terça-feira, 29 de maio de 2012

Cafézinho a Três, Mentiras e Videotape

Cafézinho a três, Mentiras e Videotape



O estardalhaço que a grande imprensa brasileira, mundialmente conhecida como PIG, vem fazendo por conta do cafézinho a três no escritório de Nelson Jobim, ultrapassa, em muito, mas muito mesmo, os limites do ridículo. Vamos a sequência dos fatos :
1 - Lula vai se encontrar com Jobim;
2 - a reunião é no escritório de Jobim;
3-  a reunião acontece no início de abril;
4 - ao chegar no escritório, Lula , lá encontra conversando com Jobim o ministro Gilmar Mendes;
5- quase dois meses depois da reunião, a revista veja apresenta matéria denúncia, de capa, em que Gilmar acusa Lula;
6 - A matéria afirma que Lula fez insinuações para que Gilmar aliviasse no caso do julgamento do chamado mensalão;
7- mensalão, ao que parece pelo desdobramento das apurações da quadrilha cachoeira, foi uma armação da mesma quadrilha para derrubar o então presidente Lula;
8- A manada do PIG repercute, imediatamente, a matéria de veja;
9- veja aparece, nas gravações divulgadas,como parte da quadrilha de cachoeira;
10- Jobim, ao tomar conhecimento da denúncia de veja, afirma que não aconteceu nada do que a revista publicou;
11- veja afirma que o cafézinho foi na cozinha;
12 - Jobim afirma, que ninguém foi prá cozinha;
13- Jobim e Lula tem a mesma versão;
14 - a única versão diferente é de Gilmar Mendes
15-  mesmo assim o PIG não aceita.
16 - a imprensa ignora as versões de Lula e Jobim e continua defender a versão de Gilmar;
17- sabe-se, agora, que gravações da quadrilha cachoeira, incluem uma carona de jatinho, de Berlim para São Paulo, para Demóstenes e um certo Gilmar;
18- as gravações vazaram  ,para os envolvidos, dias antes da matéria de veja;
19- Gilmar, como ministro do STF, a Alta Corte, diante de uma suposta insinuação grave, não seguiu os caminhos condizentes com o cargo que ocupa;
20- Gilmar procurou a imprensa, e justo um veículo da imprensa envolvido na quadrilha, assim como um certo Gilmar em Berlim, segundo as gravações;
21- a imprensa, não desiste. Globo gasta tintas, em letras garrafais, para falar do cafézinho
22- a imprensa omite, distorce e manipula.
23- o desdobramento da matéria de veja deixa claro que são versões;
24- o time imprensa/Gilmar perde de 2x1 nas versões apresentadas;
25- a imprensa tenta transformar versões, em que ela imprensa perde, em fatos consumados;
25 - globo, veja, folha, band, estadão todos de braços dados, água abaixo, em uma tentativa desesperada de alterar os rumos das investigações,
26- o ridículo não tem limites.

