terça-feira, 5 de março de 2013

O centésimo macaco

A internet orgânica

Por Flávio de Carvalho Serpa em 05/03/2013 na edição 736
Um “computador orgânico” interligando cérebros separados por grandes distâncias, quase telepaticamente?
É, isso foi anunciado ao mundo na semana passada pela equipe do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, do departamento de neurobiologia da Universidade de Duke nos EUA e Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra, em Natal, Brasil. Não é trote da internet. O trabalho foi publicado na revista Scientific Reports, uma publicação de livre acesso do grupo da revista Nature, com revisão de pares (peer review) e todas as formalidades da liturgia científica. O paper original, para quem quiser se aventurar, está no portal da Nature. Nele não há nenhuma referência a “computador orgânico”, “telepatia” ou “brainet”, que seria uma “internet orgânica, feita de vários cérebros, capaz de resolver, em conjunto, problemas que computadores convencionais não conseguem fazer. No futuro, ela poderia ligar cérebros humanos para a transmissão de informações”, diz texto de divulgação para a imprensa.
Rotineiramente a imprensa, de modo geral, sensacionaliza pesquisas e descobertas, quase sempre muito além do que recomenda a prudência e um ceticismo saudável. Mas nesse caso foram os autores do trabalho, todos cientistas de reputação séria, que exorbitaram os resultados em comunicados de divulgação e entrevistas.
A revista Nature várias vezes já declarou que não endossa o que os autores falam ou especulam nos comunicados à imprensa. Numa entrevista ao portal da revista Veja, Nicolelis disse: “A minha ideia é colocar mais ratos, ou macacos, interagindo por meio dessa rede que criamos. Se tivermos sucesso ao fazer isso, podemos criar um sistema computacional com uma arquitetura orgânica, formado por múltiplos cérebros – eu chamo essa ideia de brainet. Teoricamente, uma rede de cérebros seria capaz de realizar tarefas que um computador normal não faria muito bem. Eu quero ver, por exemplo, se um cérebro pode estocar informações de uma maneira distribuída de maneira que um rato só não tenha toda a informação, mas a rede inteira estoca a informação. Essa rede de cérebros seria capaz de realizar computações sem depender de uma base pré-determinada de instruções – os algoritmos”.
Por pouco ele não chegou à profecia da série Matrix.
Sistema cognitivo
Mas por conta própria, o Correio Braziliense deu uma extrapolada exorbitante: “A comunicação não depende mais de sons, palavras, imagens ou gestos. É possível passar informações diretamente de um cérebro para outro. Simples assim. Por mais fantástica que possa parecer, essa forma de transmissão de dados foi alcançada pelo brasileiro Miguel Nicolelis e sua equipe, que apresentaram ontem um estudo no qual os sinais cerebrais de um rato foram transmitidos a outro, permitindo que eles realizassem juntos algumas tarefas”.
Muita gente já profetizou o fim da imprensa argumentando a inutilidade do jornalista numa época de tweets e blogs. Decretar a obsolescência das comunicações por som, palavras, gestos e imagens, realmente ganhou o troféu de deslumbramento ignorante.
A experiência original foi bastante simples, mas não deixa de ser importante. Dois ratos com sensores elétricos implantados nas regiões sensoriais e motoras foram conectados com a intermediação de computadores. Esse aparelho lê as ondas elétricas disparadas pelos neurônios dos sensores de tato nos bigodes do primeiro rato, as analisa e faz um tipo de filtragem e transmite os impulsos para eletrodos instalados nas mesmas regiões do cérebro do segundo rato.
Que eles estejam a milhares de quilômetros, com os sinais sendo transmitidos pela internet, é apenas uma dramatização e marketing sem valor científico. Os ratos assim conectados foram postos numa tarefa comum, de pressionar alavancas para ganhar água. O que se constatou é que as atividades elétricas do sistema sensorial e motor do primeiro rato influenciaram o comportamento do rato remoto. Os resultados foram aparentemente bons, mas não espetaculares. O índice de acerto nunca chegou aos 100% (ficaram perto de 70%).
