domingo, 3 de fevereiro de 2013

Palavras + Leis = Golpe

Imprensa e toga: a tentação do golpe

Não deve ser motivo de surpresa que os membros dos dois campos (midiático e jurídico) se vejam empenhados em mudar as regras formais do jogo político, inaugurando uma série de eventos dramáticos com o objetivo último de deslegitimar o governo eleito pelo povo.



Como realizar uma tarefa desmedida, a retomada da agenda neoliberal, se na direita nada há que não seja um imenso vazio? A sua ideologia, incapaz de se reciclar, continua se apoiando em um pensamento econômico que, além do fracasso retumbante, exige para sua implantação, a derrocada das mínimas condições democráticas vigentes.

Para operar a demolição do país é necessário modificar profundamente a estrutura de poder no Brasil. E não nos iludamos. O protagonismo do judiciário, traduzido em confronto permanente com o Legislativo e outras instâncias da organização republicana, nomeadamente, o Poder Executivo, é peça central de uma onda golpista que tende a se acirrar em 2013.

É bom lembrar, como destaca a tradição marxista, a capacidade das classes dominantes de deslocar o centro do poder real de um aparelho para outro tão logo a relação de forças no seio de um deles pareça oscilar para o lado das massas populares. A estratégia é restabelecer, sob nova forma, a relação de forças em favor do capital rentista. É à luz da perda de importância dos partidos conservadores, em especial do PSDB, que se estabelece a proeminência das corporações midiáticas e de um STF por elas pautado.

Não deve ser motivo de surpresa que os membros dos dois campos (midiático e jurídico) se vejam empenhados em mudar as regras formais do jogo político, inaugurando uma série de eventos dramáticos com o objetivo último de deslegitimar o governo eleito pelo povo.

E por que tal empreitada ainda se afigura no horizonte das viúvas do consórcio demotucano? Porque nossas elites estão pouco acostumadas com a vida democrática, sendo incapaz de enriquecer o debate político. A democracia, como todos sabemos, não prospera sem o compromisso de todos com sua manutenção.

Seria preciso que a imprensa, o sistema educacional, as lideranças empresariais e intelectuais apoiassem a ideia democrática como única forma que legaliza e legitima o conflito. Nada mais incompatível com a prática e o discurso que caracterizam a falange neoliberal brasileira, forjada a ferro e fogo em uma formação autoritária secular que considera a negociação de interesses opostos como fator impeditivo para a adoção das medidas necessárias solicitadas pelo mercado. Estamos diante de atores que, como sabemos há muito tempo, não recuam de medidas mais radicais para a execução das tarefas a que se propõem: o desmonte do Estado e o aniquilamento da cidadania.

A maior presença, dia a dia, do Poder Judiciário reconstitucionalizando o direito ordinário à luz dos editoriais (estatutos) da mídia corporativa, não é um episódio isolado, uma carta encomendada apenas para o julgamento da Ação Penal 470. A nova direita brasileira, cega e surda, arrogante e displicente, irá às últimas consequências para o cumprimento de suas metas. Nem que para isso tenha que levar à desmoralização o seu próprio braço parlamentar.
Não há limites para o golpismo. Se dessa vez o estamento militar opera nos marcos da legalidade, não há problemas. Que se troquem as fardas por togas dóceis. A margem de manobra é mínima, mas a tentação é grande.

A tarefa mais urgente, pois, é continuar mobilizando a vontade nacional, atuando em todos os movimentos sociais organizados. É preciso deflagrar uma campanha orgânica de desmistificação do noticiário envolvendo questões legais. Ao país interessa um Poder Judiciário que , como guardião da Constituição Federal, dinamize os instrumentos processuais constitucionais previstos para garantir o funcionamento da democracia. E isso significa evitar que o Estado volte a ser atropelado pela insanidade dos golpistas, ficando sem condições para cumprir e fazer cumprir as leis.
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Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil



O assunto de uma tentativa de golpe de estado nos governos do PT está presente quase que diariamente nas mídias alternativas, ou "sujas", como são chamadas.  

