sábado, 15 de dezembro de 2012

Os Donos Somos Nós, Os Usuários

Os Donos Somos Nós, Os usuários


>>Tecnologia e ruptura
>>A mídia ainda é relevante?

Por Luciano Martins Costa em 14/12/2012 no programa nº 1958 | 0 comentários
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Tecnologia e ruptura
Uma reportagem publicada nesta quinta-feira, dia 13, na revista online Business Insider, tenta esclarecer especulações sobre uma nova e até certo ponto surpreendente, para os analistas, ação de investimentos por parte da Apple, a gigante dos aparelhos e aplicativos digitais.
Rompendo um estado de aparente letargia do setor, com alguma acomodação nos esforços de inovação por parte de concorrentes como Samsung e Intel e de outras empresas da nova economia, como Google, Amazon e Microsoft, a companhia criada por Steve Jobs vem promovendo inversões que chamaram a atenção dos observadores da cena tecnológica, mas ainda não produziram mais do que especulações.
Alguns desses analistas começam a apostar em uma nova ruptura no contexto sempre mutante das tecnologias de informação e comunicação.
Os artigos distribuídos por agências especializadas não permitem fazer apostas seguras, mas há um elemento comum a todas as análises: será mais um duro golpe contra o setor das indústrias maduras de comunicação.
Nos Estados Unidos, o noticiário sobre negócios digitais já trata de maneira marginal as empresas tradicionais de mídia, colocando-as num nicho semelhante ao do setor de petróleo, uma espécie de museu de curiosidades econômicas.
As atenções dos investidores também se deslocaram há muito tempo para o outro lado, de onde brotam os sinais do futuro.
Um olhar macroscópico para a realidade do mercado de informação pode produzir reflexões inquietantes.
Essa observação distanciada do dia-a-dia dos jornais, comparada à dinâmica do mercado de tecnologia, provoca algumas dúvidas sobre a importância daquilo que costumamos tratar como notícia, opinião ou informação jornalística.
Como consequência, torna-se inevitável questionar o valor real daquilo que costumamos tratar como produto da imprensa.
Em termos de criação de cultura, por exemplo, já se pode afirmar que o Youtube, uma iniciativa isolada de mídia digital, compete com vantagens com toda a imprensa do mundo.
Quanto às informações financeiras, boletins eletrônicos de bancos levam grande vantagem sobre a mídia tradicional e, no ramo do entretenimento, mais vale o Facebook que uma revista semanal.
A mídia ainda é relevante?
A tecnologia atropela os mais lentos e a mídia tradicional tem ficado para trás. Se entrarmos no campo da administração, precisaremos de muito tempo e espaço para alinhavar os principais erros desses conglomerados, desde a metade dos anos 1990, quando a internet se tornou uma realidade global.
Apenas para citar alguns, basta lembrar que as empresas tradicionais de comunicação, no Brasil e na América Latina, ignoraram ou adotaram tardia e parcialmente algumas das melhores ferramentas de gestão, como os sistemas de planejamento de qualidade, os estudos de processos e a reengenharia, recursos que foram usados basicamente para cortar empregos e aumentar a carga de trabalho dos jornalistas.
Porém, ainda não é aí que se desenrola o verdadeiro drama da mídia tradicional. Ele tem outros aspectos, alguns mais peculiares da América Latina.
A propriedade cruzada dos meios de comunicação, a tradição da imprensa nas mãos de empresas familiares, que construíram núcleos de poder simbólico sobre a opinião do público, as vinculações tradicionais dessas famílias com os donos do poder político e econômico, tudo isso, embora deva ser considerado, está se tornando apenas causa marginal no processo de desvalorização dos veículos.
A questão central é que a mídia está se tornando irrelevante.
Esse modelo esgotou sua capacidade de formular uma ideia de sociedade moderna e pluralista, deslocando-se do centro de inteligência social na razão proporcional em que a democracia se consolidava formalmente.
Como a imprensa tradicional não contempla os objetivos de uma democracia real, sua função se esgota na formalização de um simulacro de sociedade democrática que se caracteriza pela simulação de instituições funcionais, contexto ao qual ainda falta muito para se tornar de fato e de direito uma democracia social.
Quando a imprensa falha em seu papel de educar para a cidadania, por exemplo, agindo como instrumento de intolerância e preconceito, ela está simplesmente revelando seu verdadeiro caráter: sua origem oligárquica e natureza oligopolista não admitem avançar além do formalismo no que se refere à democracia.
Resta saber se o jornalismo, como o concebemos até aqui, ainda é relevante.
Voltaremos ao assunto.


