domingo, 20 de janeiro de 2013

O Orador Solitário

O Orador Solitário

Coimbra: as batalhas (perdidas) da oposição

Oposição só consegue maioria no Supremo. Nas ruas, é mais difícil.

O Conversa Afiada reproduz post do Vi o mundo, com texto de Marcos Coimbra, extraído da Carta Capital:
Marcos Coimbra: Bombardeio de gargalos e decepções


As Oposições e Suas Batalhas

por Marcos Coimbra, na CartaCapital, via Julio Cesar Macedo Amorim

O ano mal começou e a nova batalha das oposições, partidárias e extraparlamentares, já está em pleno andamento. Se a primeira quinzena de janeiro transcorreu assim, imagine-se o restante do ano. É fácil perceber o que as move e aonde pretendem chegar.

A espetacularização do julgamento do “mensalão” foi feita com o único objetivo de desconstruir a imagem do PT no plano moral. O que buscavam era marcar o partido e suas principais lideranças com o estigma da corrupção, a fim de erodir suas bases na sociedade.

Só quem acredita em histórias da carochinha levou a sério a versão de que a imprensa oposicionista tinha o desejo sincero de renovar nossos costumes políticos e promover a “limpeza das instituições”. Seus bons propósitos são tão verdadeiros quanto os de Pedro Malasartes, personagem de nosso folclore famoso pelo cinismo e pela falta de escrúpulos.

Por maiores que tenham sido seus esforços, obtiveram, no entanto, sucesso apenas parcial na empreitada, como vimos quando as urnas da eleição municipal foram abertas. Os resultados nacionais e algumas vitórias, como a de Fernando Haddad, em São Paulo, mostraram que os prejuízos sofridos pelo PT em decorrência do julgamento ficaram aquém do que calculavam.

Essa frustração as levou ao ponto em que estão hoje. De um lado, a insistir no moralismo e na tentativa de transformar o “mensalão” em assunto permanente da agenda nacional. Querem forçar o País a continuar a debatê-lo indefinidamente, como se tivesse a importância de temas como a democracia, o desenvolvimento econômico, o meio ambiente e a educação.

De outro, a diversificar os ataques, assestando as baterias em direção a novos alvos, procurando atingir a imagem administrativa da presidenta e do governo Dilma. Por extensão, de todo o PT. Não chega a ser um projeto original.

Nas disputas políticas, nenhuma novidade há em acusar os adversários, simultaneamente, de corrupção e incompetência. Em dizer que, além de se apropriar de recursos públicos, não sabem governar, e que não há, portanto, qualquer razão para apoiá-los, nem sequer o argumento do “rouba, mas faz”.

Neste início de ano, o discurso das oposições, em especial da armada midiática, é afirmar que o PT rouba e não faz.

Atravessamos os primeiros 15 dias de 2013 como se vivêssemos uma crise gravíssima e difusa, como se o Brasil estivesse na iminência da paralisia total.

Quem acompanhou o noticiário só ouviu falar em problemas, gargalos e decepções. É o inverso do que ela costuma fazer em janeiro, quando a maioria de seus leitores está de férias e pensa em outras coisas. Em vez das habituais reportagens amenas sobre a musa do verão e os preparativos para o carnaval, tudo o que publicam tem um tom catastrófico.

Os mais radicais não escondem a satisfação com o fraco desempenho do PIB em 2012 e os problemas de abastecimento elétrico em diversas regiões.

Ficaram algo tristes com as modestas tragédias naturais do começo do ano. Por enquanto, o que lhes resta é torcer por calamidades espetaculares.

“Pibinho”, crise de gestão, apagão, desindustrialização, inflação, desemprego, falta de ar refrigerado no Santos Dumont, a disparada no preço do tomate, tudo vai mal no Brasil, segundo a mídia oposicionista. Por culpa de Lula, que “não soube aproveitar a sorte” e “desperdiçou a herança de FHC”, e de Dilma que é “centralizadora”, “estatista” e “antiquada”.

Batem em tudo que veem e, se não veem, inventam. Nos últimos dias, até o Bolsa Família entrou na linha de mira dos “grandes jornais”. Sem falar na raiva contra Hugo Chávez, a quem parecem detestar somente por ser amigo de petistas – visto que nunca dedicaram aversão igual aos govenantes de direita do continente.

São como os lutadores de boxe que não possuem em seu repoertório um soco capaz de nocautear o adversário. Lembram os enfezados pesos-moscas orientais, que brigam desferindo a esmo diretos, cruzados, jabs e uppercuts – além de, vez por outra, golpes baixos. Funciona? Até agora, pode-se dizer que não.

Apesar do coro negativista, as pessoas comuns continuam satisfeitas com o País e o governo, e esperançosas em relação ao futuro. Em recente pesquisa da Vox Populi, 68% dos entrevistados disseram esperar que a situação de suas famílias venha a melhorar nos próximos 6 meses, contra 2% que temem que piore. E o mais provável é que os otimistas tenham razão.