Importante que seja assim.

De fato, desde a primeira vitória do PT, isso lá pelo final de 2002 -quando os EUA se preparavam para inavadir o "perigosíssimo" Iraque que ameaçava o mundo "civilizado" com um arsenal de armas de destruição em massa  - que a  grande imprensa brasileira e também todo o grande aparato midiático trabalha diariamente para inviavilizar os governos populares e democráticos do PT.

E foram muitas as tentativas, explícitas, para alterar a agenda vitoriosa escolhida pelo povo. Sim, o povo que votou em Lula e Dilma, votou e escolheu não apenas candidatos, mas também uma agenda de governo.

O primeiro grande movimento para derrubar Lula e o PT aconteceu em 2005, quando surgiu a denúncia do chamado mensalão e fez com que a aprovação de Lula e seu governo atingissem os percentuais mais baixos, que comparados com o governo anterior ainda eram índices expressivos.

Os rejeitados pelo povo, com o auxílio da mídia e da imprensa, querendo alterar a vontade popular e a agenda vitoriosa.

A partir de meados de 2005 até a eleição presidencial de 2006, algo em torno de 16 meses, foi um bombardeio diário promovido pela grande imprensa e pelo aparato midiático, contra Lula e o governo do PT. Dezembro de 2005 era comum encontrar na sopa de letras do caldo direitista golpista expressões do tipo: " Lula está morto",   "dificlmente vai se reeleger", "está acabado"

O desejo  e a realidade  caminhavam separadas.

Algumas vozes, mesmo do campo da direita, alertavam contra o otimismo que dominava os quartéis midáticos da estrutura golpista. Em dezembro de 2005 , ouvimos:
- FHC ao questionar uma  afirmação de um otimista repórter da grande imprensa ao entrevistá-lo, afirmando que Lula estava politicamnete morto; " você acha ? Não tenho certeza disso "
- Delfin Neto, alertando aos otimistas da grande imprensa:
"Lula é um líder, tem um capital político gigantesco. Ele não só está vivo como tem grandes chances de vencer as eleiçoes de outubro"

A estratégia usada pela grande imprensa, para atacar Lula e o PT, nos desesseis messes que antecederam o pleito de 2006  foi cuidadosamente tecida, até mesmo com detalhes rococó, em um revezamento no lançamemto de supostas novas denúncias entre os principais veículos de imprensa.  Veja trazia um factóide que, obviamente seria repercutido a exautão pelos demais. Na semana seguinte o jornal nacional da tv globo, apresentava denúncias "fantásticas" e inquestionáveis sobre o governo. Dias ou meses seguintes, seria a vez da Folha de SP, com reportagem  "cuidadosamente investigada" por seus funcionários cumpridores de ordens, e assim o mesmo com o Estadão e outros jornais da grande imprensa.

E foi assim até o primeiro turno da eleição de 2006, que apontava o "morto" Lula como favorito , até mesmo para vencer em primeiro  turno.
E aí, mais uma vez, em uma tentativa derradeira, a grande imprensa e o aparato midiático lançaram-se nas vazias e desertas avenidas de suas letras, sons e imagens, para alterar a vontade popular das avenidas reais que se delineavam para Lula. 
Surgia, aos decibéis do desespero midiático, um factóide que ficou conhecido como a compra de um suposto dôssie sobre o PSDB por partidários de Lula, com a intençao de prejudicar o candidato do PSDB,. A farsa foi montada. 
Cuidadosamente montada, inclusive com o dinheiro vivo que seria utilizado para pagar os donos do tal dossiê. 
As fotos dos jornais e as imagens no sensacionalista e "ético" jornal nacional da tv globo,nas véspera da eleição, foram feitas para que não surgissem dúvidas; O PT queria melar a eleição com métodos nada democráticos. 
A verdade revelou o oposto, mas mesmo assim o clima criado pela grande imprensa e pelo aparato midiático foi o suficiente para impedir a vitória de Lula já no primeiro turno, fazendo com que a eleição fosse para o segundo turno entre Lula e o candidato do PSDB. 
Foi um clima tão estérico e focado em alterar a vontade popular que tv globo , omitiu, no jornal nacional daquele dia, um dos maiores acidentes da aviãção comercial da história brasileira, o avião da empresa Gol, que se chocou com um pequeno jato, e caiu na floresta amazônica, matando todos os seus ocupantes.  
Nada poderia alterar o foco da opinião pública, na visão dos feiticeiros da redação da casa dos marinhos.

