sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Uma Nova Era

Uma  Nova  Era











La Sexta Declaración de la Selva Lacandona





Sexta Declaración de la Selva Lacandona. México, Junio de 2005.


Ésta es nuestra palabra sencilla que busca tocar el corazón de la gente humilde y simple como nosotros, pero, también como nosotros, digna y rebelde. Ésta es nuestra palabra sencilla para contar de lo que ha sido nuestro paso y en donde estamos ahora, para explicar cómo vemos el mundo y nuestro país, para decir lo que pensamos hacer y cómo pensamos hacerlo, y para invitar a otras personas a que se caminan con nosotros en algo muy grande que se llama México y algo más grande que se llama mundo. Esta es nuestra palabra sencilla para dar cuenta a todos los corazones que son honestos y nobles, de lo que queremos en México y el mundo. Ésta es nuestra palabra sencilla, porque es nuestra idea el llamar a quienes son como nosotros y unirnos a ellos, en todas partes donde viven y luchan.




Festejos ontem no lago Titicaca na Bolívia, pela chegada do solstício de verão.





A Volta de Tupac Katari


Segundo os povos indígenas das Américas o mundo entra em um novo ciclo, apesar das idiotices da imprensa em insistir sobre o fim do mundo.  A presença marcante da chegada desse ciclo aconteceu em janeiro de 1994, quando os zapatistas se fizeram conhecer com o grito de Chiapas, exatamente no momento em que o México firmava sua participação na área de livre comércio com os EUA e o Canadá, a NAFTA.

Nos anos seguintes os povos indígenas da América mostravam sua união em defesa de sua cultura e em total rejeição ao modelo econômico vigente. Foi assim, ainda nos anos da década de 1990 que , na Bolívia, indígenas e camponeses se uniram e expulsaram do país uma empresa que tinha assumido a gestão de recursos hídricos, cobrando tarifas pelo uso da água e com isso inviabilizando a vida de milhares de camponeses e indígenas. Também na Bolívia, os povos indígenas expulsaram do poder o presidente neoliberal.

Uma decendente maia guatemalteca, Rigoberta Menchu, também na época, foi vencedora do prêmio  Nobel da Paz por sua luta pela cultura dos povos ameríndios.

Um índio da etnia Aymara, foi eleito presidente da Bolívia, já na década de 2000, e com isso assegurando os direitos dos povos e a cultura indígena, fazendo da Bolívia um estado plurinacional.

No Equador, o novo governo que chegou também na década de 2000, reconhece e valoriza as tradições locais.  O mesmo vem ocorrendo no Peru, Chile, Colômbia e Venezuela em proporções e motivações diferentes.

Todos os anos, a partir da década de 2000,  grupos indígenas, inclusive chefes de estado da América latina, se reunem  no dia de entrada do solstício de verão, 21.12, no lago  Titicaca para celebrar a época, como faziam seus ancestrias.

Ontem, mais de 15 mil  zapatistas , marcharam em silêncio pelas ruas no estado de Chiapas.

Em toda América Central, milhares de manifestações celebraram a chegada de um novo ciclo.


E a imprensa ?

Aliás, a imprensa parece que foi engolida por uma das mitológicas figuras presentes nas esculturas maias, tamanha foi a quantidade de asneiras e idiotices publicadas.

Talvez tais asneiras carreguem a herança da mediocridade colonizadora nas Américas, principalmente no tocante a cultura e a religião cristã, em uma demonstração explícita de preconceito contra outras formas de manifestação religiosa e cultural

Celebrar a vida, a natureza e o bem viver, nos braços da Mãe Terra, cria um gigantesco incômodo para a cultura ocidental dominante nas Américas , que valoriza realidades mortas, violência e consumismo idiota.

Que seja um novo ciclo de harmonia e vida.

Que assim seja !




 

Evo Morales convoca era de paz e união para barrar 'ganância capitalista'

O dia 21 não marcou o “fim do mundo”, disse o presidente boliviano, mas uma oportunidade de desabilitar “o egoísmo e a ganância capitalista” e unir a humanidade em torno da felicidade. Defensor dos direitos indígenas e descendente do povo Aimara, Evo rejeitou a ideia de que o solstício de verão marcava o “fim dos tempos”, sustentando que o fim do calendário significa uma oportunidade de renovação espiritual.

