terça-feira, 24 de julho de 2012

O Fim do Mundo na Imprensa

O Fim do Mundo na Imprensa






A grande imprensa, de tanto mentir, não sabe mais o que é verdade ou mentira daquilo que produz. Com a água subindo cada vez mais e já entrando pela janela, a mídia brasileira insiste que a água não existe.  A análise de todos os assuntos em destaque no noticiário recebe um filtro ideológico na tentativa de impedir o esclarecimento da realidade. Na semana que passou, mais uma vez uma pessoa, nos EUA, entrou em um estabelecimento repleto de pessoas e saiu atirando, matando uma dúzia e ferindo outras tantas. O fato se repete com freqüência não sendo, assim como deseja a imprensa, um ponto fora da curva, um ato de um desequilibrado. Na análise da rádio cbn, e também nas emissoras de tv no horário para as donas de casa, psicólogos traçavam o perfil do atirador como um louco, psicopata, cabendo a ele, e somente a ele, a responsabilidade pelas mortes, excluindo qualquer comentário  sobre um comportamento que se repete e que ganha contornos de uma patologia social. A título de exemplo, meu caro leitor, imagine a fabricação de uma peça qualquer, com dimensão de 100cm, e tolerância de + ou - 1 cm. Isso significa que uma peça com 101 cm ou 99 cm é aceita para o uso. Para confirmar que a produção seriada esteja dentro dos limites de tolerância,  peças são retiradas e medidas segundo um intervalo bem definido. Ao medir as peças o operador verifica os seguintes dados; 100,3 cm, 100,6 cm, 100,7cm, 100,9 cm. Uma tendência que em pouco tempo  o processo produzirá peças fora dos limites de tolerância. É o momento de parar e fazer ajustes na máquina. Assim é o que acontece com os atiradores que se multiplicam para matar pessoas. Há algo de errado no processo, não foi apenas uma peça que acusou 102cm, mas uma tendência do processo sair do controle. Isso significa que o atirador é louco, inserido em uma sociedade, o processo, desajustada, fora de controle. Esse aspecto não é analisado pela grande imprensa. Em uma sociedade onde o culto a violência é uma constante, onde a maioria da população compra com facilidade arma de fogo, onde aviões não tripulados são usados pelo estado para matar pessoas indefesas e inocentes, onde a indústria cultural tem na violência sua maior fonte de renda, algo não vai bem. Ao omitir a realidade e análise dos fatos a grande imprensa tenta preservar sua ideologia, seus valores e suas estratégias de controle  sobre a população. E assim se repete em todos os demais assuntos em destaque . O desemprego que assola a Europa e os EUA é abordado pela imprensa como normal, fruto de ajustes necessários para o bom andamento da economia, que com certeza produzirá a felicidade desejada a todos.  Os sérios e graves problemas ambientais, confirmados pela comunidade científica, são apontados pela grande imprensa como exageros de apologistas do fim dos tempos, interessados em subverter a saudável ordem capitalista para reintroduzir o comunismo. Ainda em se tratando das questões ambientais. a grande imprensa acusa os ecologistas de propagar a idéia de fim do mundo. É estranho, pois o que se discute no meio acadêmico é exatamente o oposto, a preservação do planeta de maneira a evitar o processo destrutivo em curso. E aí entra mais um cinismo descarado da imprensa. O assunto fim do mundo está, constantemente ,em todos os veículos de mídia e também na indústria cultural.  É um assunto que vende , pois mexe com o imaginário coletivo em temas sensíveis às pessoas como a morte. Saber que a morte será para todos de uma só vez, de forma inexorável, é algo bem aceito e de interesse do homem,egoísta por natureza, que tem dificuldades de aceitar o fim da existência. A grande imprensa, cínicamente, sabe disso e explora o tema para auferir lucros, porém, atribuindo aos ambientalistas a propagação do medo. O clímax da mentira, porém, foi na manipulação das condições do clima na cidade do Rio de Janeiro. A tv globo, apresentou para seus incautos telespectadores o tempo na cidade com uma umidade relativa do ar em 27%, alertando, com ares de pânico, para o consumo urgente de água. Seria uma informação útil, se fosse verdadeira. Naquele momento a umidade relativa do ar na cidade estava em 88%, bem diferente da  perigossíssima secura  da globo. O motivo é simples, atender , em primeiro lugar, os interesses de seus principais patrocinadores, no caso transnacionais envasadores de água mineral, que neste período do ano, tem queda acentuada nas vendas de seus produtos por conta de temperaturas mais baixas. O tempo, ora, o tempo é apenas um meio, um detalhe. Na próxima semana entra em cena o julgamento da armação chamada mensalão. Armação que teve a participação da grande imprensa no objetivo de derrubar o então presidente Lula. Como de costume, os comentários na imprensa, sobre o mensalão, excluem a formação da quadrilha midiática, os reais bandidos e, apontam para a condenação sumária de Lula e seu partido. Além de criminosos, a imprensa também é cômica.

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