domingo, 10 de março de 2013

O Braço Descartável

Pedalada Pelada questiona cultura do automóvel

10/03/2013 | Publicado por adrianadelorenzo em Notas

Além dos protestos contra a nomeação do pastor Marco Feliciano (PSC) na Câmara dos Deputados, outra manifestação tomou as ruas de algumas cidades brasileiras neste sábado (9).

Ciclistas em Porto Alegre (RS) nesta sábado (9) (Foto: Fora do Eixo)
Ciclistas tiraram as roupas para chamar a atenção sobre a falta de estrutura e condições para pedalar. O movimento utiliza a nudez como uma forma de mostrar a fragilidade de quem anda de bike. “Nus é como nos sentimos pedalando nesta cidade”, dizem os organizadores.
A Pedalada Pelada Mundial, como é chamado o protesto no Brasil, ou World Naked Bike Ride, neste ano aconteceu em São Paulo, Porto Alegre e Florianópolis. Nus, seminus ou com roupa, os cicloativistas questionam a cultura do automóvel que predomina nas cidades brasileiras, carentes de transporte público de qualidade.
Convocadas pela internet, as pedaladas e as manifestações contrárias ao pastor Feliciano mostram que as pessoas estão indo para as ruas por cidades livres.


O Braço Descartável

A cultura do automóvel como é incentivada pela grande imprensa e seu aparato midiático e também praticada pela sociedade, é de uma idiotice gigantesca.
O automóvel não só é percebido como um valor, como também é símbolo de status e poder, levando seus proprietários a atos de imbecilidade e violência extrema.
Dentro de seu carro e conduzindo-o pelas ruas das cidades, o proprietário se comporta como se estivesse em um bunker exclusivo, onde ignora a convivivência com as demais pessoas e veículos .
Muitos ,inclusive, passam mais horas na semana cuidando mais de seus carros que de seus familiares próximos.
Alguns endinheirados chegam a colocar alguns carros na principal sala de suas casas.
O carro passa a ter vida, ou se acredita que tenha, e ocupa o local da convivência familiar.
Se por um lado é um fetiche de idiotice pura, por outro é ainda uma extensão da infância, o brinquedo da criança adulta.
Infelizmente em nossas grandes cidades, e mesmo em todas as cidades do Brasil, o automóvel reina soberano pois o lobby das montadoras é suficientemente grande para impedir que governos apliquem políticas de transporte coletivo eficazes que certamente iriam reduzir o número de veículos pelas ruas das cidades.
Em sendo assim, faixas exclusivas para bicicletas com conexões com terminais de  diferentes meios de transporte coletivo, praticamente não existem pelo país. 
Soluções relativamente simples, que não implicam em investimentos de grande monta, são ignoradas pelos governos.
Importante lembrar, caro leitor, que se você é um defensor do transporte coletivo de qualidade , de faixas exclusivas para bicicletas, fique bem atento quando da escolha de seus representantes no congresso nacional, na assembléia de seu estado e na camara de vereadores de sua cidade.
Procure conhecer bem os candidatos a esses cargos e também a que interesses eles estão ligados, para que você não acabe votando em um defensor enrustido da indústria automobilística, mas que se apresenta ao público com outras plataformas políticas.
Os protestos pelas ruas das grandes cidades é válido e deve ser sempre incentivado , pois é o único meio de chamar a atenção da sociedade para a necessidade de se construir cidades livres, democráticas e principalmente civilizadas.
Digo que os protestos são o único meio, pois a grande imprensa e seu aparato midiático são aliados incondicionais da indústria automobilística e, em sendo assim, não tem o menor interesse em chamar a atenção da sociedade e ainda procuram, de todas as formas disponíveis, ocultar e manipular as ações da sociedade civil organizada quando de manifestções como o ocorrida nas três cidades brasileiras.
Como bem esceveu a autora do texto, cada vez mais o povo vai se coinscientizando da necessidade de ocupar os espaços públicos para fazer valer suas mensagens e demandas , que na maioria da vezes, não são tratadas pela grande imprensa e seu aparato midiático. 
Cabe ainda lembrar que essa mesma imprensa nunca viu com bons olhos a implementação da lei seca, que certamente com a sua vigência já poupou muitas vidas.
A indústria de bebidas, também com lobby forte no congresso nacional, é também aliada da grande imprensa e seu aparato midiático.
E para terminar, meu caro leitor, sem ter a menor pretensão de esgotar um assunto importante, cabe lembrar que a grande imprensa sempre atenta e vigilante para denunciar e exigir punição exemplar para seus opositores políticos, é negligente  e propositalmente omissa quando endinheirados ou filhos de endinheirados cometem crimes com suas máquinas poderosas, (conduzidas por pessoas sob efeito de bebidas alcoólicas ) contra pessoas simples e humildes do povo.
A selvageria ganhou contornos de barbárie quando um braço amputado por conta de um atropelamento de um ciclista que ia para o trablho, caiu dentro do carro do atropelador, que se desfez do membro jogando-o em um rio, sem ainda prestar socorro para vítima.

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