O caso do mensalão, em que a imprensa se agarra como salvação, pode ser o seu próprio caixão . Os desdobramentos das apurações da quadrilha cachoeira, podem confirmar que todo o escândalo do mensalão foi obra da quadrilha, estando a mídia envolvida. O objetivo era derrubar o presidente Lula. Nessa onda de crimes, togas, tintas e supostos representantes da população, estão deseperados na tentativa de alterar os rumos das investigações. Factóides como esse de veja, flagrada em crimes e defendida por globo em editorial, tendem a surgir com maior intensidade. O tiro , na melhor das hipóteses vai para o próprio pé, quando não acerta a água. Vale lembrar que mesmo depois do mensalão, essa mesma imprensa golpista, não mediu esforços para inviabilizar a reeleição de Lula. Em 2006 surgiu uma armação com os chamados aloprados, nas vésperas do primeiro turno. A tv globo, cuidadosamente, empilhou uma quantia de dinheiro, para dar a impressão de uma montanha, para acusar os "aloprados" do PT em crimes de compra de um suposto dossiê. A armação foi ao ar no jornal nacional, em clima de pressão total para viabilizar o candidato da oposição ,Alckmim. Se isso não bastasse, a mesma emissora dos marinhos, omitiu o acidente com o avião da GOL, as vésperas da eleição. O acidente, na ocasião o maior da história da aviação brasileira, não foi ao ar no jornal nacional para não alterar o estado emocional dos eleitores, estado esse construído criteriosamente por globo e seus pares, para favorecer o candidato Alckmim. Uma notícia de impacto, como o acidente, naquele momento, seviria para desconcentrar a massa já manobrada para o pleito nos dias seguintes. E não ficou por aí. Em 2010 quem não se lembra, durante a campanha para presidente , das seguidas capas de veja onde um polvo corrupto tomara conta do palácio do panalto. Hoje, sabemos ao que veja se referia. E ainda a bolinha de papel que se transformou na maior comédia das eleições. O candidato Serra, foi atingido, nas ruas, por uma bolinha de papel. A tv globo transformou o episódio em um atentado a democracia, alegando que o candidato sofrera uma agressão ,motivada por um petardo atirado por militantes intransigentes do PT. Levou , inclusive, o candidato para uma clínica, onde uma tomografia computadorizada atestou que o mesmo não sofreu danos irreversíveis na cabeça. Se não bastasse, a tv globo escalou um perito em imagens, para avaliar e afrimar que a inofensiva bolinha de papel era de fato um objeto perigoso e de alto poder destrutivo. Tudo isso apresentado como jornalismo no jornal nacional da emissora. E, como de costume, repercutido  pelos demais veículos do PIG. Assim, o que se pode esperar de conjunto de empresas de comunicação envolvidas e flagradas em crimes ? Mentiras, carregadas pelo desespero de uma condenação. Não a condenação dos tribunais, mas a verdadeira, a do povo.



Nossa imprensa esportiva...

O ano de 1982. O brasiiiiil jogava na copa do mundo, disputada na Espanha, uma partida contra a seleção italiana. O brasiiiiiiiiil encantava com o futebol apresentado. A nossa alegre, empolgada e animada imprensa esportiva dava aquele titulo como certo. O adversário era a Itália, na fase de quartas de final. Uma Itália que chegou aos tropeços empatando os jogos, ou ganhando sem brilho. Já o Brasiiiiiiil,era a seleção dos sonhos. Bastava apenas um empate, no jogo contra a Itália, para que o Brasiiiiiiil avançasse na competição. O clima era de confiança e euforia total. Na tv que detinha os direitos de exclusividade para a transmissão dos jogos, um repórter, Ricardo Pereira, entrevistava o jogador Zico, na véspera do jogo, na piscina do hotel onde o Brasiiiiiiil estava concentrado. Repórter e jogador, ambos de sunga, dentro da piscina, com microfone e tudo, em total clima de oba-oba, já ganhou. Veio o jogo e o Brasiiiiil perdeu por 3x2. O dia cinco de julho de 1982 entrava para história como uma das maiores tragédias do país. Um dia de inverno, que no Rio de janeiro a temperatura chegava próximo dos quarenta graus, em um céu azul, limpo, e uma brisa confortante. Inconformados com o resultado, nossa alegre, empolgada e animada imprensa esportiva inventou uma tese que o jogo poderia ser anulado por conta de uma suposta irregularidade de um jogador da seleção italiana. Durante três dias, mais precisamente até a seleção italiana entrar em campo para a próxima partida, nossos briosos jornalistas discutiram, em mesas esportivas, debates e inúmeros programas esportivos as "reais" possibilidades de anulação da partida. Advogados especialistas no esporte, pessoas de notório saber deitaram falação ao extremo sobre o tema fictício, até  que a realidade falou mais alto, e a aceitação da derrota era inevitável, mesmo para os mais apaixonados. Durante três dias nossa alegre, empolgada e animada imprensa esportiva  surtou. Discutiu, com apoio dos patrocinadores, um tema que não tinha o menor fundamento e que fora motivado pela imensa frustração da derrota. Aquele 05/071982, aqui no Rio , pós-jogo  permitiu que cariocas mais atentos, pudessem vivenciar uma cidade sem vestígios do ruído urbano ( veículos sumiram das ruas , os aparelhos elétricos pareciam desligados, vozes altas não se ouviam, ruídos de obras despareceram e outros rúidos que compõem um barulho constante na cidade ). Nem mesmo um 25 de dezembro, domingo, com chuva, seria tão silencioso. Era possível ouvir os pássaros cantando. Paradoxalmente, um dia fantástico.

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