terça-feira, 21 de agosto de 2012

O Caminho é o Ecosocialismo

O Caminho é o Ecosocialismo





Com o capitalismo vivendo sua crise mais grave, a grande mídia procura reforçar suas teses de uma sociedade pragmática, sem ideologias, onde o sucesso individual deve ser  a única motivação de vida para as pessoas. Tem sido assim nos últimos quatro anos, desde  que a crise  surgiu, visivelmente, no ano de 2008. Para tanto essa mídia de propaganda procura ressaltar as desvantagens das ideologias, chamada por ela de sonhos,  sem mencionar ou aprofundar um debate sobre a barbárie que se instalou no mundo com a supremacia do capitalismo , principalmente a partir da década de 1990. A nova crise agrega novos elementos , como a  crise ambiental que acaba colocando em xeque  os meios de extração, produção, distribuição e consumo, em um sistema onde  prevalece uma economia virtual predatória  que em nada contribui para um equilíbrio e ainda agrava os problemas socioambientais. "Coincidentemente" esse discurso aparece no momento em que se inicia a propaganda eleitoral gratuita , no rádio e tv, por conta das eleições municipais de outubro, eleições essas que a grande mídia aposta metade do que sobrou de  suas fichas, a outra metade que sobrou foi para o chamado mensalão, na tentativa  de conseguir plantar a oposição em prefeituras chaves para o processo eleitoral de 2014.  São Paulo, assim sendo, se tornou o carro chefe, o último trem, o último centavo, os segundos de acréscimos de uma partida de futebol, o último mexilhão da porção à vinagrete em uma mesa de quatro pessoas, a última chance de estupro em reality show da globo, a luz amarela que aparece no sinal de trânsito, a visita da saúde para quem está no leito da morte , tudo para tentar manter um ideário que agoniza no mundo,  que tem sido ao longo de dez anos repaginado no Brasil e que em alguns países da América do Sul encontra-se em avançado processo de superação.  Com uma retórica colegial e infantilizante, essa mídia vai buscar nas transformações sociais dos anos da década de 1960, a matéria prima para sustentar suas frágeis teses. Isso me remete a um momento na França de Sarkosy, em um passado bem próximo logo após sua eleição, que ao debelar uma profunda crise nos arredores de Paris, afirmou que 1968 tinha se encerrado. Uma realidade poderosa assola a direita mundial. Por aqui não é diferente, a grande imprensa insiste em comparações infantis, de épocas diferentes, com novas ideologias. A artimanha visa despolitizar a política, tenta mostrar que o exercício da política deve privilegiar os técnicos, o administrador competente, que a política é um erro a ser superado e que ideologias são sonhos irreais. Nesse folhetim de segunda os alvos são os partidos de esquerda, principalmente o PT e o Lulupetismo, expressão que pode ser compreendida com a adequação feita pelo PT-governo no caminho de uma sociedade menos injusta, menos desequilibrada, menos idiota. Ao se apropriar do passado, a grande imprensa tenta reescrever a história, em contextos incompatíveis, ignorando as ameaças que pairam sobre o planeta. Foi nos anos da década de 1960 que surgiu o movimento ambientalista com todo o arcabouço de estudos  que apontavam para graves problemas que atualmente se manifestam com mais e mais intensidade.  Ancorado por uma nova visão da ciência que contempla a interdisciplinaridade  nas abordagens científicas,  o equilíbrio socioambiental somente será possível através da cooperação justa e mútua em concordância com preceitos científicos e a ascenção de um novo socialismo torna-se uma realidade, não apenas lastreado pelo conhecimento científico, mas como o caminho justo para a maior de todas as utopias, o equilíbrio. Interessante , que neste aspecto, a grande imprensa mundial e a direita ignoram o conhecimento científico e a técnica, fazendo uso desses apenas quando de seu interesse, como para demonizar a política e políticos. Mesclando rock 'roll, sexo e drogas, temas que a grande mídia alimenta na sociedade e também deles se alimenta, os artistas de rock são figurinhas carimbadas com presença na grande mídia, uma vez que já foram cooptados e são úteis para formar novas gerações de rebeldes enquadrados na lógica do pensamento consumista. O mesmo não acontece com com outras expressões genuínas de nossa cultura, como o samba , por exemplo, onde a maioria da mídia dominante ainda alimenta forte preconceito e rejeição, principalmente para os artistas que não se curvam ao figurino bovino dominante.  Assim sendo, teremos a campanha do candidato Serra ao melhor estilo Jimy Hendrix, fumando um baseado e fazendo o gesto paz e amor, sendo apoiado por outro não menos cooptado como o companheiro Gabeira, do verde neoliberal, com direito a passeata de artistas da tv globo gritando pela paz, tudo isso ao som de Rolling Stones e Titãs. Podes crer ! Do outro lado temos o candidato do PT a prefeitura de SP, um jovem, incentivador do multiculturalismo, defensor das liberdades de expressão e religiosa e comprometido com uma ideologia que tem sido bem sucedida no país, mesmo que repaginada. Esperamos que não só Hadad, mas todos os candidatos de partidos progressistas  tragam um debate com propostas sintonizadas com a ideologia de seus partidos, visando , com seus futuros governos, transformar a realidade de nossas cidades tendo em vista os grandes desafios e mudanças estruturais que se fazem presentes, apontando para a qualidade de vida, com profundas intervenções na mobilidade urbana, priorizando o saneamento, a educação e saúde pública de qualidade, construindo, dessa forma, no local onde de fato as pessoas vivem, o caminho sólido para o ecosocialismo.

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