respectivos assuntos, que no caso foram os "especialistas" em segurança pública.

O jornal nacional da tv globo, não poupou esforços no drama e deslocou um de seus apresentadores, hoje a desencontrada Fátima Bernardes, para a residência do menino morto, com direito a entrevista em meio a um mar de lágrimas de apresentador e familiares.

O humanismo de ocasião emocionou toda a população.

O assunto foi explorado ao máximo com direito a requentadas.

Era útil para a imprensa explorar o assunto naquele momento.

Atualmente, sites de notícia na internete, trazem o caso de um menino de dez anos da cidade de BH, que foi assassinado por médicos para retirada e comércio de seus órgãos.

O pai do menino não se calou exigindo justiça e, por isso, teve que pedir asilo na Itália pois vinha sofrendo ameaças na terra do cruzeiro.

O caso , parece , que agora vai a julgamento e revela o envolvimento de políticos  do estado Minas Gerais, junto com os médicos que assassinaram o menino.

Nada disso aparece na imprensa e no seu aparato midiático, talvez porque seja mais uma morte dentro do desvio padrão daquilo que é aceitável, civilizado, higiênico, limpo.

O drama do pai do menino é apenas mais um, sem relevância, sem bombas, sem terrorismo, e , assim sendo, não merece registro.

Já a dor de Boston, nos EUA,  comove a imprensa e seu aparato midático aqui no Brasil, afinal , foi um ato bárbaro, inaceitável para os padrões de civilidade do mundo moderno e civilizado que vivemos.