A Notícia da Barriga


O que é notícia ?
Ontem, em primeira página do popular extra, da famiglia marinho, a principal notícia era a barriga de Ronaldo, também conhecido por fenômeno,não se sabe agora se pela barriga ou pelo passado nos gramados. Quando a barriga de um ex-jogador é notícia em um dos jornais mais vendidos do país é um sinal de que a mídia imprensa está cada vez mais irrelevante.
Em um mundo onde os acontecimentos se multiplicam por segundos, com fatos e situações de conteúdos relevantes, apostar em uma grotesca barriga como notícia é o mesmpo que pedir para sair de cena. E é o que vem ocorrendo com a mídia impressa. 
Notícias de longo tempo e duração, como a questão Palestina, a guerra da Síria, a guerra fria EUA e Irã, por exemplo não tem nehuma relevância no contexto das mídias impressas e televisivas. Um cidadão bem informado, certamente irá procurar análises de especialistas, ou mesmo participar de seminários e foruns de debates, on lines ou não, sobre os assuntos citados, sem a necessidade de acompanhar diariamente o que é produzido pelos jornais impressos e pela tv sobre os assuntos. E certamente estará bem informado e atualizado.
No tocante a violência doméstica, aqui no Brasil, nas cidades, o procedimento é o mesmo. Diariamente os jornais impressos e as tv's despejam uma quantidade imensa de notícias, repetitivas,  sem nenhuma relevância sobre o assunto e que também em nada contribuem para aprofundar e esclarecer o tema.
O cidadão comum, dispõe, atualmente de foruns de debates sobre segurança pública, drogas e violência urbana, onde pode participar, aprofundar o conhecimento sobre essas questões e ter elementos para produzir sua própria opinião. TV's e jornais e impressos , neste caso , também são irrelevantes.
Se não bastasse, a facilidade de debates e trocas de informações nas redes sociais, de conteúdo político ou mesmo sobre entretenimento,  essas trocas disponibilizam para os usuários conteúdos de entretenimento, filmes, músicas, shows, bem mais interessantes que os maçantes e repetitvos entretenimentos da tv, que comparados com o universo da produção independente, revelam-se de péssima qualidade.
Mais uma vez , as emissoras de tv's, jornais impressos e emisoras de rádio se apresentam como irrelevantes.
Hoje, em todos os jornais impressos, emissoras de tv, e emissoras de rádio, a notícia sobre mais uma massacre de atirador nos EUA domina essas mídias. Mais uma vez a notícia se repete, assim como as imagens de dor dos familiares das vítimas, presidente que usa drone para matar inocentes aparece chorando em foto de primeira página, e as mídias também já se encaminham para repetir o diagnóstico como de outras vezes, alertando para o fato de ter sido uma ação isolada de alguém com problemas mentais.
Ou seja, mais uma vez a irrelevância do noticiário midiático é explícita. Certamente, em pouco tempo, um outro atirador fará o mesmo e a notícia será a mesma, assim como o diagnóstico.
Nas redes sociais, o asunto pode ser debatido, especialistas opinam, e as possíveis causas que emergem de uma sociedade podre e corroída, podem ser avaliadas.
Hoje, 15.12.12, a justiça argentina declarou constitucional a nova lei de medios para país. Uma notícia relevante, um assunto que deve ser amplamente debatido , e uma necessidade para as medias do Brasil. Entretanto, não é notícia na midia brasileira irrelevante

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