Consolidado o segunto turno, o país inteiro sentiu uma enorme sensação de vazio e perplexidade, por conta do silêncio imediato da grande imprensa e do aparato midiático ( que fazaim um barulho ensurdecedor por quase dois anos), que , de certa forma, acreditavam ter cumprido seu papel até aquele momento, ou seja, conseguir pelo menos um segundo turno. Porém esqueceram-se que gastaram toda sua força no primeiro turno e Lula venceu  até com facilidade e ainda a eleição revelou algo inusitado:
 - o candidato do PSDB, no segundo truno teve menos votos que os obtidos no primeiro turno.
Compreende-se , pois no primeiro turno a população sofreu uma violenta pressão midiática e algumas pessoas ainda são sujeitas a esse tipo de pressão.

Lula aprendeu a lição e no seu segundo governo dedicou-se mais ao povo e entendeu que não há nenhum tipo de acordo com os setores da elites retrógrados e reacionários e aí entende-se toda a grande imprensa e o aparato midiático.

Cascudo em livrar-se das armadilhas, Lula fez um segundo governo com total desenvoltura , projetando ainda mais o país internacionalmente, para desespero da imprensa que insistia em apresentar sempre um noticário negativo em relação ao governo.  A realidade sempre vence e Lula emplacou Dilma na presidência, para desepero ainda maior da direita , agora ainda mais fragilizada.

Não faltaram, porém, as mesmas técnicas de manipulação de distorção dos fatos sempre para beneficiar o candidato da oposição, que em 2010 era representado pelo fervoroso religioso José Serra. Ficou famosa , inclusive com status internacional, o "atentado com uma bolinha de papel na área de calvice do candidato da oposição". Sabemos todos, que  a tv globo quis transformar o fato em um atentado contra a integridade física do candidato religioso da oposição. 
Com as redes sociais já bem mais disseminadas e atuantes que em 2006, a farsa da bolinha de papel foi desmascarada, transformando-se em um dos maiores micos da tv globo.

Dilma chegava ao poder, emplacando o terceiro governo sucessivo da bem sucedida agenda do PT.
Os três primeiros meses do governo Dilma foram marcados, no noticiário da grande imprensa e do aparato midiátio, em diários e violentos ataques contra Lula e seu governo , inclusive com ataques de cunho pessoal , até mesmo tangenciando xingamentos . Lula deixara o governo, e não podia responder pela mídia, como sempre fizera quando  governo. 
A grande imprensa e o aparato midiático, através de seu comportamento nesses três meses iniciais, revelaram para todos o seu ódio e como deve ter doído, para a imprensa e elites retrógradas, as verdades que Lula apresentava na imprensa enquanto governo.

O foco da imprensa e do aparato midiático, mudou e tentativas inúeis fracassaram ao se tentar apresentar a Presidenta Dilma como deslocada de Lula e PT. A idéia de uma governante apenas técnica foi um fiasco.

Enquanto Lula se recuperava de uma cirurgia para tratar de um cancer, a imprensa seguiu seu mantra de apresentar somente aspectos negativos do governo Dilma. O Brasil"era um caos" na leitura dessa imprensa.

Até que é chegado o momento do julgamento da ação penal 470, rorulada pela imprensa como mensalão.

