quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O Jornalismo Que Agoniza

  O Jornalismo Que Agoniza

 

Folha coíbe cópia indevida de seu conteúdo exclusivo


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DE BRASÍLIA



O título acima é de uma matéria  da Folha de SP, também conhecida como Falha de SP, publicado , hoje, 19.12.12 em seu sítio na internete.  
O conteúdo trata da proibição de qualquer sítio, blogue, portais e outros  de reproduzirem os conteúdos do jornal   paulistano . 
Na internete, o que se vê, é o caminho inverso adotado pelo jornal, que em um passado não muito distante, colaborou com a ditadura militar no Brasil. Alega o jornal que a reprodução integral de suas matérias pode acarretar perda de receita.  Indica , ainda, que aqueles que queiram reproduzir seus textos, o façam , apenas em alguns poucos parágrafos e em seguida disponibilizem um link para a matéria do jornal.  Acredito que estou dentro das normas da Falha, ops!!! Folha de SP.  Reproduzi, apenas o título da matéria e, em meu brioso blogue, caminho pelo conteúdo, que li gratuitamente disponibilizado pelo jornal,  de acordo com a realidade da rede.  
Revendo meus arquivos, lembro-me da ficha falsa sobre a então candidata a presidência, e hoje Presidenta Dilma, que foi estampada na primeira página do jornal paulistano   por ocasião da campanha para presidente da república. Além da famosa ficha, também uma fotografia da Presidenta depondo diante de um tribunal militar, onde os membros escondiam os rostos. 
É exclusividade da Folha de SP a foto da ex-presidenta em depoimento ? 
O que se percebe, nos dias atuais,  é o crescimento do número de sites informativos, blogues e outros espaços, que comentam, diariamente, e com  análises e criticas interessantes, o comportamento da grande imprensa, onde Folha de SP  se situa, no tocante aos assuntos de interesse para a correta compreensão da realidade nacional e internacional em um mundo em profunda transformação. 
Diante dessa nova realidade de se produzir conteúdos, a grande imprensa vem perdendo o monopólio da verdade, que aliás , nunca teve. São inúmeras  as matéria em sites e blogues da rede confrontando notícias veiculadas por jornais de tv, impressos e radiofônicos, apresentando, principalmente, novas versões e até mesmo a verdade sobre tais fatos. Por outro lado, e sempre existem vários lados da notícia, notícias relevantes, interessantes e precisas, quando veiculadas pela grande imprensa, e reproduzidas em grande número pelos sítios da internte, valorizam o veículo de mídia consolidando um de seus principais, talvez o principal, pilares  que é a credibilidade. Reproduzir uma matéria precisa e exata, em sua totalidade, informando a origem da matéria, é ponto positivo para o emissor original. 
Entretanto a realidade desejada fica muito distante da realidade do dia-a dia. A grande imprensa, como já declarado pela então presidente da Associação Nacional de Jornais - ANJ- Judith Brito,  na época funcionária da Folha de SP, deve assumir seu papel de partido político de oposição ao governo federal, uma vez que os partidos políticos, de direito, existentes , não teriam peso político para competir com o governo. Assim sendo, entrava em cena, assumidamente,  a grande imprensa como partido político de oposição, não de direito, mas de fato. 
De direito e de fato variam de acordo com as conveniências, os exemplos estão aí, hoje, apesar da grande imprensa não esclarecê-los corretamente para o público. 
Seria esse o verdadeiro receio da Folha de SP, ver suas matérias contestadas, corretamente descontruídas e a verdade sobre o fato analisado restabelecida ?  Em um ambiente onde o compartilhamento é uma regra que facilita a divulgação de conteúdos e incensa aqueles com credibilidade, parece que Folha de SP  não percebeu, ou não quer perceber,  que a divulgação de suas matérias  pode ser algo positivo para o jornal e seus negócios.  
O momento na realidade midiática  e de produção de conteúdos é de transformação, isso é fato. Assim como também é fato que a grande imprensa no Brasil não se sente a vontade com as tranformações e vê, seu suposto poder de influenciar a opinião pública se diluir no espaço da internete. 
Mais uma vez, fica claro a necessidade de um novo marco regulatório para as comunicações no Brasil .
 Enquanto produtor de conteúdos, mesmo que opinativos e com base em matérias extraídas muitas vezes de veículos da grande imprensa, autorizo a reprodução , desde que creditada a fonte.  
Um SIM para a liberdade expressão , por todos os meios, na produção de conteúdos sobre quaisquer temas. 
Um  NÃO para a suposta liberdade de expressão que apenas visa garantir direitos, em nome de um jornalismo da cor destas letras, que  não aprendeu , ainda, a conviver com críticas. 

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