quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Agosto

Agosto



Ao gosto da sedenta mídia golpista entramos em agosto. Mês do esperado julgamento do chamado mensalão, uma armação em rota de colisão com a verdadeira informação sobre os reais senhores da corrupção. Ao gosto da mídia todos os réus são culpados e devem ser condenados no agosto em que o país verá o maior espetáculo de pressão midiática sobre um poder da república. Ao gosto da mídia nenhum resultado poderá ser diferente da condenação de todos  os acusados. Caso sejam absolvidos o desgosto será irreparável e as consequências para os poderes republicanos podem ser inimagináveis, o país nunca mais será o mesmo, tudo, claro, a contragosto da mídia, porém necessário para sanear o amargo gosto de uma suposta impunidade. O teatro midíatico se agita. Saudações típicas do meio podem ser ouvidas entre os atores do midiático poder teatral. Merda!, Merda! Congratulam-se no agosto, que costuma ser o mês do desgosto, desejando sucesso para entrada em cena para mais um grande espetáculo. Generosos e longos minutos são disponibilizados no noticiário da televisão de agosto, uma nova televisão, os paladinos da ética e da justiça perfilados ao gosto do telespectador para relatar aquilo que já decidiram em comum acordo, no posto da lei, suposto poder de fiscalização da sociedade. Para tanto incluem nas múltiplas e sucessivas imagens do grande julgamento pessoas que não estão em julgamento, como Lula e Dilma. Um mau gosto, ou manipulação, ou politização, ou pressão. Assim apareceram na Globo, Band, SBT e até na evangélica Record que não tem lá muito gosto pelo carnaval pois considera a cultura do samba coisa do diabo e de mau gosto. A verdade, porém, está oculta em uma dinâmica subjacente ao midiático teatro da mídia, emergindo das sujas luzes de blogues e sites sujos, apontando para os reais criminosos, que para desgosto da mídia encontram-se em togas, redações de jornais  e nas bancadas dos paladinos da moral e da justiça. Vários julgamentos acontecem, reais, imaginários, legais, autênticos. Em agosto, isto posto, resta-nos participar ativamente, de bom gosto, para por fim ao desgosto de séculos de dominação mentirosa, criminosa, opressora que ainda ecoa dos casarões, de direito sem posto, mas de fato agindo ao oposto do bem estar da sociedade .

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