O próprio Nicolelis destaca que são trabalhos muito preliminares e muito distantes ainda do que ele chama de brainet. Mas o carnaval na imprensa com o feito não se justifica. Principalmente porque o experimento envolveu apenas o compartilhamento de rudimentares sinais sensoriais elétricos. Algo infinitamente mais simples do que o mais triviais dos pensamentos ou delírios.
Não espere, portanto, tão cedo, uma revolução nas comunicações que afetem a atual indústria da comunicação, partindo dos ratos do pesquisador.
Nesse sentido, um dispositivo pronto para ser colocado nas prateleiras e vitrines das lojas de eletrônicos vai ter um impacto imediato nas comunicações. O Google Glass, ou óculos Google, sem a pretensão de telepatia ou de fazer um viaduto entre cérebros dispensando os sentidos sensoriais, já é uma realidade. Caminhando na rua, o cidadão vê projetado nos óculos informações úteis sobre a vizinhança.
Utilizando tecnologias já dominadas, os óculos Google modestamente apenas superpõe uma nova camada de hardware e software sobre o mais eficiente e sofisticado sistema de comunicação já criado pela natureza: o cérebro humano, forjado ao longo de milhões de anos de evolução, com seus dispositivos (ou interfaces, para usar o termo da moda) de fala, imagem, tato e olfato. Esse sistema cognitivo e de comunicação nos levou da idade da pedra à Lua em poucos milhares de anos de aperfeiçoamento. Está longe, muito longe, mas muito longe mesmo de poder ficar obsoleto em comparação às conexões diretas por eletrodos.
Vingança requentada
Quando não tem algum escândalo para a capa, a grande imprensa vai buscar nas suas gavetas alguma coisa para ser requentada e publicada como novidade. Nesta semana Veja deu uma surpreendente capa sobre cérebro, anunciando que exibia “pela primeira vez” imagens do órgão em ação. Surpreendente porque dois assuntos científicos da semana envolviam o neurocientista Miguel Nicolelis. O primeira foi publicação da pesquisa sobre o cérebro de roedores numa revista do grupo Nature. Não é todo dia que um brasileiro consegue publicar alguma coisa na revista inglesa. O segundo foi a pendenga envolvendo Nicolelis e seus ex-pesquisadores do laboratório de neurociências em Natal.
Vejasimplesmente ignorou o feito de Nicolelis. Ou melhor, passou assobiando ao largo e publicou algo relacionado ao tema, como se pretendesse dizer que o cientista brasileiro não fazia falta nem tinha importância.
Porém as supostamente inéditas imagens, segundo Veja, são de antes de 2009, produzidas no BrainLab nos EUA. As verdadeiramente primeiras imagens foram captadas do cérebro do veterano jornalista Emily Singer, da revista Technology Review, do MIT que, em vez de buscar assuntos mofados nas gavetas foi ao BrainLab americano ver como funcionava a nova tecnologia de diagnóstico de imagens do cérebro em funcionamento. A reportagem e as imagens foram publicadas em agosto de 2009 na revista. Trata-se de tecnologia adaptada aos aparelhos de ressonância magnética para captar a atividade das fibras brancas do cérebro, em vez dos tradicionais registros elétricos do neurônios. A tecnologia, chamada Imagem de Tensor de Difusão de Água, permite acompanhar as conexões entre diferentes áreas do cérebro. O assunto foi tratado neste Observatório em janeiro de 2010 (ver “Cérebro tem banda larga interna“).
Como Nicolelis é pública e notoriamente um petista roxo que não fala à revista dos Civita, a hipótese de uma tentativa vingança contra ele perpetrada pelo semanário é forte. Mas, como observou a jornalista Ruth Bellinghini no Facebook, a vingança é um prato que come frio. Se requentado, como fez Veja, o prato pode ficar indigesto.
***
[Flávio de Carvalho Serpa é jornalista; trabalhou na Veja até 1985, mas não teve nada a ver com o episódio da criação do “boimate” pela revista]

