terça-feira, 8 de maio de 2012

Rio de Janeiro - 8 Terra Brasileira

Rio de Janeiro - 8      Terra Brasileira


  foi no Simpatia que eu te conheci
 e desde esse dia nunca tiva paz
 esperei um ano para ver meu país
 de amarelo e lilás
 quem dera fosse uma novela o ano que passou
 mas vai ser pior, vai ficar muito pior
 quem dera eu tivesse um avião particular
 para me refugiar em Seychelles ou em Maceió
  e de lá só voltar no carnaval,
  para desfilar no Simpatia é Quase Amor
 prá te amar e festejar e esquecer toda nossa dor.

 Os versos são parte da letra do samba de enredo de um dos mais  tradicionais blocos de carnaval do Rio de janeiro. O ano foi 1990. Golpeado pelos inúmeros acontecimentos da cena política, nacional e internacional, o Simpatia cantou sua dor. Reduto de uma  ilha intelectual de uma  Ipanema na época já conservadora, o samba falava da frustração pela derrota nas eleições presidenciais de 1989. Também, em 1989, em plena campanha eleitoral, assistimos a queda dos regimes socialistas. Sem medo de ser feliz se transformava em uma alegria dolorosa no desfile daquele ano. A manipulação escandalosa do último debate entre os candidatos a presidência, elaborada cuidadosamente pela tv globo para favorecer o candidato dos Marinhos, ainda era um assunto que reinava nas ruas , areias, baterias e botecos. Um misto de perplexidade e revolta tomava conta de todos, mas uma certeza de que o pior ainda estaria por vir, era algo assustador. E de fato o pior aconteceu. Como de costume, a sociedade sempre turvada pela discurso midiático, festejava o seu próprio fracasso, acreditando em dias fantásticos. Nós, naquele momento, éramos os dinossuros, a esquerda delirante, os pessimistas, os ultrapassados. Os anos de 1990 e 1991 foram de profundas costuras, ajustes, acúmulos de forças. Mas com o passar dos anos , mais uma vez não estávamos errados, ou melhor acertamos. A década de 1990, com todo o repertório do delírio neoliberal, esfacelou o estado brasileiro, reduziu as conquistas trabalhistas, nublou a esperança, trouxe o retrocesso. Não foi apenas o bloco de Ipanema que retratou pela arte o que acontecia. Nas telas de cinema, o longa, Terra Estrangeira, retratou o sofrimento de famílias com as políticas do início daquela década. Ainda nas telas, o curta, Átimo, também falava da esperança e tristeza daqueles anos. Vale ressaltar que a grande imprensa brasileira sempre esteve ao lado dos governantes com suas políticas nocivas ao povo. Ocultando, manipulando, mentindo, editando, e , pasmem, até pondo fim na História.  Vinte e dois anos daquele triste carnaval de 1990, ou 22 rosas depois , como citou um colunista de Carta Maior, o mundo vê uma realidade bem diferente. A derrota, nas urnas , do modelo econômico, na Europa, a realidade descolada da América Latina,  apontam outros caminhos. Enquanto isso, por aqui, a direita e a imprensa sofrem grandes derrotas, não apenas pelo sucesso dos governos de Lula e Dilma, mas por terem sido desmascaradas, em crimes de corrupção, formação de quadrilha, dentre outros, Ficou claro, até para os turvados, a necessidade de uma profunda reforma nas regras de comunicação do país de maneira que se possa ter uma imprensa confiável, plural , democrática e livre. Sim, as poucas famĺias que dominam os meios de comunicação do país, não querem a liberdade de vozes. Ainda temos denúncias bombásticas de crimes do período da ditadura militar, onde os personagens da imprensa também se fazem presentes como criminosos. A hora para passar a limpo e enterrar esse passado golpista e essa imprensa anacrônica é agora. Certamente, as vejas , folhas , globos e outras coisas nocivas a sociedade brasileira, no próximo ano, cantarão:
" quem dera fosse uma novela o ano que passou
  mas vai ser pior, vai ficar muito pior"



Nossa imprensa esportiva...

O fato aconteceu no final da década de 1960 ou início da década de 1970. Acredito que foi no final de 1960. Necessário confirmação.
O jogo era entre Bangu e vasco, mas também necessita confirmação.
O personagem o goleiro do Vasco, que também necessita confirmação. Acredito que seu nome era Valdir. Já os fatos são exatamente a realidade. O jogo corria morno e desinteressante  quando o goleiro do Vasco, resolveu repor uma bola em jogo.  Como de costume , os goleiros seguram a bola com uma das mãos e arremessam para um companheiro de equipe. Foi o que fez o goleiro Valdir. Acontece que quando ele já estava no procedimento de arremessar a bola , ele, Valdir, identifica um adversário próximo ao  atleta que receberia a bola. Valdir resolve abortar o arremesso. Entretantanto, como já estava adiantado, ele gira o braço , com a mão que segurava a bola, em direção ao seu próprio corpo fazendo com que a bola saia de sua mão e caia dentro de seu próprio gol. Uma tragédia. Uma cena patética. Nossa imprensa esportiva, de uma emissora de rádio, assim comentou:
narrador : O que é isso ? Ele jogou a bola prá dentro de seu próprio gol?
                   Eu, hein ! Tem coisa aí.
repórter  : Impressionante ! Nunca vi nada igual. Ele foi repor  a bola 
                em jogo, mas parece que não viu o adversário. Quando
                percebeu o adversário ele resolveu voltar. Se desequilibrou
                e acabou jogando a bola para trás, dentro de seu gol.
comentarista : Exatamente. Foi um desequilíbrio. Ele recebeu um 
                comando cerebral para executar uma tarefa . Organizou as
                ações e colocou em prática .Durante a execução das ações
                ele recebeu um outro comando cerebral para interromper ,
                   porém, como já estava adiantado no primeiro comando,                         se desequilibrou. Uma fatalidade.
narrador :Perfeito! Mas dava prá você fazer um resumo para os nossos
               ouvintes ?
comentarista : Imagina um carro. Você entra, liga a chave, dá a partida.
                Engata uma primeira e acelera com vontade. Aí você percebe
                que é obrigado a freiar. Mete o pé com força no freio. O carro
                derrapa para o lado. Foi o que aconteceu.
narrador : Agora sim ! Como o ouvinte entendeu, o goleiro do Vasco
                perdeu o freio.


entendeu ????   perdeu o freio ?????      

  
      

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