sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Carne de Cavalo e a Renúncia do Papa. Tudo a ver

Carne de cavalo é encontrada em escolas e hospitais do Reino Unido

Fonte: Folha de SP
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Atualizado às 11h39.
Testes encontraram carne de cavalo em refeições escolares, comida de hospital e pratos de restaurantes no Reino Unido, acentuando o escândalo sobre produtos adulterados para além de produtos de supermercados.
Os resultados chegaram nesta sexta-feira, depois que autoridades de segurança sanitária obrigaram supermercados e fornecedores a testar refeições identificadas como contendo carne bovina para buscar traços de carne de cavalo.
Autoridades informaram que a carne estava presente em tortas entregues a 47 escolas no condado de Lancashire, no norte da Inglaterra.
Vários hospitais da Irlanda do Norte também receberam hambúrgueres bovinos que continham carne de cavalo, informou hoje o diretor da Organização de Serviços Comerciais (BSO, na sigla em inglês) do país, David Bingham.
O responsável pela instituição, que distribui a carne aos hospitais da Irlanda do Norte, confirmou hoje que os hambúrgueres provinham de uma empresa radicada na vizinha do sul.
"Atuamos imediatamente, assim que soubemos que poderia haver um problema de confiança retiramos o produto", assegurou Bingham.
Ao receber a notícia, a ministra da Agricultura do país, Michelle O'Neill, convocou uma reunião de emergência à qual deve comparecer o titular da pasta de Justiça e Interior, David Ford.
Fontes oficiais dão conta de que o encontro servirá para que a Agência de Padrões Alimentícios do Reino Unido (FSA, na sigla em inglês) informe sobre o estado das últimas investigações das autoridades sobre a questão.
Além disso, a Whitbread PLC, uma das maiores empresas de hotelaria e restaurantes do Reino Unido, informou que carne de cavalo foi encontrada em lasanhas e hambúrgueres servidos nos hotéis Premier Inn hotels e na rede de restaurantes Brewers Fayre.
PRISÕES
A polícia britânica deteve três pessoas nesta quinta-feira (14) na Inglaterra e no País de Gales por envolvimento com o escândalo da carne de cavalo encontrada em produtos etiquetados como bovinos.
Os três homens, com idades entre 42 e 63 anos, foram detidos em duas plantas de processamento industrial de carne nas localidades de Aberystwth, em Gales, e Todmoreden, no condado de West Yorkshire, ao norte da Inglaterra.
Os detidos, sob suspeita de ter cometido uma fraude, permanecem à espera de serem interrogados tanto pela polícia como pela FSA, que inspecionou ambas fábricas na terça-feira passada.
"Podemos confirmar que três pessoas suspeitas de ter violado a lei contra a fraude foram detidas", afirmou um porta-voz da polícia do condado galês de Powys, destacando que as detenções ocorreram no marco de uma "operação simultânea" com a polícia de West Yorkshire.
A FSA havia suspendido a atividade em ambas plantas depois da inspeção de terça-feira perante a suspeita que se estava utilizando carne equina para elaborar hambúrgueres etiquetados como bovinos.
O caso eclodiu após a descoberta, na semana passada, de lasanhas da marca Findus vendidas no Reino Unido contendo carne de cavalo em um produto que indicava carne bovina. O temor de que essa prática seja comum se espalhou pela Europa.

 Cavalo esperto

A partir da década de 1990 os órgãos governamentais de fiscalização, em diferentes países, vem ficando cada vez mais frágeis, ineficientes e sucateados.
Muitos , talvez a maioria, não tenham um número mínimo de funcionários para o desempenho de suas funções.
A fraude da carne de cavalo foi descoberta, mesmo assim, com organismos debilitados.
Imagine então, caro leitor, o que pode estar acontecendo com produtos de origem animal processados industrialmente.
Talvez essa descoberta seja apenas a ponta de um iceberg, onde barbaridades devem estar acontecendo sempre em nome do lucro fácil, da ganância e , principalmente, da necessidade de muitos consumidores em adquirir produtos alimentícios com preços baixos.
Com a crise civilizatória atual despejando milhares de pessoas no desemprego e até mesmo vivendo em barracas de camping e nas praças públicas, esses consumidores pouco questionam sobre a qualidade de um produto.
Vale o prêço e o peso tranquilizador proporcionado ao estômago.
Até mesmo produtos com data de validade vencida são consumidos.
Restaurantes, na linha do ganho fácil, fazem acordos com redes de supermercados para adquirir produtos industrializados com data de validade vencida . 
Bom para o restaurante que compra produtos bem baratos.
Bom para o supermercado que se livra , com lucro, de produtos vencidos.
Péssimo para o consumidor, que não sabe se aquele arroz, ou aquela massa, ou aquele cereal que faz parte de sua refeição estão no prazo de validade para consumo.
No prato do consumidor, no restaurante, os alimentos chegam decorados e convidativos.
Como não falam, e apenas a aparência é visível, não se ouvem relinches.
A cavalgada alimentícia pode ter proporções planetárias,muito além das fronteiras do velho e decadente mundo.
As terceirizações e práticas globalizadas de produção se espalham por onde for mais convidativo e lucrativo, de preferência em locais de pouca fiscalização e facilidade para explorar o trabalho escravo.
A proteção de muitos pés pelo mundo é assegurada com escravidão e sangue.
Não é diferente no segmento de produtos de origem animal processados industrialmente.
No futuro, comunidades de bairros e mesmo de pequenas cidades, criarão regras para avaliar e certificar os produtores e produtos adquiridos pelos  consumidores  dessas cidades.

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