Para todos nós conhecedores do comportamento da grande imprensa e do aparato midiático, inclusive o caro leitor, claro, o início do julgamento da AP 470 foi revelador
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No dia em se inicou o julgamento dos réus, toda a grande imprensa e o aparato midiático disponibilizaram um farto material jornalistico que, entre outras coisas, revelava uma enorme expectativa pelo o que se iniciava e, também uma grande ansiedade por resultados possívelmente conhecidos. Ao ver o farto material nas bancas, pela manhã, conclui de imediato:

- aí tem coisa.

Por outro lado, e o tempo demonstrou ser o lado realista, a população brasileira não nutria da mesma expectativa  e menos ainda demonstrava ansiedade pelo que viria.

Excesso de expectativa e de ansiedade também cegam.

A grande imprensa, que sempre quando acusada se defende que apenas retrata os movimentos e anseios da população, criava uma pauta instiutcional que se prolongou diariamente por meses, o que , com certeza, deve ter contribuído para mais um de seus fracassos. Não que o povo não se interesse por assuntos dos poderes da república, porém esses assuntos tomaram o lugar da realidade, da vida cotidiana nas cidades e ainda contribuiram para omitir ainda mais as realizações positivas do governo federal que afetam diretamente a vida do povo. Na visão , ou desejo, ou ambos, da imprensa e do aparato midiático, o Brasil se resumia a expressões áridas, de difícil entendimento para a maioria do povo, e ainda sobre um assunto polêmico na compreensão popular, que é a corrupção. 

O tempo e a experiência tem demonstrado que o brasileiro não confere um peso excessivo a corrupção para a escolha de seus rerpresentantes políticos. Até o momento ninguém consegue explicar tal comportamento, entretanto um amigo delegado de polícia me confidenciou o seguinte:

- no sistema prisional brasileiro, cadeias , penitenciárias , etc, os  presos por  "crimes" políticos e ideológicos e os presos por crimes financeiros, são os que menos sofrem represálias  e violências pelas lideranças de dententos mais antigos. Parece haver um respeito e admiração, pelo mundo do crime, por estas modalidades de práticas criminosas. Talvez esse respeito tenha eco nas populações mais carentes podendo até mesmo afetar a classe média.

A declaração do amigo delegado, um homem da lei, merece uma atenção e um estudo mais detalhado.

Voltando ao julgamento da AP 470, o que se viu, nunca dantes na história do páis, foi um desfile de egos togados, que devido a visibilidade, sufocavam a população até mesmo em locais remotos.

Todo o discurso midiático encaminhava para uma condenação exmplar dos réus,antes mesmo que que as sentenças fossem apresentadas. Para isso , não faltaram jornalistas e colunistas apresentando variadas teses que não poderiam deixar dúvidas quanto a um resultado que não fosse pela condenação dos réus.

Parece para os mais atentos, e o caro leitor se inclui no grupo, que houve um direcionamento para um resultado que fosse somente aquele desejado pela imprensa e pelo aparato midiático.

A pressão foi intensa, desproporcional e  absurda.

Juízes do STF que ousaram  apresentar pareceres contrários ao desejo comum da imprensa, sofreram represálias pelos meios de comunicação que chegaram, inclusive, a sugerir protestos da população contra tais juízes, em uma ação clara de violência e intimidação. 

Tudo isso acontecia a margem  da realidade do povo e , como ficou demonstrado, em nenhum momento o assunto seduziu a população, apesar de tentativas por parte de jornais populares em popularizar os juízes do STF.

Não deu samba. 

O ponto alto da articulação midiática foi "coincidir" a apresentação das sentenças dos réus com as eleições municipais de outubro de 2012. onde  toda a imprensa e o aparato midiático acreditava cegamente que uma vez declarados culpados, o PT e os candidatos do governo sofreriam grande derrotas.

Erraram feio. E mais uma vez. 

