segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Jogos de Propaganda

Jogos de Propaganda





Os jogos Olímpicos de Londres chegam ao fim.  A olimpíada no verão londrino, que teve volei de areia a noite, com chuva, vento e temperatura de treze graus, ventos fortes  que prejudicaram a competição feminina de salto com vara,  águas geladas que provocaram hipotermia em atleta da maratona aquática e proibição de manifestações contra a propaganda nos jogos é um espetáculo midiático. A cobertura exclusiva da tv Record, apesar de repetir idiotices consagradas pelas coberturas da tv globo, foi boa. O público brasileiro estava acostumado a assistir os grandes eventos esportivos pelo padrão globo, que transmite apenas competições com a presença de atletas brasileiros. A Record, independente da participação brasileira nas competições, trouxe imagens de todas as modalidades esportivas, valorizando o esporte. O que deixou a desejar foi exploração da imagem dos atletas brasileiros que conseguiram o lugar mais alto no pódio. Imagens de familiares, a cidade onde nasceram, a primeira namorada, o título de heróis, desfile em carro aberto e outras baboseiras  que reforçam a idéia de povo inferior, com baixa auto estima que necessita de heróis para se sentir valorizado. Pobre de um povo que necessita de heróis para se sentir valorizado. Mais pobre , ainda, do povo que não cultua e valoriza seus verdadeiros heróis. Os neo heróis são criados por conveniência midiática, eles dão audiência, vendem refrigerantes, alimentos vulgares, porém, são rapidamente esquecidos e trocados por novos "heróis". A cultura da celebridade não permite a permanência de "heróis" por muito tempo, tudo deve ser descartado, em sintonia com a economia, para que novos apareçam nas telas. Na cultura do descarte até a vida não tem valor e, nas telas da tv brasileira a  maior audiência no esporte, depois do futebol, é uma luta onde os lutadores sangram, sofrem fraturas de membros e até morrem como consequência das lutas. Enquanto isso , o esporte como qualidade de vida, a atividade física como elemento de redução de gastos com doença, o coma menos e melhor não são valorizados nem incentivados pela mídia de grande alcance. A tv brasileira continua firme em seu papel de idiotizar, diminuir e colonizar o povo brasileiro. Em uma mídia onde a participação de capital estrangeiro não pode ser superior a 50% nas empresas de mídia, o que assistimos em tv's, rádios e jornais é um ataque sistemático, violento contra todos os elementos de nossa rica cultura, objetivando, dessa forma, esmagar a auto estima do povo.  Dúvidas persistem , até hoje, sobre os verdadeiros donos da tv globo, da participação majoritária de capital neonazista na Editora Abril, e sobre o controle majoritário de um grupo português sobre os veículos do grupo O Dia. Cabe lembrar, que os chamados jornais populares, tanto de globo como do Dia, durante os jogos olímpicos, massacraram o povo brasileiro com toda sorte de adjetivos e violências, distorcendo os fatos, desinformando, manipulando as notícias. Neste momento os especialistas do esporte da grande mídia, e são muitos e cômicos, deitam toda sorte de falação para que o Brasiiiiiiiiiiil, na visão oportunística midiática, possa faturar muitas medalhas nos próximos jogos. Vejo com dúvida a declaração do Ministro de Esporte que o país deve investir nos esportes individuais, como o boxe, para obter um grande número de medalhas.  Uma visão apenas de propaganda. Pior ainda é o cálculo oportunístico da mídia sobre medalhas per capta , um verdadeiro quantitativo da idiotice informativa, uma visão reduzida do esporte, o capitalismo das medalhas. Terminado os jogos,  vamos para 2016 aqui no Rio. Na cidade maravilha mutante, o Cristo Redentor receberá todos de braços abertos, distribuindo coca-cola e big mac.

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