domingo, 3 de março de 2013

Ecosocialismo

UMA AGENDA À PROCURA DE UM PARTIDO
O PT não ganhou com a saída de Marina Silva, que deixou o partido em agosto de 2009. 
E Marina ainda  precisa provar que a ruptura fortaleceu a agenda ambiental no país.
Quatro anos e 18 milhões de votos depois, Marina articula  um novo partido. 
A 'Rede' flerta com a trama evanescente da 'terceira via': nem de esquerda, nem de direita; nem oposição, nem situação. 
Há um tipo de neutralidade que só enxerga os erros da esquerda. 
E costuma rejuvenescer o cardápio da direita, sempre que esta se ressente de  espaços e bandeiras para disputar o poder.
O ambientalismo  precisa decidir se quer ser uma tecnologia  ou uma proposta de nova sociedade
Um guia de  boas maneiras para o 'capitalismo sustentável'; ou um projeto alternativo à  lógica desenfreada de exploração da natureza e do trabalho. 
Não são escolhas postergáveis. 
O mesmo se pode dizer em relação às do  PT.
A dissociação entre a sigla e o empenho específico em evitar que a humanidade  seja jogada a um ponto de não retorno no século 21 não deixa o partido em situação confortável. 
Não se trata apenas de um problema eleitoral. 
Trata-se de oferecer respostas estratégicas à mais importante fronteira de atualização do campo da esquerda em nosso tempo: a busca de um ponto de encontro entre socialismo, desenvolvimento e sociedade sustentável.
Seria encorajador se o 'think tank' do PT, a Fundação Perseu Abramo, reavivasse esse debate adormecido no interior do partido. 


 Florestas Sustentáveis, Aldeias  Sustentáveis ,Vilas Sustentáveis, Cidades Sustentáveis, Países Sustentáveis


Nenhum partido brasileiro se aproxima do equilíbrio entre socialismo, desenvolvimento e sociedade sustentável.
E o pior, nenhum trilha pelos três caminhos ao mesmo tempo.
Talvez no mundo seja difícil encontrar uum partido que harmonize a agenda. 
Na América do Sul, ainda que com dificuldades, podem ser citados Bolívia e Equador buscando esse equilíbrio.
O desenvolvimento com sociedade sustentável é impossível no capítalismo.
O capitalismo não é domesticável. 
Ou ele existe em sua lógica predatória, ou não existe.
A ambição intrínsica do capitalismo não aceita freios para a impulsividade sem limites.
Em sua essência o capitalismo sofre de TOC ( Transtorno obsessivo compulsivo)
O único caminho é por um  socialismo  que seja democrático.
No Brasil, pelo caminho do socialismo o PT estaria na frente, no desenvolvimento também, mas em sociedade sustentável não está em lugar nenhum, assim como todos os outros partidos.
O Partido Verde - PV - está inserido no capitalismo e trabalha com a visão de uma ecologia cinza, urbana, que visa maquiar espaços sem  futuro, para que consumidores sejam menos tristes em meio aos ferros coloridos em que se encontram por horas diariamente.
Não questiona a lógica do capitalismo e rejeita o caminho socialista.
Não se apresenta de direita nem de esquerda, e ainda se diz diagonal oscilando entre o nada e o adan.
A Rede  de Marina segue um caminho não menos diferente.
Não se diz de esquerda, nem de direita , nem de centro, mas a frente.
Ainda não se sabe a fente de quê.
Da Igreja Católica ? Talvez , pelo viés evangélico de sua fundadora essa seja a frente.
Muito pouco, ou quase nada em termos de conteúdo.
Fala de uma nova economia que o PT desconhece.
Talvez se referindo ao fim do trabalho como se conhece e a necessidade de se criar novas formas de produção, trabalho e renda.
PV e a Rede talvez estejam pensando em criar shoppings centers  ecológicos e parques de diversões verdes.
É muito pouco.
Nada falam sobre a presença do estado na economia, nem sobre a ausência dele.
A diagonal e a tangente.
Em breve teremos o raio e o diâmetro, o seno e o coseno.
O PT tem a obrigação de dar uma nova direção que harmonize o tripé, criando políticas para serem implementadas em escala de teste, piloto e em âmbito nacional.
Poderia se utilizar do Pacto Amazônico e envolver os países do Pacto, principalmente nas questões que envolvem uma região em que vários  países estão envolvidos.
A região se desenvolvendo de forma sustentável, com a floresta em pé, peroduzindo produtos e serviços contempla , pelo menos em parte, a idéia de uma nova economia , gerando emprego, renda e divisas.
Sem diagonais ou tangentes, no caminho de um ecosocialismo democrático, pelo menos para a floresta  e envovlvendo os países nela inseridos.
O clima agradece. 
O Pantanal e o Cerrado também.
As opções de terceira via, seja no Brasil ou no mundo não existem.
São apenas manifestações de oposições aceitas pelo centro predador.
Não questionam a lógica do sistema e menos ainda propõe o rompimento dessa lógica.
São os cardeias progressistas do Vaticano. 
Propõem como ações revolucionárias excluir o latin das missas.
Em uma região que contempla a maior floresta do planeta, a maior biodiversidade, a maior reserva de água doce, envolvendo quase dez paises, não se pode pensar de forma isolada.
É por lá que deve começar o laboratório do ecosocialismo, com todos os países envolvidos.
 



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