Se não bastasse o fracasso da imprensa  em tentar  conduzir a opinião pública, o PT e os partidos da base aliada do governo foram os grandes vitoriosos das eleições, com destaque para a conquista da prefeitura da cidade de São Paulo, um reduto conhecidamente oposicionista. Nesse aspecto surgia a figura do ex-presidente Lula como o grande vitorioso das eleições.

Certamente não foi uma bala de prata na cabeça de grande imprensa, mas provocou inúmeros e sérios ferimentos na já combalida e desmoralizada estrutura de oposição do país. Essa mesma estrutura que durante meses a fio trabalhou de forma ordenada para ordenhar até a última gota do mais precioso elixir que acreditavam , eles da imprensa, seria a fórmula para transmutar a realidade democrática e polítca do país.

As palavras não foram eficazes.

Confirmado como o grande vencedor das eleições, Lula passou a ser perseguido ainda mais, como já era de se esperar. Aliás em um pronunciamento recente em um fórum em Havana, Cuba, ao se referir a imprensa Lula disse que é atacado por que é um vencedor, e os setores que o atacam não tem compromisso com o Brasil e muito menos com as necesidades do povo. 

Sempre exato e preciso e ex-presidente.

Voltando ao desdobramento da vitória esmagadora do PT e do governo nas eleições, a grande imprensa e aparato midiático imediatamente, demosntarndo nehuma racionalidade e uma  inteligência limitada, partiram para o ataque contra Lula com acusações desprovidas de qualquer aproximação com a realidade do ex-presidente. Até a vida pessoal e íntima de Lula foi atacada, em um dos momentos em que a imprensa brasileira e o aparato midiático revelaram todas  as entranhas de sua mediocrídade.

Nunca dantes na história do país a imprensa e o aparatao midiático se expuseram tanto na tentativa de alterar a vontade popular, a ponto de colapsar todo e qualquer resquício de credibilidade que ainda pudesse existir para esses meios.

Lula não se intimidou e como resposta anunciou a retomada das caravanas pelo país, onde estará ao lado do povo, discutindo e debatendo os principais problemas.

Ao tomar conhecimento da resposta de Lula a imprensa enlouqueceu ainda mais. Não mais sabia o que pautar, a AP 470 que estava definida, a tentativa de incriminar de alguma forma o ex-presidente, ou ainda atacar o governo Dilma. 
Optou pela última.
Foi quando teve início, de forma repentina como é de praxe no ordenamento midiático, uma séria de notícias negativas sobre o governo Dilma. O País estava um caos. Com Lula em stand by, para novas investidas quando for o caso, a grande imprensa e o aparato midiático resolveram  acabar literalmente com o pais.
Teve início a gritaria sobre um fictício apagão de energia  que poderia ocorrer a qualquer momento, tamanha era a gravidade do setor de energia elétrica do país.
Para sustentar o delírio não faltaram, claro, os especialistas de plantão que circularam por vários veículos de imprensa para sustentar a tese desejada, não a realidade.

Foi a gota d'água no reservatório presidencial.

Devidos as mentiras alarmistas que visavam desestabilizar a ordem  democrática, a Presidenta Dilma ocupou o espaço eletromagnético e , em cadeia nacional de rádio e TV, no horário nobre, esfarelou toda a farsa montada pela frágil oposição e pela imprensa.

Foi mais um massacre sofrido  por uma imprensa, agora claramente e indiscutivelmente orientada para o conflito e a desestabilização da ordem democrática, ou seja o golpe.

Daí, meu caro leitor, a insistência proativa desse blogueiro e de outros sites, portais e blogues "sujos" em tratar quase que diariamente desse assunto, pois como bem colocado pelo artigo publicado em CARTA MAIOR, motivador desse meu comentário, novos passos serão dados pela imprensa e pelo aparato midiático  na tentativa de desestabilizar e alterar a ordem democrática. Com a proximidade das eleições de 2014, faltam pouco mais de vinte meses, esses passos serão uma constante e o alinhamento e parceria com setores do judiciário podem viabilzar o chamado "golpe democrático" a exemplo de Honduras e Paraguai.

