segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O Som das Tintas


O Som das Tintas




 Não dá para aguentar. Até na água o menino vai tropeçar. É muita confusão, sem direção, e contradição. Até parece novela de televisão. Vai escrever, tem gente que não vai ler, acha tolice, coisa de insano .Melhor é não criar confusão. Já estamos no final do ano e bom mesmo é assistir ao programa do luciano. Eita rima sem pé nem cabeça, não sei se pelo final do ano ou o insano  luciano. Diga  pro menino prá não escrever, podem não gostar, e com isso vão tentar execrar, pois a realidade que ele trata no que escreve toda a sociedade vai tocar. Bom é novela, de bons costumes, ético que há décadas já faz a televisão idiota do futuro. Profético. Palavrão e erotismo no texto nem pensar, é ciosa do diabo. Mulher nua na tv, aí sim, principalmente se estiver mostrando o rabo. Contradição, incongruência, confusão política, talvez seja coisa de herança, genética, cultural, financeira que acaba confundindo a cabeça das pessoas , na novela , que produz realidades concretas, novos filósofos, emergentes pensadores acéfalos prontos para construir falsos conceitos sobre conceitos verdadeiros. A realidade é um detalhe, assim com o gol , a ficção e a desconstrução devem trabalhar para confundir, idiotizar, alimentar a falsa ideia  de perda de uma hegemonia cultural  que, de fato explode nas periferias em crescimento da verdadeira cultura, específica, e por assim ser, universal. Já deu, ninguém aguenta mais. O personagem da ficção tenta se impor sobre a realidade. O clone Henry agoniza enquanto a realidade se impõe, sem tolices, sem falsos críticos, sem falsas análises, nas avenidas do Brasil verdadeiro, real, mestiço, rico. Cheia de charme nossa cultura, que não é pura, que mesmo com a colonização idiota infantil, resiste, permanece, cresce, dura. Diga pro menino prá ele parar de escrever, pois o pessoal da tv vai tudo ler e distorcer, e ainda dizer que ele nada sabe escrever, muito menos ler, pois literatura é prá letrado que sabe fazer, tem o que dizer e , com esse dom , propiciar transformações na sociedade que possam de fato florescer. Sem cultura , sem conhecimento ninguém escreve e ao tentar fazê-lo vai expor suas idéias, nas tintas corridas, nas sonoridades verbais, de forma consciente , talvez pelo inconsciente, para que conscientes distorções possam ser conduzidas por plantonistas escalados para tal, que por sua vez , conscientes daquilo que devem fazer, e limitados pelo espectro ideológico doutrinário, revelam o inconsciente de suas ações , posições, desejos e realidades.  Diga  pro menino parar de escrever. A realidade que ele desenha nos textos, com seus quadros escritos,  sua sonoridade esculpida,  suas formas cênicas, não corresponde ao realismo charmoso  do Brasil em passarela, que a tv apresenta diariamente, na tela, pelo entretenimento ou jornalismo, em uma permanente e edificada aquarela. Seus quadros, textos, esculturas, afrontam a realidade idealizada, desejável, madura   que em nenhum lugar , momento ou tempo se fez presente, real . Diga pro menino que  a vida não é fantasia, não é mandar beijinho para as câmeras de tv,  que o passado não volta, que o futuro ainda não chegou, que o melhor é o presente, aqui ,sempre, agora, como a última  letra Z da última palavra digitada. É bom prá ele, em uma avaliação sobre o que é bom ou não e que não é feita por ele, que ele pare de escrever sobre coisas reais vividas ou não por ele. A vida dos moços da tv, da cultura que o menino não conhece, não  comporta citações sobre a realidade. A realidade não é para ser debatida, pois fere os princípios básicos da sociedade do espetáculo, cheia de charme, glamourosa, brilhante, culta, madura  que diariamente pode ser vista nas passarelas do Brasil da tv, em cores vivas, em sonoridades densas, repleta de oportunidades para o povo  feliz.

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