quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Grande Imprensa. Os Salafrários Que Exigem Ética

Grande Imprensa.  O Salafrários Que Exigem Ética

 

Imprensa e eleições, nada a ver

Por Luciano Martins Costa em 17/12/2012 na edição 724
Comentário para o programa radiofônico do OI, 17/12/201
A pesquisa da Folha de S. Paulo sobre perspectivas para as eleições presidenciais de 2014 teve pouca repercussão na imprensa. Curiosamente, após fazer do assunto sua manchete no domingo (16/17), o próprio jornal paulista que o gerou o abandonou em seguida em sua edição digital.
Os leitores seguiram a apatia dos editores e também se abstiveram de fazer comentários sobre o tema, o que causa estranheza, uma vez que, pela própria ação da imprensa, o assunto deveria suscitar mais controvérsias.
Os números captados pelo Datafolha confirmam o que qualquer pessoa mais ou menos informada pode adivinhar: a popularidade e o alto índice de aprovação do governo da presidente Dilma Rousseff a credenciam como favorita para sua própria sucessão. De certa maneira, porém, não seria surpresa se as chances de eleição do ex-presidente Lula da Silva se apresentassem reduzidas a esta altura do tempo, em função do incessante bombardeio que lhe faz a imprensa, por conta de denúncias sem trégua.
Espaços fartos
“Se eleição fosse hoje, Dilma ou Lula venceriam”, disse a manchete da Folha no domingo (16). No mesmo subtítulo, o jornal junta o tema predileto da mídia nacional, acrescentando que “aumenta a percepção de corrupção no governo”.
No texto principal, estão agrupados os dados sobre a grande dianteira de Dilma e Lula na preferência dos eleitores, os indicadores de desempenho do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e, pela primeira vez numa pesquisa eleitoral, o nome do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa.
Não poderia haver maneira mais explícita de apresentar a própria opinião do jornal: a Folha, como toda a chamada grande imprensa nacional, acreditava que ela própria, por meio do noticiário intenso sobre escândalos de corrupção, estaria construindo os fatores de escolha do eleitor para a próxima sucessão presidencial.
A inclusão do nome de Joaquim Barbosa só se explica pela exposição que lhe tem dado a mídia no julgamento da Ação Penal 470: ele seria, na análise da mídia, o ator a personificar a moralidade pública, diante do aparente desmoronamento de toda decência na política.
No entanto, as lições que a pesquisa Datafolha nos traz são que, ou a sociedade brasileira não se importa com a corrupção – o que é desmentido pela própria imprensa em reiteradas pesquisas – ou a sociedade brasileira não se importa com o que diz a imprensa.
O fato apresentado pela pesquisa é que, com Dilma ou Lula candidatos, o Partido dos Trabalhadores venceria a eleição em primeiro turno e que os partidos de oposição não têm grandes perspectivas com Aécio Neves, que foi lançado como alternativa pela imprensa quando governava Minas Gerais e costuma ganhar espaços generosos na mídia toda vez que se manifesta em público.
Os votos de Marina 
Os baixos índices de voto atribuídos ao presidente do STF também reforçam a percepção de que, embora ungido herói da moralidade e paladino da Justiça, Joaquim Barbosa não é visto como possuidor dos atributos adequados para dar continuidade às políticas que fazem de Lula e Dilma campeões de aprovação e popularidade.
Não é que a sociedade brasileira não concorde com o combate à corrupção: o que aparece claramente na pesquisa é que a população não concorda com a versão escandalosa que lhe apresenta a imprensa.
Uma clara demonstração dessa possibilidade é o fato de que, entre os candidatos que podem ser vistos como alternativa ao modelo de governo do PT, apenas a ex-ministra Marina Silva, ex-petista, aparece com chances de vitória. Se Joaquim Barbosa, pela ordem, e Aécio Neves, que são presenteados com grandes porcentagens de referências positivas pela imprensa – com imenso destaque para o presidente do Supremo – não sensibilizam o eleitor, o que explicaria o aparecimento da senadora acriana, que não conta com visibilidade sequer aproximada, como a maior preferência do eleitor depois de Dilma e Lula?
Claramente, a imagem de Marina Silva corresponde à da personagem política da mudança. Marina representa a ética, não a moralidade apresentada pelos jornais. Mulher, pobre, parda, vinda de uma região remota, para os padrões da imprensa nacional, militante de direitos humanos e ambientais, ela não se enquadra em nenhuma das métricas de uma imprensa que privilegia a economia de mercado, contempla exclusivamente o sudeste industrializado e mal consegue dissimular certos preconceitos sociais.
Em resumo: a pesquisa Datafolha revela que a imprensa não faz a menor diferença na hora da escolha do eleitor.
Notícia do globo: Lula foi visto em Marte