Toda a atenção é necessária e deve se estender para além do noticário político e econômico. A título de exemplo, convido o caro leitor, ainda neste  artigo, a me acompanhar na análise de como outros assuntos de âmbito midiático contribuem para os ideiais opressores e  golpistas. 

A cultura, ou a ausência desta, é uma estratégia em curso para desmobilizar a população. 
Já vem de duas décadas, desde a queda dos regimes comunistas do leste europeu, que um movimento de idiotização e imbecilização cultural está em curso. 
A décadade 1990 viu a chegada desse movimento, com intensidade e extremo frenesi, que rapidamente contaminou e ocupou todas as emissoras de rádio e tv. 
As artes , no pior do popular e de consumo fácil, consolidavam-se como referência em nossa cultura e em todo o ocidente. 
Ganhava corpo a cultura da exibição, o sucesso a qualquer preço.
O brasileiro nunca foi tão exibicionista. 
Chegamos ao ápice, hoje, com a cultura de reality shows de vermos profissionais como artistas, esportistas, jornalistas e outros ( ou seja , profissionais em que a própria profissão confere visibilidade) participando de reality shows para externar mediocridades e vulgaridades de suas vidas pessoais, que em nada interessam para o público. 
O exibicionismo chegou a um ponto em que o Brasil lidera o ranking de cirurgias  íntimas, que para surpresa do público, são detalhadamente apresentadas pelas pessoas que a elas se submetem. 
Os relatos de intervenções cirúrgicas plásticas em vaginas e bolsas escrotais ( para o leitor pouco familiarizado com termos técnicos, bolsa escrotal é aquela parte da genitália masculina vulgarmente conhecida como saco ), ganham contornos cômicos, se não fossem ridículos e imbecis.
Pessoas que desejam se exibir, desejam se exibir para alguém.  
Relatos de cirurgias em vaginas e em bolsas escrotais, trazem as genitálias para o foco das atenções.
Para quem deve ser direcionadas a nova vagina e o novo saco duro ? 
É a questão que se impõe.
O caro leitor concorda que essas pessoas são cômicas.
O ponto culminate desse movimento de imbecilização e exibicionisno são os reality shows, com destaque para o principal deles, o big brother brasil , da tv globo.  
É o exibicionismo na exibição. 
Chegamos ao ponto do meta exibicionismo.

Entretanto, caro leitor, não se iluda nem mesmo leve o asunto para o campo apenas cômico. 
Uma população majoritariamente imbecil e idiota, que não desenvolva um pensamento crítico sobre os temas da realidade é facilmente conduzida e cooptável.

Os blogues ditos sujos, deveriam ter um selo como os dizeres:

" Penso, logo insisto".


Em paralelo a esse movimento de imbecilização cultural e idiotização da população ,visando o não exercício de formas de pensamento crítico, atuam os chamados think tanks, do campo midiático conservador. 

A fórmula é perfeita.

Aos transformados em idiotas e imbecis colam-se conceitos e visões sobre a realidade.
É comum ouvirmos do campo conservador declarações do tipo:
" não existe mais luta de classes" ou ainda " as pessoas , atualmente, se ocupam apenas de necessidades próximas e comportamentais " 