Comunicação

A revolução francesa não era algo imaginado, e aconteceu.
 
Foi assim porque a maioria das pessoas desejava, consciente ou inconscientemente.

Assim como o centésimo macaco, o centésimo francês criou a massa crítica para que a realidade se transformasse.

Cérebros humanos transmitindo informações, sem qualquer tipo de sinal, uns para os outros não é novidade.
 
A novidade é estabelecer as condiçoes ideiais em que os humanos devem se encontrar para realizar essa troca.

Assim como uma reação química que só ocorre em condições específicas.

Para mim, e outras pessoas de meu círculo de amizades, a comunicação através do pensamento sem nenhum tipo de sinal é algo corriqueiro e eficaz
.
Mais precisamente desde o ano de 1999 que desfruto dessa fantástica técnica.

Em outra postagem neste blogue, que é constantemente censurado pela tv globo, expliquei alguns tópicos de meus anos de pesquisa.

Meu estudo partiu da tese que para  que os humanos desfrutem de todo o seu potencial, conhecido e desconhecido, se faz necessário uma perfeita harmonização, ou uma perfeita ecologia humana, o que chamei 100% ecológico.

É sabido  que o homem moderno vive totalmente distanciado da natureza e seus ciclos, assim como vive distanciado de si próprio.

Não vou entrar nas considerações que o levaram a esse estágio, como o ritmo de vida estressante, a  constante ansiedade, os espaços desumanizados e agressivos a vida onde ele vive, seus hábitos alimentares, suas crenças limitantes oriundas de sua socialização judaico-cristã, seus valores imediatistas e de consumo, além de outros não menos menores ou importantes, contribuem para que o homem moderno seja uma máquina turbinada e idiota.

Isso não significa que deve retornar a idade  da madeira ou da pedra , como alguns maniqueístas se apressariam em afirmar e, em fazendo, apenas corroboram com  as limitações em que vivem.

É possível, mesmo vivendo em condições contrárias a harmonia da natureza, como nos grandes centros urbanos, por exemplo, vivenciar e praticar a comunicação sem sinal.

As condições principais para que isso ocorra são necessáriamente transformações internas, hábitos e práticas  de vida saudáveis.

Isso não significa que seja fácil, pois determinadas transformações passam necesariamente por um profundo auto conhecimento, o que pode levar anos, até décadas para ser bem construído.

Infelizmente não pode ser comprado com cartão de crédito em um shopping center.

O caminho da transformação é pessoal, exige determinação e dedicação, e em muitas ocasiões as situações encontradas não são aquelas que desejamos.

Basicamente significa um quase que total rompimento com os valores, crenças, práticas e percepções que formam a cultura dominate.

É uma reprogramação total onde o que será criado não é apenas um brain net, mas um corpo mente integrado e atuante, comunicando-se em perfeita harmonia.

As couraças do caráter ( WiIlhein Reich) necessáriamente devem desaparecer para dar lugar a um ser integral, holístico
.
O caro e atento leitor já deve ter percebido que para o sistema dominante, o ser integral é  uma grande ameaça, seja do ponto de vista político, econômico, cultural, doutrinário religioso, moral,  e outros.

É uma avalanche de poder disponibilizado ao homem comum, o que certamente irá incomodar os "mediadores da informação", "os arautos do bem estar e da saúde", e "os atravessadores  da fé ".

Para chegar ao estágio em que me encontro, não segui o método científico dominante e nem mesmo me preocupei em estabelecer modelos geométricos que pudessem comprovar os estudos.

Uma experiência que não se reproduz em 100% das vezes mas que se reproduz em 80, 90 % das ocasiões não é fruto do acaso, como também não pode ser desconsiderada por não se reproduzir em 100% dos experimentos.

O método científico rejeita os experimentos que não se reproduzem 100% das vezes em qualquer lugar que se realize a experiência
.
Só os ignorantes ou vendidos paras seguir algo tão ultrapassado e até mesmo irracional, produzindo um paradoxo a razão científica
.
O cientista brasileiro, citado no artigo acima extraído do site observatório da imprensa, através de seus estudos, acena com a possibilidade da comunicação a distância ainda com algum tipo de sinal, que , obviamente, pode conduzir a comprovações científicas, em um futuro bem próximo,  de comunicação a distância sem nenhum sinal.

O que para mim não é novidade, assim como um grande cérebro ou um grande computador orgânico, o que de fato já existe e pode ser acessado por algumas pessoas.
.
Quanto ao comportamento da imprensa diante da fantástica descoberta de Nicolellis, o que vemos é o mesmo padrão da imprensa em  rejeitar os grande cérebros do pais, procurando sempre minimizar seus feitos e até mesmo ignorá-los.

A imprensa brasileira ainda está no primeiro macaco e levará muitas décadas para evoluir
.
As transformações no setor das mídias deve passar necessariamente pela mobiliozação da sociedade em criar a massa crítica necessária para se estabelecer novas regras e conteúdos para os meios de comunicação. 
 

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