Esta semana, outro patético esforço de mobilizar os “indignados” conseguiu colocar dez cidadãos na Avenida Paulista. Portavam cartazes pedindo “Basta!”. Ficaram falando sozinhos.

Uma coisa é conseguir a adesão de meia dúzia de ministros do Supremo, a maioria já alinhada com a oposição. Outra é encher as ruas. Isso, ela nunca soube fazer.

E não consegue aprender



PIG, DMO, Mileniun



Uma coisa todos nós devemos reconhecer. A grande mídia oposicionista é esforçada.

Isso me faz lembrar o caso de um sujeito que durante trinta anos pregava sua crença religiosa em praça pública, mais precisamente no Largo da Carioca, centro da Cidade do Rio de Janeiro.

Todos os dias, com chuva ou sol, lá estava ele. Sempre vestido com paletó e gravata, abria sua surrada bíblia que o tempo se incumbiu de castigar, e  fazia seu discurso.

 Falava, as vezes em tom elevado, mas raríssimas eram as pessoas que paravam para ouvi-lo.
Certo dia, duas pessoas que passavam pelo local, e acostumadas com a presença do orador solitário, travaram o seguinte diálogo:
 - admiro esse cara. Ele não desiste mesmo que ninguém o ouça. Isso é que se pode chamar de determinação.
- não entendo dessa maneira, disse o outro. Se ninguém  se interessa em ouvi-lo, qual o resultado de sua pregação ? Se você deseja que as pessoas ouçam o que você tem a dizer, mas ninguém ouve, o problema é seu. Significa que sua comunicação é inadequada, seja no conteúdo, seja no público que deseja atingir, seja no local que escolheu para fazê-lo. Isso não é determinação, isso é incompetência.
Assim é a grande mídia brasileira, ou partido da imprensa golpista _ PIG - ou ainda Dispositivo midiático oposicionista - DMO.
 O DMO, pelo menos nesses últimos dez anos ,é o orador do Largo da Carioca, com o diferencial de ser barulhento , mentiroso e violento. O orador solitário, pelo menos, não mentia.  
O DMO, com o tempo, e nada melhor que o tempo para retirar as máscaras, merece uma avaliação mais profunda, quem sabe uma tese de mestrado, ou doutorado, pois a matéria -prima é farta .
Defensor intransigente da liberdade de expressão, o DMO controla  praticamente toda a comunicação no Brasil , vivenciando e repetindo comportamentos que sempre repudiou,
 Vamos aos fatos:

- Durante o período da ditadura militar o DMO criticava a censura imposta pelos governos militares à atuação da imprensa, mesmo apoiando os militares. E o quem tem feito o DMO nos últimos dez anos ? Trabalhando de forma orquestrada e sincronizada, o DMO vem ocultando da população brasileira as principais informações relativas aos avanços conquistados pelos governos populares e democráticos do PT. Censurando informações  positivas do governo federal  em um claro jogo de interesses políticos, onde a população fica privada de conhecer a verdade dos fatos
.
- O DMO sempre foi um ferrenho crítico dos regimes comunistas, pois alegava a inexistência da democracia. E o que tem feito o DMO nos últimos dez anos ?
Uma premissa básica de regimes democráticos é a liberdade plena de expressão para todos os cidadãos. Isso significa, que se todos podem se expressar livremente, ninguém vai se preocupar com conteúdos como o do orador do Largo da Carioca. Já o DMO, por ser hegemônico no país, criou uma estrutura de perseguição `a pessoas e portais da internete que veiculem conteúdos diferentes das boboseiras diariamente produzidas pelo DMO. É uma maneira de intimidar e tentar evitar conteúdos que não estejam de acordo com a orientação política do DMO. Nada de democrático e muito parecido com os regimes totalitários que o DMO tanto criticava, e ainda critica.

- O DMO criticava ferozmente os regimes totalitários comunistas pela existência de uma imprensa estatal e única, sem espaço para a iniciativa privada. O quem tem feito o DMO nesses últimos dez anos ?  Organizado em um grande grupo que controla toda a informação do país  o DMO escolhe e reproduz a informação que deseja , com pouco espaço para o contraditório. E ainda, tenta boicotar toda e qualquer iniciativa do governo e da sociedade civil organizada através dos movimentos sociais, para o estabelecimento de um novo marco regulatório para as comunicações no país que garantirão a diversidade e a pluralidade de conteúdos. Isso significa  que o DMO não vai deixar de existir com um novo marco, ele vai continuar a produzir seus conteúdos mas será apenas , um orador solitário com alguma platéia.

Atualmente, o apagão que não aconteceu, a elevação do preço do tomate, e outros assuntos fictícios ganham contornos de desespero por parte do DMO.
Desesperados fazem qualquer coisa. Aí mora o perigo.

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