O caro leitor sabe muito bem que a luta de classes se reinventa, se transforma, e nunca acaba enquanto não acabar a dominação dos mais ricos sobre os pobres.
No final da década de 1990, acontecia a primeira grande manifestação contra o poder do capital. 
A reunião da OMC em Seattle, nos EUA, foi palco de uma grande manifestação, onde diferentes grupos tinham em comum o mesmo inimigo. 
Entre os manifestanmtes encontravam-se  grupos representando o mundo do trabalho, grupos de movimentos pelos direitos humanos, grupos pacifistas, grupos de movimentos ambiental, e outros. Talvez, e com certeza, alguns desses grupos tivessem grandes diferenças entre suas reinvidicações, mas todos tinham em comum o mesmo inimigo.
O que talvez melhor possa retratar essa nova luta de classes em um mundo globalizado, foi o movimento Occupy WS, nos EUA, que apresentou como lema a famosa frase:
' We are the 99%
De fato o 1% que domina não só os EUA mas todo o mundo ( nesse caso o percentual é simbólico pois pode ser para mais ou para menos ) é o responsável pela maior crise civilizacional que o mundo enfrenta, e, consequentemente, o que pode significar uma agenda mínima para a internacionalização dessa nova fase da luta de classes.
Cabe ainda ressaltar que todos os grandes movimentos que revelaram estar a História ainda bem viva e atuante, tiveram como principal demanda a radicalização do processo democrático ( outro ítem para uma agrnda mínima internacionalizada), exigindo a participação popular em todas as esferas de decisões que possam afetar a vida das pessoas. 
Os caso do 15 M espanhol e Occupy WS  são emblemáticos. 
Vale ainda lembrar que durante o período da guerra fria, o capital criticava duramente a ausência de democracia nos regimes comunistas  e, a partir da década de 1990, estamos assistindo a uma contenção e a um retrocesso na democracia de grande países tradicionalmente chamados democráticos.
O debate sobre democracia participativa com a participação das massas é totalmente interditado e ignorado por governos e pela grande mídia, em todos os grande países do ocidente, com exceção para os governos populares da América Latina
Logo, ao ouvir um think tanks do aparato conservador afirmar que não existem mais luta de classes é mais uma fraude intelectual para conduzir a opinião pública. 

Uma outra afirmação que circula com desenvoltura no meio conservador diz respeito ao fim das ideologias , e consequentemente a um novo tipo de cidadão-consumidor  que teria, apenas, preocupações próximas , pessoais e comportamentais como por exemplo:
" que religião sigo, católico ou evangélico ? "
" que roupa da moda eu compro, primeiro a camisa ou o sapato ? " 
" para que time de futebol devo torcer "
" se devo ou não comprar o novo modelo do carro X " .
Caso essa tendência se  consolide, estaríamos assistindo a uma das maiores regressões da espécie humana. Em um período da história onde as pessoas se tornam cada vez mais inteligentes por conta das tecnologias de informação disponíveis , imaginar que assumiriam  um comprotamento desprovido de pensamento crítico e, pior ainda, teriam comportamentos condicionados ao comportamento da maioria, seria algo parecido como emplacar nos seres humanos um estilo pavloviano, ou seja de reflexos condicionados.
Esse tipo de comportamento sugerido pelos think tanks do conservadorismo de fato existe, mas não acredito que tenha força para ser dominante no futuro próximo.
 O último baile do  Império , na ilha fiscal  no Rio de Janeiro, foi uma demonstração de riqueza, opulência e força. O Imperio caiu poucos dias depois. 

Chegando até aqui, convido o caro leitor a refletire sobre esses assuntos etambém participar na campánha pela valorização e reconhecimento da mídia conhecida como " penso, logo insisto".
Muitos blogues e portais da mídia pensante e insistente, tem um número de visitantes diários superior, até mesmo, ao número de jornais impressos diariamente para uma grande jornal, por exmplo. 
Por outro lado esses blogues e portais não recebem do governo federal ( isso para os pouco que recebem) as verbas de publicidade proporcionais ao alcance desses blogues e portais.
É necessário e urgente que o governo federal reveja sua política de distribuição de verbas de publicidade e privilegie , proporcionalmente, todas as mídias existentes e  atuantes .
É inaceitável que determinados veículos da grande imprensa e do aparato midiático continuem recebendo
valores da publicidade bem acima de suas participações proporcionais na audiência e visibilidade desses meios.

Quando a realidade se desloca e o poder ultrapassado ainda se mantem, os conflitos são inevitáveis.




















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