quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Copa das Confederações. Craques no Gramado

Cremerj: faltam vagas para internar dependentes de crack no Rio  

Agência Brasil
Rio de Janeiro – A nova política de internação involuntária de adultos dependentes de crack, adotada a partir de hoje (19) pela prefeitura do Rio, poderá esbarrar na falta de vagas e de profissionais na rede pública municipal. A advertência é do médico Paulo Cesar Geraldes, responsável pela Câmara Técnica de Psiquiatria e Saúde Mental do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj).
“Aqui no Rio não tem onde internar os pacientes. Além disso, é necessário que se tenha uma equipe preparada para atender a esse tipo de problema”, disse o representante do Cremerj. Ele se mostrou favorável à internação involuntária. “Nós somos a favor da internação do paciente, que infelizmente não tem o autocontrole. Essa droga [o crack] tira completamente o desejo do indivíduo de fazer qualquer coisa, a não ser quando ele cai em si e vê que está acabando com sua vida”.
Geraldes disse que essas operações só podem ocorrer com acompanhamento direto de um profissional de medicina. “Só pode ser feito com médico, que tem de avaliar se é caso de internação ou não, inclusive na internação compulsória, que é feita pelo juiz. Ele consulta o médico para saber realmente se o caso seria de internação.”
O representante do Cremerj salientou que as ações de recolhimento devem ser feitas com cuidado, respeitando a dignidade dos usuários. “A operação deve ser feita com os profissionais preparados para isso. Não pode ser feita de forma atabalhoada nem policialesca. São seres humanos que têm esse problema e têm direito a atendimento digno, como todas as outras pessoas.”
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS) foi procurada para comentar a avaliação do Cremerj, mas não se pronunciou até a publicação desta matéria.

Copa das Confederações - Craques na Miséria

Quatro meses antes do início da Copa das Confederações, da FIFA, em que a cidade do Rio de Janeiro será uma das sedes do evento, a prefeitura da cidade tomou uma medida polêmica ao internar na marra os usuários de crack que perambulam pelas ruas da cidade.
A maioria desses usuários é de moradores de rua que vivem em situação de risco social extremo desde outros carnavais.
Por que só interná-los , na marra, agora ?
Além dos usuários de crack, outros tantos vivem nas ruas da cidade, viciados ou não em drogas, bandidos ou não.
O foco das notícias é o poder avassalador da droga, amplamente divulgada, com pontos de vendas conhecidos  pela população.
Fala sério, tudo isso estaria mergulhado em um surrealismo, se o objetivo fosse de fato recuperar pessoas em alto risco social.
O comércio da droga, amplamente divulgado como cracolândias, vai de vento em popa. 
Não falta "remédio" para aqueles que necessitam.
Surrealismo.
O crime inafiançável de tráfico e venda de drogas corre livre , leve e solto pelas ruas da cidade  sem que ninguém seja detido, sem que o narcotráfico seja eliminado, sem que os pontos de venda de drogas sejam fechados.
Surrealismo. 
A prefeitura da cidade, através de seus secretários, ainda informa que a internação não é na marra , mas sim involuntária.
Ahhh, então tá.
Diz ainda que em dez dias de internação as pessoas serão recuperadas e devolvidas para o "aconchego de seus lares e familiares". 
Ora, todo mundo sabe, até mesmo o meteorito irado que chocou-s em solo russo, que em dez dias ninguém consegue se livrar de um vício devastador, independente se de crack, álcool, ou outra droga. 
E mais, as pessoas que serão internadas "involuntariamente" estão na classe de extremo risco social, onde a droga é apenas mais um componente do processo em que estão inseridos.
São inúmeros os casos de endinheirados viciados em drogas, que não vivem em situação de risco social, e que mesmo assim passam por anos de tratamento para se livrar do vício. 
E tratamentos caros, com os melhores profissionais e, mesmo assim , muitos sofrem recaídas.
Não me agrada a iniciativa da prefeitura da cidade focada apenas nos usuários de apenas uma única droga. 
Se o objetivo é social e humanitário a prefeitura deveria implementar um amplo programa para recuperar pessoas em risco social, principalmente os moradores de rua, independente se são viciados ou não em drogas.
A cidade do Rio de Janeiro, atualmente, está na lista das cidades com o menor índice de desemprego, por conta das obras e investimentos para os grandes eventos que a cidade receberá e, mesmo assim, a população de moradores de rua é alta.
Porém o que se vê são medidas ditas de cunho social e humanitário, mas que de fato carregam a lógica da higienização dos espaços públicos, recolhendo e removendo tudo aquilo que possa agredir aos olhos da burguesia e ao mesmo tempo, passe uma imagem positiva para o mundo por conta da visibilidade que a cidade terá com o evento que se aproxima.
Em outras palavras, "vamos esconder "o feio" durante o evento e depois a gente joga essas coisas nos mesmos lugares. 
É a lógica dominante em uma gestão que até o momento tem se mostrado muito sensível aos interesses das corporações e dos negócios e pouco interessada em questões sociais. 
A dignidade, o direito a moradia, ao trabalho deve ser para todos , em um processo independente da realização de eventos de grande visibilidade para a cidade.
Dia 15 de junho é data do primeiro jogo da Copa das Conderações.
A FIFA não admite que outras marcas de cerveja( além do patricinador oficial de um evento esportivo) sejam vendidas nos estádios e na proximidade destes durante o evento.
Depois de consolidada a internação de viciados em crack, abrem-se as portas para internar, sempre na marra, idosos, crianças, defensores dos direitos humanos, socialistas, obesos, anorexicos, portadores de doenças infecto contagiosas, pessoas com necessidades especiais, carecas, prostitutas, boiolas, grávidas solteiras, sambistas e outros mais.

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