quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Golpe em Sampa

Golpe em Sampa



Repercute nos sites e blogues "sujos" a notícia sobre a decisão que a tv globo , de São Paulo, tomou para dar visibilidade aos candidatos a prefeitura da cidade de São Paulo. Na mídia conservadora o assunto não existe. Segundo a tv globo os candidatos a prefeito terão um espaço na emissora, em programas jornalísticos, proporcional aos índices de intenção de voto apontados por institutos de pesquisa de opinião. Uma decisão absurda. Em se tratando de eleições seria interessante, independente da cidade, que a população pudesse conhecer todos os candidatos e suas propostas em igualdades de condições, tempo e visibilidade, isso no tocante a cobertura das emissoras de tv. Ao escolher os índices de intenção de voto fornecidos por institutos de pesquisa, a tv globo entra na disputa, prejudica os candidatos pouco conhecidos e a renovação do quadro político, uma vez que segue tendências que em muitas ocasiões não se confirmaram. Em se tratando de um primeiro turno os institutos de pesquisa tem errado com frequência em suas avaliações ainda mais quando a propaganda na tv não tem início. A história da tv globo é repĺeta de golpes e tentativas de distorcer os fatos e influenciar o eleitor nas suas de decisões. Vale a lembrança de um fato emblemático. Nas eleições para presidente em 1989, quando existiam quase 20 candidatos na disputa no primeiro turno, a tv globo aprontou. Com Collor, candidato dos Marinhos, em primeiro lugar nas pesquisas e praticamente garantido no segundo turno a briga ficou restrita ao segundo lugar, onde Lula e Brizola estavam tecnicamente empatados com algo em torno de 16% das intenções de voto. E aí entra a tv globo. O candidato do Patido Comunista Brasileiro-PCB- Roberto Freire, tinha algo em torno de 1% das intenções de voto e  passou a receber da tv globo uma exposição , com direito a rasgados elogios, bem maior que a dada a Brizola e Lula. O objetivo era fazer com que o eleitor se inclinasse para Freire e com isso retirasse votos de Brizola e Lula, abrindo, assim, espaço para que um candidato de direita corresse por fora e pudesse chegar ao segundo turno junto com Collor. A bajulação a Freire foi tão escancarada que mereceu um artigo no Jornal do Brasil com o seguinte título: " Roberto Marinho, O Comunista " .Naquela  ocasião a tv globo fez o caminho oposto ao que se propõe a fazer agora. Os índices fornecidos pelos institutos de pesquisa de opinião tem sido bem sucedidos quando a eleição vai para o segundo turno, quando os dois candidatos na disputa já passaram pelo crivo do eleitor. Mesmo assim alguns institutos ainda erram. O primeiro turno é sempre sujeito a grandes oscilações na escolha do eleitorado pois inúmeras variáveis estão envolvidas no processo. A escolha da tv globo de São Paulo tem o objetivo de privilegiar o candidato do PSDB, aliado da mídia conservadora que atualmente desponta com vantagem  sobre os demais. Vale lembrar que o mesmo candidato é também o que tem  um índice de rejeição maior de todos. Maior , inclusive , que seu índice de aceitação. A tv globo tinha outras opções para balizar a escolha do tempo de exposição dos candidatos. Se fosse uma emissora democrática que cumprisse com o interesse público disponibilizaria o mesmo tempo de exposição para todos os candidatos, independente de partido político, ideologia ou poder econômico. Uma utopia em se tratando da tv dos Marinhos. Poderia , ainda, já que deseja estar ancorada em critérios, seguir a legislação eleitoral nos aspectos que dizem respeito ao tempo que cada candidato terá na propaganda gratuita de tv, dando, a esses candidatos, o tempo de exposição proporcional. Caso o fizesse estaria seguindo a legislação, independente se as leis são ou não justas e adequadas, o que estaria em coerência com uma emissora que cobra de todos, diariamente, o cumprimento das leis e da ordem. Acabou escolhendo a pior opção, pois é anti-democrática, não está balizada por nenhuma legislação, fere o interesse público, prejudica os candidatos e o processo eleitoral A televisão deve servir ao interesse público e não aos interesses políticos, doutrinários e mercantis das empresas que operam as concessões. A propósito, por onde anda o ministro Bernardo ?

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