A grande imprensa brasileira vive seus dias de apocalipse maia.
Com um calendário de notícias defasadas, talvez esteja realmente próximo do fim, assim como o mítico gorila assustado causando problemas pelas ruas de Nova York antes do desfecho inevitável.
A pesquisa do Data Folha, do jornal Folha de SP, Folha ou Falha ?, deve ter enlouquecido, ainda mais, os feiticeiros das redações.
A grande imprensa pode ser comparda a um vendedor de jornais de rua, em um local onde a pessoa mais próxima está a mil quilômetros. Ou ainda a um fanático pregador religioso, que durante vinte anos prega sua doutrina no mesmo lugar sem que ninguém preste atenção nele.
A grande imprensa não sabe, ou não quer saber, ou não pode saber, que os anos da década de 1950 e Lacerda hoje são imediatamente diluídos nas tecnologias de informação e comunicação.
Até mesmo comunicadores de emissoras de rádio, como Antonio Carlos da rádio globo, que tanto sucesso fez com domésticas, donas de casa,  porteiros de edifício,trocadores de ônibus, oficinas mecânicas, vendedores ambulantes, balconistas de lanchonetes, etc... hoje vê seu público migrar para computadores e outros aparelhos. No programa do brioso comunicador, que já foi enredo de escola de samba já que ele pagou prá isso, mesmo que diga o contrário, as dicas de possibilidades astrais se resumem as  informações, nem sempre precisas e muito menos exatas, da folclórica Zora Yonara. Seu público sabe que na internet existem milhares de Zoras e  que ele pode escolher a previsão que mais lhe interessar. Assim como receitas de quitutes, quase sempre vulgares, insalubres e nada saudáveis, podem ser encontrados em grande quantidade na rede. Até mesmo para os fiés ortodoxos da classe de porteiros de edifícios, bíblias digitais já estão disponíveis.
Isso é fato. Alie-se a esta realidade o fato de que a grande imprensa mente, omite, distorce e manipula as informações. O resultado não poderia ser outro. Uma queda ampla, gradual e irreversível na audiência e na credibilidade dos grande veículos de mídia, apesar dos esforços, sempre aplaudidos, de Fátimas Bernardes e outros profissionais de mídia em manter as aparências.
Durante os últimos vintes anos a grande imprensa realizou uma proeza fantástica, que certamente , hoje, cobra-lhe um preço alto por conta de suas travessuras e estripulias midiáticas informativas.
Durante os anos de governo dos tucanos, precisamente de 1995 a 2002, essa imprensa blindou o governo federal de qualquer notícia ruim ou comprometora para o governo. Ao mesmo tempo, passava para a população a idéia de que o país seguia firme, próspero e seguro no rumo do crescimento e do desenvolvimento. Não era verdade. Durante esse período o país quebrou três vezes, assim como Pedro que negou Cristo por três vezes, e os fatos foram minimizados enquanto informação para a população. Também durante esse período, o governo federal adoçou inúmeros parlamentares para que a emenda de releição presidencial fosse aprovada, como foi, e favorecesse o então presedidente em suas releição.
E quem não se lembra, ainda no governo dos tucanos da famosa frase do presdidente FHC:
" é preciso ser complacente com a corrupção  caso contrário não dá para governar" .
Durante esses anos a imprensa também quebrou, e foi com ajuda de dinheiro destinado a programas sociais, que a imprensa conseguiu financiamento para se equilibrar. Deve até hoje, e não se sabe se pagará.
Com a chegada dos governos populares e democráticos do PT, a partir de 2003 e até os dias atuais, a situação se inverteu completamente, tanto na realidade vivida pelo povo, quanto nas informações disponibilizadas pela grande imprensa.
Declaradamente de oposição e até mesmo hostil, violenta e agressiva, com os governos do PT a imprensa passou a omitir , sistematicamente, os avanços e ganhos do país e também empreendeu uma campanha obsessiva para destruir, ou destituir todo e qualquer governante do PT. O processo encontra-se , hoje, na fase de denúncias de corrupção, isso já depois de a imprensa e a oposição terem sofridos várias derrotas em eleições.
Martelando diarimente notícias, opiniões e suposições que visem enfraquecer o governo e ao mesmo tempo omitindo a real situação do país e do povo, a imprensa acreditou que poderria mudar o jogo. Errou.
Nas pesquisas de opinião pós-obsessão moralista e ética proferida diariamente pela imprensa, o resultado foi o crescimento da popularidade da presidenta Dilma e os mesmos índices de popularidade e aceitação do ex-presidente Lula. Ou seja a realidade apresentada pela imprensa não é a a realidade que o povo vivencia diariamente.
Com um discurso retrógrado, falso moralista  em que pede a ética , a imprensa se comporta como aquilo que ela acusa levianamente.
O povo brasileiro, sábio em suas escolhas, rejeitou o discurso midiático. Aliás , o brasileiro nunca foi tão ético como agora, e supostos caso de corrupção não são importantes para consolidar suas escolhas.  O que ele também deixa claro, é que não tolera nem aceita são salafrários e  ladrões da grande imprensa falando em moral e ética, e ainda para governantes que trabalham em benefício do povo.
A credibilidade não é uma imposição, ou menos ainda hipócritas expressões  de insatisfação.
O Brasil hoje  é a imagem do PT, que com o povo  rima em tudo a ver. A grande imprensa é a imagem do Lacerda, que rima perfeitamente com merda.

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