terça-feira, 17 de abril de 2012

Hades Voltou

Rio de Janeiro - 4    Hades Voltou


Em mais um dia típico de abril, sempre vermelho como ocorre nos últimos anos, fazia minha caminhada matinal pelas ruas do centro da cidade.  Enquanto caminhava, e tentava adivinhar se teria chuva pelo caminho, pensava nos acontecimentos do momento e imaginava uma correlação entre os fatos. De repente sou tomado por um cidadão, com os olhos arregalados e olhando pra mim de forma intensa, que segura meu braço e diz de maneira definitiva: " Jesus voltou, Jesus voltou. Tomado de surpresa pela abordagem, olhei ao meu redor para ver se Ele estava por alí, porém logo retomei a consciência e descartei o fanático. A presença deles é comum na cidade. Continuando no passo retomei minhas preocupações. O caso cachoeira , com o senador Demóstenes e a imprensa nada tem em comum com Jesus, porém é emblemático. Um senador da república que durante anos se apresenta como defensor da ética, aparece como um dos principais membros de uma quadrilha que estraçalha a ética .As máscaras no regime plutocrático. Um vendedor de chips para celular grita no meu ouvido. Agora inventaram a moda de usar auto-falantes para vender suas tralhas. Fica dfícil manter o pensamento alinhado. Logo em seguida penso na imprensa. O quarto setor , que normalmente se espera que fiscalize o bom uso e andamento da coisa pública, é, para surpresa de todos, não minha, claro, também membro da quadrilha de cachoeira. Como relatar seus próprios crimes para a população, me pergunto. De que maneira a sociedade pode tomar conhecimento da verdade se seus representantes na política e o setor que informa, são os criminosos ? Penso no fanático e concluo. Jesus está longe voltar. Chego ao escritório e passo para a leitura diária. Para minha surpresa, o Rei da Espanha, que é presidente de honra de uma ong em defesa dos animais, sofre um acidente e quebra a bacia, em um safari para caçar elefantes. Defesa dos animais ? Logo os elefantes que estão em extinção. Em segundos sou tomado de perplexidade e me pergunto se o fanático de Jesus não seria o normal. Sigo na leitura e vejo o ex-primeiro ministro da Itália envolvido em escândalos sexuais, com máscaras de Ronaldinho nos rostos das meninas de seu harém. As máscaras da plutocracia sempre presentes, penso. O que teriam em comum Cachoeira, Demóstenes, a imprensa brasileira, O Rei da Espanha , o ex -premier da Itália, pergunto. As trevas, talvez, o  oposto da luz. Luz que o fanático tanto deseja. Seguindo na leitura, vejo uma colunista da tv globo, irada, transtornada, assim como o fanático, pelo fato da Presidenta Argentina ter  recuperado parte da soberania daquele país, ao reestatizar o setor petrolífero, já que a iniciativa privada que dominava o setor, ou o governo da plutocracia, não correspondia as necessidades de desenvolvimento do país. A soberania não é admitida pelo governo das trevas, pela plutocracia das máscaras. As vozes contrárias devem ser caladas, o surrealismo existe, e não é pelos fanáticos de Jesus.

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