Segundo o presidente boliviano Evo Morales, o discutidíssimo dia 21 deveria ser celebrado como o início de uma “nova era de paz e amor” no mundo, na qual o sentimento de comunidade e o respeito pela Mãe Terra vencerão a gânancia a que o capitalismo global induz.

Evo Morales disse que solstício de verão marca “o fim de uma vida antropocêntrica e o início de uma vida biocêntrica. É o fim do ódio e o início do amor, o fim da mentira e o início da verdade.” Num convite para a celebração do dia, o boliviano explicou que “para o calendário maia, o 21 de dezembro é o fim do não-tempo e o início do tempo. É o fim de Macha e o início de Pacha, o fim do egoísmo e o início da fraternidade, o fim do individualismo e o início do coletivismo”.

E continuou, “os cientistas sabem muito bem que chegamos ao fim da vida antropocêntrica. É o fim da divisão e o início da unidade, precisamos desenvolver esse tema. Por isso convidamos a todos que acreditam na humanidade, a todos que querem dividir experiência em benefício da humanidade”.

Morales, defensor dos direitos indígenas e descendente do povo Aimara, ajudou a desfazer a ideia de que o solstício de verão marcava o “fim dos tempos” ou o “apocalipse” sustentando que o fim do calendário não significava senão uma oportunidade de renovação espiritual. Embora fundamentada na cultura do povo maia, o governo boliviano adverte que a retórica do “fim do mundo” é uma invenção ocidental sustentada por quem conhece pouco das tradições e da história do povo indígena.

Em setembro, o presidente boliviano disse numa assembleia da Onu que o amor prevaleceria sobre o ódio a partir do último dia 21. Morales mantém esse discurso há muito, junto com a ideia de vivir bien. Durante as celebrações no Lago Titicaca, para as quais Evo se dirigiu numa embarcação indígena, ele sublinhou a importância de um equilíbrio harmonioso entre a vida e o planeta, apesar de que muitos questionam a aplicação dessas ideias na Bolívia, onde a economia depende basicamente das indústrias de gás, petróleo e mineração.

Um excerto mais longo da fala de Evo Morales na Onu pode ser encontrado no Indian Country Media Network:

“Eu gostaria de anunciar um encontro internacional no dia 21 de dezembro deste ano. Um encontro para encerrar a era do não-tempo e receber a nova era de equilíbrio e harmonia para a Mãe Terra. Falar da sabedoria de nossos irmãos indígenas do México, Guatemala, Bolívia e Equador tomaria muito tempo, mas, basicamente, este é um convite para um debate sobre os seguintes tópicos:

Número 1: crise global do capitalismo

Número 2: governança global, capitalismo, socialismo, comunidade e cultura
da vida

Número 3: crise climática, relação entre homem e natureza

Número 4: energia como bem comum

Número 5: consciência da Mãe Terra

Número 6: recuperação de costumes ancestrais

Número 7: o viver bem como solução para a crise global, porque eu gostaria de afirmar novamente que se pode viver melhor preservando recursos naturais

Número 8: soberania alimentar

Número 9: integração, fraternidade, comunidade, economia, direito à
comunicação e à saúde.

E Shankar Chautari, também do períódico inglês The Guardian, relata de uma recente visita às regiões maias das Américas do Sul e Central que havia pouca ou nenhuma percepção de que o dia marcava o fim de qualquer coisa no sentido físico.

Em nossa viagem, encontramos muitos maias para conhecer suas reações quanto ao suposto fim do mundo. A maioria ficou desconcertada com a pergunta, outros negaram qualquer razão que apontasse para o fim.

Quando dizíamos que por trás do 'apocalipse' havia sabedoria tradicional maia, eles polidamente diziam não conhecer qualquer profecia ou texto.
Em todos os lugares que visitamos, fosse em cidades grandes como Merida ou pequenas como Uayamon, encontramos o povo local conduzindo sua vida em perfeita calma, sem qualquer preocupação de que o fim estivesse próximo.

David Stuart, um notório pesquisador da cultura maia da Universidade do Texas, observou em seu livro The Order Of Days: The Maya World and the Truth About 2012 (A Ordem dos Dias: o Mundo Maia e a Verdade sobre 2012) que “nenhum texto maia, seja ele antigo, colonial ou moderno, profetixou o fim dos tempos ou do mundo”.

Matéria original: https://www.commondreams.org/headline/2012/12/21

Tradução de André Cristi

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